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Marcelo Rebelo Sousa
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Cavaco Silva
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11mAIO2010Na reunião d' ontem Paulo Inácio salientou a Visita Presidencial
Presidente Paulo Inácio relevou a visita do Presidente, com a presença da Ministra da Cultura o que lhe permitiu nas conversas informais avançar com a questão central do Mosteiro. Acertou uma reunião com a Sr.ª Ministra.
O encerramento da visita ao Oeste foi no hotel Marriot e aí foram condecorados 3 alcobacenses:
Dr. Gonçalves Sapinho (Comenda da Ordem de Mérito), escritor Luís Rosa (Condecoração Infante D. Henrique) e o Director Geral da ICEL, João Jorge (Comenda da ordem de Mérito).
Também foi condecorado um pintor cerâmico que trabalhou muitos anos em Alcobaça: Luís Ferreira.
Foram 3,5 de Alcobaça em 6 dos condecorados.
Pedi desculpa de não ter estado presente na ICEL e no concerto do Mosteiro, respondendo ao convite directo do Sr. Presidente da Câmara. De facto, eu pensava ir e só foi, em cima da hora, que decidi não ir porque pensei que ao cruzar-me com o Presidente da República não seria capaz de me conter e dir-lhe-ia, frontalmente, que o cumprimentava com a consciência de que ele era um dos principais responsáveis pelo estado em que Portugal está, em conjunto com muitos políticos do PSD, que destruíram a Agricultura (com a PAC), as Pescas e tantos sectores da economia. Ao fazer isso perturbaria o que o Presidente Paulo Inácio pretendia para a visita...
Não está em causa o mérito da ICEL e da sua administração.
Saúdo também os condecorados, mas se eram na maioria de Alcobaça, foi pena que a Abadia não fosse o palco desta atribuição de comendas.
Presidente respondeu que em Óbidos estavam todas as empresas que a Câmara tinha sugerido para serem visitadas, pelo que estavam lá muitos alcobacenses.
Pelo que li Peniche e Nazaré relevaram aspectos municipais. Peniche tem a Magna Carta, o Plano estratégico onde o mar tem um papel fundamental. Nós temos muitos km de costa mas nada fazemos nessa frente.
Houve algum relevar da Terra de Arte e d' Artistas com o contra-tenor Luís Peças, o escultor Thierry Ferreira, da pintora Paula Teresa...Houve a marca da ginja. O Mosteiro com certeza...
Provavelmente o Presidente Paulo Inácio sugeriu outras empresas e aspectos do nosso concelho onde a Inovação poderia ser relevada mas com certeza a presidência não acolheu...
Gostava de perceber o que propôs.
Presidente criticou-me por eu não respeitar as Instituições e informou que deu muitas pistas de empresas onde Alcobaça está no top da inovação. Mas a Casa Civil só queria 1 empresa de Alcobaça. Conseguimos que o Presidente estivesse no principal: no Mosteiro. Acabou por estar mais tempo em Alcobaça!
Aliás todas as empresas e instituições que sugerimos foram convidadas para o Hotel Marriot.
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entretanto Joana Fialho escreveu no Gazeta das Caldas:
Caldas da Rainha, Quarta-feira, 19 de Maio de 2010
11:43:49
“Dar visibilidade e apoio a empresas que podem ser apresentadas como exemplo”. Foi esta a razão que levou Cavaco Silva a incluir a beneditense Icel – Indústria de Cutelarias da Estremadura SA, na 3ª jornada do Roteiro das Comunidades Locais Inovadoras.
Ao final da tarde da passada sexta-feira, o Presidente da República foi recebido junto à fábrica por dezenas de alunos do Agrupamento de Escolas da Benedita, que aguardaram à chuva para poderem cantar “A Portuguesa” ao chefe de Estado. A estes juntavam-se autarcas, empresários e outras entidades da freguesia da Benedita e do concelho de Alcobaça.
Percorrendo as instalações da unidade fabril, Cavaco Silva viu de perto como se fazem as facas que se encontram em mais de um milhar de pontos de venda em todo o país, e que cativaram já clientes em mais de meia centena de países.
Com 65 anos de história, a Icel é uma das maiores e mais importantes empresas numa freguesia que já foi das mais industrializadas do país, um retrato que é hoje bem diferente, depois dos muitos encerramentos a que a crise e os tempos difíceis obrigaram. “Tem sido um percurso feito de desafios e de algumas incertezas, mas acreditámos sempre que a qualidade e inovação no trabalho desenvolvido seria um caminho a seguir”, garantiu o presidente do Conselho de Administração da empresa.
No actual contexto económico são aspectos como a aposta constante na inovação e na qualidade de cada uma das cerca de 3 milhões de peças que ali são produzidas anualmente que concorrem para que esta seja uma empresa altamente competitiva, de sucesso e de méritos reconhecidos, que o Presidente da República não deixou de salientar na sua passagem pela Benedita. Uma empresa que exporta cerca de 70% da sua produção.
Para o chefe de Estado, a Icel é uma das empresas “que actuam no mercado dos chamados bens transaccionáveis, que concorrem com a produção estrangeira e dessa forma dão um contributo decisivo para que Portugal consiga ultrapassar as suas dificuldades”. Por isso, é “um exemplo daquilo que devemos apoiar no nosso país para enfrentar desequilíbrios nas nossas contas externas e conter o nosso endividamento”.
