e morreu a 2set1969
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21noVEMbro1975 - Os governos vietnamitas de Hanói e Saigão concordam com a unificação do país sob uma direcção comunista.
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30abril1975 - EUA sofrem uma tremenda derrota militar no Vietname!!!
Hanói é libertada!!!
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El derecho de vivir
poeta Ho Chi Minh,
que golpea de Vietnam
a toda la humanidad.
Ningún cañón borrará
el surco de tu arrozal.
El derecho de vivir en paz.
poeta Ho Chi Minh,
que golpea de Vietnam
a toda la humanidad.
Ningún cañón borrará
el surco de tu arrozal.
El derecho de vivir en paz.
Indochina es el lugar
mas allá del ancho mar,
donde revientan la flor
con genocidio y napalm.
La luna es una explosión
que funde todo el clamor.
El derecho de vivir en paz.
mas allá del ancho mar,
donde revientan la flor
con genocidio y napalm.
La luna es una explosión
que funde todo el clamor.
El derecho de vivir en paz.
Tío Ho, nuestra canción
es fuego de puro amor,
es palomo palomar
olivo de olivar.
Es el canto universal
cadena que hará triunfar,
el derecho de vivir en paz.
es fuego de puro amor,
es palomo palomar
olivo de olivar.
Es el canto universal
cadena que hará triunfar,
el derecho de vivir en paz.
https://www.youtube.com/watch?v=WSg53srhQyQ
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30ab2015
http://www.pcp.pt/40o-aniversario-da-vitoria-do-vietname-sobre-agressao-do-imperialismo-norte-americano
40º aniversário da vitória do Vietname sobre a agressão do imperialismo norte-americano
30 Abril 2015
Por ocasião da celebração dos 40 anos da vitória do Vietname sobre a agressão dos Estados Unidos, o Secretariado do Comité Central do Partido Comunista Português enviou uma carta ao Partido Comunista do Vietname onde expressa que:
«No momento em que se celebra o 40º aniversário da vitória do Vietname sobre a agressão do imperialismo norte-americano, saudamos calorosamente o Partido Comunista do Vietname e o povo Vietnamita pela luta heróica travada pela libertação, a soberania e a independência da vossa Pátria, pelo progresso social e o socialismo.
A resistência e luta de libertação nacional do povo Vietnamita granjeou a solidariedade, o reconhecimento e a admiração das forças democráticas e progressistas por todo o mundo. Luta heróica em que o Partido Comunista do Vietname, sob a liderança de Ho Chi Minh, assumiu o papel revolucionário de vanguarda, unindo todo o povo Vietnamita a Norte e a Sul do país.
A vitória do povo Vietnamita, a sua vontade e determinação inquebrantáveis para lutar e vencer, os extremos exemplos de coragem que deu ao mundo e o caminho de desenvolvimento social e económico em que se lançou após a vitoria contra o imperialismo norte-americano, orientado para a construção de uma sociedade socialista no Vietname reunificado, foi e continua a ser uma importante fonte de inspiração para os comunistas e revolucionários de todo o mundo.
Num momento em que se intensifica a ofensiva exploradora e agressiva do imperialismo e se multiplicam os perigos de guerra, lembrar e comemorar os 40 anos da libertação do Vietname é também reafirmar a confiança na luta dos povos pela paz, a liberdade, a soberania, o progresso social e o socialismo.»
A carta termina com a reafirmação da solidariedade de sempre do Partido Comunista Português ao Partido Comunista do Vietname e ao povo Vietnamita, com o desejo que alcancem os maiores êxitos no caminho da construção de uma nova sociedade orientada pelos valores e ideais do socialismo.
Via avante:
30 de Abril de 1975
Uma vitória histórica
que é de todos os internacionalistas
Uma vitória histórica
que é de todos os internacionalistas
Vietnam! Sempre!
• Manoel Lencastre
• Manoel Lencastre
Ao comemorarem-se 25 anos sobre a data gloriosa da vitória do povo do Vietname contra o imperialismo, após décadas de luta e de sofrimentos que revoltaram e ainda revoltam todas as pessoas de coração, nenhum internacionalismo pode permanecer indiferente.
As páginas que nos relatam a epopeia do povo vietnamita são páginas que pertencem à História da Humanidade. Tudo se resumiu, entretanto, a meia dúzia de condições historicamente constantes: a luta heróica dos mais fracos contra os mais fortes, a arrogância e os crimes destes contra aqueles, a bandeira da liberdade nas mãos dos humildes, marcas de atrozes sofrimentos no rosto dos oprimidos – as gargalhadas, as terríveis gargalhadas dos assassinos americanos projectando-se na História.
Mas tudo acabou quando o tanque n.º 843, um T-54 de construção soviética comandado pelo primeiro-tenente Bui Quang Than, avançou contra o portão do palácio de víboras onde estivera o governo criminoso da chamada República do Vietname Sul e o esmagou. O tanque disparou. Mas parece que o projéctil respectivo se encravou. Então, o primeiro-tenente saltou do carro e correu para as portas do palácio governamental. Um segundo tanque, o n.º 390, comandado por Nguyen Van Hung, entrou logo a seguir nos jardins e abriu fogo contra o palácio do poder antigo já vencido. Soldados correram sobre o edifício imperial e atingiram o telhado. Minutos depois, a gloriosa bandeira do Vitname socialista flutuava sobre Saigão. Era o fim. Mas tudo, evidentemente, tem um princípio.
Pelo tratado de Hué (25-08-1883), o imperador Tu Due foi forçado a reconhecer o seu próprio país como um protectorado francês que já se alargava ao Tonkim. A renovação daquele tratado (6-6-1884) após a morte do imperador deu aos franceses o direito de controlo efectivo sobre o reino de Annam. A França, assim, alargava o seu império. Mas havia agitação antifrancesa no Tonkim. O povo não queria ser governado por estrangeiros. Queria dirigir o seu próprio destino. A 2.ª Grande Guerra Mundial, contudo, daria novos contornos à conjuntura. Ho Chi-Minh, um patriota formado entre os quadros do PCF, agitava, vigorosamente, pela independência e contra os compromissos da classe dirigente que, historicamente, tendia a entender-se com o imperialismo.
A França vencida e desorganizada aceitava as exigências nipónicas na Indochina. Mas terminada a guerra, Ho Chi-Minh fundava a República do Vietname como estado independente. A 6 de Março de 1946, os franceses reconheciam o Vietname no conjunto da Federação Indochinesa e da União Francesa. Tratava-se de uma independência no interior do sistema colonial francês. Bao Dai, antigo imperador, aceitou tais condições e tornou-se chefe de Estado em Saigão. OPartido Comunista e Ho Chi-Minh, em Hanói, não as aceitaram e preferiram combater pelo resgate da sua pátria. Em 1950 a União Soviética e a República Popular da China reconheceram a República do Vietname mas os países imperialistas deram o aval diplomático aos seus sequazes em Saigão.
Inevitavelmente, a guerra do Vietname do Norte contra o Vietname do Sul, que era a guerra das forças populares pela liberdade do seu país contra os servidores dos interesses do capitalismo e do colonialismo, generalizou-se. A situação da França era precária. Economicamente, achava-se enfraquecida. Em Paris, na Assembleia Nacional, o PCF insistia, energicamente, pela necessidade de negociações de paz com os países da Indochina exigindo que lhes fosse concedida a independência total.
Mas a hidra imperialista continuava a viver apesar da derrota sofrida na 2.ª Guerra Mundial. A terrível catástrofe sustentada pelos franceses em Dien-Bien-Phu pôs em acção as forças reaccionárias que tinham jurado impedir a independência do Vietname. O secretário de Estado americano, John Foster Dulles, o secretário da Defesa, Charles Wilson, e o presidente Eisenhower entenderam que chegara a hora de «ajudar o Vietname».
