09/11/2009

2.237.( 9nov2009.9.44') Hitler em 1933 começa por atacar os comunistas... muro em Berlim!

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Primeiro levaram os comunistasBertold Brecht
Primeiro levaram os comunistas
Mas não me importei com isso
Eu não era comunista

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou sindicalista

Depois agarraram uns sacerdotes
Mas como não sou religioso
Também não me importei

Agora estão-me levando
Mas já é tarde.

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8mar1933
Hitler aumentou a repressão aos comunistas
Cancelou o mandato dos deputados comunistas.
Dirigentes foram presos...
Uma semana depois o partido comunista alemão foi proibido!
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14jul1933
nazis começam a perseguir a generalidade dos comunistas alemães
(só se fala dos judeus)
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http://www.omilitante.pcp.pt/pt/301/Internacional/340/
O insuspeito Prof. Tooze escreve: «Aquilo que Hitler e o seu governo prometiam
 era pôr fim à democracia parlamentar e destruir a esquerda alemã, e a maioria 
do grande capital alemão estava disposta a dar uma contribuição substancial 
para estes fins. [...] E o resultado líquido, no fim de 1934, foi precisamente o 
visado: uma desmobilização popular global. [...] O movimento sindical foi destruído. 
[...] com a conjugação do congelamento salarial de 1933, a destruição dos sindicatos 
e uma atitude altamente permissiva em relação aos cartéis dos negócios, [...] as 
perspectivas de lucro eram seguramente muito favoráveis»(11).Inspirando-se 
directamente no modelo mussoliniano, Hitler junta-lhe uma característica específica: 
o racismo anti-semita, que permitia aliar a demagogia pretensamente anti-capitalista (identificando os judeus com o sistema financeiro internacional que arruinara a 
pequena e média burguesia alemã) e o anti-comunismo (através da tese do «complot judaico-bolchevique» para arruinar a Alemanha). Também aqui, e ao contrário do que
 se pretende fazer crer hoje, o hitlerismo mostrava as suas afinidades com as classes dominantes europeias, onde o anti-semitismo era moeda corrente. O caso Dreyfus em França(12) foi apenas um episódio ilustrativo de concepções a que Churchill também 
deu voz: «Churchill enfatizou aquilo que considerava ser a natureza judaica do 
Bolchevismo. Em privado, descreveu o governo soviético ao Ministro dos Negócios Estrangeiros Curzon como “um governo tirânico de Comissários judeus” e mesmo em público apelidou-o de “estado comunista mundial sob domínio judaico”. Num discurso público em Sunderland, em 1920, falou do “Soviete internacional do judeu russo e polaco”. Em Abril de 1922 escreveu uma carta [...] descrevendo os bolcheviques como “esses conspiradores Semitas”»(13).A ascensão de Hitler foi vista com agrado por boa parte das burguesias europeias. O capitalismo vivia então uma crise sem precedentes, no decurso da qual a produção industrial planetária caiu quase 40%, as bolsas 70% e o volume do comércio mundial cerca de 30%. O desemprego afectava milhões de trabalhadores e a crise económica era acompanhada por crises políticas. A sobrevivência do capitalismo era posta em dúvida, mesmo pelos seus defensores(14). Em paralelo, a jovem União Soviética socialista conhecia taxas de crescimento económico impressionantes com os planos quinquenais e as conquistas sociais (emprego, educação, saúde, cultura). O contraste com o capitalismo em crise era evidente e cheio de significado político. Os ideais de transformação social revolucionária ganhavam terreno. A grande burguesia vivia um novo período de medo. Como afirma o jornalista americano William Shirer, que foi correspondente na Europa, «lembro-me que foi por esta altura que comecei a ouvir nos círculos da classe alta em Paris um comentário que se viria a tornar quase num cântico: “antes Hitler que [Leon] Blum”»(15).Para a grande burguesia das potências imperialistas, o ascenso do nazismo representava não apenas uma solução de força para salvar o capitalismo alemão, mas também uma arma para destruir pela força a primeira experiência mundial de construção do socialismo, em curso na URSS. Os planos de expansão territorial e colonização do Leste europeu pela Alemanha eram claramente assumidos no livro de Hitler, Mein Kampf. Discursando sobre as suas teorias de «espaço vital» (Lebensraum), Hitler criticava os seus antecessores que criaram um Império alemão em África. «A conquista de novos territórios, prosseguia Hitler, [...] “apenas é possível a Leste .... Se pretendemos territórios na Europa, eles só podem obter-se essencialmente à custa da Rússia”»(16). A «corrida para leste» (Drang nach Osten) teorizada pelo nazismo representava uma saída para as rivalidades inter-imperialistas e uma «solução para o problema russo»(17) que agradava a largos sectores da grande burguesia mundial. E isso explica a vergonhosa colaboração de classe com o ascenso do nazismo, hoje negada por uma burguesia que pretende re-escrever a sua história.
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1933: Repressão ao Partido Comunista da Alemanha


