02/05/2014

7.946.(2maio2014.2h2'2" da tarde) Johann Gothe

Johann Wolfgang von Goethe
Nasceu a 28agosto1749
e morreu a 22março1832
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"Do que vale olhar sem ver?"
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"A beleza ideal está na simplicidade calma e serena."
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"Tudo nos falta quando faltamos a nós mesmos!"
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"Começa a fazer aquilo que podes fazer ou sonhar. A audácia tem génio, poder e magia dentro de si. Envolve-te e a magia virá até ti. Começa e o trabalho será completado."
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Via Maria Pina:

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"Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira."
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"A alegria não está nas coisas, está em nós."
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"Que o homem seja nobre, prestativo e bom, pois só isso o distingue de todos os outros seres." 
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“Quem tem bastante no seu interior, pouco precisa do lado de fora.”
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"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor..."
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5 frases
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Johann Wolfgang von Goethe é considerado como a maior personalidade da literatura alemã, seu maior poeta, grande também como dramaturgo, romancista e ensaísta; e são notáveis suas obras autobiográficas, seus estudos de ciências naturais e suas conversações, fielmente notadas, com amigos.

Pata toda essa obra polimorfa vale o que o próprio Goethe dizia das suas poesias: são "ocasionais", isto é, ligadas aos acontecimentos de sua vida e a experiências pessoais, de modo que não é possível separar as obras e a vida.

De família burguesa, culta e abastada, Goethe recebeu educação enciclopédica. Em 1765 matriculou-se na Universidade de Leipzig para estudar direito. Conheceu literatos e artistas, envolveu-se em aventuras amorosas e escreveu poesias anacreônticas, à moda da época. 

Amores e escritos
A catedral gótica de Strasbourg encheu-o de entusiasmo pela Idade Média alemã, quando surgiu a primeira idéia de escrever o Fausto. Em 1772 apaixonou-se por Charlotte Buff, noiva de um amigo íntimo, conflito que o abateu profundamente. Procurando alívio no estudo do passado, escreveu Götz von Berlichingen, uma tragédia shakespeariana, glorificando a época das lutas do tempo da Reforma. A peça obteve estrondoso sucesso.

A forte paixão por Charlotte ainda renderia outra obra: Os sofrimentos do jovem Werther. Embora influenciado por A nova Heloísa, de Rousseau, Goethe criou uma obra totalmente original, de permanente atualidade psicológica, cheia de sentimentalismo pré-romântico, mas elevada a alturas trágicas pelo desfecho, o suicídio de Werther.

O romance obteve sucesso imenso e foi traduzido para todas as línguas. O jovem autor transformou-se em personalidade de fama internacional e foi convidado a fixar residência em Weimar, nomeado ministro do pequeno ducado, e recebeu título nobreza.

Romantismo e classicismo
Sentindo necessidade de sair do pré-romantismo, pela contemplação das obras de arte da Antiguidade clássica, Goethe viajou em 1786 para a Itália, onde ficou até 1788, principalmente em Roma. Seus estudos de arte o tornaram um classicista ortodoxo, à maneira de Winckelmann.

De volta a Weimar, Goethe publicou Fausto - um fragmento, terminando definitivamente a fase pré-romântica de sua vida. A tragédia Torquato Tasso, de 1790, resume suas experiências na corte: é a renúncia ao idealismo poético e a adoção de uma atitude realista ante as exigências da vida. Goethe torna-se realista.

Assume, então, a direção do teatro de Weimar, criando um repertório em que predomina Shakespeare. Dedica-se cada vez mais às ciências naturais, sobretudo à botânica e à óptica. 

A Revolução Francesa ameaçava destruir os fundamentos de sua existência aristocrática de esteta culto. Assistindo, em 1792, a primeira derrota dos exércitos monárquicos pelos revolucionários franceses, em Valmy, ele diagnostica com acerto a situação histórica, dizendo: "Daqui e hoje começa uma nova época da história universal". 

Em 1794 começam as relações de amizade com Schiller. Lê as obras de Kant. Aprofunda, filosoficamente, o seu classicismo. É desse período o romance Os anos de aprendizagem de Wilhelm Meister, um romance de formação de um jovem poeta que se torna realista amadurecido.

Novos amores
Parece que acreditava terminada sua carreira literária, quando a paixão pela linda Marianne von Willemer lhe inspirou O divã ocidental-oriental, volume de poesias eróticas e filosóficas, cheias de paixão violenta e de anticristianismo decidido. São os poemas mais belos que Goethe escreveu. 

