vou acrescentar, no fim, a razão do voto contra
A Câmara Municipal de Alcobaça aprovou hoje, 6 de Outubro, em Reunião de Câmara ordinária (com os votos favoráveis do PSD e contra da CDU), a assinatura de um Protocolo entre o Municipio e a Adecco, empresa líder mundial em trabalho temporário, tendo em vista a instalação de Call Center / Centro de Suporte a Clientes em Alcobaça.
A Adecco pretende instalar um Call Center com 150 posições, o que – tendo em conta o modelo de funcionamento, nalguns casos, por turnos - significa que se poderão criar cerca de 250 a 300 novos postos de trabalho. O Município, que conquistou esta operação em concorrência com outras autarquias da região Litoral-Centro, obriga-se a providenciar as instalações, que terão lugar na Quinta do Almeida, junto à Escola D. Pedro I. Já a multinacional encarrega-se de todo o investimento com tecnologia (computadores, software, licenças de software, headsets, …) e mobiliário, prevendo um valor que ronda os 600.000€.
Esta é uma aposta da Autarquia que culmina com um processo negocial encetado no passado mês de Março. Desde então a Autarquia procurou demonstrar junto da Adecco o potencial de Alcobaça, nomeadamente, ao nível da existência de mão-de-obra qualificada e disponível. O Centro de Emprego de Alcobaça será parceiro no processo de contratação, procurando-se assegurar que a oferta seja essencialmente proveniente do Concelho de Alcobaça. O Protocolo é válido por um prazo de 20 anos, e a Adecco compromete-se a contratar por tempo indeterminado 20% dos seus colaboradores, logo no primeiro ano de funcionamento do Call Center.
Atendendo aos valores salariais pagos, pode-se concluir que o investimento realizado pela autarquia equivale aquilo que a Adecco pagará aos seus colaboradores num período de dois meses, quando o Centro atingir a “velocidade de cruzeiro”.
o PSD e o vereador do PS aprovaram, à pressa, um protocolo muito estranho para criar emprego temporário num Call Center. Solicitei tempo para ponderar. Não me deram. Só tive acesso oral no momento da votação. Acho que poderá ser um buracão, um precedente gravíssimo. Se esta empresa tem este apoio, naturalmente toda e qualquer empresa deverá exigir iguais contrapartidas. Uma empresa para se implantar no Casal da Areia tem de pagar o Lote por um dinheirão e fazer as obras que custam imenso. Como podemos discriminar positivamente esta empresa de trabalho temporário??? E os actuais empresários do concelho como podem aceitar estas práticas discriminatórias??? A Câmara compromete-se a arranjar o espaço e pagar uma renda de 2500€ por mês, mais as obras… Vou ter de ler com atenção o conteúdo de protocolo quando me derem uma cópia… Já não chegava a pouca vergonha de construções ilegais pela Cister Equipamentos e a não resposta de Presidente, vereadores PSD, Presidente da Assembleia Municipal e candidato a Presidente de Câmara. Que péssima ponta final de mandato!!!