sobre a presença de Jerónimo de Sousa em Alcobaça
Edição de 25-09-2009
De visita à SPAL
Jerónimo de Sousa voltou a defender o aparelho produtivo
Jerónimo de Sousa fez questão de cumprimentar todos os trabalhadores da SPAL e quis saber quais as dificuldades que enfrenta a empresa
“Quem havia de dizer que a maior iniciativa da CDU dos últimos dez anos se haveria de realizar no concelho de Alcobaça?” A pergunta foi lançada por Jerónimo de Sousa, líder do PCP, na noite do passado dia 16 num jantar da CDU que reuniu mais de 500 pessoas na Martiingança.O encontro foi o culminar de um dia de campanha para as eleições legislativas de 27 de Setembro em que a comitiva dos comunistas esteve na Marinha Grande e em Alcobaça, onde visitou a fábrica da SPAL. A acompanharem Jerónimo de Sousa estavam, entre outros militantes, Ana Rita Carvalhais, a cabeça de lista da CDU à Assembleia da República pelo distrito de Leiria, e Rogério Raimundo, candidato à Câmara de Alcobaça.Numa visita guiada pelo director de operações da empresa de porcelanas, Jerónimo de Sousa falou com trabalhadores e ouviu algumas queixas, nomeadamente a de que os salários não são aumentados há alguns anos. Actualmente a empregar cerca de 400 pessoas, a SPAL não escapa às dificuldades que afectam empresas de todo o mundo neste contexto de crise económica e financeira. E numa empresa que vive sobretudo da exportação estas dificuldades são ainda mais sentidas.“Ao nível do mercado nacional a SPAL tem já uma marca, tem clientes. Mas ao nível da exportação a política cambial traz-nos dificuldades acrescidas”, explicou a Jerónimo de Sousa, e já após a visita, ao presidente do Conselho de Administração, José António Paiva. Os países que mais compravam era Estados Unidos e Grã-Bretanha, precisamente aqueles cujas moedas mais desvalorizaram. Além disso, uma das multinacionais com a qual trabalhavam há cerca de 40 anos deslocalizou a sua produção para a Turquia e para a China, reduzindo drasticamente as encomendas feitas à empresa de Alcobaça.“Encontrar alternativas para isto tem sido muito difícil. A SPAL reduziu substancialmente a sua dimensão, a sua capacidade industrial. Felizmente conseguimos fazê-lo sem despedimentos directos”, garantiu o administrador. Na verdade, a redução de pessoal, de 500 trabalhadores para cerca de 400, foi facilitada pelo facto de muitos dos funcionários terem mais de 35 anos de casa, pelo que se conseguiu chegar a acordo. “Infelizmente para a nossa área não contratámos mais pessoas, que era o que teríamos feito numa situação normal”, acrescentou ainda.Para garantir a sua continuidade a empresa está a apostar na exportação para países da zona Euro. “Existem alguns países emergentes, nomeadamente do Antigo Bloco de Leste, que estão com um crescendo e estão a aparecer com alguma apetência em relação ao produto, mas é difícil, porque eles também estão com problemas, não somos só nós”, esclareceu José António Paiva. Não obstante, o administrador acredita que a empresa vai “vai conseguir ultrapassar isto”.Mas o que é preciso para que isso aconteça? “Eu acho que hoje em dia era fundamental pensarmos em termos de interesse nacional e claramente a SPAL é uma empresa importantíssima na nossa região e gostaríamos que continuasse a ser assim”, diz José António Paiva.Entre as medidas que poderiam ser tomadas para impulsionar as empresas estão o administrador destaca a importância de se fazer alguma coisa ao nível dos transportes, um factor que tem importância acrescida para uma empresa exportadora. Não menos importante era que se reduzissem os preços da energia, nomeadamente gás e electricidade.Nestas facturas “há uma diferença grande comparativamente às dos nossos vizinhos espanhóis. Os nossos trabalhadores ganham menos, mas os custos no final acabam por ser os mesmos, porque pagamos mais energia. Mais valia termos a energia mais barata e pagarmos mais aos trabalhadores”, defendeu.Esta foi também uma opinião defendida pelo líder dos comunistas, que deixou ao administrador a certeza de que “da parte da CDU existe uma disponibilidade muito grande de defender o nosso aparelho produtivo, a nossa produção nacional, procurando que com base nessa defesa nós saiamos da crise”.Considerando que a SPAL é uma empresa fundamental para a região, Jerónimo de Sousa disse ter encontrado ali a confirmação daquilo que há muito afirma. “Que é possível sair da crise com o reforço do aparelho produtivo”, afirmando ainda que “não é com salários baixos que as empresas e a nossa economia se desenvolvem”.Joana Fialho
