Jerónimo acusa Ferreira Leite de branquear imagem do PSD
O líder do PCP acusou hoje em Braga a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, de querer apresentar o partido como «impoluto e com o conta-quilómetros a zero como se nada tivesse a ver com a condução da governação do país»
«São mistificações que têm na empolada personalização da vida política o principal instrumento de desresponsabilização dos partidos, como mais uma vez acontece com o PSD e Manuela Ferreira Leite, que fala como se nada tivesse a ver com a situação de crise e de desastre nacional a que se chegou», afirmou.
O dirigente comunista falava num hotel da cidade, durante a apresentação de Agostinho Lopes como cabeça de lista da CDU nas eleições legislativas de 27 de Setembro pelo circulo eleitoral de Braga.
Para Jerónimo Sousa, «tenta-se, assim, esconder a sucessiva responsabilidade dos governos PS e PSD - atrás da mudança de líder - procedendo-se à usurpação e utilização de conceitos como a da ruptura».
«Querem iludir a coincidência das propostas dos dois partidos que têm governado Portugal como se a mistificação de conceitos que falam de ruptura pudesse iludir a coincidência no essencial entre dois partidos que dividiram o governo nos últimos 30 anos», reforçou.
Sustentou que, para vencer esta «mistificação» exige-se «que sejam dadas mais condições à CDU, derrotando a política de direita, conduzida não apenas pelo PS mas também pelo PSD e pelo CDS».
«Foram três décadas que conduziram a esta crise e ao ciclo vicioso que se instalou na sociedade portuguesa de vira o disco e toca o mesmo», declarou, considerando que «tais politicas enriquecem alguns à custa do trabalho da maioria dos portugueses».
Acentuou que «a grande batalha das próximas eleições passa por terminar com este ciclo vicioso de alternância sem alternativa que está na origem de crescente descrédito dos portugueses para com os políticos».
Defendeu que «os dois partidos querem impor um falso dilema, alimentando uma bipolarização artificial que só pode acabar com um substancial reforço da votação na CDU».
Em sua opinião, «não há alternativa que não passe pela CDU e pela consequente redução conjunta da influência do sistema de bipolarização, que não é mais do que um salvo-conduto que permite passar do PSD para o PS e vice-versa o testemunho essencial politica de direita».
Lusa / SOL