Incêndio do Reichstag em 1933 foi pretexto para repressão nazista
http://www.dw.com/pt/1933-repress%C3%A3o-ao-partido-comunista-da-alemanha/a-303729
Em 8 de março de 1933, Hitler aumentava a repressão ao Partido Comunista da Alemanha, cassando os mandatos de seus deputados. Dirigentes foram presos ou perseguidos e, uma semana depois, a agremiação foi proibida.

Incêndio do Reichstag em 1933 foi pretexto para repressão nazista
A tropa de assalto nazista marchou com suas tochas pelo Portão de Brandemburgo em 30 de janeiro de 1933, dia em que Hitler foi nomeado chanceler. Políticos conservadores não acreditavam que ele permanecesse por muito tempo no poder. Mas o homem do uniforme marrom estava obcecado pela conquista do mundo e começou amplas reformas na Alemanha.
Poucos dias deppois, no final de fevereiro, o Reichstag (sede do Parlamento) foi destruído por um incêndio, provavelmente um atentado de um anarquista isolado. Os nazistas aproveitaram a situação para impor uma série de medidas repressivas, alegando a "segurança da população".
O ministro Hermann Göring apresentou as novas medidas, voltadas principalmente contra os comunistas, considerados por Hitler mentores do atentado incendiário. A SA (tropa de assalto) começou a sequestrar, torturar, matar e confinar em campos de concentração o mais rápido possível todos os críticos ao regime.
Wilhelm Pieck, membro do Comitê Central, já havia advertido para o perigo nazista em 1932. Num apelo aos seus camaradas, sugeriu a movimentação em massa contra os fascistas e defendeu a aliança com a União Soviética.
Imposição da lei de plenos poderes
No dia 15 de março de 1933, o Partido Comunista Alemão (KPD) foi proibido. Cada vez mais comunistas foram presos, muitos continuaram tentando trabalhar na ilegalidade. O ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, prometeu que não deixaria a perseguição aos opositores apenas ao encargo da polícia.
Como o partido de Hitler havia obtido 44% dos votos nas eleições do começo de março e não possuísse maioria no Parlamento, no final do mesmo mês os nazistas impuseram a lei de plenos poderes. Por decreto, o regime garantiu para si poderes absolutos, proibindo partidos e sindicatos.
Goebbels estava satisfeito com a perseguição aos comunistas, eliminados nos campos de concentração. Seu ódio era tanto que não lhe bastava o desmantelamento da agremiação.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o movimento esquerdista reorganizou-se. Na Alemanha Oriental, comunistas e social-democratas criaram o Partido Socialista Unitário. Embora os líderes do partido considerassem esta união uma conseqüência natural do passado recente, milhares de social-democratas rejeitaram a aliança.
Na Alemanha Ocidental, o Partido Comunista foi refundado, mas o KPD voltou a ser proibido em 1956, pelo Tribunal Federal Constitucional. Seus juízes consideraram os ideais marxistas leninistas incompatíveis com os valores democráticos.
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9nov2009
da TSF
Sondagem revela descontentamento na Alemanha do Leste
"No dia em que se comemoram os 20 anos sobre a queda do Muro de Berlim, uma sondagem conclui que os alemães de Leste consideram que a reunificação não foi consumada e que a esmagadora maioria sentia-se bem na antiga Alemanha Democrática."