A velhice de Goethe, que se havia transformado em ídolo literário do mundo, incondicionalmente idolatrado, pertence às tentativas de encontrar a continuação do Fausto e à elaboração do romance Anos de viagens de Wilhelm Meisters, publicado a partir de 1821, obra em que Goethe resume seu ideal de formação total da cultura do indivíduo, sonhando com uma utópica sociedade educativa para esse fim, a "província pedagógica". 

São os anos em que Goethe conversava diariamente, sobre todos os assuntos possíveis, com seu secretário, Johann Peter Eckermann (1791-1854), que publicou em 1837 suas notas sob o título de Conversações com Goethe, obra da mais alta sabedoria, revelando também o interesse do poeta pelas novas tendências literárias e seu ideal de uma comunidade literária de todas as nações.

A calma desses últimos anos foi perturbada pela repentina paixão erótica do homem de 70 anos pela jovem Ulrike von Levetzow. A resignação inevitável produziu o comovente poema Elegia de Marienbad. Goethe dedicou o resto de sua vida à elaboração da segunda parte do Fausto, que foi concluída em 1830, mas publicada só depois da morte do poeta. 
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VIA CITADOR

Pensar é fácil. Agir é difícil. Agir conforme o que pensamos, isso ainda o é mais.
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O homem que sabe reconhecer os limites da sua própria inteligência está mais perto da perfeição.
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A amizade é como os títulos honoríficos: quanto mais velha, mais preciosa.
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Quem tem bastante no seu interior, pouco precisa de fora.
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Qual o melhor dos governos? Aquele que nos ensina a governarmo-nos a nós próprios.
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Em toda a parte só se aprende com quem se gosta.
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A beleza ideal está na simplicidade calma e serena.
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Nem todos os caminhos são para todos os caminhantes.
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Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la.
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Ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato.
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Apenas é digno da vida aquele que todos os dias parte para ela em combate.
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Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a.
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Seja o homem nobre, caridoso e bom. São as únicas coisas que o distinguem dos demais seres.
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Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida.
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Nada mais assustador que a ignorância em acção.
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Muitos são orgulhosos por causa daquilo que sabem; face ao que não sabem, são arrogantes.
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De um modo geral, o homem tem de andar às apalpadelas; não sabe de onde veio nem para onde vai, conhece pouco do mundo e menos ainda de si mesmo.
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Dê-me o benefício das suas convicções, se as tiver, mas guarde para si as dúvidas. Bastam-me as que tenho.
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Há pessoas que nunca se perdem porque nunca se põem a caminho.
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Somente aquele que foi o mais sensível pode tornar-se o mais frio e o mais duro, para se defender do mais pequeno golpe - e esta própria couraça lhe pesa muitas vezes.
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IN Os Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister
Nada é mais repugnante do que a maioria, pois ela compõe-se de uns poucos antecessores enérgicos; velhacos que se acomodam; de fracos, que se assimilam, e da massa que vai atrás de rastros, sem nem de longe saber o que quer.
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O homem não é feliz enquanto o seu estorço indeterminado não fixar a si mesmo os seus limites.
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IN epigramas
A juventude é a embriaguez sem vinho.
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IN Egmont 
Se tomardes a vida com excessiva severidade, que atracção tem? Se a manhã não vos convidar a novas alegrias e se à noite não esperardes nenhum prazer, valerá a pena vestir-se e despir-se?
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IN  Hermano e Dorotéia
Quem pensa muito, nem sempre escolhe o melhor.
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Não devemos moldar os filhos de acordo com os nossos sentimentos;
devemos tê-los e amá-los do modo como nos foram dados por Deus.
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IN As Afinidades Electivas
Não conhecemos as pessoas quando elas se dirigem a nós; somos nós que temos de nos dirigir a elas para saber como são.
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IN   'Máximas e Reflexões'
A ingratidão é sempre uma forma de fraqueza. Nunca vi homens hábeis serem ingratos.
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Quando o interesse diminui, com a memória ocorre o mesmo.
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As dificuldades crescem à medida que nos aproximamos do nosso objectivo.
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O comportamento é um espelho em que cada um vê a sua própria imagem.
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Um grande erro: crer-se mais importante do que se é e estimar-se menos do que se vale.
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Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser.
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Amamos os Nossos Defeitos