Bárbaros
vão massacrar o Vietname
vão massacrar o Vietname
O envolvimento dos Estados Unidos, que daria lugar a uma profunda tragédia americana e a uma derrota militar que deixaria o país ainda mais perplexo, foi iniciado por Eisenhower (1953-1961) ao enviar conselheiros militares para ajuda ao regime de Saigão.
Havia pânico entre os governos imperialistas perante a perspectiva de aquilo a que chamavam os «rebeldes comunistas» poderem derrotar os sicários no poder no chamado Vietname do Sul. O presidente Kennedy (1961-1963) tomou a decisão de mandar 4000 homens em reforço do governo de Saigão cujo dirigente principal, Ngo Dinh Diem, um nacionalista conservador com grandes amizades no «american establishement» prometia defender o capitalismo e derrotar os comunistas. Como católico num país tradicionalmente budista, Diem conseguira uma certa base de apoio popular no Sul para onde centenas de milhar de refugiados começavam a dirigir-se devido ao que, injustamente, chamavam a intolerância religiosa dos comunistas.
O que fazia movimentarem-se essas massas era a perspectiva de acesso a possibilidades de negócios e ao capital dos americanos.
Em 1963, a situação agravou-se dado que a oposição budista contestava fortemente a ditadura de Diem. O mundo viu o espectáculo dos monges budistas sacrificando-se em chamas nas ruas de Saigão. Então, os americanos resolveram retirar o seu apoio a Diem transferindo-o para aqueles que podiam mais claramente realizar o objectivo que pretendiam – os militares. E Diem foi assassinado a 1 de Novembro de 1963. Em 1965, chegava o novo poder que os generais Nguyen Cao Ky e Nguyen Van Thieu personificavam.Mas antes (7-8-1964) já o Congresso dos Estados Unidos aprovara a Resolução do Golfo do Tonkin resultante de incidentes sem valor militar em que vedetas do Vietname do Norte haviam confrontado navios de guerra americanos. Ao mundo foi feito saber que os Estados Unidos tinham sido atacados. OCongresso deu poderes excepcionais a Lindon Baines Johnson que, de pronto, ordenou o bombardeamento aéreo de alvos estratégicos no Vietname do Norte julgando que isso levaria o Vietcong (Frente de Libertação Nacional), que os patriotas do Sul haviam formado em 1960, a diminuir ou cessar a pressão política e militar sobre o regime de Saigão. Foi a 8 de Março de 1965 que os primeiros fuzileiros navais americanos (marines) desembarcaram em Danang para o cumprimento de missões de combate. Consumava-se, assim, a entrada dos Estados Unidos na guerra do Vietname, o início de um conflito que assombraria o mundo inteiro e colocaria bem à vista de todas as pessoas de consciência o carácter assassino e sanguinário do imperialismo quando confrontado.
Havia pânico entre os governos imperialistas perante a perspectiva de aquilo a que chamavam os «rebeldes comunistas» poderem derrotar os sicários no poder no chamado Vietname do Sul. O presidente Kennedy (1961-1963) tomou a decisão de mandar 4000 homens em reforço do governo de Saigão cujo dirigente principal, Ngo Dinh Diem, um nacionalista conservador com grandes amizades no «american establishement» prometia defender o capitalismo e derrotar os comunistas. Como católico num país tradicionalmente budista, Diem conseguira uma certa base de apoio popular no Sul para onde centenas de milhar de refugiados começavam a dirigir-se devido ao que, injustamente, chamavam a intolerância religiosa dos comunistas.
O que fazia movimentarem-se essas massas era a perspectiva de acesso a possibilidades de negócios e ao capital dos americanos.
Em 1963, a situação agravou-se dado que a oposição budista contestava fortemente a ditadura de Diem. O mundo viu o espectáculo dos monges budistas sacrificando-se em chamas nas ruas de Saigão. Então, os americanos resolveram retirar o seu apoio a Diem transferindo-o para aqueles que podiam mais claramente realizar o objectivo que pretendiam – os militares. E Diem foi assassinado a 1 de Novembro de 1963. Em 1965, chegava o novo poder que os generais Nguyen Cao Ky e Nguyen Van Thieu personificavam.Mas antes (7-8-1964) já o Congresso dos Estados Unidos aprovara a Resolução do Golfo do Tonkin resultante de incidentes sem valor militar em que vedetas do Vietname do Norte haviam confrontado navios de guerra americanos. Ao mundo foi feito saber que os Estados Unidos tinham sido atacados. OCongresso deu poderes excepcionais a Lindon Baines Johnson que, de pronto, ordenou o bombardeamento aéreo de alvos estratégicos no Vietname do Norte julgando que isso levaria o Vietcong (Frente de Libertação Nacional), que os patriotas do Sul haviam formado em 1960, a diminuir ou cessar a pressão política e militar sobre o regime de Saigão. Foi a 8 de Março de 1965 que os primeiros fuzileiros navais americanos (marines) desembarcaram em Danang para o cumprimento de missões de combate. Consumava-se, assim, a entrada dos Estados Unidos na guerra do Vietname, o início de um conflito que assombraria o mundo inteiro e colocaria bem à vista de todas as pessoas de consciência o carácter assassino e sanguinário do imperialismo quando confrontado.
O caos
«Good Morning, Vietname!»
«Good Morning, Vietname!»
A invasão do Vietname do Sul pelas forças armadas dos Estados Unidos era uma terrível realidade a partir de 1965. Johnson declarava: «Não hei-de ser o primeiro presidente americano a perder uma guerra». No comando, o general William Westmorland enviava divisões inteiras para o atoleiro das missões de «seek and destroy» onde se matava e morria, ingloriamente. O exército do Vietname do Norte e o Vietcong surgiam diante dos americanos como forças de inesperada capacidade. Todas as grandes esperanças dos altos comandos em Saigão estavam na capacidade de fogo dos helicópteros da morte e nos bombardeamentos sobre Hanói e Haiphong. Os americanos compreendiam mas declinavam aceitar que o povo do Vietname não queria a liberdade «democrática» do capitalismo. Liderados pelo glorioso Partido Comunista do Vietname, os amigos da pátria preferiram a sua própria liberdade, a sua democracia num país onde a exploração do homem pelo homem fosse para todo o sempre banida.
Saigão era o caos. O caos dos americanos. O caos onde os valores humanos morriam. Mundo de raparigas a preço. todas as loucuras permissíveis. Um trânsito de dantescas proporções. Casinos legais clandestinos. O dólar no comando da vida. «Good morning, Vietnam!», gritava todas as manhãs a rádio das forças armadas. Os hospitais cheios. horríveis ferimentos. Bombardeamentos de «napalm». Gente carbonizada. Vinganças sobre vinganças. As lágrimas dos camponeses. OVietcong espera a sua hora. E os americanos pressentem que essa hora chegará. Por isso intensificam as suas missões de morte. Bombas sobre Hanói. Milhares de pessoas armadas, às vezes com uma simples pistola, procuram atingir os B-52 assassinos. Atónita, toda a América, ao vê-los tombar. Os americanos tinham penetrado as portas do inferno. Ao pequeno-almoço, todas as manhãs, reportagens directas de combates terríveis. Quem podia aguentar aquilo? A juventude começa a protestar. Milhares de mobilizados fogem do país. Já ninguém quer conhecer a glória no Vietname, a sua submissão ao capitalismo. Chegam aviões carregados de caixões. A América perfila-se diante dos seus heróis. São heróis dos seus próprios sofrimentos, das suas trágicas desilusões. OVietname chora. Mas chora de raiva. Dessa raiva nasce uma revolta, uma coragem, uma final vontade de morrer para voltar a nascer. Morrer mil vezes e lutar sempre. Sempre! Sempre, sempre! O sangue dos patriotas e dos inocentes corria. Mas os americanos gritavam todas as manhãs: «Good morning, Vietnam!» Era o chamamento do inferno.
