27/12/2014

9.294.(27dez2014.10.10') +1 monstro criado pelos EUA e Cª: Estado Islâmico

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5noVEMbro2019
Via Café Central:
"A ELIMINAÇÃO DO CALIFA": TRUMP GOSTOU DO FILME
Por Manlio Dinucci
É um produto bem definido. Para encerrar uma vasta operação especial, na qual se recorreu a uma arma inconfessável, convém encenar a morte daquele que a incarnou. É a melhor maneira de apagar os seus rastos perante a opinião pública. Após a morte de Bin Laden, eis a morte de al-Baghdadi.
“Foi como assistir a um filme”, declarou o presidente Trump depois de ter acompanhado a eliminação de Abu Bakr al-Baghdadi, chefe do Daesh, transmitida na Sala de Operações da Casa Branca. Foi também aí que, em 2011, o presidente Obama assistiu à eliminação do inimigo número um da época, Ussama Bin Laden, chefe da al-Qaida.
A mesma encenação: os serviços secretos dos Estados Unidos há muito que tinham localizado o inimigo; este não foi capturado mas eliminado. Bin Laden foi morto, al-Baghdadi suicidou-se ou “foi suicidado”; os cadáveres desapareceram: o de Bin Laden tragado pelo mar, os restos de al-Baghdadi, desintegrado pelo cinto de explosivos, foram também espalhados no mar.
A mesma produtora do filme: a Comunidade de Informações, formada por 17 agências federais. Além da CIA (Agência Central de Informações), há também a DIA (Agência de Informações da Defesa), mas cada sector das forças armadas, tal como o Departamento de Estado e o de Segurança da pátria, dispõem dos seus próprios serviços secretos.
Para realizar as acções militares, a Comunidade de Informações utiliza o Comando de Forças Especiais, colocadas pelo menos em 75 países, cuja missão oficial compreende, além da “acção directa para eliminar ou capturar inimigos”, a “guerra não-convencional conduzida por forças externas, treinadas e organizadas pelo Comando”.
Síria e Líbia
Foi exactamente o que aconteceu na Síria em 2011, no mesmo ano em que a guerra dos Estados Unidos e da NATO demoliu a Líbia. Demonstram-no provas documentadas e já publicadas. Por exemplo:
- Em Março de 2013 o New York Times publicou uma investigação pormenorizada sobre a rede da CIA através da qual chegaram à Turquia e à Jordânia, com financiamento da Arábia Saudita e de outras monarquias do Golfo, rios de armas para os militantes islamitas treinados pelo Comando das Forças Especiais dos Estados Unidos antes de serem infiltrados na Síria;
- Em Maio de 2013, um mês depois de ter fundado o Daesh, al-Baghdadi encontrou-se na Síria com uma delegação do Senado dos Estados Unidos capitaneada por John McCain, como é revelado em documentação fotográfica;
- Em Maio de 2015 foi revelado por Judicial Watch um documento do general Michael Flynn, datado de 12 de Agosto de 2012, no qual se afirma que existe “a possibilidade de estabelecer um principado salafita na Síria Oriental e que isso é exactamente o que pretendem os países ocidentais, o Estados do Golfo e a Turquia - que apoiam a oposição”;
- Em Julho de 2016 foi revelada pelo website WikiLeaks uma mensagem de e-mail de 2012 na qual a secretária de Estado Hillary Clinton escreve que, em virtude das relações Irão-Síria, “o derrube de Assad constituiria um imenso benefício para Israel, fazendo diminuir o seu receio de perder o monopólio nuclear”.
Isto explica as razões pelas quais, ainda que os Estados Unidos e os seus aliados tenham lançado em 2014 a campanha militar contra o Daesh, as forças deste grupo terrorista puderam avançar sem serem perturbadas através de espaços abertos pelas suas longas colunas de veículos armados.
Rússia inverteu o jogo
A intervenção militar russa em 2015, apoiando as forças de Damasco, mudou a sorte do conflito. O objectivo estratégico de Moscovo era impedir a demolição do Estado sírio, que provocaria um caos como na Líbia, aproveitável pelos Estados Unidos e as forças da NATO para atacar o Irão e cercar a Rússia.
Os Estados Unidos, afectados pelo curto-circuito, continuaram a jogar a carta da fragmentação da Síria, apoiando os independentistas curdos, para depois os abandonarem para não perderem a Turquia, vanguarda da NATO na região.
Neste pano de fundo compreende-se por que al-Baghdadi, tal como Bin Laden (anteriormente aliado dos Estados Unidos contra a Rússia durante a guerra afegã, e depois na Bósnia-Herzegovina), não poderia ser capturado pera ser julgado publicamente; deveria desaparecer fisicamente para eliminar as provas do seu verdadeiro papel na estratégia dos Estados Unidos. Foi por isso que Trump gostou tanto deste filme que acabou bem.
O original está publicado em https://www.oladooculto.com/noticias.php?id=548
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 8ouTUbro2016
 via camarada Guilherme Antunes
 
