Kórnik
Polónia
Faleceu a 1fev2012 em Cracóvia.Polónia
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http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/p_mundo/index.asp?op=5&p=33
Vive em Carcóvia desde 1931. Durante a guerra frequentou cursos clandestinos,
posteriormente estudou literatura polaca e sociologia na Universidade Jaguellonica.
Estreou-se como poeta em 1945 com o poema Szukam slowa (Procuro uma Palavra).
De 1953 a 1981 colaborou, como editora de poesia e como colunista, na revista semanal
Zycie Literackie (A vida literária). Os seus ensaios Lektury nadobowiazkowe foram reunidos num livro. Traduziu vários poetas franceses. Wislawa Szymborska tem 16 obras de poesia publicadas,
a primeira,intitulada É por isso que estamos vivos (1951), é uma tentativa de se adaptar aorealismo-socialista, o estilo literário aprovado oficialmente pelo regime comunista.W.
Szymborska aborda temas como as lutas modernas na Polónia, o Holocausto, a II Guerra
Mundial, a ocupação soviética e a transição para a democracia. Na sua poesia, o contexto
histórico e biológico manifesta-se em fragmentos da realidade humana. Os seus poemas
foram traduzidos para 36 línguas. Em Portugal foram publicados dois livros: Paisagem com
grão de Areia, Relógio D’Água, 1998 e Alguns Gostam de Poesia- Antologia, Czeslaw Milosz e Wislawa Szymbrosca, Cavalo de Ferro Editores, 2004.
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http://www.wook.pt/authors/detail/id/19675
PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1996
Poetisa e mulher de letras polaca, Wislawa Szymborska nasceu a 2 de julho de 1923 em Bnin, nas cercanias
de Kornik. Acompanhou a família na sua mudança para Cracóvia em 1931.
Após um período difícil para a Polónia, invadida pelos alemães em 1939, a paz trouxe um novo alento a
Szymborska, que, em 1945, não só pôde ingressar na Universidade de Jagelão, em Cracóvia, como estudante
de Literatura Polaca e Sociologia, como também se estreou como poetisa, ao publicar o seu trecho "Szukam
Slowa" num jornal proeminente.
Concluiu o seu primeiro livro em 1948, uma coletânea de poemas que não chegou a ser publicada, já que o
regime comunista caracterizou o trabalho como demasiadamente burguês. Alterando o seu discurso, politizando-o, conseguiu dedilhar as tramas da censura, e publicou Dlagtego Zyjemy (1952, Por Isso Vivemosa).
Contribuindo regularmente para a imprensa, Szymborska foi editora de poesia e colunista no semanário
literário de Cracóvia, o Zycle Literackie, entre 1953 e 1981. Traduziu também várias obras de poesia francesa,
mas continuou no entanto a compor poesia, aparecendo com obras como Wolanie Do Yeti (1957, Apelo ao Yeti),
em que se demarca dos ideais socialistas, e que lhe garante renome a nível internacional, e Sól (1962, Sal),
em que exprime um certo pessimismo quanto ao futuro da humanidade, aliado a uma certa esperança nos
poderes da imaginação, único meio para atingir uma parte da felicidade. De mencionar também as obras Wiersze Wybrane(1964), Sto Pociech (1967), Ludzie Na Moscie (1986) e Koniec I Poczatec (1993). Chwila surgiu em 2002,
quando a poetisa contava já setenta e nove anos de idade. Alguns dos seus artigos periódicos foram compilados
emLektury Nadobowiazkowe (1973-81).
Laureada com inúmeros prémios literários, entre os quais se destacam o Goethe, em 1991, o Herder, em 1995 e,
de maior relevo, o Prémio Nobel da Literatura em 1996, Szymborska recebeu um doutoramento em Honoris Causa
pela Universidade de Poznán em 1995.
In Infopédia . Porto: Porto Editora, 2003-2011.
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http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=13056
Aos 88 anos, Wislawa Szymborska vive desde menina em Cracóvia, cidade situada às margens do Vístula,
no sul da Polônia. O fato de ter permanecido a vida inteira no mesmo lugar diz muito sobre essa poeta
conhecida por sua reserva e extrema timidez. Contudo, embora os fatos de sua vida tenham permanecido
privados, quase secretos, seus poemas viajam pelo mundo. Não são tantos: sua obra inteira consiste em
cerca de 250 poemas cuja função, como declarou a poeta no discurso de Oslo, é perguntar, buscar o sentido
das coisas.
Com sua poesia indagadora, Szymborska foi chamada “poeta filosófica”, ou “poeta da consciência do ser”.
No Brasil, teve poemas esparsos publicados em jornais e revistas ao longo dos anos, mas esta edição da
Companhia das Letras, com seleção, introdução e tradução de Regina Przybycien, é a primeira oportunidade
que tem o leitor brasileiro de lê-la em português. A coletânea de 44 poemas é uma belíssima apresentação
à obra dessa importante poeta contemporânea.