No Ano Novo de 1968
A ofensiva do TET
A ofensiva do TET
Em fins de 1967, o Alto-Comando americano convencera-se de que o general Giap tinha preparado um plano de operação que poderia alterar todo o curso da guerra.
Giap, o vencedor de Dien Bien Phu, era já por eles reconhecido como um chefe militar à altura dos maiores da História. Respeitavam-no. Mas viviam no generalizado convencimento de que o Vietname estava a perder a guerra. Essa errónea opinião servia para consumo interno nos Estados Unidos e enganava o mundo menos informado – apesar das reservas evidenciadas por experimentados políticos da área da política externa como Clark Clifford, J. William Fulbright, Georde Ball, ou por jornalistas como James Reston.
O objectivo do general Vo Nguyen consistia em desferir um profundo golpe militar que apanhasse os americanos de surpresa e lhes diminuísse a vontade de lutar em terra tão estranha numa guerra injusta e de objectivos criminosos. Por outro lado, destruiria o governo de Saigão que os americanos procuravam por todos os meios emprestar credibilidade. O plano consistia em atacar poderosamente a base americana de Khe Sanh, enquanto forças do exército do Vietname do Norte, junto com tropas do Vietcong, levariam a guerra autêntica às principais cidades e capitais provinciais. Se os americanos optassem por defender Khe Sanh os seus meios de resposta nos restantes centros ficariam diminuídos.
Khe Sahn ficou cercada. Em cidades como Hué, Danang e Saigão a força e a surpresa dos ataques patrióticos deu-lhes a iniciativa. Os combates no centro de Saigão mostraram, claramente, o Vietcong a encurralar os defensores americanos.
A certa altura, a Embaixada esteve em perigo. A desorientação entre quase todos os centros de comando americanos era patente. O mundo assistiu, estupefacto, a uma enorme humilhação das forças americanas principalmente em Saigão e Danang. Os valetes de Washington, esses, perderam a pouca autoridade de que dispunham. No fim dos combates, os americanos pretenderam demonstrar que haviam ganho as batalhas do Tet. Mas ninguém os acreditou. A capacidade militar dos patriotas ficou amplamente demonstrada e as forças infiltradas em Danang, especialmente, só a muito custo foram desalojadas. A guerra entrou num período de acção psicológica. Os americanos já estavam na corrida para as eleições presidenciais de 1968.
O objectivo do general Vo Nguyen consistia em desferir um profundo golpe militar que apanhasse os americanos de surpresa e lhes diminuísse a vontade de lutar em terra tão estranha numa guerra injusta e de objectivos criminosos. Por outro lado, destruiria o governo de Saigão que os americanos procuravam por todos os meios emprestar credibilidade. O plano consistia em atacar poderosamente a base americana de Khe Sanh, enquanto forças do exército do Vietname do Norte, junto com tropas do Vietcong, levariam a guerra autêntica às principais cidades e capitais provinciais. Se os americanos optassem por defender Khe Sanh os seus meios de resposta nos restantes centros ficariam diminuídos.
Khe Sahn ficou cercada. Em cidades como Hué, Danang e Saigão a força e a surpresa dos ataques patrióticos deu-lhes a iniciativa. Os combates no centro de Saigão mostraram, claramente, o Vietcong a encurralar os defensores americanos.
A certa altura, a Embaixada esteve em perigo. A desorientação entre quase todos os centros de comando americanos era patente. O mundo assistiu, estupefacto, a uma enorme humilhação das forças americanas principalmente em Saigão e Danang. Os valetes de Washington, esses, perderam a pouca autoridade de que dispunham. No fim dos combates, os americanos pretenderam demonstrar que haviam ganho as batalhas do Tet. Mas ninguém os acreditou. A capacidade militar dos patriotas ficou amplamente demonstrada e as forças infiltradas em Danang, especialmente, só a muito custo foram desalojadas. A guerra entrou num período de acção psicológica. Os americanos já estavam na corrida para as eleições presidenciais de 1968.
«Marines» assassinaram Hué
As batalhas do Tet, entretanto, ficaram na História. Foi notável a introdução de tropas especiais em Saigão sem que os americanos dessem por tal. O general Westmoreland e o seu «staff» endoidecidos pela surpresa. O comandante americano encarregado da defesa de Saigão, o general Federick Weyand, a chamar tropas de que dispunha na fronteira com o Cambodja, aflitivamente. Importantes áreas de Hué e Saigão tinham caído para o Vietcong. Bases aéreas americanas em Plaiku, Quang Nam, Darlac, sob intenso fogo dos patriotas. A batalha às portas da embaixada americana, onde comandos Vietcong lutaram heroicamente, só foi estabilizada com a chegada de forças da 101.ª divisão aerotransportada. Dois batalhões das tropas patrióticas atacaram a base aérea de Bien Hos causando centenas de baixas entre os americanos e destruindo dezenas de aviões.
O presidente-fantoche, Thieu, declarou a lei marcial a 31 de Janeiro. Mas em Saigão combateu-se até 5 de Fevereiro e no bairro chinês de Cholon a luta prolongou-se ainda mais. Entre a população civil contaram-se mais de 15 000 mortos. Na cidade de Hué flutuava a bandeira do Vietcong. Aí, em lutas de ruas, as baixas registadas por ambos os lados eram consideráveis. Mas o Vietname tinha o apoio das massas. Para que os americanos restabelecessem a sua ordem e a dos seus servis generais de Saigão, foram precisos meses de atrito e combate. Hué foi vítima de execução em massa quando os «marines» chegaram. A base e o perímetro de Khe Sanh não seriam reconquistados senão em Abril, por forças aerotransportadas do 1.º Regimento americano de Cavalaria.
O presidente-fantoche, Thieu, declarou a lei marcial a 31 de Janeiro. Mas em Saigão combateu-se até 5 de Fevereiro e no bairro chinês de Cholon a luta prolongou-se ainda mais. Entre a população civil contaram-se mais de 15 000 mortos. Na cidade de Hué flutuava a bandeira do Vietcong. Aí, em lutas de ruas, as baixas registadas por ambos os lados eram consideráveis. Mas o Vietname tinha o apoio das massas. Para que os americanos restabelecessem a sua ordem e a dos seus servis generais de Saigão, foram precisos meses de atrito e combate. Hué foi vítima de execução em massa quando os «marines» chegaram. A base e o perímetro de Khe Sanh não seriam reconquistados senão em Abril, por forças aerotransportadas do 1.º Regimento americano de Cavalaria.
Toda a América assistiu aos combates do Tet pela televisão. O que fazer, agora? Eis a pergunta que atingiu o país inteiro.
A vietnamização
Richard Nixon (1969-1974) foi eleito por ter prometido ao povo americanoo fim da guerra. Dizia que, para tal, tinha um plano secreto que permitiria sair com honra. Mas a guerra intensificou-se logo que os primeiros contingentes americanos foram retirados. O plano final da «Tricky-Dick» consistia naquilo que viria a chamar-se a vietnamização do conflito, isto é, a continuação da guerra só entre os vietnamitas do Sul e os do Norte, com amplo apoio militar americano aos fascistas de Saigão.
Prosseguindo a reestruturação das suas forças, o Vietname do Norte e o Vietcong preparavam novas ofensivas. Sabiam que a conjuntura lhes ofereceria oportunidades.