 https://www.facebook.com/guilherme.antunes.180/posts/1103651389712536
EXTREMA-ESQUERDA IMPERIALISTA
(Por Thierry Meyssan, académico francês e analista político)
Sob as presidências de Johnson e Nixon, a CIA tentou corromper militantes comunistas, em todo o mundo, e voltá-los contra Moscovo e Pequim. Foi assim que, durante a guerra civil libanesa, Riad el-Turki se separou do Partido comunista sírio com uma cinquentena de militantes, entre os quais Georges Sabra e Michel Kilo.
Tratando não ficar isolados, estes iniciaram contactos com um pequeno partido de extrema-esquerda norte-americano, Social Democrats USA, no qual se filiaram.
Durante os «anos de chumbo» que a Síria experimentou entre 1978 e 1982 com a campanha terrorista dos Irmãos Muçulmanos, Georges Sabra e Michel Kilo foram encarregados pelo líder do Social Democrats USA, Carl Gershman, de apoiar o Ikwan. Eles publicaram então um texto assegurando que a Revolução Mundial estava em marcha, que os Irmãos Muçulmanos eram a vanguarda do proletariado, e que o «Grande Crepúsculo» chegaria graças aos Estados Unidos. Foram então detidos devido às suas ligações com os terroristas.
Em 1982, o presidente Reagan criou com os seus parceiros dos «Cinco Olhos», quer dizer a Austrália, o Canadá, a Nova Zelândia e o Reino Unido, uma nova agência de inteligência encarregue de apoiar as oposições internas nos Estados comunistas, a National Endowment for Democracy (NED).
Disfarçou esta agência inter-governamental como «ONG», fez com que fosse financiada directamente através do Congresso e não pelo Governo Federal, embora dentro do quadro do orçamento do Departamento de Estado. Ele confiou a sua direcção a Carl Gerhsman [o tal “esquerdista” do Social Democrats USA].
Os militantes deste partido trotskista seguiram-no no seu percurso da extrema-esquerda para a direita do Partido Republicano. Entre eles, um bando de jornalistas da revista sionista Commentary, que entrarão na História sob o nome de «neo-conservadores» (ou "neo-cons"- ndT), e intelectuais, como Paul Wolfowitz, futuro secretário adjunto da Defesa.
O ponto de encontro entre esta extrema-esquerda anti-soviética e o imperialismo norte-americano fez-se em torno da noção de «revolução mundial». Os trotskistas tinham carta-branca para lá chegar desde que fossem contra os soviéticos e não contra Washington e os seus aliados.
Eles constituíram quatro divisões da NED, uma para os sindicatos, uma para os patrões, a terceira para os partidos de esquerda e a quarta para os partidos de direita. Tinham, assim, um meio para apoiar qualquer facção social ou política, fosse ela qual fosse, em qualquer parte do mundo.
Actualmente, o ramo destinado a corromper os Partidos de direita, o International Republican Institut (IRI), é dirigido pelo senador John McCain, que é ao mesmo tempo parlamentar da Oposição e funcionário da Administração que ele contesta. O ramo destinado aos partidos de esquerda, o National Democratic Institut (NDI), é dirigido pela antiga secretária de Estado Madeleine Albright.
Durante a preparação da "Primavera Árabe", a extrema-esquerda árabe continuou a trabalhar com os Irmãos Muçulmanos. Tivemos assim o professor Moncef Marzouki, futuro presidente da Tunísia, ou o professor Burhan Galioun, futuro presidente do Conselho Nacional Sírio. Assim, este grande personagem do laicismo escreveu os discursos do argelino Abassa Madani, o chefe da Frente Islâmica de Salvação em exílio no Qatar.
O discurso desta extrema-esquerda é baseado em saladas russas, como a convicção que todos os Estados árabes se equivalem, tanto seja a Arábia Saudita do rei Salman como a Síria do presidente al-Assad. Os únicos governos que eles respeitam são os de Washington e de Telavive.
Hoje em dia, Galioun, Sabra e Kilo são as únicas cauções de esquerda da pretensa «revolução síria»; uma falsa esquerda, não ao serviço da Humanidade, mas, sim, da dominação do mundo pelos Estados Unidos e Israel.
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Bin Laden foi apoiado pelos EUA para matar soviéticos no Afeganistão...

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1523493971294613&set=a.1385917385052273.1073741828.100009020745798&type=3&theater
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9ouTU2015
Via José Goulão

MUNDO CÃO – NATO MOBILIZA-SE EM DEFESA 

DO ESTADO ISLÂMICO – por José Goulão

http://aviagemdosargonautas.net/2015/10/09/mundo-cao-nato-mobiliza-se-em-defesa-do-estado-islamico-por-jose-goulao/

A seita terrorista e sanguinária conhecida por “Estado Islâmico”, que também poderá designar-se Al-Qaida, Al-Nusra e Exército Livre da Síria – tiradas a limpo as consequências da existência deste – deixou de estar impune. Praticamente incólume desde que há um ano o todo-poderoso Pentágono anunciou que ia fazer-lhe guerra, bastaram-lhe agora uns dias sob fogo cerrado russo para entrar em pânico. Ou a aviação e a marinha da Rússia têm mais pontaria que as suas congéneres dos Estados Unidos da América e da NATO, o que é bastante improvável tendo em conta que não existem discrepâncias de fundo entre as tecnologias de ponta ao serviço destas potências, ou a diferença está simplesmente entre o que uns anunciam e os outros fazem. Diferença simples, mas de fundo, entre ser contra o terrorismo ou ser seu cúmplice.

De acordo com dados divulgados por fontes moscovitas, a Aviação e os mísseis de cruzeiro disparados de navios da Armada da Rússia destruíram já 112 alvos do Estado Islâmico instalados em território sírio ocupado, danos que incluem centros de comando, centrais de comunicação, bases de operações antiaéreas, além de estarem a provocar deserções em massa e um ambiente de pânico entre os terroristas. Propaganda de Moscovo, dirão muitos, mas sem razão. A desorientação entre os mercenários recrutados através do mundo e infiltrados na Síria a partir do Iraque, da Jordânia e, sobretudo, da Turquia está à vista de quem tem olhos para ver, principalmente os espiões atlantistas, bastando-lhe acompanhar a guerra em directo transmitida pelos satélites.

Esta realidade parece ser tão crua que, para surpresa de tantos que ainda acreditam em histórias da carochinha, induz os dirigentes norte-americanos, incluindo Obamahimself, a esquecer-se das aparências e a deixarem escapar uma sentida indignação com tanta eficácia russa, capaz de numa simples semana ter mais êxito que os seus exércitos num ano inteiro.

Será mesmo isto que os preocupa? Talvez não. O que os responsáveis políticos e militares dos Estados Unidos alegam é que os russos, ao fazerem uma guerra tão certeira contra o terrorismo, estão a “ajudar o regime de Assad”. De onde pode deduzir-se que eles tratam o terrorismo com meiguice para não ajudar Assad, se possível para conseguir até que os bandos de assassinos a soldo derrubem Assad. Não é novidade, aliás, porque Julien Assange e Edward Snowden o revelaram através do WikiLeaks, que os Estados Unidos e os seus parceiros da NATO decretaram em 2006 o derrube do presidente sírio. Pelo que, imagine-se o atrevimento, os russos não estão a combater criminosos sanguinários mas sim a desobedecer a um decreto emanado há nove anos pelos que se olham como senhores do mundo – e dos mercados, claro está.