O estudo indica que 50 por cento dos cidadãos da antiga Alemanha Democrática lamentam diferenças reais do nível de vida, lembrando que no Leste o desemprego é maior, os salários são mais baixos e o PIB é de apenas de um terço do registado no lado ocidental do país.
"Doze por cento dos inquiridos recordam com saudade os tempos da RDA e outros tantos defendem mesmo que o muro devia ser reconstruído.
"Somente um quinto dos alemães de Leste considera que a reunificação vai no bom sentido e muitos outros dizem que os irmãos do ocidente os tratam com arrogância."
não vi nem li isto em + lado nenhum!!!
Tb não vi nem li 1 linha das razões do porquê e como esse muro maldito foi construído!!!
Porque não dizem 1 palavra da ausência de concretização dos compromissos dos 3 "aliados"...
Do jornal o Público de hoje:
Uma frase da actual Chanceler da República da Alemanha, Angela Merkel, cuja família - segundo biografia no mesmo jornal se mudou em 1954 da República Federal Alemã para a República Democrática Alemã.
«No entanto, se era uma ditadura do proletariado,"não era tudo preto ou branco", concluiu Merkel."Eu era feliz, e não quero esqueceresses 35 anos da minha vida"

O jornal "Correio da Manhã"
09 Novembro 2009 - 00h30
Alemanha: Há 20 anos foi abolida a barreira que desde 1961 separava um país e dois sistemas
O dia em que os alemães derrubaram o Muro
O bloco de Leste, um império regido pela batuta da União Soviética, entrou em reforma acelerada em 1994, graças à ‘perestroika’ de Mikhail Gorbachev. Mas o regime comunista da Alemanha Democrática (RDA) resistia e adiava a mudança. O então presidente da RDA, Erich Honecker, sentenciou mesmo, no início de 1989, que o Muro, a que muitos chamavam o ‘da vergonha’, continuaria a existir dentro de cem anos. A 18 de Outubro, antes de os acontecimentos revelarem a dimensão do seu engano, o Politbüro (Comité Central) do Partido Socialista da RDA, premiou a sua obstinação, com o beneplácito de Moscovo, forçando-o a demitir-se.
Outras cabeças rolaram, e seriam os novos líderes do país, a quem cabia planear uma reforma suave, a ver-se confrontados com a crescente revolta popular. Egon Krenz, sucessor de Honecker, e Günter Schabowski, membro do Politbüro e porta-voz do governo, são nomes cruciais do ‘canto de cisne’ da Alemanha de Leste.
A gigantesca manifestação que reuniu mais de um milhão de pessoas a 4 de Novembro, na Alexanderplatz, a reclamar eleições livres, foi o derradeiro prenúncio do que estava para acontecer. O Politbüro planeava a abertura de fronteiras para o Natal, mas a pressão social forçou uma antecipação. Na reunião decisiva, a 9 de Novembro, Krenz fez aprovar um despacho para acelerar o processo, e foi entregue a Schabowski o comunicado que daria conta da abertura de passagens para o Ocidente.
A medida devia entrar em vigor no dia seguinte, mas Schabowski, numa conferência de imprensa transmitida em directo, leu o comunicado e, por engano, declarou que as restrições de viagem para o Ocidente ficavam abolidas de imediato. O anúncio criou um silêncio de incredulidade. Mas pouco depois milhares de alemães de Leste precipitaram-se para a rua e correram para os postos de controlo. Apanhados de surpresa, os guardas não reagiram, e o resto, como é hábito dizer-se, é História. As fotografias de uma mole compacta de pessoas eufóricas penduradas no topo do muro que, durante 28 anos, dividiu uma cidade e dois blocos políticos, são a imagem do fim de uma era.
A 3 de Outubro de 1990, Helmut Kohl, chanceler da Alemanha Ocidental, fechou definitivamente o capítulo aberto um ano antes. Formalizou a reunificação alemã e tornou-se o primeiro líder da Alemanha unida desde a derrota de Adolf Hitler.
FRASES
'Os trabalhadores empregam todas as suas forças a construir casas. Ninguém tem intenção de erguer um muro', W. Ulbricht Pres. da RDA - 1961
'Não tenhais medo. [...] Mudai a face desta terra', Papa João Paulo II - 1979
'Dentro de cem anos o Muro continuará a existir', Erich Honecker, Presidente da RDA - 1989
'Não estou a tentar acelerar as coisas, mas há uma força que nos conduz', Helmut Kohl, Chanceler alemão - 1990