Edição de 25-09-2009
De visita à SPAL
Jerónimo de Sousa voltou a defender o aparelho produtivo
Jerónimo de Sousa fez questão de cumprimentar todos os trabalhadores da SPAL e quis saber quais as dificuldades que enfrenta a empresa
“Quem havia de dizer que a maior iniciativa da CDU dos últimos dez anos se haveria de realizar no concelho de Alcobaça?” A pergunta foi lançada por Jerónimo de Sousa, líder do PCP, na noite do passado dia 16 num jantar da CDU que reuniu mais de 500 pessoas na Martiingança.O encontro foi o culminar de um dia de campanha para as eleições legislativas de 27 de Setembro em que a comitiva dos comunistas esteve na Marinha Grande e em Alcobaça, onde visitou a fábrica da SPAL. A acompanharem Jerónimo de Sousa estavam, entre outros militantes, Ana Rita Carvalhais, a cabeça de lista da CDU à Assembleia da República pelo distrito de Leiria, e Rogério Raimundo, candidato à Câmara de Alcobaça.Numa visita guiada pelo director de operações da empresa de porcelanas, Jerónimo de Sousa falou com trabalhadores e ouviu algumas queixas, nomeadamente a de que os salários não são aumentados há alguns anos. Actualmente a empregar cerca de 400 pessoas, a SPAL não escapa às dificuldades que afectam empresas de todo o mundo neste contexto de crise económica e financeira. E numa empresa que vive sobretudo da exportação estas dificuldades são ainda mais sentidas.“Ao nível do mercado nacional a SPAL tem já uma marca, tem clientes. Mas ao nível da exportação a política cambial traz-nos dificuldades acrescidas”, explicou a Jerónimo de Sousa, e já após a visita, ao presidente do Conselho de Administração, José António Paiva. Os países que mais compravam era Estados Unidos e Grã-Bretanha, precisamente aqueles cujas moedas mais desvalorizaram. Além disso, uma das multinacionais com a qual trabalhavam há cerca de 40 anos deslocalizou a sua produção para a Turquia e para a China, reduzindo drasticamente as encomendas feitas à empresa de Alcobaça.“Encontrar alternativas para isto tem sido muito difícil. A SPAL reduziu substancialmente a sua dimensão, a sua capacidade industrial. Felizmente conseguimos fazê-lo sem despedimentos directos”, garantiu o administrador. Na verdade, a redução de pessoal, de 500 trabalhadores para cerca de 400, foi facilitada pelo facto de muitos dos funcionários terem mais de 35 anos de casa, pelo que se conseguiu chegar a acordo. “Infelizmente para a nossa área não contratámos mais pessoas, que era o que teríamos feito numa situação normal”, acrescentou ainda.Para garantir a sua continuidade a empresa está a apostar na exportação para países da zona Euro. “Existem alguns países emergentes, nomeadamente do Antigo Bloco de Leste, que estão com um crescendo e estão a aparecer com alguma apetência em relação ao produto, mas é difícil, porque eles também estão com problemas, não somos só nós”, esclareceu José António Paiva. Não obstante, o administrador acredita que a empresa vai “vai conseguir ultrapassar isto”.Mas o que é preciso para que isso aconteça? “Eu acho que hoje em dia era fundamental pensarmos em termos de interesse nacional e claramente a SPAL é uma empresa importantíssima na nossa região e gostaríamos que continuasse a ser assim”, diz José António Paiva.Entre as medidas que poderiam ser tomadas para impulsionar as empresas estão o administrador destaca a importância de se fazer alguma coisa ao nível dos transportes, um factor que tem importância acrescida para uma empresa exportadora. Não menos importante era que se reduzissem os preços da energia, nomeadamente gás e electricidade.Nestas facturas “há uma diferença grande comparativamente às dos nossos vizinhos espanhóis. Os nossos trabalhadores ganham menos, mas os custos no final acabam por ser os mesmos, porque pagamos mais energia. Mais valia termos a energia mais barata e pagarmos mais aos trabalhadores”, defendeu.Esta foi também uma opinião defendida pelo líder dos comunistas, que deixou ao administrador a certeza de que “da parte da CDU existe uma disponibilidade muito grande de defender o nosso aparelho produtivo, a nossa produção nacional, procurando que com base nessa defesa nós saiamos da crise”.Considerando que a SPAL é uma empresa fundamental para a região, Jerónimo de Sousa disse ter encontrado ali a confirmação daquilo que há muito afirma. “Que é possível sair da crise com o reforço do aparelho produtivo”, afirmando ainda que “não é com salários baixos que as empresas e a nossa economia se desenvolvem”.Joana Fialho