A hidra imperialista, contudo, apesar de pretender retirar o seu próprio pessoal, anunciou que não abandonaria o Vietname do Sul. O secretário da Defesa, Melvin Laird, ordenou ao Pentágono o envio de equipamento suplementar no valor de 2 biliões de dólares incluindo mais de 600 aviões. O Vietname do Sul passaria a possuir a 4.ª maior força aérea, a 5.ª maior marinha de guerra (1500 navios) e o 4.º mais numeroso exército em todo o mundo (mais de um milhão de soldados). Nixon, entretanto, ordenou que recomeçassem os bombardeamentos aéreos do Vietname do Norte e mandou minar os portos de Hanói e Haiphong que os navios da URSS utilizavam para descarregar material de guertra necessário às forças de libertação. Isto era em 1977.
A hidra imperialista, contudo, apesar de pretender retirar o seu próprio pessoal, anunciou que não abandonaria o Vietname do Sul. O secretário da Defesa, Melvin Laird, ordenou ao Pentágono o envio de equipamento suplementar no valor de 2 biliões de dólares incluindo mais de 600 aviões. O Vietname do Sul passaria a possuir a 4.ª maior força aérea, a 5.ª maior marinha de guerra (1500 navios) e o 4.º mais numeroso exército em todo o mundo (mais de um milhão de soldados). Nixon, entretanto, ordenou que recomeçassem os bombardeamentos aéreos do Vietname do Norte e mandou minar os portos de Hanói e Haiphong que os navios da URSS utilizavam para descarregar material de guertra necessário às forças de libertação. Isto era em 1977.
No ano seguinte, precisamente a 27 de Janeiro de 1973, Nixon anunciou que as conversações de Paris envolvendo o seu representante especial, Henry Kissinger, e o enviado de Hanói, Le Duc Tho, tinham chegado a conslusões positivas. Todas as forças norte-americanas seriam retiradas e o Vietname do Norte entregaria os prisioneiros de guerra que tinha na sua posse.
A América paralisada
Os americanos já tinham enterrado mais de 55 000 dos seus soldados. O país não aceitava novas baixas ou mobilizações. No terreno, porém, instaurava-se a vietnamização que não passava de uma terceira guerra travada pelos patriotas para a liberdade da sua terra. Começavam a chegar aos Estados Unidos os militares libertos por Hanói. Mas o cenário era de intensa depressão. Os americanos tinham no seu seio o espectro da guerra moderna. Milhares de inválidos ilustravam a sociedade naquele que se dizia ser o mais poderoso país do mundo mas que não fora capaz de vencer a vontade e o patriotismo da nação de Ho Chi-Minh. Do lado do Vietname, a desolação era imensa. Os efeitos dos desfoliantes, do napalm, do «agente Orange» e de todos os tóxicos utilizados para matar, estavam à vista.
A vietnamização foi o crime supremo. Frente ao povo do Vietname, pefilava-se um poderoso exército de assassinos apoiado pela política «gangster» de Richard Nixon. Mas o escândalo de Watergate começou a minar o coração da Casa Branca tal como os vampiros do Pentágono tinham minado Hanói e Haiphong. Americanos de consciência gritavam: «Fechem o Pentágono à chave!» Mas os desígnios do imperialismo, apesar das profundas humilhações que estava a sofrer, mantinham-se.
O Vietname sabia, agora, que Nixon não podia garantir a viabilidade dos criminosos de Saigão. O Congresso dos Estados Unidos passava leis quase diárias que limitavam a capacidade da presidência para, em caso de emergência, voltar a Saigão em defesa dos seus aliados. Assinado um novo Tratado de Paz, Le Duc The achou-se habilitado a declarar perante o Comité Central do Partido Comunista do Vietname que o momento chegara porque o vírus da imobilidade atacara a Casa Branca e, de uma maneira geral, a nação americana. Na verdade, o Congresso proibiu os bombardeamentos aéreos em 15 de Agosto de 1973.
Thieu, em fins desse ano, anunciou a nova guerra. Que outra alternativa lhe restava? Acreditava que a América o protegeria até ao fim. O embaixador Martin, que substituíra Ellsworth Bunker, encorajava-o nesse convencimento. Mas Nixon demitira-se em Agosto de 1974. Para o Vitname do Norte, o sinal apresentava-se com toda a clareza. O grande e mortal inimigo estava profundamente ferido. Já não reagiria.
A vietnamização foi o crime supremo. Frente ao povo do Vietname, pefilava-se um poderoso exército de assassinos apoiado pela política «gangster» de Richard Nixon. Mas o escândalo de Watergate começou a minar o coração da Casa Branca tal como os vampiros do Pentágono tinham minado Hanói e Haiphong. Americanos de consciência gritavam: «Fechem o Pentágono à chave!» Mas os desígnios do imperialismo, apesar das profundas humilhações que estava a sofrer, mantinham-se.
O Vietname sabia, agora, que Nixon não podia garantir a viabilidade dos criminosos de Saigão. O Congresso dos Estados Unidos passava leis quase diárias que limitavam a capacidade da presidência para, em caso de emergência, voltar a Saigão em defesa dos seus aliados. Assinado um novo Tratado de Paz, Le Duc The achou-se habilitado a declarar perante o Comité Central do Partido Comunista do Vietname que o momento chegara porque o vírus da imobilidade atacara a Casa Branca e, de uma maneira geral, a nação americana. Na verdade, o Congresso proibiu os bombardeamentos aéreos em 15 de Agosto de 1973.
Thieu, em fins desse ano, anunciou a nova guerra. Que outra alternativa lhe restava? Acreditava que a América o protegeria até ao fim. O embaixador Martin, que substituíra Ellsworth Bunker, encorajava-o nesse convencimento. Mas Nixon demitira-se em Agosto de 1974. Para o Vitname do Norte, o sinal apresentava-se com toda a clareza. O grande e mortal inimigo estava profundamente ferido. Já não reagiria.
O fim
O ano de 1974 foi o do início da grande arrancada para a libertação. Cortados os fundos pelo Congresso, o Pentágono ficava sem meios para ajudar Saigão que dissipara os últimos 7 biliões de dólares recebidos como auxílio militar. As forças de Thieu iam sofrer a mais inesperada derrota. Plaiku foi atacada. Mas ao tentarem defender essa cidade, os reaccionários de Saigão dispersaram meios e deixaram expostas outras regiões. Uma atmosfera de pânico começou a invadir as forças sul-vietnamitas. Massas de civis que haviam depositado confiança no capitalismo, nos americanos e em Thieu sentiram o princípio do fim. Começa um espectacular êxodo para Danang. A confusão na cidade costeira que havia servido de grande centro militar americano ganha os limites do inacreditável. A 21 de Março de 1975, estão mais de 100 000 refugiados na cidade. Soldados fogem para Sul. Soldados? Regimentos, divisões. Quem salvará Saigão?
A desintegração do exército de Thieu é um facto. O homem forte dos americanos exige que o salvem. Em Washington já não se duvida de que o governo-fantoche de Thieu não pode sobreviver. Civis americanos começam a fazer as malas. Porta-aviões americanos fazem desembarcar fuzileiros navais para a evacuação de Pnom-Penh (Camboja). A embaixada em Saigão trabalha, febrilmente, para conseguir a formação de um governo de último recurso. Todas as estradas estão cheias de gente que julga possível ser evacuada para os Estados Unidos. Há nuvens negras no horizonte provenientes de bombardeamentos. Em Swan Loc, as últimas tropas são evacuadas por helicópteros. Thieu é obrigado a demitir-se. A derradeira oportunidade está no general Sung van Minh, conhecido entre os americanos como «Big Minh», uma figura cujo liberalismo, cuja bonomia, se tornara inaceitável, anteriormente. O Partido Comunista, o Vietname do Norte, o Vietcong, exigem a rendição incondicional do regime ilegal com sede em Saigão e não aceitam conversações ou compromissos.
