Prof. Paulo Grilo tem achegas à minha postagem 2.278 sobre a Pedra do Ouro:
"Aquilo que ouvi falar é que efectivamente se encontra licenciado um
empreendimento urbanistico para esse local.
Está mesmo sobre a arriba, junto a uma linha de água (pequena, mas ela existe).
Há ali um conjunto de edificações: um moinho de vento, uma casa com
restos de um forno de cozer pão e três fornos.
A existência do moinho de vento e do forno comunitário faz-me pensar
que, possivelmente, seria um equipamento comunitário, à semelhança dos
que existem nas Boubãs (Pataias-gare e Pisões) e em Fanhais. Ou seja,
as pessoas levariam os cereais para moer e no processo coziam o pão.
Mas são só especulações.
Quanto aos forno, discordo que sejam fornos de cal, quer pelas
dimensões (muito pequenos), quer pela ausência - próxima - de
matéria-prima (calcáreo).
Embora ainda não tenha tido oportunidade de confirmar, penso que serão
fornos de telha e tijolo, muito comuns em Pataias (e dos quais ainda
há alguns vestígios, nomeadamente perto do mercado de Pataias).
Independentemente dos vestígios, o que é um facto é que tudo aquilo se
encontra a menos de 50 metros da arriba (os fornos estão mesmo sobre
ela). A arriba é uma arriba viva, ou seja, sujeita às investidas do
mar, pelo menos no Inverno.
Nem que seja por esse facto, construir ali será, no mínimo, imprudente.
Para além dos outros aspectos relacionados com a preservação
ambiental, paisagística e histórico-cultural.
Está-se a transformar a Pedra do Ouro numa Quarteira. O problema é que
não temos o mesmo mar, o mesmo clima e está-se a destruir uma oferta
quase única: um litoral, uma faixa costeira quase selvagem.
Não se vê, mesmo nos projectos imobiliários e no golfe, a criação de
uma oferta de mais valia turística, para além do próprio alijamento.
Algo que diferencie esta zona das restantes. É tudo igual.
O que distingue a oferta turística do norte do concelho do Algarve?
Aparentemente só um pior mar e um pior clima.
É este o modelo de turismo que queremos?
Tirando este àparte, junto envio-te algumas fotografias que tirei
ainda há menos de um mês (25 de Fevereiro)
1 abraço
Paulo Grilo