08/05/2014

7.990.(8maio2014.13.41') Hospital das Caldas...PCP toma posição

Não podemos esquecer que a Benedita.Alfeizerão e São Martinho do Porto~
Por decisão do PSD.Câmara, depois d'auscultação das Juntas de Freguesia 
ficaram nas Caldas da Rainha
enquanto as populações das outras freguesias do concelho de Alcobaça
para a maior parte das respostas hospitalares, vai para o Hospital de Leiria!!!
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O HOSPITAL DAS CALDAS DA RAINHA E A REALIDADE!
O Conselho de Administração do CHO – Centro Hospitalar do Oeste (personificado pelo Dr. Carlos Sá) tem vindo a demonstrar conviver mal com a crítica, mesmo que fundamentada, e com o escrutínio público da sua acção, largamente controversa e por isso contestada em diversos quadrantes de opinião.
Entendeu o Conselho de Administração do CHO reagir a um comunicado da Comissão Concelhia de Caldas da Rainha do Partido Comunista Português, emitindo aquilo a que chamou um esclarecimento, no qual de novo se revela um conflito agudo com a realidade, permanentemente mascarada com as versões tidas a cada momento por mais convenientes, quantas vezes truncadas e mistificadoras, com base em aspectos isolados, parciais ou pontuais.
Em contínuos passes de ilusionismo, nunca reconhecendo razão de ser aos reparos que lhe são dirigidos, mas vendo sempre neles factores potenciais de confusão e alarmismo, o Conselho de Administração do CHO (com o seu protagonista Dr. Carlos Sá) parece mover-se ao sabor da divisa: Não se preocupem, é a realidade que se engana!
No entanto, foi a própria realidade, dura e crua, que se encarregou de reiterar o sentido das observações produzidas pela Comissão Concelhia do PCP e até adensar as preocupações manifestadas.
No essencial, é óbvia a intenção do governo de desmantelamento progressivo do Serviço Nacional de Saúde, reduzindo drástica e implacavelmente serviços, meios, valências e capacidades do serviço prestado às populações, através de cortes na despesa pública de saúde com critérios economicistas, cujas repercussões lesam gravemente o direito constitucional dos cidadãos à Saúde, bem como as condições em que os profissionais do sector exercem o seu trabalho.
O Conselho de Administração do CHO (onde sobressai o Dr. Carlos Sá) não hesitou em considerar «falsas» estas asserções. Todavia, a portaria 82/2014 de 10 de Abril confirma-as de forma indesmentível. Mas aqui, lamentavelmente, já a exuberante minúcia argumentativa do Conselho de Administração do CHO (dirigido pelo Dr. Carlos Sá) se confina à ínfima expressão, substituída por um quase silêncio.
Aliás, bastará um pequeno olhar retrospectivo sobre os órgãos da Imprensa local, para que a memória dos factos se reavive:
A 1 de Novembro de 2013 podia ler-se em manchete - «Menos médicos nas urgências dos hospitais de Caldas da Rainha»; em função duma circular interna de 23 de Outubro, no período nocturno (entre a meia-noite e as oito da manhã) passaria a haver menos um médico cirurgião e um médico de medicina interna nas duas urgências médico-cirúrgicas. Salientava-se ainda a diminuição de um profissional da área de ginecologia e a entrada em vigor de novas escalas que não respeitavam os números mínimos para cada especialidade estabelecidos pela Ordem dos Médicos (que, pelo seu lado, tal como a Comissão de Utentes, fazia sentir as suas críticas e receios), medidas que punham em risco a qualidade do serviço prestado e não tinham em conta as necessidades dos doentes e dos profissionais.
A 16 de Dezembro, o Sindicato dos Enfermeiros protestava contra os despedimentos anunciados.
A 21 de Março de 2014, tínhamos: «Caos na urgência do hospital das Caldas».
A 2 de Abril de 2014. «Director de Serviço “cansado” da falta de condições no hospital das Caldas», enquanto a Ordem dos Enfermeiros expressava a sua preocupação.
Será então a realidade que se engana?
Também com o trágico episódio da inoperacionalidade temporária da viatura médica de emergência e reanimação, envolvendo a morte de uma pessoa, apressou-se o Conselho de Administração do CHO, pela voz do Dr. Carlos Sá, a garantir não haver motivos para inquietação, tendo em conta que em 97% dos casos a funcionalidade estava assegurada. Pese embora todas as justificações aduzidas, sabendo-se que as verdadeiras razões decorrem da desorçamentação crescente posta em marcha, tal não pode deixar de ser interpretado como exemplo de uma insensibilidade chocante.
Perante a grave situação vivida nas Urgências do Hospital de Caldas da Rainha, o grupo parlamentar do PCP apresentou um requerimento na Assembleia da República em que se sugere a utilização das camas do Hospital Termal. O Dr. Carlos Sá e o Conselho de Administração do CHO preconizam o aumento de 10 camas no Hospital de Peniche. Será isto porque partilham da opinião (provocatória e insultuosa, sublinhe-se) da Inspecção-Geral de Actividades em Saúde, a qual, num relatório recente, descobre que, afinal, decorridos cinco séculos, o Hospital Termal não o é mas sim «uma excepção criada pela sua denominação enganosa, geradora de desigualdade relativamente às restantes estâncias termais»?
O Conselho de Administração do CHO, presidido pelo Dr. Carlos Sá, afiança ter «como único objectivo a prestação de cuidados de saúde de qualidade», porém, permite-se, extravasando a sua missão e competência, tecer comentários sobre a aproximação de calendários eleitorais, assumindo-se assim, insólita e inexplicavelmente (ou talvez não) como uma comissão de apoio aos desmandos da tutela de que é fiel executante.
O PCP tem uma actuação constante e vigilante em defesa dos interesses dos trabalhadores e das populações e não deixará nunca de denunciar e combater tudo o que for prejudicial à melhoria das condições de vida do Povo Português e que neste caso concreto chega a ofender aspectos básicos de dignidade para utentes e profissionais nos cuidados prestados.
Embora o Conselho de Administração do CHO e o Dr. Carlos Sá sejam alérgicos a quem os contesta, jamais conseguirão anestesiar o descontentamento generalizado que se verifica ou inocular o vírus da passividade.
Melhor seria que, face a tantos malefícios, num insuspeitado assomo de decência, o Dr. Carlos Sá e o seu Conselho de Administração, apresentassem a demissão!
A Comissão Concelhia das Caldas da Rainha do PCP
07 de Maio de 2014
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