Consentimos que nos apontem os nossos defeitos, aceitamos as punições que deles decorrem, sofremos pacientemente por causa desses defeitos. Mas perdemos a paciência se nos obrigam a pô-los de lado. Certos defeitos são imprescindíveis à existência dos indivíduos. Ser-nos-ia desagradável ver amigos de longa data porem de lado alguns dos seus particularismos. 
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Filosofias de Vida



A cada etapa da vida do homem corresponde uma certa Filosofia. A criança apresenta-se como um realista, já que está tão convicta da existência da peras e das maçãs como da sua. O adolescente, perturbado por paixões interiores, tem que dar maior atenção a si mesmo, tem que se experimentar antes de experimentar as coisas, e transforma-se protanto num idealista. O homem adulto, pelo contrário, tem todos os motivos para ser um céptico, já que é sempre útil pôr em dúvida os meios que se escolhem para atingir os objectivos. Dito de outro modo, o adulto tem toda a vantagem em manter a flexibilidade do entendimento, antes da acção e no decurso da acção, para não ter que se arrepender posteriormente dos erros de escolha. Quanto ao ancião, converter-se-á necessariamente ao misticismo, porque olha à sua volta e as mais das coisas lhe parecem depender apenas do acaso: o irracional triunfa, o racional fracassa, a felicidade e a infelicidade andam a par sem se perceber porquê. É assim e assim foi sempre, dirá ele, e esta última etapa da vida encontra a acalmia na contemplação do que existe, do que existiu e do que virá a existir. 
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Igualdade não é Liberdade

Todos os homens são iguais em sociedade. Nenhuma sociedade se pode fundamentar noutra coisa que não seja a noção de igualdade. Acima de tudo não pode fundamentar-se no conceito de liberdade. A igualdade é qualquer coisa que quero encontrar na sociedade, ao passo que a liberdade, nomeadamente a liberdade moral de me dispor à subordinação, transporto-a comigo.
A sociedade que me acolhe tem portanto que me dizer: «É teu dever ser igual a todos nós». E não pode acrescentar mais que isto: «Desejamos que tu, com toda a convicção, de tua livre e racional vontade, renuncies aos teus privilégios».
O nosso único passe de mágica consiste no facto de prescindirmos da nossa existência para podermos existir.
A mais elevada finalidade da sociedade é consequência das vantagens que assegura a cada um. Cada um sacrifica racionalmente a essa consequência uma grande quantidade de coisas. A sociedade, portanto, muito mais. Por causa da dita consequência, a vantagem pontual de cada membro da sociedade anda perto de se reduzir a nada. 
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IN "Conversações com Johann Peter Eckermann" 

A Idade não nos Torna mais Sábios

As pessoas imaginam que precisamos de chegar a velhos para ficarmos sábios, mas, na verdade, à medida que os anos avançam, é difícil mantermo-nos tão sábios como éramos. De facto, o homem torna-se um ser distinto em diferentes etapas da vida. Mas ele não pode dizer que se tornou melhor, e, em alguns aspectos, é igualmente provável que ele esteja certo aos vinte ou aos sessenta. Vemos o mundo de um modo a partir da planície, de outro a partir do topo de uma escarpa, e de outro ainda dos flancos de uma cordilheira. De alguns desses pontos podemos ver uma porção maior do mundo que de outros, mas isso é tudo. Não se pode dizer que vemos de modo mais verdadeiro de um desses pontos que dos restantes.
**
in POEMAS

O Divino

Nobre seja o homem,
Caridoso e bom!
Pois isso apenas
É que o distingue
De todos os seres
Que conhecemos.

Glória aos incógnitos
Mais altos seres
Que pressentimos!
Que o homem se lhes iguale!
Seu exemplo nos ensine
A crer naqueles!

Pois insensível
É a natureza:
O sol 'spalha luz
Sobre maus e bons,
E ao criminoso
Brilham como ao santo
A lua e as 'strelas.

Vento e torrentes,
Trovão e saraiva
Rugem seu caminho
E agarram,
Velozes passando,
Um após outro.

Tal a sorte às cegas
Lança mãos à turba
E agarra os cabelos
Do menino inocente
Ou a fronte calva
Do velho culpado.

Por eternas leis,
Grandes e de bronze,
Temos todos nós
De fechar os círculos
Da nossa existência.