Grito de vitória:
Saigão, Saigão, Saigão!
Saigão, Saigão, Saigão!
A 29 de Abril, as forças patrióticas estão às portas de Saigão. O aeroporto acha-se debaixo de fogo. A evacuação de civis americanos e vietnamitas faz-se por helicóptero entre cenas infernais. Alguns aparelhos despenham-se. Tentam atingir pistas de aterragem nos porta-aviões. O pânico em toda a cidade é, simplesmente, indescritível. Nos terraços da embaixada, onde tanto poder se exercera, aterram helicópteros. Depois, partem, apinhados, em direcção aos porta-aviões. Saigão é um manicómio, uma cidade capital da anarquia. Ouvem-se tiros. É hora de inúmeras vinganças.
As forças de libertação nacional entraram em Saigão a partir de seis direcções diferentes. De repente, estabeleceu-se uma terrível calma. Notam-se, nas ruas, homens que se desfizeram das suas fardas de soldados e pretendem, agora, ser vistos como simples civis que nunca cometeram um simples crime na vida.
A 30 de Abril, os tanques comunistas dirigem-se para o palácio do governo criminoso onde trabalhara Thieu. À sua retaguarda movimentam-se tropas da 2.ª divisão de infantaria, comandadas por Pham Xuan The. Os tanques do 203.º regimento não encontraram resistência. Saigão morrera agarrada às suas ilusões.
Nguyen Van Hung, comandante do segundo tanque que entrou no palácio do governo ignorava que algumas das principais figuras do regime derrotado se encontravam num dos salões. Um brigadeiro que servira Thieu conduziu-o a esse lugar. Havia 30 ou 40 pessoas ali. Todos se ergueram perante o comandante comunista, agora acompanhado por The. O brigadeiro apresentou-o a «Big Minh». Ninguém se encontrava fardado. Disse «Big Minh»: «Estávamos à vossa espera para vos fazermos entrega do poder.» Os dois oficiais comunistas empunhavam pistolas. The, respondeu: «Vocês são nossos prisioneiros. Devem entregar-se incondicionalmente. Não há qualquer transmissão de poderes.»
«Avante!» Nº 1379 - 4.Maio.2000 As forças de libertação nacional entraram em Saigão a partir de seis direcções diferentes. De repente, estabeleceu-se uma terrível calma. Notam-se, nas ruas, homens que se desfizeram das suas fardas de soldados e pretendem, agora, ser vistos como simples civis que nunca cometeram um simples crime na vida.
A 30 de Abril, os tanques comunistas dirigem-se para o palácio do governo criminoso onde trabalhara Thieu. À sua retaguarda movimentam-se tropas da 2.ª divisão de infantaria, comandadas por Pham Xuan The. Os tanques do 203.º regimento não encontraram resistência. Saigão morrera agarrada às suas ilusões.
Nguyen Van Hung, comandante do segundo tanque que entrou no palácio do governo ignorava que algumas das principais figuras do regime derrotado se encontravam num dos salões. Um brigadeiro que servira Thieu conduziu-o a esse lugar. Havia 30 ou 40 pessoas ali. Todos se ergueram perante o comandante comunista, agora acompanhado por The. O brigadeiro apresentou-o a «Big Minh». Ninguém se encontrava fardado. Disse «Big Minh»: «Estávamos à vossa espera para vos fazermos entrega do poder.» Os dois oficiais comunistas empunhavam pistolas. The, respondeu: «Vocês são nossos prisioneiros. Devem entregar-se incondicionalmente. Não há qualquer transmissão de poderes.»
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via castendo
Há 40 anos o heróico povo vietnamita derrotava a invasão imperialista norte-americana
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/ha-40-anos-o-heroico-povo-vietnamita-1897465***
Via Militante
http://www.omilitante.pcp.pt/pt/306/Efemeride/412/Ho-Chi-Minh-%E2%80%93-um-grande-dirigente-comunista.htm
Ho Chi Minh – um grande dirigente comunista
Entre os grandes dirigentes históricos do movimento comunista internacional, Ho Chi Minh ocupa um lugar cimeiro. Nascido em 19 de Maio de 1890 – faz agora 120 anos – Ho Chi Minh personificou, até à sua morte em 1969, a luta do povo vietnamita pela sua emancipação nacional e social, contra o colonialismo francês e contra os agressores japoneses e norte-americanos.
Ainda jovem, Ho Chi Minh percorreu o mundo, trabalhando como marinheiro, padeiro, cozinheiro e outros ofícios, em países como França, Inglaterra e EUA. É no contacto com o movimento operário, em especial em França, país que então colonizava a sua Indochina natal, que Ho Chi Minh conhece os partidários de Lénine e da jovem revolução bolchevique (1), cujas posições sobre a questão nacional o marcaram profundamente. «Lénine foi o primeiro a compreender e sublinhar toda a importância do envolvimento dos povos coloniais no movimento revolucionário» (2), escreveu Ho Chi Minh em 1925. Eleito em 1920 como delegado pela Indochina ao 18.º Congresso da SFIO (Secção Francesa da Internacional Operária), Ho Chi Minh fez parte da maioria dos delegados que, nesse Congresso de Tours, decidiram pela adesão à Terceira Internacional e pela criação do que viria a ser o Partido Comunista Francês (3). Desde então, o seu nome esteve sempre ligado à história e luta dos comunistas, tendo integrado o Comité Executivo da Internacional Comunista.
Em 1930, Ho Chi Minh participa na fundação do Partido Comunista do Vietname, que mais tarde passaria a designar-se Partido Comunista da Indochina. O seu programa em 10 pontos era encabeçado pelos objectivos de «derrotar o imperialismo francês e o feudalismo e burguesia reaccionária vietnamita» e «tornar a Indochina totalmente independente» (4). Em 1940 o Sudeste asiático é ocupado pelo Japão imperial-fascista. «No Outono de 1940, quando os fascistas japoneses invadem a Indochina para estabelecer novas bases contra os aliados, os colonialistas franceses ajoelharam-se e franquearam as portas do nosso país para acolher os japoneses. Assim, após essa data o nosso povo ficou sujeito ao duplo jugo dos franceses e japoneses» (5). O PC da Indochina e a Liga para a Independência do Vietname (conhecida pelo acrónimo Viet Minh), fundada em 1941 como frente de libertação nacional contra o colonialismo francês e a ocupação japonesa, desempenharam o papel determinante na resistência vietnamita que culminou, em Agosto de 1945, com a libertação do país e a proclamação da independência do Vietname, do qual Ho Chi Minh se torna Presidente. Mas os colonialistas franceses reocuparam o país após o fim da II Guerra Mundial, com o apoio cada vez mais explícito e importante do imperialismo norte-americano. A grande derrota militar das tropas coloniais francesas em Dien Bien Phu, em 1954, às mãos do exército de libertação nacional comandado pelo grande comunista vietnamita Vo Nguyen Giap, representou o fim dos sonhos imperiais franceses na Indochina e o princípio do envolvimento militar directo dos EUA, com a divisão do Vietname e a ocupação do Sul pelos EUA. A libertação nacional do Vietname ainda haveria de exigir mais duas décadas de luta e de terríveis sacrifícios, como resultado da barbárie do novo agressor imperialista. É desse período (Julho de 1968) o texto de Ho Chi Minh que O Militante agora reproduz.
