08/12/2014

9.187.(8dez2014.9.55') Rogério "pipi"

Nasceu a 7dez1922
Rogério Lantres de Carvalho
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https://en.wikipedia.org/wiki/Rog%C3%A9rio_Pipi
*
https://www.youtube.com/watch?v=C_IxdDNmcWU
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FOI O CAUSADOR DE EU SER ROGÉRIO
Meu pai era um benfiquista...
1951...nasci a 18 d' abril...
Na taberna (do continente da Cela...onde havia tudo...vinhos, mercearias, talho, tecidos, adubos e sal) havia o RÁDIO
e electricidade resultante do moinho de vento!!!
A eólica dos anos cinquenta e sessenta!
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30maio2015
observador
rogério pipi, benfica,
O onze do Benfica que venceu a Taça Latina à Lázio. Rogério “Pipi” é o segundo na fila de baixo, a contar da esquerda para a direita.
A alcunha de “Pipi” nasceu precisamente do seu ar de bon vivant. “Por quê ‘Pipi’? Isso foi uma ideia do Gaspar Pinto e do Francisco Albino no balneário do Benfica. Eu tinha 19 anos, e era o novato, o miúdo. ‘Temos que dar uma alcunha ao miúdo…’, ouvia-os eu a cochichar. ‘É o Espinha, que ele é alto e magrito, e parece-se com uma espinha!”, disse o Albino. E eu: ‘Não, não…’, vão lá chamar isso a quem quiserem, mas a mim não. ‘Então és o Pipi, já que andas sempre todo engravatado, e todo penteadinho; és o Pipi!’. Nem me importei. A verdade é que eu gostava de me vestir bem, e era bem parecido, ia na rua e toda a gente me conhecia: ‘Olha o Pipi! Vai ali o Pipi do Benfica!”. Se as raparigas também? Uiiiii, sim, as raparigas também… [Risos]”, conta.
Rogério “Pipi”, que nem era ponta-de-lança, e tinha por característica trazer a bola da esquerda para o meio, um pouco como o Cristiano Ronaldo de hoje o faz, marcou dezenas e dezenas de golos, de toda a maneira e feitio, de pé esquerdo ou de direito – ele que era ambidextro –, de cabeça, em drible ou só a encostar, de tudo se valeu para marcar o golinho da ordem. Mas onde marcou que se fartou foi na Taça de Portugal: 51 golos em 47 jogos. “Só em finais foram 15 golos. Fui a tantas como o Eusébio. Ele em seis finais só marcou oito, e eu quase o dobro. É um recorde mundial”, lembra Rogério, 92 anos, mas com a lucidez e o sorriso de um catraio quando volta atrás no tempo e revive os seus dias de futebol.
“Eu escrevo todos os dias. Escrevo sobre as memórias do futebol e o que mais me vier à cabeça. Escrevo para que o cérebro se mantenha ativo. E ando a pé todos os dias, sabe? Eu moro acolá mais abaixo [aponta para o outro lado da rua], na esquina com a [Pastelaria] ‘Suprema’, e ando aqui pelo bairro de Alvalade. Gosto muito.”, explica-nos Rogério “Pipi”, por entre dezenas de papéis e papelinhos, todos escritos à mão, de uma caligrafia precisa, que deitou à mesa do mítico “Café Vavá”, onde conversámos, e onde vai diariamente tomar o café da tarde.
Mas voltando às finais da Taça. “Ah, sim… Eu da primeira final, que foi contra o Atlético, creio eu, e até fiz um golo, não tenho muita lembrança. Mas lembro-me bem é da última. Que jogão que foi! Foi contra o Sporting. Olhe-me aqui [aponta para uma foto] a driblar o guarda-redes do Sporting. O Carvalho? Não é nada o Carvalho. O Carvalho foi depois. É o Carlos Gomes. Era bom guarda-redes, o tipo.” Estávamos em junho de 1952, no Estádio do Jamor.
O Sporting fora o Campeão Nacional da temporada 1951/1952, mas o Benfica viera para final como o detentor da Taça. Rogério “Pipi” era o craque de um Benfica onde começava a despontar um tal de José Águas, enquanto que no Sporting, dos “Cinco Violinos” já só Travassos, o “Zé da Europa”, e Albano se mantinham no plantel. “Foi o meu melhor jogo. Nós ganhámos por 5-4, e eu fiz, como hoje se diz, um hat-trick. Fiz três golos ao Sporting, ao nosso grande rival, e logo numa final da Taça. O último golo foi incrível. O jogo estava empatado, 4-4, o árbitro já tinha o apito prontinho para o fim, e o  Águas dá-me a bola. Eu desatei a correr – era mesmo muito rápido! –, passo por um, zás!, por dois, zás!, e rematei de fora da área… pimba! Golo. A festa foi tanta, que queríamos ir para o balneário, e o público não nos deixou ir. Ergueu-nos nos ombros, veja bem.”, recorda Rogério, o herói da final de 1952.

