28/12/2018

2.688.(28dez2018.9.33') Gungunhana

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27seTEMbro2018
 José Manuel Vargas
As prisões políticas de Angra do Heroísmo
Quando se evocam as prisões políticas do regime fascista, os nomes que acodem à memória são o Aljube, os fortes de Peniche e Caxias e o campo de concentração do Tarrafal. Quase caídos no esquecimento colectivo encontram-se outras, em que a ditadura militar e fascista aprisionou e quis silenciar milhares de democratas. Duas dessas, hoje pouco lembrados, são a Fortaleza de São Baptista (Castelo) e o Forte de São Sebastião (Castelinho), em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores.

A primeira foi construída no Monte Brasil, sobranceiro ao porto de Angra, durante a dinastia filipina. Aí estiveram prisioneiros, entre outros, o rei D. Afonso VI e o régulo Gungunhana. Com a «aprovação» por plebiscito da Constituição de 1933, seguiu-se a criação do Tribunal Militar Especial (TME), da PVDE e a publicação do Decreto-Lei n.º 23 203, que instituiu penas e medidas de segurança para presos por delitos políticos. Pouco depois, eram transferidos para a Fortaleza de S. João Baptista cerca de centena e meia de presos, ditos «perniciosos», que se encontravam nas cadeias do continente. Eram, na sua maioria, comunistas.

A 8 de Setembro de 1934, foram para aí transportados os primeiros condenados por terem participado na greve de 18 de Janeiro. O Castelo sofreu remodelações para alojar as centenas de prisioneiros. As cavalariças foram adaptadas a camaratas e a unidade militar ali aquartelada passou a ter como função principal a guarda de presos. Uma outra leva ocorreu em 8 de Junho de 1935, que incluía Sérgio Vilarigues.

Este, numa entrevista de 1999, recordou: «Por tudo e por nada se era espancado e metido na Poterna, um buraco com oito metros de profundidade onde, em pleno Verão, escorria água na escadaria, no Calejão, que tinha sido interdito para a estadia de cavalos, por não ter condições para tal, mas passou a ter para guardar presos, pelo menos em períodos de castigo, e nas ditas Furnas, uma espécie de cano de pedra, onde metiam presos, e mesmo que não coubessem, tinham de entrar à coronhada pelas forças da GNR que, então, contactavam mais directamente os presos.»

Em 23 de Outubro de 1936, chegou a Angra o navio Luanda com cerca de 152 presos, a maioria dos quais implicados na Revolta dos Marinheiros, mas também Bento Gonçalves, Secretário-geral do PCP e que iam inaugurar o Campo de Concentração do Tarrafal.

Preservar a memória

Em 1939, no início da II Guerra Mundial, por ser muito elevado o número de prisioneiros na Fortaleza de S. João Baptista e o facto de parte das instalações serem necessárias para os militares levou a que os presos começassem a ser transferidos para o fortim de S. Sebastião, nos arredores de Angra. Este, dito Castelinho, construído cerca de 1670 e

reedificado em 1698, teve uma quase desconhecida utilização como prisão política entre 1939-1943, de que nos ficaram alguns relatos de prisioneiros como António Estrela ou Ludgero Pinto Basto, que lembrava: «Nós só podíamos vir cá para fora para o recreio, creio que era uma hora, e depois não podíamos chegar às janelas porque as sentinelas não deixavam, chegaram uma vez a atirar uns tiros para dentro das celas (…).»

O «Depósito de Presos» de Angra seria encerrado em 1943 devido à presença de militares ingleses e americanos na Base das Lajes que denunciaram a situação que punha em evidência o carácter repressivo do regime.
Passados 75 anos sobre a desactivação das prisões políticas de Angra e não sendo já visíveis os vestígios edificados dos espaços de encarceramento e tortura, é necessário reconstituir e preservar a memória desse período negro da história.
 http://www.avante.pt/pt/2339//151536/
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Filme Aqui d' el rei de António Pedro Vasconcelos
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Nos finais do século XIX, uma força do exército chefiada por Mouzinho de Albuquerque aprisionou em Moçambique o grande Gungunhana
Nos finais do século XIX, uma força do exército chefiada pelo major Mouzinho de Albuquerque, oficial de cavalaria, aprisionou em Moçambique o grande régulo vátua Gungunhana, que se havia rebelado contra o governo e a soberania portuguesa. Um jovem tenente, Nuno Lorena é incumbido de o transportar prisioneiro, para Lisboa. O temperamento ardente e o arrebatado idealismo de Lorena irão atrair Mariana de Vilares, mulher de D. Rodrigo, o Ministro da Guerra...
 https://www.rtp.pt/programa/tv/p21759
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1997
RTP2
 Documentário sobre a vida de Gungunhana. Interessante a afirmação na parte final de Ungulani Ba Ka Khosa. Salvo melhor opinião, se Gungunhana não tivesse sido vencido, Moçambique independente, e com o território que tem, nunca teria existido. Os Ingleses tomariam conta e dividiriam o território, pelo menos, em 2 partes. Aliás, Moçambique é uma criação de Portugal e de muitos naturais que lutaram a seu lado.
 https://www.youtube.com/watch?v=7qbcNDgX7ik
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13 de Março de 1896:Gungunhana, imperador dos Gaza, chega a Lisboa feito prisioneiro