Mas somente o homem
Pode o impossível:
Só ele distingue,
Escolhe e julga;
E pode ao instante
Dar duração.

Só ele é que pode
Premiar o bom,
Castigar o mau,
Curar e salvar,
Unir com proveito
Tudo o que erra e divaga.

E nós veneramos
Os Imortais
Como se homens fossem,
Em grande fizessem
O que em pequeno o melhor de nós
Faz ou deseja.

Que o homem nobre
Seja caridoso e bom!
Incansável crie
O útil, o justo,
E nos seja exemplo
Dos Seres pressentidos. 
*

Canto dos Espíritos sobre as Águas

A alma do homem
É como a água:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer à terra,
Em mudança eterna.

Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
Então em belo
Pó de ondas de névoa
Desce à rocha liza,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmúrio,
Lá para as profundas.

Erguem-se penhascos
De encontro à queda,
— Vai, 'spúmando em raiva,
Degrau em degrau
Para o abismo.

No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.

Vento é da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas 'spumantes.

Alma do Homem,
És bem como a água!
Destino do homem,
És bem como o vento!
Tradução de Paulo Quintela
**
IN CANÇÕES

Feliz Só Será

Feliz só será
A alma que amar.

'Star alegre
E triste,
Perder-se a pensar,
Desejar
E recear
Suspensa em penar,
Saltar de prazer,
De aflição morrer —
Feliz só será
A alma que amar.
**
IN "Divã Ocidental-Oriental" 

Livro do Amor

O mais singular livro dos livros
É o Livro do Amor;
Li-o com toda a atenção:
Poucas folhas de alegrias,
De dores cadernos inteiros.
Apartamento faz uma secção.
Reencontro! um breve capítulo,
Fragmentário. Volumes de mágoas
Alongados de comentários,
Infinitos, sem medida.
Ó Nisami! — mas no fim
Achaste o justo caminho;
O insolúvel, quem o resolve?
Os amantes que tornam a encontrar-se.
Tradução de Paulo Quintela 
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22 de Março de 1832: Morre, em Weimar, o poeta e dramaturgo alemão Johann Wolfgang Goethe, essência do Romantismo, autor de "A Paixão do Jovem Werther".

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28 de Agosto de 1749: Nasce o poeta e dramaturgo alemão Johann Wolfgang Goethe, essência do Romantismo, autor de "Fausto" e "A Paixão do Jovem Werther".