Ho Chi Minh morreu no dia 3 de Setembro de 1969. A guerra de libertação nacional ainda haveria de durar mais cinco anos e meio. Mas, após a ofensiva do Tet, em Fevereiro de 1968, tornou-se evidente que o imperialismo norte-americano não haveria de vencer a guerra. No seu Testamento, escrito poucos meses antes de falecer, Ho Chi Minh expressou a sua certeza na vitória: «Embora a luta do nosso povo contra a agressão dos EUA e pela salvação nacional possa ter de enfrentar mais privações e sacrifícios, alcançaremos a vitória total. Isso é seguro. Quando chegar esse dia [...] visitarei os países fraternais do campo socialista e os países amigos de todo o planeta para lhes agradecer pelo seu apoio integral e pelo seu auxílio à luta patriótica do nosso povo contra a agressão dos EUA». Ho Chi Minh não chegou a ver o dia da libertação total do Vietname. Mas, tal como previra, esse dia chegou, em 30 de Abril de 1975 – há 35 anos.
A derrota do imperialismo norte-americano teve uma influência profunda na situação internacional. A luta do povo vietnamita, sob a direcção dos comunistas e do grande patriota Ho Chi Minh, mostrou que mesmo a mais poderosa e bem armada potência imperialista pode ser derrotada pela luta de um povo determinado a conquistar a sua libertação. Uma lição que é de grande actualidade e de enorme importância nos dias de hoje.
Notas
(1) Veja-se o artigo de Ho Chi Minh «O caminho que me levou ao Leninismo», de 1960. Para consultar (em inglês) este e os restantes textos de Ho Chi Minh aqui citados pode-se aceder ao arquivo do PC do Vietname na Internet, no endereço:
http://123.30.49.74:8080/english/archives/?topic=14&subtopic=99&leader_topic=41
(2) Em «Lénine e os povos coloniais» (1925).
(3) O seu «Discurso no Congresso de Tours» (1920).
(4) «Apelo por ocasião da fundação do Partido Comunista da Indochina» (18 Fevereiro, 1930). Saliente-se que entre os objectivos estava o de «conquistar a igualdade entre o homem e a mulher».
(5) Da «Declaração da Independência da República Democrática do Vietname» (1945).
---------------------------
Apelo por ocasião do 20 de Julho de 1968 (*)
Queridos compatriotas e combatentes em todo o país
Há 14 anos, após a nossa vitória em Dien Bien Phu, foram assinados os acordos de Genebra, onde eram reconhecidas a independência, a soberania, a unidade e a integridade territorial da nação vietnamita. O nosso povo deveria ter efectuado eleições gerais em Julho de 1956. O nosso país deveria ter-se tornado plenamente independente, livre, pacífico e reunificado. O Norte e o Sul deveriam ter sido reunificados.
Mas os imperialistas belicistas dos EUA violaram os seus próprios compromissos e sabotaram abertamente os Acordos de Genebra. Instalaram o traiçoeiro governo fantoche e desencadearam uma guerra de agressão no Sul do nosso país. Porém, tiveram de enfrentar a resistência extremamente heróica dos nossos compatriotas e dos combatentes no Sul, e sofreram importantes derrotas. Numa tentativa de escapar do seu atolamento no Vietname do Sul, há já três anos que estão a bombardear e agredir o Norte. Minam a independência e neutralidade do Laos, e estão continuamente a ameaçar e a realizar provocações contra o Reino do Cambodja.
A guerra de agressão dos EUA contra o nosso país é uma das guerras mais cruéis da história humana. Os agressores americanos acreditam que com mais de um milhão de
militares, incluindo mais de meio milhão de soldados dos EUA, e utilizando armas modernas, podem subjugar o nosso povo. Mas acontece precisamente o contrário. Os nossos heróicos compatriotas e combatentes no Sul, e todo o heróico povo vietnamita ergueram-se decididos, aos milhões, lutando com extrema coragem, derrotando todos os planos militares e políticos do inimigo e alcançando vitórias cada vez maiores.
Desde o princípio de 1968, a guerra de resistência no Sul entrou numa nova fase: os nossos compatriotas e combatentes no Sul lançaram uma ofensiva geral e levantamentos coordenados nas cidades, alcançando vitórias que abalaram os próprios EUA e o mundo inteiro. A criação da Aliança de Forças Nacionais, Democráticas e de Paz foi um grande êxito da política de unificação de todo o povo contra os agressores dos EUA e pela salvação nacional. Ajudou a desmascarar o verdadeiro rosto dos agressores dos EUA e dos traidores, e a isolá-los ainda mais. No Norte, já foram abatidos mais de três mil aviões dos EUA. Portanto, «quer o Norte quer o Sul estão a combater bem». Os imperialistas dos EUA estão a sofrer derrotas cada vez maiores, e estão condenados ao fracasso total.
Mas «burro velho não aprende» e os agressores dos EUA contiuam muito teimosos. No Sul, continuam a intensificar a guerra, a bombardear ferozmente as cidades e a destruir regiões inteiras no campo, ao mesmo tempo que lançam ataques desesperados contra as províncias meridionais do Norte.
Nas conversações de Paris, perante a nossa atitude séria e posições justas, continuam descaradamente e da maneira mais absurda a exigir «reciprocidade». É óbvio que os imperialistas dos EUA não desistiram da sua criminosa guerra de agressão, e tentam continuar a controlar o Sul do nosso país, procurando perpetuar a partição da nossa pátria.
Perante esta situação tão grave, todo o povo, em todo o nosso país, deve persistir e intensificar a resistência à agressão dos EUA e pela salvação nacional. Pela independência e liberdade, os nossos 31 milhões de compatriotas estão decididos a superar todas as dificuldades e fazer todos os sacrifícios, decididos a lutar e a vencer. Os agressores dos EUA estão a ser postos cada vez mais na defensiva e a sofrer cada vez mais fracassos. Estão encurralados. As forças armadas e o povo de todo o nosso país detêm a iniciativa e estão na ofensiva; quanto mais lutam, maiores vitórias alcançam.
Os nossos compatriotas e combatentes no Sul, em ampla e forte unidade sob a gloriosa bandeira da Frente de Libertação Nacional, irão certamente reforçar a luta e alcançar vitórias cada vez maiores.
Os nossos compatriotas e os combatentes no Norte deverão constantemente incrementar a sua vigilância, lutar com coragem, emular no trabalho produtivo, derrotar o inimigo na sua guerra de destruição, estar prontos para desmontar quaisquer novos planos de escalada inimiga, e dar pleno apoio aos nossos compatriotas do Sul, cumprindo assim a tarefa de ser uma grande retaguarda para uma grande frente de combate.
O Norte e o Sul pensam da mesma maneira. Todo o nosso povo irá resistir decididamente e derrotar os agressores dos EUA, libertar o Sul, defender o Norte, e avançar para uma reunificação nacional pacífica.
O nosso povo ama a paz, mas a paz verdadeira só pode existir com a independência e
liberdade reais. A nossa posição é justa e clara: no dia em que os imperialistas dos EUA puserem fim à sua guerra de agressão contra o nosso país, pararem de bombardear o Norte, retirarem todas as tropas dos EUA e seus satélites do Vietname do Sul e permitirem que o nosso povo resolva livremente os seus assuntos internos, esse será o dia em que a paz regressará. É este o desejo do nosso povo, como o é também das pessoas progressistas nos EUA e de todos os povos pacíficos e amantes da paz em todo o mundo. A única maneira de restaurar a paz é com a retirada total das tropas dos EUA e seus satélites. O Vietname para os vietnamitas!
Queridos compatriotas e combatentes,
O povo vietnamita está a combater a maior guerra de resistência da sua história.