Quando seria de supor, levando a sério o discurso antiterrorista que se ouve de Washington a Paris, de Londres a Bruxelas, que a NATO iria conjugar esforços com Moscovo para liquidar de vez o Estado Islâmico tanto na Síria como no Iraque, o que acontece? A aviação norte-americana provoca um banho de sangue num hospital dos Médicos Sem Fronteiras no Afeganistão, certamente um albergue dos mais fanáticos islamitas; as forças especiais de operações do Pentágono para a Síria (CJSOTF-S), que têm estado no Qatar, receberam ordem de transferência para a base da NATO de Incirlik, na Turquia, de modo a acompanhar de perto o treino de terroristas a infiltrar na Síria, terroristas “moderados”, claro, assim definidos depois de uma exaustiva avaliação pelos profilers de serviço; análise essa tão exaustiva e competente que todo o grupo de assassinos cujo treino acabou em 12 de Julho se transferiu logo depois, com bagagens e armas, para a Al-Qaida, percebendo-se agora a irritação de Washington com a eficácia russa: lá se foi o investimento em tão acarinhados terroristas, sem dúvida uns “moderados” acima de qualquer suspeita. Como se não bastasse, a NATO prepara-se para reforçar o contingente de agressão na Turquia a pretexto de supostas violações do espaço aéreo turco por aviões russos, apesar de não se lhe ouvir um pio quando caças turcos fazem operações quase diárias na Síria há vários anos. Fica assim claro que a mobilização da NATO em território turco é em defesa do terrorismo islâmico, e não para o combater.

Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita e o Qatar, aliados preferenciais da NATO, praticamente ao mesmo nível que Israel, perdem o amor a mais uns milhões de petrodólares para tentar rearmar o Estado Islâmico e outros do mesmo jaez, agora tornados vulneráveis pela ofensiva russa. Têm boas razões para isso, além de muitas cumplicidades: os grupos de mercenários activos na Síria e no Iraque gerem um mercado negro de petróleo através do qual se financiam e de que tiram chorudos lucros, como exportadores, não apenas as ditaduras do Golfo mas também Israel e a Turquia.

A ofensiva russa não acabou apenas com a impunidade do Estado Islâmico e outros bandos de mercenários; põe em causa a hipocrisia da guerra oficial “contra o terrorismo” proclamada pelos Estados Unidos e a NATO – que tem como exemplos mais trágicos as situações no Iraque, na Líbia e na Síria.

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31maio2015
http://www.odiario.info/?p=3661

26 coisas sobre ISIS e Al-Qaeda que não querem que saibas

Michel Chossudovsky
29.Mai.15 :: Outros autores
O Estado Islâmico, ISIS ou Daesh, foi criado pela CIA, a MOSSAD e o MI6 para rebentar com a Síria.… ¿Como é possível que prossiga a estratégia dos EUA no sentido de criar um estado policial mundial? Passando pela destruição de povos, culturas ancestrais e restos de antigas civilizações. A barbárie na sua máxima dimensão.