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“Utopia”
Aqui se pode pisar no sólido solo das provas.
Não há estradas senão as de chegada.
Os arbustos até vergam sob o peso das respostas.
Cresce aqui a árvore da Suposição Justa
de galhos desenredados desde antanho.
A Árvore do Entendimento, fascinantemente simples
junto à fonte que se chama Ah, Então É Isso.
Quanto mais denso o bosque, mais larga a vista
do Vale da Evidência (…)
Domina o vale a Inabalável Certeza.
Do seu cume se descortina a Essência das Coisas.
Apesar dos encantos a Ilha é deserta
e as pegadas miúdas vistas ao longo das praias
se voltam sem exceção para o mar.
https://
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http://palavraspalabras.blogspot.pt/2012/06/amor-primeira-vista-wislawa-szymborska.html
Nunca tinha lido, nem mesmo ouvido falar (minha falta! Mas a modo de desagravo devo dizer que o mundo está tão pleno de maravilhosas pessoas, sensíveis artistas, gente absolutamente incrível, que se torna impossível conhecê-los todos!) desta poeta fantástica, Wislawa Szymborksa, que ganhou o Nobel de Literatura em 1996! Acabei de ser apresentada pelo colega e também sensível poeta José Eduardo Amaral Leal.
Poema incrível este, que me faz sentir que não, não há fronteiras nem distâncias neste mundo quando o tema é sua gente. Vale a pena uma pesquisa!
*
Ambos estão certos
de que uma paixão súbita os uniu.
É bela essa certeza,
mas é ainda mais bela a incerteza.
Acham que por não terem se encontrado antes
nunca havia se passado nada entre eles.
Mas e as ruas, escadas, corredores
nos quais há muito talvez se tenham cruzado?
Queria lhes perguntar,
se não se lembram -
numa porta giratória talvez
algum dia face a face?
um “desculpe” em meio à multidão?
uma voz que diz “é engano” ao telefone?
- mas conheço a resposta.
Não, não se lembram.
Muito os espantaria saber
que já faz tempo
o acaso brincava com eles.
Ainda não de todo preparado
para se transformar no seu destino
juntava-os e os separava
barrava-lhes o caminho
e abafando o riso
sumia de cena.
Houve marcas, sinais,
que importa se ilegíveis.
Quem sabe três anos atrás
ou terça-feira passada
uma certa folhinha voou
de um ombro ao outro?
Algo foi perdido e recolhido.
Quem sabe se não foi uma bola
nos arbustos da infância?
Houve maçanetas e campainhas
onde a seu tempo
um toque se sobrepunha ao outro.
As malas lado a lado no bagageiro.
Quem sabe numa noite o mesmo sonho
que logo ao despertar se esvaneceu.
Porque afinal cada começo
é só continuação
e o livro dos eventos
está sempre aberto no meio.
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http://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13056.pdf
Repenso o mundo
Repenso o mundo,
segunda edição,
segunda edição corrigida,
aos idiotas o riso,
aos tristes o pranto,
aos carecas o pente,
aos cães botas.
Eis um capítulo:
A Fala dos Bichos e das Plantas,
com um glossário próprio para cada espécie.
Mesmo um simples bom-dia
trocado com um peixe,
a ti, ao peixe,
a todos na vida fortalece.
Essa há muito pressentida,
de súbito revelada,
improvisação da mata.
Essa épica das corujas!
Esses aforismos do ouriço
compostos
quando imaginamos que,
ora, está só adormecido!
O tempo
(capítulo dois)
tem direito de se meter em tudo,
coisa boa ou má.
Porém — ele que pulveriza montanha
s remove oceanos
e está presente na órbita das estrelas
, não terá o menor poder sobre os amantes,
tão nus tão abraçados,
com o coração alvoroçado
como um pardal na mão pousado.
A velhice é uma moral
só na vida de um marginal.
Ah, então todos são jovens!
O sofrimento (capítulo três)
não insulta o corpo.
A morte chega com o sono.
E vais sonhar
que nem é preciso respirar,
que o silêncio sem ar
não é uma música má,
pequeno como uma fagulha,
a um toque te apagarás.
Morrer, só assim.
Dor mais dolorosa
tiveste segurando nas mãos uma rosa
e terror maior
sentiste ao som de uma pétala
caindo no chão.
O mundo, só assim.
Só assim viver.
E morrer só esse tanto.
E todo o resto
— é como Bach
tocado por um instante
num serrote.
*
É assim meu grande sonho sobre os exames finais: sentados no parapeito dois macacos acorrentados, atrás da janela flutua o céu e se banha o mar. A prova é de história da humanidade. Gaguejo e tropeço. Um macaco, olhos fixos em mim, ouve com ironia, o outro parece cochilar — mas quando à pergunta se segue o silêncio, me sopra com um suave tilintar de correntes.
***
vivaaaaaaaaaaaaa Wislawa Szymborska,