Pela independência e liberdade da nossa Pátria, pelo campo socialista, pelos povos
oprimidos e a humanidade progressista, estamos a lutar e a derrotar o inimigo mais cruel da humanidade. No nosso país está-se a travar uma luta feroz entre a justiça e a injustiça, entre a civilização e a barbárie. Os povos dos países socialistas irmãos e os progressistas de todo o mundo têm os olhos postos no Vietname e felicitam calorosamente os nossos compatriotas e combatentes. Em nome do povo Vietnamita, aproveito esta ocasião para agradecer sinceramente aos países socialistas irmãos e a todos os nossos amigos nos cinco continentes pelo pleno apoio que têm prestado ao nosso povo na sua sagrada resistência contra a agressão dos EUA, e na sua luta pela salvação nacional.
O nosso povo é sumamente heróico. A nossa orientação é muito correcta. Temos a razão do nosso lado. Inspiram-nos uma vontade e determinação inquebrantáveis para lutar e vencer. Temos a força invencível da unidade de todo o povo, e contamos com simpatia e apoio de toda a humanidade progressista.
Os imperialistas dos EUA serão certamente derrotados!
O nosso povo sairá certamente vitorioso!
Compatriotas e combatentes em todo o país, avante!
(*) Ho Chi Minh, Obras Escolhidas, Parte 3 (1954-1969)
************Ainda jovem, Ho Chi Minh percorreu o mundo, trabalhando como marinheiro, padeiro, cozinheiro e outros ofícios, em países como França, Inglaterra e EUA. É no contacto com o movimento operário, em especial em França, país que então colonizava a sua Indochina natal, que Ho Chi Minh conhece os partidários de Lénine e da jovem revolução bolchevique (1), cujas posições sobre a questão nacional o marcaram profundamente. «Lénine foi o primeiro a compreender e sublinhar toda a importância do envolvimento dos povos coloniais no movimento revolucionário» (2), escreveu Ho Chi Minh em 1925. Eleito em 1920 como delegado pela Indochina ao 18.º Congresso da SFIO (Secção Francesa da Internacional Operária), Ho Chi Minh fez parte da maioria dos delegados que, nesse Congresso de Tours, decidiram pela adesão à Terceira Internacional e pela criação do que viria a ser o Partido Comunista Francês (3). Desde então, o seu nome esteve sempre ligado à história e luta dos comunistas, tendo integrado o Comité Executivo da Internacional Comunista.
Em 1930, Ho Chi Minh participa na fundação do Partido Comunista do Vietname, que mais tarde passaria a designar-se Partido Comunista da Indochina. O seu programa em 10 pontos era encabeçado pelos objectivos de «derrotar o imperialismo francês e o feudalismo e burguesia reaccionária vietnamita» e «tornar a Indochina totalmente independente» (4). Em 1940 o Sudeste asiático é ocupado pelo Japão imperial-fascista. «No Outono de 1940, quando os fascistas japoneses invadem a Indochina para estabelecer novas bases contra os aliados, os colonialistas franceses ajoelharam-se e franquearam as portas do nosso país para acolher os japoneses. Assim, após essa data o nosso povo ficou sujeito ao duplo jugo dos franceses e japoneses» (5). O PC da Indochina e a Liga para a Independência do Vietname (conhecida pelo acrónimo Viet Minh), fundada em 1941 como frente de libertação nacional contra o colonialismo francês e a ocupação japonesa, desempenharam o papel determinante na resistência vietnamita que culminou, em Agosto de 1945, com a libertação do país e a proclamação da independência do Vietname, do qual Ho Chi Minh se torna Presidente. Mas os colonialistas franceses reocuparam o país após o fim da II Guerra Mundial, com o apoio cada vez mais explícito e importante do imperialismo norte-americano. A grande derrota militar das tropas coloniais francesas em Dien Bien Phu, em 1954, às mãos do exército de libertação nacional comandado pelo grande comunista vietnamita Vo Nguyen Giap, representou o fim dos sonhos imperiais franceses na Indochina e o princípio do envolvimento militar directo dos EUA, com a divisão do Vietname e a ocupação do Sul pelos EUA. A libertação nacional do Vietname ainda haveria de exigir mais duas décadas de luta e de terríveis sacrifícios, como resultado da barbárie do novo agressor imperialista. É desse período (Julho de 1968) o texto de Ho Chi Minh que O Militante agora reproduz.
Ho Chi Minh morreu no dia 3 de Setembro de 1969. A guerra de libertação nacional ainda haveria de durar mais cinco anos e meio. Mas, após a ofensiva do Tet, em Fevereiro de 1968, tornou-se evidente que o imperialismo norte-americano não haveria de vencer a guerra. No seu Testamento, escrito poucos meses antes de falecer, Ho Chi Minh expressou a sua certeza na vitória: «Embora a luta do nosso povo contra a agressão dos EUA e pela salvação nacional possa ter de enfrentar mais privações e sacrifícios, alcançaremos a vitória total. Isso é seguro. Quando chegar esse dia [...] visitarei os países fraternais do campo socialista e os países amigos de todo o planeta para lhes agradecer pelo seu apoio integral e pelo seu auxílio à luta patriótica do nosso povo contra a agressão dos EUA». Ho Chi Minh não chegou a ver o dia da libertação total do Vietname. Mas, tal como previra, esse dia chegou, em 30 de Abril de 1975 – há 35 anos.
A derrota do imperialismo norte-americano teve uma influência profunda na situação internacional. A luta do povo vietnamita, sob a direcção dos comunistas e do grande patriota Ho Chi Minh, mostrou que mesmo a mais poderosa e bem armada potência imperialista pode ser derrotada pela luta de um povo determinado a conquistar a sua libertação. Uma lição que é de grande actualidade e de enorme importância nos dias de hoje.
Notas
(1) Veja-se o artigo de Ho Chi Minh «O caminho que me levou ao Leninismo», de 1960. Para consultar (em inglês) este e os restantes textos de Ho Chi Minh aqui citados pode-se aceder ao arquivo do PC do Vietname na Internet, no endereço:
http://123.30.49.74:8080/english/archives/?topic=14&subtopic=99&leader_topic=41
(2) Em «Lénine e os povos coloniais» (1925).
(3) O seu «Discurso no Congresso de Tours» (1920).
(4) «Apelo por ocasião da fundação do Partido Comunista da Indochina» (18 Fevereiro, 1930). Saliente-se que entre os objectivos estava o de «conquistar a igualdade entre o homem e a mulher».
(5) Da «Declaração da Independência da República Democrática do Vietname» (1945).
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Apelo por ocasião do 20 de Julho de 1968 (*)
Queridos compatriotas e combatentes em todo o país
Há 14 anos, após a nossa vitória em Dien Bien Phu, foram assinados os acordos de Genebra, onde eram reconhecidas a independência, a soberania, a unidade e a integridade territorial da nação vietnamita. O nosso povo deveria ter efectuado eleições gerais em Julho de 1956. O nosso país deveria ter-se tornado plenamente independente, livre, pacífico e reunificado. O Norte e o Sul deveriam ter sido reunificados.
Mas os imperialistas belicistas dos EUA violaram os seus próprios compromissos e sabotaram abertamente os Acordos de Genebra. Instalaram o traiçoeiro governo fantoche e desencadearam uma guerra de agressão no Sul do nosso país. Porém, tiveram de enfrentar a resistência extremamente heróica dos nossos compatriotas e dos combatentes no Sul, e sofreram importantes derrotas. Numa tentativa de escapar do seu atolamento no Vietname do Sul, há já três anos que estão a bombardear e agredir o Norte. Minam a independência e neutralidade do Laos, e estão continuamente a ameaçar e a realizar provocações contra o Reino do Cambodja.