Coisas que não querem que saibas da Al-qaeda
1-Os EUA apoiaram a Al Qaeda e as suas organizações filiadas durante quase meio século, desde o apogeu da guerra afegã-soviética.
2-A CIA criou campos de treino para a al-Qaeda no Paquistão. Num período de dez anos, desde 1982 até 1992, uns 35.000 jihadistas procedentes de 43 países islâmicos foram recrutados pela CIA para lutar na jihad afegã contra a União Soviética.
3- Desde a época da Administração Reagan que Washington tem apoiado a rede terrorista islâmica. Ronald Reagan qualificou esses terroristas como “lutadores pela liberdade”.
Os EUA forneceram armas às brigadas islâmicas. Era tudo para “uma boa causa”: a luta contra a União Soviética e a mudança de regime, o que levou à desaparição de um governo secular no Afeganistão.
Apenas necessitamos de recordar filmes de propaganda da época, como o célebre Rambo III…
4-Os livros de texto jihadistas foram publicados pela Universidade de Nebrasca. Os EUA gastaram milhões de dólares para fornecer livros de texto repletos de imagens violentas e ensinamentos islâmicos militantes aos estudantes afgânis.
5- Osama bin Laden, fundador da Al Qaeda e homem mais odiado pelos EUA, foi recrutado pela CIA em 1979, mesmo no início da guerra jihadista no Afeganistão contra a União Soviética. Bin Laden tinha na altura 22 anos e foi treinado num campo de treino de guerrilha patrocinado pela CIA.
Segundo o Professor Chossudovsky, a Al Qaeda estava por detrás dos ataques do 11 de Setembro. De facto, o ataque terrorista de 2001 proporcionou uma justificação para desencadear uma guerra contra o Afeganistão, sob o argumento de que Afeganistão era um estado patrocinador do terrorismo da Al Qaeda.
6- O Estado Islâmico ou ISIS era originalmente uma entidade filiada na Al-Qaeda, criada pelos serviços de informações dos EUA com o apoio do MI6 Britânico, a Mossad Israelita, os serviços de informações do Paquistão e da Presidência Geral de Informações da Arabia Saudita (GIP ou Ri’āsat Al-Istikhbarat Al-‘Amah (رئاسة الاستخبارات العامة).
7- As brigadas de ISIS estiveram envolvidas no apoio à insurgência que os EUA e a NATO dirigiram contra o governo sírio de Bashar al Assad no decurso da guerra civil na Síria.
8 – A NATO o Estado-Maior da Turquia foram os responsáveis pela contratação de mercenários para ISIS e Al Nusrah desde os inícios da insurgência síria, em Março de 2011.
Segundo fontes dos serviços de informações israelitas, publicadas na web DEBKA, esta iniciativa consistiu em: “Uma campanha para recrutar milhares de voluntários muçulmanos em países do Médio Oriente e do mundo muçulmano para lutar juntamente com os rebeldes sírios. O exército turco aloja estes voluntários, treina-os e assegura a sua entrada na Síria”.
9- Há membros das forças especiais ocidentais e agentes dos serviços secretos ocidentais dentro das fileiras do ISIS. Membros das Forças Especiais Britânicas e do MI6 participaram no treino dos rebeldes jihadistas na Síria.
10- Especialistas militares ocidentais contratados pelo Pentágono treinaram os terroristas no uso de armas químicas.
“Os EUA e alguns aliados europeus estão utilizando agentes contratados para treinar os rebeldes sírios sobre como assegurar arsenais de armas químicas na Síria, segundo informaram à CNN um alto funcionário dos EUA e vários diplomatas de alto nível”.
11- As brutais decapitações realizadas pelos terroristas de ISIS integram os programas de treino patrocinados pela CIA em campos da Arabia Saudita e Qatar, cujo objectivo é causar pavor e comoção.
12- Muitos dos criminosos recrutados por ISIS são presidiários condenados libertados dos cárceres da Arabia Saudita, país aliado do Ocidente. Entre eles encontram-se cidadãos Sauditas condenados à morte que foram recrutados para se juntar às brigadas terroristas.
13- Na sua luta contra o governo de Al-Assad e as forças shiítas do Hezbollah, Israel tem apoiado as brigadas de ISIS e Al Nusrah dos Montes Golã.
Combatentes jihadistas têm-se reunido regularmente com oficiais das Forças de Defesa Israelitas (FDI), bem como com o primeiro-ministro Netanyahu.
O alto comando das FDI reconhece tacitamente que: “elementos da jihad global dentro da Síria, membros de ISIS e Al Nusrah, são apoiados por Israel”.
14- Os soldados de ISIS dentro da Síria trabalham às ordens da aliança militar ocidental. O seu mandato tácito é causar estragos e destruição na Síria e Iraque.
15- Uma prova disso é a foto seguinte, em que o senador estado-unidense John McCain se reúne com líderes terroristas jihadistas na Síria.
16- As milícias de ISIS, que actualmente são o proclamado alvo de uma campanha de bombardeamentos por parte dos EUA e da NATO sob o mandato da “luta contra o terrorismo”, continuam a ser secretamente apoiadas pelo Ocidente.
Forças shiitas que lutam contra ISIS no Iraque, tal como membros do próprio exército iraquiano, têm denunciado repetidamente as ajudas militares fornecidas pelos EUA aos terroristas de ISIS, ao mesmo tempo que combatem contra eles.
17- Os bombardeamentos estado-unidenses e aliados não estão apontados contra ISIS, mas têm sim o objectivo de bombardear a infra-estrutura económica de Iraque e Síria, incluindo as suas fábricas e refinarias de petróleo.
18- O projecto de ISIS de criar um califado faz parte de uma agenda de política externa dos EUA que pretende dividir Iraque e Síria em territórios separados: um califado islamita sunita, uma República Árabe shiíta e a República do Curdistão.
19- “A Guerra Global contra o Terrorismo” apresenta-se perante a opinião pública como um “choque de civilizações”, uma guerra entre valores e religiões, quando na realidade se trata de uma guerra de conquista, guiada por objectivos estratégicos e económicos.
20- Brigadas terroristas de Al-Qaeda, patrocinadas secretamente pelos serviços de informação ocidentais, instalaram-se já no Mali, Níger, Nigéria, República Centro-africana, Somália e Iémen para levar o caos a esses países e justificar uma intervenção militar ocidental.
21- Boko Haram na Nigéria, Al Shabab na Somália, o Grupo de Combate Islâmico da Líbia, (apoiado pela NATO em 2011), Al Qaeda no Magreb Islâmico e Jemaah Islamiya na Indonésia, entre outros, são grupos filiados na al-Qaeda que são secretamente apoiados pelos serviços de informações ocidentais.
22- Os EUA estão também a apoiar organizações terroristas filiadas com Al-Qaeda na região autónoma Uigure da China. O seu objectivo é desencadear a instabilidade política no oeste da China.
23- “Os terroristas “somos nós”: ao mesmo tempo que os EUA são o oculto arquitecto do Estado Islâmico, o sagrado mandato de Obama é de proteger os EUA dos ataques do ISIL.
24- A ameaça terrorista local, como a que temos visto nos EUA ou na Europa, é uma fabricação promovida pelos governos ocidentais e apoiada pelos meios de comunicação com o objectivo de criar uma atmosfera de medo e intimidação que leve a uma anulação das liberdades civis e favoreça a instalação de um estado policial.
Por seu lado, as prisões, julgamentos e condenações de “terroristas islâmicos” servem para sustentar a legitimidade do Estado de Segurança Interna dos EUA e a crescente militarização das suas forças de segurança.
O objectivo final é inculcar na mente de milhões de estado-unidenses que o inimigo é real e que a Administração dos EUA protegerá a vida dos seus cidadãos.
O mesmo podemos dizer de países como França, Reino Unido ou Austrália.
25- A campanha “antiterrorista” contra o Estado islâmico contribuiu para a demonização dos muçulmanos, que aos olhos da opinião pública ocidental se associam cada vez mais com os jihadistas, assentando desse modo as bases para um choque de religiões e civilizações.
26- Qualquer um que se atreva a questionar a validade da “Guerra Global contra o Terrorismo” é qualificado de terrorista vê-se sujeito às leis antiterroristas.
Imprensa obediente e entusiasta
Com isso estabelece-se um primeiro instrumento para perseguir qualquer tipo de dissidente ideológico, associando-o com o terrorismo. Esta ferramenta poderá ser posteriormente alargada a qualquer outro tipo de dissidência ideológica.
Como vemos, a administração Obama impôs finalmente um consenso diabólico com o apoio dos seus aliados e o papel cúmplice do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A imprensa ocidental abraçou esse consenso de forma obediente e entusiasta; o Estado Islâmico é descrito como uma entidade independente, surgida do nada, um inimigo exterior que ameaça os valores “pacíficos e democráticos” do mundo ocidental.
Foi criado um inimigo que pode aparecer e actuar em qualquer momento, como um fantasma com o qual, quando for mais conveniente, se assusta a população impelindo-a a aceitar qualquer tipo de política repressiva das liberdades e qualquer tipo de acção militarista ao serviço dos grandes poderes ocidentais.
E, pelo visto, este drama ainda está no seu início…
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29mar2015
Via público
http://www.publico.pt/mundo/noticia/o-que-e-o-estado-islamico-1690458
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21fev2015
A famosa " libertação" do Iraque pelos EUA.Reino Unido
e Durão Barroso deu nisto:
Via JN

