20/11/2009

1 carta especial...Nasceu-lhe 1 criança com deficiência...

recebi via Maria Hipólito

Artigo interessantíssimo de uma escritora chamada Emily Perl Knisley. Ela tem um filho que precisa de cuidados especiais, e as pessoas perguntavam-lhe como era a experiência de dar à luz uma criança com deficiência. Então ela fez uma bela comparação para nos ajudar a entendê-la, e imaginar como vivenciá-la. Seria como...
Bem-vindo à Holanda!
Frequentemente sou solicitada a descrever a experiência de dar à luz uma criança com
deficiência – uma tentativa de ajudar pessoas que não têm com quem compartilhar essa
experiência única, a entendê-la e imaginar como é vivenciá-la. Seria como...
Ter um bebé é como planear uma fabulosa viagem de férias – para a Itália! Você
compra montes de guias, faz planos maravilhosos. O Coliseu. O David de Miguel Ângelo.
As gôndolas de Veneza. Você pode aprender algumas frases simples em italiano. É tudo
muito excitante.
Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia. Você arruma as suas malas
e embarca. Algumas horas depois você aterra. O comissário de bordo chega e diz: -
"Bem vindo à HOLANDA !"
"HOLANDA!?! " diz você – "O que quer dizer com Holanda?? Eu escolhi a Itália! Eu devia
ter chegado à Itália. Toda a minha vida eu sonhei em conhecer a Itália".
Mas houve uma mudança no plano de voo. Eles aterraram na Holanda e é lá que você
deve ficar.
A coisa mais importante é que eles não o levaram a um lugar horrível, desagradável,
cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente. Logo, você deve sair e
comprar novos guias. Deve aprender uma nova linguagem. E você irá encontrar todo um
novo grupo de pessoas que nunca encontrou antes. É apenas um lugar diferente. É mais
baixo e menos ensolarado que a Itália. Mas, após alguns minutos, você pode respirar
fundo e olhar ao redor... e começar a notar que a Holanda tem moinhos de vento,
tulipas e até Rembrandts e Van Goghs.
Mas, todos que você conhece estão ocupados indo e vindo da Itália... e estão sempre a
comentar o tempo maravilhoso que passaram lá. E por toda a sua vida você dirá: "Sim,
lá era onde eu deveria estar. Era tudo o que eu tinha planeado." E a dor que isso causa
nunca, nunca irá embora... porque a perda desse sonho é uma perda extremamente
significativa.
Porém... se você passar a sua vida toda remoendo o facto de não ter chegado à Itália,
nunca estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais... sobre a Holanda.
(Emily Perl Knisley, 1987)