rogério pipi, benfica,
O registo fotográfico de um dos três golos que Rogério “Pipi” marcou na final de 1954 ao Sporting. A legenda do recorte é do próprio.
Mas há outra final que Rogério “Pipi” traz bem viva na memória. Não foi no Estádio do Jamor, mas no Campo das Salésias. O Benfica venceu o Estoril por 8-0, cinco golos de “Pipi”, e trouxe a Taça de Portugal. Foi em maio de 1944. “O Estoril não era mau. Tinha o Sebastião, o Elói, o Vieirinha… E foi o ricalhaço do Fausto de Figueiredo, que o era o dono do Casino Estoril, que pagou os jogadores todos. Eu preparei-me para o jogo como sempre o fiz. Deitava-me cedo de véspera, dormia bem, tomava um duche de manhã, um bom pequeno-almoço, e ia para o jogo. Eu não ia para estágios. Tinha mulher e filhos em casa, e tanto o presidente como o treinador já sabiam que eu não ia para estágios. Olhe… outros tempos! Quando cheguei ao balneário, pergunta-me logo o Julinho, em tom de provocação: ‘Então, vens com disposição para marcar?’, mal ele e eu sabíamos que iam ser cinco.”, lembra.

Os dias de Copacabana e a saída do Benfica

“Sabe que meu apelido, ‘Lantres’, é espanhol. O meu avô era espanhol, mas ao que sei não era dado a futebóis, e o meu pai também não – ele foi Oficial da Marinha Mercante e morreu muito cedo. O meu irmão, o Armindo França, é que era mesmo bom. Nós vivíamos no Bairro da Madre de Deus, e ele era o ídolo lá da rua. Foi ele que me trouxe para treinar no Chelas.”, explica.
Rogério estudou na Escola Industrial Afonso Domingos, mas, concluída a 4ª classe, foi trabalhar para o Grémio das Carnes, no Rossio. Certo fim de tarde, no Grémio, aborda-o à saída Fernando Peyroteo, o goleador dos “Cinco Violinos”, que lá trabalhava, e lhe pergunta se Rogério quereria fazer parte de uma partida de “casados contra solteiros”, com trabalhadores de lá. “Respondi-lhe que sim. Ele não sabia que eu era futebolista no Chelas. Pergunta-me ele: ‘E queres jogar onde? Mais à frente, mais atrás?’. Disse-lhe que jogava em qualquer lado, e notei logo pelo olhar dele que pensou que eu era um cagão de primeira. Fui para o jogo, parti aquilo tudo, marquei sei lá quantos golos, dei a marcar, andei com a brincar com a bola o tempo todo, e no final ele vem ter comigo e diz-me: ‘Tens que vir para o Sporting. Vou falar de ti ao presidente.’”.