Terroristas do Estado Islâmico queimam vivas 43 pessoas

Hoje às 11:31 21fev2015
O grupo jiadista Estado Islâmico queimou vivos mais 43 habitantes da zona de Al Bagdadiya, na província ocidental iraquiana de Al Anbar, este sábado, revela a agência de notícias EFE com base em fontes de segurança.
Um ativista ergue uma tocha junto a uma jaula com crianças vestidas de laranja, num protesto contra o regime de Bashar al-Assad, na Síria. 
   
  Um ativista ergue uma tocha junto a uma jaula com crianças vestidas de laranja, num protesto contra o regime de Bashar al-Assad, na Síria
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4413244
Segundo a agência de notícias espanhola EFE, as vítimas tinham sido sequestradas pelo grupo radical há mais de uma semana na zona de Al Bagdadiya.
Antes de lhes pegar fogo, os membros do autoproclamado Estado Islâmico (EI) prenderam numa jaula os sequestrados, na sua maioria polícias e elementos dos Conselhos de Salvação (a milícia pró-governo sunita) .
Este assassinato será semelhante ao ocorrido há algumas semanas e divulgado pelo EI através de um vídeo, que mostrava um piloto jordano preso numa cela de grades colocada ao ar livre e a quem atearam fogo.
O piloto jordano Muaz Kasasbeh tinha sido capturado na Síria em dezembro, durante uma operação da coligação internacional contra o EI.
Já esta semana, a 17 de fevereiro, o EI executou e queimou outras 40 pessoas, também na sua maioria elementos da polícia e dos Conselhos de Salvação.
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20fev2015
A Líbia "libertada" pela FRança/EUA e + ocidentais "democratas
criaram isto:

Estado Islâmico reivindica atentados na Líbia


O braço líbio do Estado Islâmico reivindicou os três atentados perpetrados, esta sexta-feira, em al-Quba, no leste da Líbia, que fizeram pelo menos 48 mortos e 50 feridos, informando que os ataques foram realizados por dois suicidas.
Num breve comunicado, assinado pela unidade de Cirenaica (região oriental da Líbia), os jiadistas afirmaram que pretenderam "vingar o sangue dos muçulmanos em Derna", reduto dos extremistas islâmicos localizado a cerca de 460 quilómetros a este da capital líbia de Tripoli que foi alvo esta semana de raides aéreos líbios e egípcios.
Um primeiro balanço dos três ataques simultâneos com carros armadilhados dava conta de 25 vítimas mortais e 30 feridos.
Na mesma nota, os jiadistas precisaram que os ataques foram realizados por dois suicidas que queriam atingir as forças do antigo general líbio Khalifa Haftar em Al-Quba.
Segundo fontes de segurança líbias de Benghazi, a segunda maior cidade do país, quatro das vítimas mortais têm nacionalidade estrangeira.
Um dos carros armadilhados explodiu em frente à casa do presidente do Parlamento líbio, o reconhecido advogado Aquila Saleh, em al Quba, a 30 quilómetros a oeste da cidade de Derna.
Os atentados de hoje ocorrem alguns dias depois da realização de bombardeamentos aéreos conduzidos pelo Egito contra as posições dos jiadistas em Derna.
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Via expresso

As sete impressões do homem que o Estado Islâmico recebeu e deixou ir













Um jornalista passou dez dias com o Estado Islâmico, às abertas. Conseguiu autorização para visitar a Mossul ocupada. Sobreviveu e diz que é muito pior do que se julga

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As sete impressões do homem que o Estado Islâmico recebeu e deixou ir
Foto da Reuters
http://expresso.sapo.pt/as-sete-impressoes-do-homem-que-o-estado-islamico-recebeu-e-deixou-ir=f903942#ixzz3N5jo66uV