REUNIFICAÇÃO, ENTRE O SONHO E A REALIDADE
O chanceler Helmut Kohl ficou na História como o arquitecto da reunificação alemã, mas para muitos alemães o país continua dividido. Vinte anos após a queda do Muro, persistem muros mentais e diferenças de facto. A mais visível é a diferença económica. Em 20 anos, cerca de 1,5 mil milhões de euros foram transferidos para ajudar o Leste. Apesar disso, o nível de vida dos ‘Ossis’ (alemães de Leste) é ainda bem inferior e serão precisos muitos anos para o equiparar ao dos ‘Wessis’. Não é de estranhar, pois, que um em cada dez alemães de Leste deseje o regresso ao passado.
MUROS QUE DIVIDEM O MUNDO
1 - Berlim: Erguido em 1961, dividiu Berlim e a Alemanha durante 28 anos. Simbolizou a cisão entre Europa ocidental e bloco comunista.
2- Índia: Barreira com quase 500 km divide Caxemira. Junto ao Bangladesh, nova barreira em construção. Terminada, terá 4000 km.
3 - Rio de Janeiro: No início do ano o Brasil começou a erguer muros de betão, com três metros de altura, para isolar 11 favelas da cidade.
4 - Bagdad: EUA ergueram em 2007 um muro de 5 km de extensão e 3,6 metros de altura a separar um bairro sunita dos bairros xiitas vizinhos.
5 - EUA: Ao longo dos 3000 km de fronteira entre EUA e México foram erguidas barreiras numa extensão de quase 560 km.
6 - Israel: Em 2002 inicia-se a construção, na Cisjordânia, de um muro de cinco metros de altura para isolar Israel de povoações palestinianas.
7 - Marrocos Enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla estão protegidos com valas, arame farpado e barreiras com sensores de movimento.
8 - Coreia: Criada em 1953, a Zona Desmilitarizada tem 4 km de largura. Tem muros com 250 km de extensão nos dois lados da fronteira.
9 - Chipre: A Linha Verde divide áreas turca e grega. Foi estabelecida nos anos 60 sob supervisão da ONU e tem 180 km de extensão.
10 - Ulster: Barreiras de paz erguidas nos anos 70 para controlar violência entre católicos e protestantes 40 muros persistem em Belfast.
MILHARES EM BERLIM NA FESTA DA LIBERDADE
Os 20 anos da queda do Muro de Berlim serão assinalados hoje na capital alemã com a Festa da Liberdade, um conjunto de actos festivos que arrancam com um concerto dirigido pelo maestro Daniel Barenboim e culminam no derrube de um dominó gigante. Cerca de mil peças de dominó, com dois metros e meio de altura, foram montadas nas linhas antes ocupadas pela barreira que separou os alemães durante 28 anos. A sua queda decorre num espaço entre o Reichstag, sede do Parlamento alemão, a Potsdamer Platz e a Porta de Brandemburgo.
Personalidades políticas de todo Mundo marcam presença, entre elas a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o primeiro-ministro português, José Sócrates.
CRONOLOGIA DE UMA CIDADE DIVIDIDA
1945 - Maio: Fim da II Guerra Mundial. Berlim dividida entre o sector soviético, a Leste, e os sectores americano, francês e britânico, a Oeste.
1948/49 -Tropas soviéticas bloqueiam Berlim Ocidental. Ponte aérea aliada durou 15 meses.
1949 - A 23 de Maio nasce a RFA. A 7 de Outubro é fundada a RDA.
1953 - Revolta dos operários de Berlim Oriental contra as dificientes condições de trabalho é reprimida pelo Exército Vermelho.
1961 - 13 Agosto: É encerrada a fronteira entre Berlim Oriental e Berlim Ocidental. O Muro começa a ser construído.
1963 - Presidente norte-americano John F. Kennedy visita Berlim Ocidental e profere a célebre frase 'Eu sou um berlinense.'
1973 - As duas Alemanhas estabelecem relações diplomáticas.
1987 - Ronald Reagan visita Berlim Ocidental e exorta o líder soviético Mikhail Gorbachov a derrubar o Muro.
1989 - Setembro: A Hungria abre a fronteira com a Áustria, permitindo a saída de milhares de alemães orientais para o Ocidente.
Outubro: Gorbachov visita Berlim Oriental e pede às autoridades da RDA para não travarem as reformas.
4 Novembro: Um milhão de pessoas participa numa manifestação pró-democracia em Berlim Oriental. Governo demite-se 3 dias depois.
9 Novembro: RDA anuncia inesperadamente a abertura das fronteiras. No meio dos festejos, o Muro começa a ser derrubado.
F. J. Gonçalves