Ainda foi treinar ao Sporting, no Lumiar, mas, benfiquista, mal soube do interesse do clube do coração, assinou logo pelas águias. Dizia-se que o Benfica pagou 26 contos por ele, e que Rogério “Pipi” terá recebido dez. “Eu não sei quanto é que o Benfica pagou por mim ao Chelas. Dizem que eu recebi mundos e fundos, mas eu não vi nada. Na altura não se pagava nada como se paga hoje”, ironiza.
rogério pipi, benfica,
Rogério “Pipi”, na foto com a camisola da Seleção Nacional, marcou 213 golos como profissional. Dois (em 15 jogos) foram de quinas ao peito.
Talvez em busca de maior independência financeira, que o futebol e o Grémio das Carnes não lhe podia dar, parte para o Brasil em 1947, após cinco épocas de Benfica, e vai jogar no Botafogo. Recorda-nos a história da sua ida por entre risadas e um sotaque carioca: “Um dia entra-me um tipo todo aprumado no ‘Grémio’ e diz que quer conversar comigo. Eu topei-lhe logo a pinta: fatinho branco, bem engomado, bigodinho… era brasileiro. ‘Oi, seu Rogério, eu venho do Botafogo, conhece?’ Conheço, conheço. ‘Nós queremos contratar um jogador estrangeiro, e você é o cara.’ Disse-lhe que não. E ele voltou lá, duas ou três vezes, equando me ofereceu cinco mil cruzeiros – uma fortuna!, que você nem faz ideia – de ordenado, casa em Copacabana, e tudo pago, não pensei duas vezes e fui.”
Nem um ano viveu no Rio de Janeiro. Diz-se que não se entendia com o craque com do “Fogão”, Heleno de Freitas, mas Rogério “Pipi” desmente. “É mentira. Dizia-se isso, mas é mentira. O Dr. Heleno – chamavam-lheDoutor – era de bom trato. Eu tinha uma vida boa no Rio. Foi um ano fantástico. Treinava de manhã, viva num hotel em Copacabana, mesmo em frente à praia, e à tarde ia com a minha mulher apanhar sol. O problema (que não é um problema) foi que a minha mulher engravidou, e queria ter o bebé em Portugal. Foi por isso que regressei.”
E regressado a Portugal, Rogério “Pipi” fez uso dos 50 contos que ganhou no Brasil, e comprou um carro. Um Ford no Auto-Boavista. O dono do concessionário disse-lhe que, se quisesse, Rogério poderia ser um bom vendedor. “’Você é futebolista, toda a gente sabe quem você é, tem boa ‘lábia’, não quer vir para cá?’, perguntou-me ele. E fui. Fui vendedor a vida toda.” Durante mais sete temporadas conciliou o Benfica, os golos e a venda de automóveis. “Ganhei muito dinheiro. Por cada furgoneta que eu vendia, ganhava um conto e quinhentos. Um dia, o José Luís Vicente, ali da Rua Morais Soares, comprou-me dez furgonetas. Ganhei um dinheirão!”
A chegada de Otto Glória ao Benfica coincide com a saída de Rogério “Pipi” do clube. “Eu nunca tive nenhum atrito com o Otto Glória. Ele até desejou que eu ficasse. Mas o tipo quis profissionalizar toda a gente, dois treinos por dia e tal, a ganhar uma bagatela. Ora bem, eu ganhava mais como vendedor num dia, do que o Benfica me pagava num mês. Por isso, saí e fui para o Oriental.”, conta. Saiu, mas não sem a devida homenagem. Foi a 5 de setembro de 1954, precisamente no Estádio Nacional, onde erigiu o seu recorde de golos em finais da Taça de Portugal. O adversário foi o Futebol Clube do Porto.
rogério pipi, benfica,
Escreveu nas suas memórias o número de golos que fez em finais da Taça, e a quem os fez. A maior “vítima” foi o Estoril, e os cinco golos foram todos apontados num só jogo.
“Fui muito feliz no Benfica. Fui muito feliz no futebol. Há um episódio curioso. Um dia fomos jogar ao Belenenses. O jogo estava 2-2. O treinador do Belenenses manda subir toda a gente, e deixa o Feliciano sozinho a marcar-me. O Chico Ferreira passa-me a bola, e o Feliciano, que era pesadão, vira-se, pensando, talvez, deixa-me já começar a correr senão não tenho pernas para este gajo. Quando ele se vira de volta, já eu ia isolado, e pimba!, faço um golo, na gaveta, ao Capela. O Feliciano vem ter comigo, e eu pergunto-lhe mas o que é que tu queres?, pensando eu que vinha pedir satisfações. Não. Vinha dar-me um abraço e dizer-me que foi um golão. Como você deve imaginar, o Feliciano foi assobiado e achincalhado até final. [Risos] Mas é isso que eu guardo do futebol: a camaradagem e os golos.”
http://observador.pt/2015/05/30/rogerio-pipi-eusebio-marcou-do-nas-finais-da-taca/