Pode-se falar com o Diabo? Deve ser a pergunta que, sob esta ou outra forma, muitas pessoas farão ao ouvir o que um jornalista alemão de 74 anos acaba de nos comunicar. Jurgen Todenhofer foi a Mossul, no norte do Iraque e passou dez dias na companhia do Estado Islâmico, com fins (assumidos) de reportagem. Não o prenderam, não o torturaram, não o decapitaram. Nem sequer pediram resgate, e ele garante que não lhes entregou qualquer quantia - apesar de ser um homem rico. No fim, deixaram-no ir embora e contar ao mundo o que tinha visto. Sabendo que ele os considera extremamente perigosos e reprova os seus crimes. 
A experiência não foi fácil. Todenhofer negociou a sua ida, com a colaboração de um jihadista alemão, via Skype e ao longo de meses. Mesmo assim, reconhece que não existiam certezas absolutas sobre o que valia a garantia de segurança dada pelo "califado" do Estado Islâmico. A seu favor, ele tinha apenas a sua longa carreira como defensor das vítimas das guerras ocidentais nos países árabes. Há anos, gastou uma pequena fortuna a publicar como anúncio no "New York Times" aquilo a que chamou as suas Dez Teses. Entre elas, que historicamente o Ocidente é muito mais violento do que o Islão e que as cinco mil vítimas até hoje feitas pela Al-Qaeda (à qual ele chama um gang assassino) são muito menos do que as dezenas de milhões de vítimas do colonialismo europeu em todo o mundo.
A ideia foi expandida e concretizada em livros como "Quem chora por Adbul e Tanya? As falsidades na guerra ao terror", "Andy e Marwa: duas crianças e a guerra" e "Porque matas, Zaid?", sobre a resistência no Iraque. Opositor das guerras no Afeganistão e no Iraque, foi ganhando crédito como alguém que tinha sempre o cuidado de escutar todas as partes e de as escutar onde realmente interessa - no local onde sofrem. Em suma, era visto como uma pessoa justa, criatura rara. Admite que isso em Mossul não lhe deu proteção absoluta. Nem a ele nem ao seu filho, que o acompanhou na viagem e também dormiu no hotel onde um dia esteve James Foley (um fotógrafo decapitado pelo Estado Islâmico), bem como nas carcaças de prédios bombardeados, com o chão coberto de estilhaços de vidro, onde os combatentes instalam os seus acampamentos. 
A impressão mais inquietante
Num relato inicial colocado segunda-feira no Facebook, Todenhofer comunica-nos sete "impressões". A primeira é que "O OCIDENTE SUBESTIMA DRAMATICAMENTE A AMEAÇA DO ESTADO ISLÂMICO". O entusiasmo dos militantes é "infecioso" e não faltam recrutas. As baixas não os assustam e ter de mudar de terreno para escapar aos ataques e bombardeamentos também é considerado "normal em combates de guerrilha". Muitos dos recrutas, ao contrário do que se pensa, não eram gente falhada nos seus países de origem. Entre os jovens europeus, por exemplo, havia um que tinha acabado de se qualificar como advogado, mas preferiu ir combater.
A seguir, Todenhofer fala de instituições. "TANTO QUANTO POSSO AFIRMAR COM BASE EM DEZ DIAS DE OBSERVAÇÃO, O ESTADO ISLÂMICO PARECE FUNCIONAR TÃO BEM COMO QUALQUER OUTRO ESTADO TOTALITÁRIO NA REGIÃO", escreve. Refere especificamente as vertentes da segurança interna e da assistência social, que parecem estar a funcionar, "embora muitas coisas difiram das nossas - ou particularmente minhas - ideias sobre como tais instituições devem ser geridas".
A "impressão" mais inquietante será a quarta: "O ESTADO ISLÂMICO NÃO ASPIRA APENAS A CONQUISTAR O MÉDIO ORIENTE E, POR FIM, O RESTO DO MUNDO. NA VERDADE, ELES PRETENDEM A MAIOR 'LIMPEZA RELIGIOSA' DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE". O Estado Islâmico condena como infiéis todos os que não subscrevem a sua versão sunita radical do Islão. Na lista dos alvos a chacinar estão os chiitas, seguidos pelos aderentes de todas as restantes religiões, incluindo hindus, Yazidis e, claro, também os ateus e politeístas. Apenas aos membros das outras duas 'religiões do Livro' - judeus e cristãos - será permitido continuar a existir, desde que paguem um tributo islâmico anual equivalente a algumas centenas de dólares. (Aos muçulmanos também é exigido um tributo, presume-se que inferior, calculado conforme os seus meios).
Para um não-crente tal como o Estado Islâmico o define - uma definição bastante ampla, que exclui uns 99% dos muçulmanos no mundo, estima Todenhofer - "a única chance de escapar à morte é o arrependimento voluntário e conversão voluntária ao 'Islão verdadeiro' (...) Ele ou ela devem fazê-lo antes que o seu país seja conquistado". Quem não tem mesmo salvação são os muçulmanos que acreditam na democracia, pois isso significa que "põem as leis humanas acima das leis de Deus". Terão forçosamente de ser mortos.   
"A escravidão é uma grande ajuda para nós"Todenhofer tem um arsenal de experiência de vida bastante invulgar. Filho de um juiz, formou-se em Direito e tornou-se ele próprio juiz. Em 1972, foi eleito para o Bundestag (parlamento alemão) pelo CDU, o partido cristão-democrata. Sucessivamente reeleito, manteve-se deputado até 1990, tendo tido responsabilidades em áreas como a política de desenvolvimento e o controle de armamentos. Mais tarde seria vice-presidente da Hubert Burda Media, um grande grupo editorial. Consolidadas ao longo do tempo, as suas posições pacifistas assumiram expressão máxima após o 11 de Setembro, quando acusou a administração Bush de mentir e de tentar conseguir por meio da guerra aquilo que só a diplomacia podia resolver.
Na sua viagem agora terminada, os horrores foram múltiplos. Entre eles, o soldado de treze anos perfeitamente disposto a sacrificar a sua vida. Ou o alemão que lhe prometeu conquistar a Europa um dia: "Para nós, não existem fronteiras. Apenas linhas de frente". Quando Todenhofer perguntou se as decapitações e a escravidão eram um sinal de progresso, ele respondeu: "A escravidão assinala absolutamente progresso. Só as pessoas ignorantes acreditam que não existe escravidão entre os cristãos e os judeus. Claro que há mulheres forçadas à prostituição nas piores circunstâncias" E reiterou: "A escravidão é uma grande ajuda para nós. Vamos continuar a ter escravidão e decapitações. Faz parte da nossa religião. Muitos escravos converteram-se ao Islão e foram então libertados".
O último quilómetro foi a correrA maneira de derrotar o Estado Islâmico, diz Todenhofer, não é com bombas e mísseis (cinco mil combatentes bastaram para conquistar e controlar uma cidade de três milhões de habitantes. Espalhados por Mossul, para os erradicar à bomba, seria preciso arrasar a cidade). "OS ÁRABES SUNITAS MODERADOS SÃO OS ÚNICOS QUE PODEM PARAR O ESTADO ISLÂMICO. NÃO O OCIDENTE." Todenhofer lembra que isso já aconteceu em 2007, e só não se manteve porque o esforço foi descontinuado. Os sunitas têm de ser "autorizados a reintegrarem-se completamente na sociedade iraquiana", invertendo o processo de exclusão que a invasão de 2003 lançou.
Quanto aos combatentes estrangeiros que regressam aos seus países, não serão uma ameaça tão grande como se julga. "Dado que falharam na sua vida no Estado Islâmico, poderão não apresentar um risco maior", diz o jornalista alemão, embora reconheça os riscos. "A Alemanha, tal como o resto do mundo, não deve nem trivializar, nem exagerar a ameaça terrorista." Nenhum alemão foi morto por um islamita na Alemanha, mas muitos muçulmanos têm sido mortos por extremistas de direita, lembra ele. "Acredito firmemente que atualmente o Estado Islâmico é a maior ameaça à paz mundial desde a Guerra Fria", afirma. "Estamos a pagar o preço pelo ato de loucura quase sem paralelo de George W. Bush: a invasão do Iraque. Até agora, o Ocidente continua sem a menor ideia de como essa ameaça deve ser enfrentada."
Pela sua parte, no fim dos seus dias com o Estado Islâmico, fez o último quilómetro em direção à fronteira turca a correr com a bagagem às costas - não tivessem os jiadistas mudado de ideias em relação a ele e ao seu filho, que dariam reféns ideais. Assim que passou a fronteira e reentrou na Turquia, "percebi que tinha andado com toneladas aos meus ombros", conta. "Liguei para a minha família. E neste momento eu percebi que não foi muito fácil aquilo que fiz."