A guerra de agressão dos EUA contra o nosso país é uma das guerras mais cruéis da história humana. Os agressores americanos acreditam que com mais de um milhão de
militares, incluindo mais de meio milhão de soldados dos EUA, e utilizando armas modernas, podem subjugar o nosso povo. Mas acontece precisamente o contrário. Os nossos heróicos compatriotas e combatentes no Sul, e todo o heróico povo vietnamita ergueram-se decididos, aos milhões, lutando com extrema coragem, derrotando todos os planos militares e políticos do inimigo e alcançando vitórias cada vez maiores.
Desde o princípio de 1968, a guerra de resistência no Sul entrou numa nova fase: os nossos compatriotas e combatentes no Sul lançaram uma ofensiva geral e levantamentos coordenados nas cidades, alcançando vitórias que abalaram os próprios EUA e o mundo inteiro. A criação da Aliança de Forças Nacionais, Democráticas e de Paz foi um grande êxito da política de unificação de todo o povo contra os agressores dos EUA e pela salvação nacional. Ajudou a desmascarar o verdadeiro rosto dos agressores dos EUA e dos traidores, e a isolá-los ainda mais. No Norte, já foram abatidos mais de três mil aviões dos EUA. Portanto, «quer o Norte quer o Sul estão a combater bem». Os imperialistas dos EUA estão a sofrer derrotas cada vez maiores, e estão condenados ao fracasso total.
Mas «burro velho não aprende» e os agressores dos EUA contiuam muito teimosos. No Sul, continuam a intensificar a guerra, a bombardear ferozmente as cidades e a destruir regiões inteiras no campo, ao mesmo tempo que lançam ataques desesperados contra as províncias meridionais do Norte.
Nas conversações de Paris, perante a nossa atitude séria e posições justas, continuam descaradamente e da maneira mais absurda a exigir «reciprocidade». É óbvio que os imperialistas dos EUA não desistiram da sua criminosa guerra de agressão, e tentam continuar a controlar o Sul do nosso país, procurando perpetuar a partição da nossa pátria.
Perante esta situação tão grave, todo o povo, em todo o nosso país, deve persistir e intensificar a resistência à agressão dos EUA e pela salvação nacional. Pela independência e liberdade, os nossos 31 milhões de compatriotas estão decididos a superar todas as dificuldades e fazer todos os sacrifícios, decididos a lutar e a vencer. Os agressores dos EUA estão a ser postos cada vez mais na defensiva e a sofrer cada vez mais fracassos. Estão encurralados. As forças armadas e o povo de todo o nosso país detêm a iniciativa e estão na ofensiva; quanto mais lutam, maiores vitórias alcançam.
Os nossos compatriotas e combatentes no Sul, em ampla e forte unidade sob a gloriosa bandeira da Frente de Libertação Nacional, irão certamente reforçar a luta e alcançar vitórias cada vez maiores.
Os nossos compatriotas e os combatentes no Norte deverão constantemente incrementar a sua vigilância, lutar com coragem, emular no trabalho produtivo, derrotar o inimigo na sua guerra de destruição, estar prontos para desmontar quaisquer novos planos de escalada inimiga, e dar pleno apoio aos nossos compatriotas do Sul, cumprindo assim a tarefa de ser uma grande retaguarda para uma grande frente de combate.
O Norte e o Sul pensam da mesma maneira. Todo o nosso povo irá resistir decididamente e derrotar os agressores dos EUA, libertar o Sul, defender o Norte, e avançar para uma reunificação nacional pacífica.
O nosso povo ama a paz, mas a paz verdadeira só pode existir com a independência e
liberdade reais. A nossa posição é justa e clara: no dia em que os imperialistas dos EUA puserem fim à sua guerra de agressão contra o nosso país, pararem de bombardear o Norte, retirarem todas as tropas dos EUA e seus satélites do Vietname do Sul e permitirem que o nosso povo resolva livremente os seus assuntos internos, esse será o dia em que a paz regressará. É este o desejo do nosso povo, como o é também das pessoas progressistas nos EUA e de todos os povos pacíficos e amantes da paz em todo o mundo. A única maneira de restaurar a paz é com a retirada total das tropas dos EUA e seus satélites. O Vietname para os vietnamitas!
Queridos compatriotas e combatentes,
O povo vietnamita está a combater a maior guerra de resistência da sua história.
Pela independência e liberdade da nossa Pátria, pelo campo socialista, pelos povos
oprimidos e a humanidade progressista, estamos a lutar e a derrotar o inimigo mais cruel da humanidade. No nosso país está-se a travar uma luta feroz entre a justiça e a injustiça, entre a civilização e a barbárie. Os povos dos países socialistas irmãos e os progressistas de todo o mundo têm os olhos postos no Vietname e felicitam calorosamente os nossos compatriotas e combatentes. Em nome do povo Vietnamita, aproveito esta ocasião para agradecer sinceramente aos países socialistas irmãos e a todos os nossos amigos nos cinco continentes pelo pleno apoio que têm prestado ao nosso povo na sua sagrada resistência contra a agressão dos EUA, e na sua luta pela salvação nacional.
O nosso povo é sumamente heróico. A nossa orientação é muito correcta. Temos a razão do nosso lado. Inspiram-nos uma vontade e determinação inquebrantáveis para lutar e vencer. Temos a força invencível da unidade de todo o povo, e contamos com simpatia e apoio de toda a humanidade progressista.
Os imperialistas dos EUA serão certamente derrotados!
O nosso povo sairá certamente vitorioso!
Compatriotas e combatentes em todo o país, avante!
(*) Ho Chi Minh, Obras Escolhidas, Parte 3 (1954-1969)
Via Wikipédia
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Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
Sobre a morte de Vo Nguyen Giap
Sábado 5 de Outubro de 2013
O Secretariado do Comité Central do PCP endereçou hoje ao Comité Central do Partido Comunista do Vietname uma carta manifestando o seu profundo pesar pelo falecimento do camarada Vo Nguyen Giap, onde expressa as suas sentidas condolências e os sentimentos de fraternal solidariedade dos comunistas portugueses.
«Ao Comité Central do
Partido Comunista do Vietname
Partido Comunista do Vietname
Queridos camaradas
Ao tomar conhecimento do falecimento do camarada Vo Nguyen Giap é com viva emoção que vos transmitimos, e por vosso intermédio aos comunistas, aos trabalhadores e ao povo vietnamita, as sentidas condolências e os sentimentos de fraternal solidariedade dos comunistas portugueses.
A memória do camarada Giap, filho muito querido do povo vietnamita e figura cimeira do movimento comunista e revolucionário internacional, perdurará na memória dos povos como exemplo de patriota e comunista ardente que, com modéstia, coragem e inexcedível determinação revolucionária, entregou toda a sua vida à luta pela libertação do Vietname e da Indochina da opressão colonial e da agressão imperialista e pela unificação e construção na sua pátria da sociedade socialista.
O nome de Vo Nguyen Giap, companheiro de Ho Chi Minh, ficará para sempre ligado a vitórias históricas sobre o colonialismo francês e o imperialismo norte-americano, honrando os valores e o projecto comunista, e demonstrando que, por maiores que sejam os sacrifícios consentidos pela resistência à exploração de classe e à opressão nacional, um povo unido e determinado a vencer é realmente invencível.
Como dirigente do Partido Comunista do Vietname e inspirado estratega militar, é muito grande a contribuição do camarada Giap à causa universal de libertação dos trabalhadores e dos povos de todo o mundo. O seu nobre exemplo de combatente pelo direito dos povos à escolha do seu próprio caminho, pela paz e o socialismo jamais será esquecido.
Com os melhores votos enviamo-vos, queridos camaradas, as nossas fraternais saudações
O Secretariado do Comité Central
do Partido Comunista Português»
do Partido Comunista Português»