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Via DN
http://www.dn.pt/dossiers/desporto/taca-de-portugal/noticias/interior/decada-de-50-consagracao-de-rogerio-pipi-1022948.html
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http://www.fpf.pt/Noticias/Noticia/Id/4043/highlight/0/caller/97/Taca-75-anos-de-historia
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http://observador.pt/2015/05/30/rogerio-pipi-eusebio-marcou-do-nas-finais-da-taca/
A final da Taça é este domingo, e o Observador foi conversar com o melhor marcador das finais, Rogério "Pipi". Fez 15 golos em oito jogos. Um recorde com 60 anos que nem o "Pantera Negra" superou.
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veio o pantera negra, Eusébio, o melhor que de melhor se viu no Benfica, veio Humberto, Toni, Diamantino e Chalana, veio Simão, há agora Gaitán, mas “Pipi” foi o primeiro grande ídolo dos benfiquistas no Século XX. E foi-o não só pela técnica acima da média, pela subtileza no trato da bola, pela velocidade, pela agilidade, por ser um fantasista quando era raro ser-se fantasista, foi-o não só por ter marcado 204 golos em 306 jogos de águia ao peito; foi-o por ter sido um ídolo fora dos relvados, por ter sido carismático, galanteador, uma estrela da bola quando o futebol não era o que é hoje
rogério pipi, benfica,
“Eu escrevo todos os dias. Escrevo sobre as memórias do futebol e o que mais me vier à cabeça. Escrevo para que o cérebro se mantenha ativo. E ando a pé todos os dias, sabe? Eu moro acolá mais abaixo [aponta para o outro lado da rua], na esquina com a [Pastelaria] ‘Suprema’, e ando aqui pelo bairro de Alvalade. Gosto muito.”, explica-nos Rogério “Pipi”, por entre dezenas de papéis e papelinhos, todos escritos à mão, de uma caligrafia precisa, que deitou à mesa do mítico “Café Vavá”, onde conversámos, e onde vai diariamente tomar o café da tarde.
Mas voltando às finais da Taça. “Ah, sim… Eu da primeira final, que foi contra o Atlético, creio eu, e até fiz um golo, não tenho muita lembrança. Mas lembro-me bem é da última. Que jogão que foi! Foi contra o Sporting. Olhe-me aqui [aponta para uma foto] a driblar o guarda-redes do Sporting. O Carvalho? Não é nada o Carvalho. O Carvalho foi depois. É o Carlos Gomes. Era bom guarda-redes, o tipo.” Estávamos em junho de 1952, no Estádio do Jamor.
O Sporting fora o Campeão Nacional da temporada 1951/1952, mas o Benfica viera para final como o detentor da Taça. Rogério “Pipi” era o craque de um Benfica onde começava a despontar um tal de José Águas, enquanto que no Sporting, dos “Cinco Violinos” já só Travassos, o “Zé da Europa”, e Albano se mantinham no plantel. “Foi o meu melhor jogo. Nós ganhámos por 5-4, e eu fiz, como hoje se diz, um hat-trick.Fiz três golos ao Sporting, ao nosso grande rival, e logo numa final da Taça. O último golo foi incrível. O jogo estava empatado, 4-4, o árbitro já tinha o apito prontinho para o fim, e o  Águas dá-me a bola. Eu desatei a correr – era mesmo muito rápido! –, passo por um, zás!, por dois, zás!, e rematei de fora da área… pimba! Golo. A festa foi tanta, que queríamos ir para o balneário, e o público não nos deixou ir. Ergueu-nos nos ombros, veja bem.”, recorda Rogério, o herói da final de 1952.
rogério pipi, benfica,
Mas há outra final que Rogério “Pipi” traz bem viva na memória. Não foi no Estádio do Jamor, mas no Campo das Salésias. O Benfica venceu o Estoril por 8-0, cinco golos de “Pipi”, e trouxe a Taça de Portugal. Foi em maio de 1944. “O Estoril não era mau. Tinha o Sebastião, o Elói, o Vieirinha… E foi o ricalhaço do Fausto de Figueiredo, que o era o dono do Casino Estoril, que pagou os jogadores todos. Eu preparei-me para o jogo como sempre o fiz. Deitava-me cedo de véspera, dormia bem, tomava um duche de manhã, um bom pequeno-almoço, e ia para o jogo. Eu não ia para estágios. Tinha mulher e filhos em casa, e tanto o presidente como o treinador já sabiam que eu não ia para estágios. Olhe… outros tempos! Quando cheguei ao balneário, pergunta-me logo o Julinho, em tom de provocação: ‘Então, vens com disposição para marcar?’, mal ele e eu sabíamos que iam ser cinco.”, lembra.

