respiguei do gazetacaldas.com
Oeste espera que PEC não afecte promessas do governo para a região
Realiza-se no dia 27 de Abril, em Lisboa, uma reunião entre a comissão de acompanhamento do programa de acção Oeste + 4 Lezíria do Tejo e o ministro das Obras Públicas e Transportes, António Mendonça, que poderá ser decisiva para a concretização dos projectos anunciadas no âmbito das compensações da deslocalização do aeroporto da Ota para Alcochete.
O novo ministro da tutela mandou reanalisar todos os projectos e ainda não disse nada sobre se e quais vão avançar. Em causa poderá estar a modernização da linha do Oeste e a construção do IC11.
Um ministro a 300 à hora mas com investimentos parados
António Mendonça, ministro das Obras Públicas e Transportes, viaja num AVE (Alta Velocidad Española) a 300 Km/hora na planície de Aragão. O governante não esconde o seu entusiasmo pelas maravilhas da tecnologia ferroviária e continua empenhado no projecto do TGV para Portugal, mas quanto à linha do Oeste nada respondeu sobre a sua modernização.
“Vamos ver se haverá alterações ao que está estabelecido”, disse à Gazeta das Caldas, à margem de uma visita que realizou na semana passada a Madrid e Zaragoza. Mas de momento todos os projectos ferroviários estão congelados, à luz da nova realidade introduzida pelo PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento). O ministro criou uma comissão para analisar o plano de investimentos da Refer para os próximos anos, nos quais se conta a modernização da linha do Oeste e a construção da linha Santarém – Rio Maior – Caldas (mas esta atirada para as calendas).
Neste momento está tudo posto em causa e o ministro promete para mais tarde a revelação daquilo que irá avançar.
Esta contenção nos projectos também é transversal a outros ministérios, o que poderá pôr em causa o mega-plano de investimentos para o Oeste negociado aquando das contrapartidas pela deslocalização do aeroporto da Ota para Alcochete.
É isso que o ministro irá explicar à comissão de acompanhamento restrita do programa de acção Oeste + 4 Leziria do Tejo (composta pelos presidentes da OesteCIM e das Câmaras de Torres Vedras e Azambuja) no próximo dia 27 de Abril, numa reunião que terá lugar em Lisboa.
Os autarcas oestinos querem decisões do governo sobre aquelas promessas, nomeadamente sobre a modernização da linha do Oeste e a construção do IC11 (projectos considerados estruturantes com um investimento próximo dos 150 milhões de euros).
Existem ainda projectos mais pequenos como a criação de albufeiras e de lojas do cidadão, ou o futuro das Instalações da Vinha e do Vinho, para os quais também esperam respostas.
De acordo com Carlos Lourenço, presidente da OesteCIM, os autarcas não compreendem os atrasos, “muitas vezes não só em obra, mas em projectos e definições”, disse. O responsável garantiu que não serão mais condescendentes e que, se da reunião não sair nada de novo, vão pedir uma audiência ao primeiro-ministro para tentar resolver o impasse.
Carlos Lourenço disse ainda que não poderão ser penalizados com o PEC aprovado para o país, lembrando que as compensações para esta região foram acordadas pelo primeiro-ministro em Setembro de 2008 e terão que ser feitas.
Fátima Ferreira , Carlos Cipriano