09/12/2014

9.195.(9dez2014.12.13') Declaração Política da CDU contra o OE2015 na reunião de câmara de Alcobaça de 9 dez2014.

ver a totalidade do registo da reunião de 9dez2014 
na postagem 
http://uniralcobaca.blogspot.pt/2014/12/91695dez201477-r4120132017.html
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Câmara Municipal de Alcobaça - 9.dezembro.2014   

COLIGAÇÃO DEMOCRÁTICA UNITÁRIA – PCP/ PEV

Declaração Política…
Sobre a proposta de Orçamento de Estado para 2015


Considerando que:

•          O agravamento do fosso entre volume de montantes transferidos e a regra geral prevista na LFL aferida a uma % da média dos três impostos que relevam para o FEF e FFF. (Para uma variação de 17 % entre 2012 e 2013 do volume da receita do IVA+IRS+IRC, a variação proposta na alínea a) do artigo 85º é de 1.5 %);

•          Para lá do artificio da cláusula limite dos 5% (inaugurada com a Lei de 2007) que faz com que a transferência não seja fixada em 1.952 milhões de euros, a Proposta de OE consagra ainda uma subavaliação do valor remanescente, ou seja mais 85 milhões que em 2014 (1.785 milhões em vez dos 1726 milhões) . Adicionalmente faz o truque de cumprir a variação máxima dos 5 %, não referenciada como a lei determina ao FEF e FSM, mas incluindo o IRS, conduzindo a que nos “acertos para impedir o aumento devido de transferências o FEF seja “martelado” de tal maneira que há municípios a perder 10% e mais desse montante (os municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto vêem o FEF reduzir-se respectivamente em 15 e 19 milhões de euros!!);

•          A verba autónoma para transportes escolares (23 milhões de euros), já por si comprovadamente insuficiente, passa a estar diluída no FSM;

•          Pelo segundo ano consecutivo insiste-se no incumprimento do que a Lei estipula sobre transferências para AM e CIM, num quadro em que a própria regra de excepção (inaceitável) desaparece, incumprimento que se traduz em mais de 5 milhões de euros no seu conjunto;

•          Estabelece a consignação do crescimento do FEF resultante da LFL à realização da participação do FAM e consolidação orçamental (divida de médio e longo prazo e pagamentos em atraso);

•          Impõe restrições no domínio de recursos humanos, seja por via do controlo de admissões e procedimentos concursais, seja na valorização dos trabalhadores;

•          Determina a obrigatoriedade de prestação de contas das verbas efectivas realizadas no âmbito do FSM no domínio da Educação, com devolução das verbas não gastas;



•          Consagra e alarga a prática de retenções arbitrárias, de que são exemplo:
Tectos de pagamento automáticos ( e arbitrários) ao SNS; Retenção  em favor da DGAL, de 0.1% do FEF; Por “violação” da redução em 10% do volume de pagamento a 90 dias não relevando para o efeito as dívidas pagas ao abrigo do PAEL; Por “violação” da não redução de trabalhadores; Pela “violação” das disposições sobre pessoal dirigente; Pelo incumprimento da renovação de contratos a termo; Por não cumprimento da consignação do aumento IRS+IVA .

A CDU declara:

1.        Proclamar o firme propósito de defender a autonomia do Poder Local, consagrada na Constituição da República e reclamar das Associações Nacionais dos Municípios e das Freguesias posições firmes e combativas contra as propostas do Orçamento de Estado para 2015, que contribuam para o seu enfraquecimento;

2.        Exigir o cumprimento da Lei das Finanças Locais, apelando à Assembleia da República para que a faça cumprir, corrigindo a distribuição das verbas a inscrever para os municípios e freguesias;

3.        Protestar contra a destruição do emprego público e contra uma ainda maior degradação das condições de trabalho dos trabalhadores das autarquias, impostas por este orçamento solidarizando-se com a sua luta;

4.        Reclamar a retoma do investimento público e a assunção pelo estado das suas responsabilidades na saúde, educação e protecção social, a um nível que responda às necessidades da economia local e às carências da população.

5.        Aceitar que este texto seja transformado em moção a ser aprovada oportunamente e a ser enviada aos órgãos de soberania, à ANMP e à ANAFRE e divulgá-la junto da população.
Rogério Raimundo
a substituir a
 Vereadora da CDU
Vanda Furtado Marques