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/as-sete-impressoes-do-homem-que-o-estado-islamico-recebeu-e-deixou-ir=f903942#ixzz3N5jo66uV

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Sobre os ataques dos EUA ao grupo denominado «Estado Islâmico» no território da Síria
http://www.pcp.pt/sobre-ataques-dos-eua-ao-grupo-denominado-%C2%ABestado-isl%C3%A2mico%C2%BB-no-territ%C3%B3rio-da-s%C3%ADria

Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Sobre os ataques dos EUA ao grupo denominado «Estado Islâmico» no território da Síria

A intervenção militar dos Estados Unidos em território da Síria, a pretexto do combate ao grupo denominado “Estado Islâmico”, constitui um novo passo na escalada de ingerência e de agressão contra a Síria, que atenta contra a sua soberania e representa uma ameaça directa à integridade territorial deste país.
O PCP considera que esta nova escalada belicista liderada pelos EUA – uma vez mais, assente numa campanha de hipocrisia e mentira e realizada à margem do direito internacional e em desrespeito pela Carta das Nações Unidas –, coloca sérias questões quanto ao futuro do Iraque e encerra novos e trágicos perigos para os povos do Médio Oriente.
Uma situação que não está desligada da política de agressão e de ocupação de Israel contra a Palestina, o Líbano e a Síria, que tem parte do território – os Montes Golã – ilegalmente ocupado por Israel.
O PCP recorda que os EUA com os seus aliados da NATO e da região – como Israel e as ditaduras do golfo – há mais de três anos promovem, financiam e armam grupos, como aqueles que se reúnem em torno do denominado “ISIS” e que são utilizados para espalhar o terror e a destruição na região.
Se os EUA, com os seus aliados, quisessem efectivamente combater os grupos terroristas que assolam as populações da Síria e do Iraque, deveriam começar por cessar o seu apoio político, financeiro e militar a esses grupos e pôr fim à sua instrumentalização para desestabilizar a região e agredir Estados soberanos que não se submetem aos projectos de domínio do imperialismo.
O que se impõe é a solidariedade e o apoio aos povos, como o Sírio e o Iraquiano, atingidos pela bárbara acção desses grupos e a clara rejeição de que, a pretexto do seu combate, se desenvolvam processos de ingerência, agressão e guerra movidos pelos interesses estratégicos dos EUA.
Como o PCP tem salientado, o fim da escalada de violência que ameaça arrastar os povos da Síria e do Iraque para um ainda maior desastre, exige o respeito pela sua soberania e independência nacionais e não novas aventuras belicistas, de que Portugal, no respeito pela sua Constituição e pela Carta das Nações Unidas, se deve resolutamente desvincular e firmemente condenar.
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Via avante
Ângelo Alves
25set2014
http://www.avante.pt/pt/2130/opiniao/132197/
“Caos Controlado”

Quando no passado fim-de-semana se assinalava o Dia Internacional da Paz caças franceses bombardeavam território iraquiano dando seguimento à ofensiva militar anunciada pelos EUA para alegadamente combater o chamado «Estado Islâmico». Na passada terça-feira os planos norte-americanos e dos seus aliados na região tornaram-se ainda mais claros. A acção militar estendeu-se, como já era previsível, a território sírio. Apoiados pelas ditaduras do Golfo, pela NATO e por Israel, os EUA avançam, mais uma vez na História, para uma violação grosseira do direito internacional e da soberania de um Estado sem qualquer mandato da ONU, tentando mascarar a sua ilegal acção com um «aviso prévio» à Síria pelos canais diplomáticos das Nações Unidas. Entretanto Israel abate um avião sírio nos Montes Golã, ocupados ilegalmente por Israel, dando um claro sinal do que está em causa com esta nova guerra no Médio Oriente.

O imperialismo norte-americano enche a boca com a campanha do combate ao feroz, bárbaro e imparável «Estado Islâmico» e aos «radicais». A paranóia dos «Jihadistas» espande-se por todo o Mundo, chegando até a Portugal, imagens de reféns circulam por todo o Mundo, as célebres degolações escandalizam a opinião pública mundial. O «civilizado» ocidente declara guerra ao terrorismo e aos «bárbaros». Mas tudo não passa de uma gigantesca e hipócrita campanha mediática que visa dar cobertura a uma estratégia que nada tem a ver com a defesa dos direitos dos povos. Deixamos aqui apenas dois elementos que comprovam o grau de hipocrisia e de manipulação de tal estratégia.

