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O ASILO DA MENDICIDADE DE LISBOA, O LAR RESIDENCIAL DE ALCOBAÇA (como castigo)
Fleming de Oliveira
Para restaurar a Nação em ruínas, ou seja, para acudir ao que precisava de mais pronto auxílio, impedir que se desmoronasse o que ainda se encontrava de pé, necessitando de recuperação urgente, foram necessários a Salazar, o Engº Duarte Pacheco e António Ferro.
À Idade Média, Salazar foi buscar o ideal de uma sociedade ordeira e pacífica, de classes bem definidas e estruturadas, impossibilitada de se dar a reivindicações. Mas Alcobaça já fora castigada, ainda mesmo antes de Salazar chegar a Presidente do Conselho, todo poderoso.
A Ditadura Militar, não esquecera certos agravos… Durante muitos anos os nossos políticos locais falaram da premente necessidade de se extinguir o Lar Residencial de Alcobaça, transferir os seus internados para outras instituições alegadamente mais humanizadas, tanto quanto possível perto das suas terras de origem e dar, enfim, àquelas enormes instalações uma ocupação radicalmente diferente, tida como mais nobre e consentânea com a que presidiu à construção do edifício no longínquo tempo dos frades.
Nunca se esqueciam de invocar, a título de exemplo, que foi numa daquelas salas que esteve instalado um dos símbolos da nossa cultura medieval e renascentista, a célebre Livraria do Mosteiro, que quase ia desaparecendo na voragem do saque de 1834, como veremos adiante.
Tendo sido extinto, há anos, o Lar Residencial de Alcobaça, admitimos ter interesse contar aos leitores alguns factos relacionados com a sua fundação. Teve a sua origem no Asilo de Mendicidade de Lisboa, instituído por decreto de 14 de Abril de 1835, assinado por D. Maria II, referendado pelo seu Ministro do Reino Luís Mousinho de Albuquerque, já num governo liberal. A sua finalidade era boa, dar abrigo aos mendigos de ambos os sexos, e qualquer idade, naturais ou residentes em Lisboa e seu termo. "...