Johann Wolfgang von Goethe nasceu de uma família nobre em Frankfurt-am-Main, no dia 28 de agosto de 1749, e morreu em Weimar, em 22 de março de1832. Tendo recebido uma educação multifacetada nos primeiros anos da sua vida, estudou Direito em Leipzig a partir de 1765. São dessa época as suas primeiras obras poéticas (canções e odes) e também o auto pastoril Caprichos do Apaixonado, que reflete o seu amor por Käthchen Schönkopf, filha de um estalajadeiro. Doença grave obriga-o a regressar a Frankfurt em 1768, mas pouco depois retoma em Estrasburgo os seus estudos universitários, que completa em 1771.Influenciado pelo escritor e filósofo alemão Johann G. Herder (1744-1803), Goethe volta-se para o irracionalismo do movimento literário e artístico designado por Sturm und Drang, evidenciando especial interesse pela poesia popular, pelos poetas da Antiguidade (Homero, Píndaro, Ossian) e pela obra poética do dramaturgo inglês William Shakespeare (1554-1616), assim como pelo estudo da arte gótica.São dessa época os ensaios Shakespeare (1771) e Da Arte Alemã (1773). Os seus amores pela filha do pároco de Sessenhein (Alsácia) foram a origem das poesias líricas Canção de Maio, Boas-Vindas e Despedida. Também a ligação amorosa de Goethe com Charlotte Buff, noiva do secretário da embaixada, inspira poesias líricas, como Prometeu, Ganimedes e Cântico de Maomet; são também dessa época os poemas dramáticos Goetz von Berlichingen, Deuses, Heróis e Wieland, o poema épico O Judeu Errante, o poema dramático Clavigo (1774) e o romance epistolar e sentimental Os Sofrimentos do Jovem Werther, que é um espelho dos amores de Goethe com Charlotte Buff e que, em breve, alcança renome internacional. A viagem à Suíça com os condes de Stolberg ocasiona o seu encontro com Carlos Augusto, o duque de Weimar, que convida Goethe para a sua corte, onde, a partir de 1776, passa a desempenhar as funções de conselheiro, e mais tarde, as de ministro de Estado. Das relações de amizade que então trava com Charlotte von Stein, sete anos mais velha do que ele, e da influência poderosa que dela recebe no sentido do seu amadurecimento espiritual são prova as suas próximas obras, que incluem dramas para o teatro de amadores e os poemas líricos Ilmenau, Viagem de Inverno ao Harz, Cântico dos Espíritos sobre as Águas, A minha Deusa, O Cantor, À Lua, a versão em prosa de Ifigénia (1779) e o começo do romance Wilhelm Meister. Nos anos de 1779 e 1780 acompanha o duque Carlos Augusto na segunda viagem à Suíça, de que nasceram as Cartas da Suíça. No outono de 1786 inicia a sua viagem à Itália, com estadia longa em Roma e uma deslocação à Sicília. Durante dois anos trava contacto aturado com a arte antiga e a arte italiana, o que provoca a sua atenção especial e o seu interesse definitivo pelo Classicismo, onde ressaltavam as ideias da humanidade e o esforço pela harmonia. O período fecundo que sucedeu à sua viagem à Itália foi marcado pelo aparecimento das seguintes obras: versão em verso da tragédia Ifigénia (1787); Egmont (1788), uma das suas melhores obras dramáticas; o drama psicológico Tasso, que tanto tem de autobiográfico, e o Fausto - Um Fragmento (1890). Goethe estabelece-se então em Weimar, dispensado já do exercício de funções públicas, com exceção da direção de instituições artísticas e científicas. Goethe mantém uma ligação amorosa com Cristiane Vulpius ao longo de vários anos, durante os quais publica, com reflexos dessa ligação, Idílios Romanos (1795) e Epigramas Venezianos. Em 1794 anuncia em público, em Jena, a sua amizade com Fiedrich Schiller (1759-1805) e a colaboração estreita entre os dois poetas, de modo especial quanto à criação de um teatro nacional e a assuntos de grande interesse para a literatura. Publica, em 1796, o romance didático Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister, a que se seguem a epopeia idílica, em verso, Hermann e Dorothea (1797) e a tragédia Filha Natural (1803). Entretanto, permanentemente estimulado por Schiller, dá seguimento aos trabalhos relativos à continuação do Fausto. Em 1806 casa com Cristiane Vulpius e, em 1809, publica Afinidades Eletivas, em que descreve, na personagem Ofélia, a sua bem-amada Minna Herzlieb, à qual se refere também nos Sonetos publicados, mais tarde, em 1815. Começa então a preocupação de Goethe pela sua própria evolução biográfica e espiritual, e publica A Minha Vida, Ficção e Verdade e Viagem à Itália em 1814. Como resultado da sua viagem ao Reno e ao Meno, aparece em 1814-15 a coletânea lírica O Divã Ocidental e Oriental. Em 1821 publica a primeira parte de Anos de Peregrinação de Wilhelm Meister, que, com os elementos líricos, novelísticos e aforísticos que enriquecem esta obra, representa o trabalho que o homem, nas suas próprias limitações, realiza para a comunidade, e constitui o tema principal da segunda parte da grande obra da idade avançada do poeta, o Segundo Fausto, que viria a ser publicado em 1832, ano da sua morte. A última inclinação amorosa de Goethe, já no 74.° ano da sua vida, pela jovem de 19 anos Ulrike von Levetzow não foi correspondida, circunstância a que se alude na Trilogia da Paixão, publicada em 1827. Goethe passa os últimos anos da sua vida a reexaminar e ordenar as suas obras. Escritor de admirável elegância de estilo e de grande poder imaginativo, além de ser um pensador profundo, Goethe abraçou um vasto conjunto de conhecimentos e de interesses humanos. Para a Alemanha, que nos séculos XVI e XVII não tinha ainda beneficiado do movimento da Renascença, Goethe constituiu, sozinho, uma Renascença completa. Para o resto do mundo foi um dos génios mais ricos e poderosos da Humanidade. Morreu em Weimar, com 83 anos, aureolado pela admiração universal.

J. W. Goethe. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.

wikipedia (imagens)

File:Goethe.png

Johann Wolfgang Goethe ca. 1775



File:Weimarer Klassik.jpg

Goethe, Schiller, Alexander e Wilhelm von Humboldt c. 1797
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