Ministra disponível para dar contrapartidas a Alcobaça
A ministra da Saúde demonstrou disponibilidade, na passada semana, para reunir com autarcas do Oeste e estudar eventuais contrapartidas para o hospital de Alcobaça, na forte possibilidade de o novo Hospital Oeste-Norte ser construído em Caldas da Rainha.
As afirmações da governante reforçam a tese do estudo que Ana Jorge apresentou recentemente e que sugere duas localizações preferenciais para a nova unidade de saúde, ambas nas Caldas.
A decisão não é conhecida de forma oficial, mas há sinais que mostram a preferência do Governo por Caldas da Rainha para o novo hospital comum ao Oeste Norte. Entre eles, o estudo que a ministra apresentou, o facto de ter falado em contrapartidas para Alcobaça e o facto de ter excluído a cidade de uma visita recente à região.
“Estarei disponível para conversar com eles [autarcas]” disse a ministra da Saúde, que garantiu a manutenção dos actuais hospitais de Alcobaça, Caldas e Peniche, ainda que não se saiba em que condições.
Paulo Inácio prefere não admitir que Alcobaça terá perdido a ‘batalha’ do novo hospital. O presidente da Câmara escusa-se a falar das necessidades da centenária unidade de saúde de Alcobaça, optando por defender o estudo de Daniel Bessa (de 2008), que apontava o terreno camarário em Alfeizerão como a melhor localização para o novo hospital. Isto apesar de a ministra Ana Jorge já ter apresentado um estudo mais recente e de Daniel Bessa ter dito posteriormente ao seu estudo que tinha errado ao escolher Alfeizerão.
Paulo Inácio não quer dizer o que pode estar em cima da mesa de eventuais negociações com a ministra, mas os vereadores da oposição são específicos quanto ao que defendem.
Para José Acácio Barbosa (PS), é fundamental melhorar e reforçar a emergência médica. Por outro lado, o hospital de Alcobaça precisa de mais equipamento e meios humanos, ao mesmo tempo que as unidades de saúde familiar carecem de horários mais alargados.
Rogério Raimundo (CDU) sublinha a necessidade de um hospital melhorado ou um novo em outro local da cidade, “perto do IC9/VCI, com qualidade de respostas para os mais de 80 mil habitantes dos concelhos de Alcobaça e Nazaré”. Não é também de hoje a reivindicação da CDU por uma urgência básica qualificada, “com equipamentos e meios humanos para o máximo de respostas que evitem a correria dos alcobacenses e dos nazarenos para Leiria ou Caldas”.
A par do que defende, Rogério Raimundo critica a estratégia dos autarcas da maioria em Alcobaça, na compra de um terreno para instalar o novo hospital, apesar de não haver decisão quanto à localização, referindo-se ao mandato de Gonçalves Sapinho. Também o vereador do PS Acácio Barbosa considera a decisão política e o negócio “um erro”.