O primeiro são as gigantescas mentiras sobre a súbita preocupação com o «Estado Islâmico» que, do nada, se transformou numa das maiores ameaças globais. É importante sublinhar que o nascimento do ISIS (sigla do estado islâmico do Iraque e do levante, agora renomeado «estado islâmico») está ligado a dois importantes factores: a estratégia dos EUA de instigação à divisão sectária entre sunitas e xiitas no Iraque, e – muito importante – as manobras conspirativas e de ingerência contra a Síria que resultaram na criação do «Exército Sírio Livre» que congrega mercenários, agentes e combatentes estrangeiros e que nas suas fileiras integra ou integrou organizações terroristas como a Frente Al-Nusra e o ISIS. Um «exército» que teve como um dos seus principais «dirigentes» Ibrahim al-Badri, o actualmente conhecido «califa» Abu Bakr al-Bagdadi, o «chefe» do «Estado Islâmico». As ligações de Al-Bagdadi aos serviços secretos ocidentais e turcos são referenciadas em vários relatos, e se dúvidas houvesse bastaria a fotografia tirada em 2013 de uma reunião secreta entre John Mc-Cain (um dos falcões norte-americano) e Al-Bagdadi, então integrante do núcleo dirigente do Exército Livre Sírio, para dissipá-las. Ou seja, os EUA dizem hoje combater uma organização que foi financiada e armada pelos próprios EUA, pela Arábia Saudita, Qatar e Turquia e cujos «efectivos» foram treinados em campos de treino na Turquia e na Jordânia.

O segundo elemento é o discurso em torno das atrocidades cometidas pelo «Estado Islâmico». Mas também aqui impera a mentira e a hipocrisia. Os EUA dizem não tolerar as degolações, mas toleraram e apoiaram organizações que as fizeram em massa na Síria, que aí semearam o terror bombista e levam a cabo autênticos massacres. Sobre esses crimes nem uma palavra, tal como relativamente às 600 crianças mortas na Palestina em 59 dias por Israel ou sobre o caos em que está mergulhada a Líbia. Isto porque o que move os EUA e seus aliados é tão somente um objectivo: vergar a resistência Síria «empurrando» para este país o «Estado Islâmico» e com isso justificar aquilo que até agora não tinham conseguido, levar a guerra directa à Síria, dividir este país e também o Iraque e, por via da divisão, manter o domínio da região numa situação de «caos controlado».
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http://www.avante.pt/pt/2118/internacional/131065/?tpl=37
António Santos
3jul2014
Iraque: o feitiço
e o feiticeiro


O Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), agora liminarmente denominado Estado Islâmico, anunciou no domingo a restauração do Califado aclamando o seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, califa e caudilho do Islão mundial. Aos pés da organização fundamentalista baqueou já mais de um terço do território iraquiano, algumas das suas principais cidades como Falluja, Mossul, ou Tikrit, bem como pontos-chave da produção petrolífera daquele país árabe. Enquanto o Estado iraquiano se desintegra e batalhões inteiros do exército desertam, os islamitas continuam o seu avanço rumo a Bagdade.
O parlamento iraquiano é a alegoria que melhor representa a trágica balcanização do Iraque e a desagregação do Estado. Anteontem, os deputados recém-empossados reuniram para eleger o presidente, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia. Com os combatentes do Estado Islâmico a menos de 50kms e o som dos tiros a pontuar os minutos, os deputados foram incapazes de chegar a qualquer acordo durante a sessão da manhã. Na sessão da tarde a Assembleia já não conseguiu quórum: apenas 75 dos 328 deputados voltaram.

Dividir para reinar

Historicamente, o enfraquecimento dos estados independentes e a divisão dos povos foi o mecanismo eleito pelo imperialismo para controlar a região. Foi assim que, na sequência da invasão do Iraque, os EUA trataram de dobrar a unidade e resistência do povo iraquiano acicatando as diferenças entre sunitas e xiitas e instrumentalizando secessionismos antigos. Ao imperialismo não bastou roubar a vida a um milhão de iraquianos, roubou também a identidade nacional a um povo inteiro. Paul Bremer, o homem escolhido por Bush para governar o Iraque ocupado e escrever a nova Constituição, gabava-se de «não saber muito sobre a História do Iraque». Quando o Museu Nacional Iraquiano, em Bagdad foi bombardeado e saqueado, Donald Rumsfeld referiu-se à perda irreparável desse tesouro da civilização humana perguntando-se, em tom jocoso, se «havia assim tantos vasos no Iraque?».
Foi a estratégia estado-unidense de fracturação da sociedade iraquiana que abriu, de par em par, as portas à irrupção do Estado Islâmico: os sunitas, que desde a de-baathificação vinham sendo discriminados e perseguidos, engrossam hoje as fileiras do Califado; os peshmergas curdos, abandonados à sua sorte pelo exército iraquaiano, sonham já com a secessão; até o próprio Estado Islâmico, que agora Obama diz combater, é uma antiga criação norte-americana.

A diplomacia da esquizofrenia

Se dúvidas restarem sobre a esquizofrenia dos EUA basta olhar para a fronteira ocidental: do lado sírio, o Estado Islâmico recebe armas, dinheiro e apoio político dos EUA; do lado iraquiano, a mesma organização é o alegado inimigo.
A oposição do povo norte-americano à guerra tinha obrigado Obama a recorrer cada vez mais a grupos terroristas regionais para a execução da sua agenda imperial. O problema é que estas organizações terroristas não vêem fronteiras. No caso da Síria e do Iraque, trata-se de uma linha traçada a régua e esquadro pelos imperialistas britânicos e franceses, em 1916, para repartir o espólio do Império Otomano. Mas o recrudescimento do sectarismo, a decomposição da identidade nacional iraquiana e a hecatombe da guerra ameaçam esfumar esta fronteira, autorizando as forças islamitas mais reacionárias a vaticinar a reconfiguração religiosa dos estados do Oriente Médio. De Aleppo, na Síria ensanguentada pela agressão imperialista, à longínqua Diyala, no Iraque, este conflito matou, só em Junho, mais de 3000 pessoas e gerou pelo menos meio milhão de refugiados.
A caixa de Pandora está aberta. Os EUA temem que um Estado iraquiano forte ouse quebrar a sua tutela, mas tampouco o querem exangue e sem capacidade de resistir ao Estado Islâmico, ao mesmo tempo que promovem o caos na Síria e aleitam a guerra na região. O puzzle complica-se continuamente.
Enquanto não há soluções óbvias, a decisão de Obama de enviar mais 300 soldados para o Iraque é mais da mesma receita para perpetuar uma guerra infinita. Pretende manter viva uma máquina de fazer guerra ao povo iraquiano, o único que saberá como fazer a paz.
 
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