Os dias de Copacabana e a saída do Benfica

“Sabe que meu apelido, ‘Lantres’, é espanhol. O meu avô era espanhol, mas ao que sei não era dado a futebóis, e o meu pai também não – ele foi Oficial da Marinha Mercante e morreu muito cedo. O meu irmão, o Armindo França, é que era mesmo bom. Nós vivíamos no Bairro da Madre de Deus, e ele era o ídolo lá da rua. Foi ele que me trouxe para treinar no Chelas.”, explica.
Rogério estudou na Escola Industrial Afonso Domingos, mas, concluída a 4ª classe, foi trabalhar para o Grémio das Carnes, no Rossio. Certo fim de tarde, no Grémio, aborda-o à saída Fernando Peyroteo, o goleador dos “Cinco Violinos”, que lá trabalhava, e lhe pergunta se Rogério quereria fazer parte de uma partida de “casados contra solteiros”, com trabalhadores de lá. “Respondi-lhe que sim. Ele não sabia que eu era futebolista no Chelas. Pergunta-me ele: ‘E queres jogar onde? Mais à frente, mais atrás?’. Disse-lhe que jogava em qualquer lado, e notei logo pelo olhar dele que pensou que eu era um cagão de primeira. Fui para o jogo, parti aquilo tudo, marquei sei lá quantos golos, dei a marcar, andei com a brincar com a bola o tempo todo, e no final ele vem ter comigo e diz-me: ‘Tens que vir para o Sporting. Vou falar de ti ao presidente.’”.
Ainda foi treinar ao Sporting, no Lumiar, mas, benfiquista, mal soube do interesse do clube do coração, assinou logo pelas águias. Dizia-se que o Benfica pagou 26 contos por ele, e que Rogério “Pipi” terá recebido dez. “Eu não sei quanto é que o Benfica pagou por mim ao Chelas. Dizem que eu recebi mundos e fundos, mas eu não vi nada. Na altura não se pagava nada como se paga hoje”, ironiza.
“Fui muito feliz no Benfica. Fui muito feliz no futebol. Há um episódio curioso. Um dia fomos jogar ao Belenenses. O jogo estava 2-2. O treinador do Belenenses manda subir toda a gente, e deixa o Feliciano sozinho a marcar-me. O Chico Ferreira passa-me a bola, e o Feliciano, que era pesadão, vira-se, pensando, talvez, deixa-me já começar a correr senão não tenho pernas para este gajo. Quando ele se vira de volta, já eu ia isolado, e pimba!, faço um golo, na gaveta, ao Capela. O Feliciano vem ter comigo, e eu pergunto-lhe mas o que é que tu queres?, pensando eu que vinha pedir satisfações. Não. Vinha dar-me um abraço e dizer-me que foi um golão. Como você deve imaginar, o Feliciano foi assobiado e achincalhado até final. [Risos] Mas é isso que eu guardo do futebol: a camaradagem e os golos.”
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Via José Eduardo Oliveira

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Rogério Lantres de Carvalho, conhecido no mundo do futebol por Rogério Pipi e que foi uma referência do Benfica e da Seleção Nacional nos anos 40 e 50, comemora este domingo 92 anos de idade.

O antigo avançado continua a ser um dos melhores marcadores
 da história do Benfica e mantém o recorde de golos em finais da Taça de Portugal: 15 em seis presenças no Jamor, todas ganhas pelo Benfica.

Também fez parte da equipa que em 1950 conquistou a Taça Latina.(in "A Bola").

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Foi um dos ídolos da minha juventude.
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Equipa da época
Jacinto, Joaquim Fernandes, Moreira, Félix, Rogério "Pipi", Arsénio, Júlio, Francisco Ferreira, Rosário, Rosa, Melão, Corona, Bastos, Gil, Pascoal, José Costa, Joaquim Teixeira, Contreiras, Gomes, Diamantino, Espírito Santo, Clemente.
Treinador: Ted Smith.