Ngungunhane, N'gungunhana, Gungunhana ou Reinaldo Frederico Gungunhana (Gaza, c. 1850 — Angra do Heroísmo, 23 de Dezembro de 1906) foi o último imperador do Império de Gaza, no território que actualmente é Moçambique, e o último monarca da dinastia Jamine. Cognominado o Leão de Gaza, o seu reinado estendeu-se de1884 a 28 de Dezembro de 1895, dia em que foi feito prisioneiro por Joaquim Mouzinho de Albuquerque na aldeia fortificada de Chaimite. Já conhecido da imprensa europeia, a administração colonial portuguesa decidiu condená-lo ao exílio em vez de o mandar fuzilar, como fizera a outros. Foi transportado para Lisboa, acompanhado por um filho de nome Godide e por outros dignitários. Após uma breve permanência naquela cidade, foi desterrado para os Açores, onde viria a falecer onze anos mais tarde.
O seu reinado teve início em 1884.Colocado perante a colonização europeia, Gungunhana pretendia prestar vassalagem a Portugal, mas a tirania que usava na relação com o seu povo levou a que o governo português pusesse fim às suas actividades cruéis. Travados vários combates, entre os quais os de Marracuene, Mongul e Coolela, Gungunhana foi derrotado pelas forças de Eduardo Galhardo e aprisionado em Chaimite pelo capitão Joaquim Mouzinho de Albuquerque, corria então o ano de 1895.Trazido para Lisboa, Gungunhana não mais voltaria a território de Moçambique.  A 13 de Março de 1896, o vapor "África" fundeia a meio do Tejo, frente a Cacilhas. Milhares de pessoas acorrem ao cais para ver o último trofeu de guerra da monarquia. O grupo é colocado numa jaula em forma de carruagem com destino ao forte de Monsanto. Atravessa as ruas da Baixa lisboeta, a Avenida, Palhavã, Sete Rios, Benfica, Calhariz. Ficam em exibição no Jardim Botânico de Belém. 
Posteriormente Gungunhana foi encarcerado em Monsanto, de onde mais tarde, a 23 de Junho de 1896, foi transferido para Angra do Heroísmo. aprendeu a ler e a escrever e foi convertido à força ao cristianismo e baptizado com o nome de Reynaldo Frederico Gugunhana. A 23 de Dezembro de 1906, Gungunhana morreu, no hospital militar de Angra do Heroísmo, vítima de hemorragia cerebral.
A 15 de Junho de 1985, por ocasião do décimo aniversário da independência de Moçambique, os Presidentes Ramalho Eanes e Samora Machel aceitaram a transladação dos restos mortais do resistente colonial, Gungunhana (ou Ngungunhane), para a Fortaleza de Maputo.

Gungunhana. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. 
Vidas Lusófonas
wikipedia(imagens)

 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/13-de-marco-de-1896gungunhana-imperador_24.html?spref=fb&fbclid=IwAR0zFq7x6_I8hlUikDhdTOSJUVxF6ftwI91Jm2NAyRZeSRri3S5BsE5oHTg
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28 de Dezembro de 1895: Prisão de Gungunhana, em Chaimite, Moçambique.

Ngungunhane, N'gungunhana, Gungunhana ou Reinaldo Frederico Gungunhana (Gaza, c. 1850 — Angra do Heroísmo, 23 de Dezembro de 1906) foi o último imperador do Império de Gaza, no território que actualmente é Moçambique, e o último monarca da dinastia Jamine. Cognominado o Leão de Gaza, o seu reinado estendeu-se de1884 a 28 de Dezembro de 1895, dia em que foi feito prisioneiro por Joaquim Mouzinho de Albuquerque na aldeia fortificada de Chaimite. Já conhecido da imprensa europeia, a administração colonial portuguesa decidiu condená-lo ao exílio em vez de o mandar fuzilar, como fizera a outros. Foi transportado para Lisboa, acompanhado por um filho de nome Godide e por outros dignitários. Após uma breve permanência naquela cidade, foi desterrado para os Açores, onde viria a falecer onze anos mais tarde.


O seu reinado teve início em 1884.Colocado perante a colonização europeia, Gungunhana pretendia prestar vassalagem a Portugal, mas a tirania que usava na relação com o seu povo levou a que o governo português pusesse fim às suas actividades cruéis. Travados vários combates, entre os quais os de Marracuene, Mongul e Coolela, Gungunhana foi derrotado pelas forças de Eduardo Galhardo e aprisionado em Chaimite pelo capitão Joaquim Mouzinho de Albuquerque, corria então o ano de 1895.Trazido para Lisboa, Gungunhana não mais voltaria a território de Moçambique. Foi primeiramente encarcerado em Monsanto, de onde mais tarde, a 23 de Junho de 1896, foi transferido para Angra do Heroísmo. aprendeu a ler e a escrever e foi convertido à força ao cristianismo e baptizado com o nome de Reynaldo Frederico Gugunhana. A 23 de Dezembro de 1906, Gungunhana morreu, no hospital militar de Angra do Heroísmo, vítima de hemorragia cerebral.

A 15 de Junho de 1985, por ocasião do décimo aniversário da independência de Moçambique, os Presidentes Ramalho Eanes e Samora Machel aceitaram a transladação dos restos mortais do resistente colonial, Gungunhana (ou Ngungunhane), para a Fortaleza de Maputo.

Gungunhana. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. 
wikipedia(imagens)


Ficheiro:Ngungunhane Gungunhana.jpg
O imperador Ngungunhane com a sua coroa de cera e bastão (gravura de Francisco Pastor, 1895)
Ficheiro:Gungunhana esposas lisboa 1896.jpg

 Ngungunhane e as suas sete esposas (no Forte de Monsanto, Lisboa, em Março de 1896)

https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/12/28-de-dezembro-de-1895-prisao-de_28.html?fbclid=IwAR1xgTkcrs71MJPOXNW8dtwP4JSh14uIbizyj0AeKfFU69_HOt0NQTYjygc
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