Tendo introduzido a robótica no processo de produção há cinco anos, a Icel mantém mesmo assim cerca de 170 trabalhadores. Por isso, o Presidente não deixou de felicitar a administração da empresa pelo “esforço que continua a fazer para manter o emprego elevado, sem no entanto deixar de avançar nas mais modernas tecnologias”. Prova disso é o facto de haver na fábrica da Benedita uma máquina de medição do desempenho da faca e do seu ângulo de afiamento, através do corte de um papel abrasivo, no que é um dos dois exemplares que existem em Portugal e que Cavaco Silva viu em funcionamento.
Desejando que o exemplo da Icel “frutifique no país”, Cavaco Silva espera que a visibilidade que a sua visita deu à cutelaria beneditense faça com que outros “sintam vontade de agir, preparando-se para actuar no mercado altamente concorrencial como é o mercado global”. Uma tarefa que exige empresários destemidos, de olhos postos no futuro, que invistam na qualidade dos seus produtos para fazer frente, sem receio, à forte concorrência no mercado global. “É com empresas destas que nós podemos dar a volta à crise”, garantiu.
Da Icel o Presidente levou um bloco com facas personalizadas, uma oferta com que, afirmou, vai “fazer um figurão. A minha esposa vai ficar deliciada com isto. Ela vai dizer: isto foi a melhor prenda que lhe deram, Sr. Presidente, na sua ida ao Oeste Norte”, ironizou.
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Mosteiro cheio para concerto de reconhecimento ao Presidente
O primeiro dia do périplo presidencial pelo Oeste Norte terminou em Alcobaça, no Mosteiro de Santa Maria, com um momento musical abrilhantado pelo grupo Vocal Olisipo e pelo contratenor alcobancense Luís Peças, acompanhado pelo organista João Santos.
A Nave Central da abadia foi pequena para acolher todos os que quiseram marcar presença no serão organizado pelo Município de Alcobaça como forma de reconhecimento público ao Chefe de Estado, mas que esperaram durante cerca de uma hora pelo início do concerto. Quem também esteve em Alcobaça para acompanhar a visita foi a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.
Depois de ter visitado o monumento Maravilha de Portugal, a comitiva presidencial, entidades alcobacenses e população brindaram com Ginja de Alcobaça e provaram os tradicionais doces conventuais. Ao presidente foi oferecida a escultura “Pedro e Inês”, do escultor alcobacense Thierry Ferreira. Já Maria Cavaco Silva presenteada com um conjunto de quatro pratos de cerâmica pintados à mão com padrões de Chita de Alcobaça, num estojo forrado com o tradicional tecido, uma peça da artesã Paula Teresa.
Joana Fialho
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respiguei de: http://www.cm-alcobaca.pt/page.php?ID=11561
No âmbito do programa presidencial Roteiro das Comunidades Locais Inovadoras, o Município de Alcobaça recebe, esta sexta-feira, 7 de Maio, Sua Excelência o Presidente da República.
Durante a tarde, a partir das 17h00, a comitiva presidencial irá visitar a empresa de Indústria de Cutelarias da Estremadura localizada na Benedita – ICEL - estando a noite reservada para um momento cultural no monumento Património Mundial da UNESCO e Maravilha de Portugal, Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
O Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça convida a população do Concelho a assistir a este concerto, marcado para as 21h00, na Nave Central do Mosteiro de Alcobaça, que terá como intérpretes o contra tenor Luis Peças acompanhado ao órgão por João Santos, e ainda o Grupo Vocal Olisipo.
A entrada é livre.
Mais informação em:
http://grupovocalolisipo.blogspot.com/
http://www.luispecas.com/
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Jorge Sampaio
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Mário Soares
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Ramalho Eanes
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Costa Gomes
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após revolução d' abril1974
António de Spínola
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Américo Tomás
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21 de Julho de 1951: Craveiro Lopes é eleito presidente da República Portuguesa, sucedendo ao recém-falecido Óscar Carmona
Francisco
Higino Craveiro Lopes nasceu em Lisboa a 12 de Abril de 1894, filho de
João Carlos Craveiro Lopes (general do exército português e
governador-geral da Índia Portuguesa) e de Júlia Clotilde Salinas
Cristiano.
O
seu percurso de vida militar começou com os estudos no Colégio Militar e
na Escola Politécnica de Lisboa e em 1911 alistou-se como voluntário no
Regimento de Cavalaria 2. Após o curso de Cavalaria na Escola do
Exército ingressou na Aeronáutica Militar.
Esteve
mobilizado em Moçambique entre 1915 e 1916, e pelo valor militar e
coragem demonstrados recebe a Cruz de Guerra e tornado Cavaleiro da
Ordem Militar da Torre e Espada.
Em 1917, casou-se com Berta da Costa Ribeiro Artur de quem teve quatro filhos.
Em França, no ano de 1918, tirou o curso de piloto militar, passando à patente de capitão piloto aviador.
Entre
1926 e 1929 exerceu o cargo de director da Divisão de Instrução da
Escola Militar, e depois o de chefe da Repartição do gabinete do
Governador-Geral da Índia. Desempenhou vários cargos na Índia, entre os
anos de 1934 e 1938, sucessivamente os de chefe da Repartição do
Gabinete do Governador-Geral da Índia, de governador interino do
distrito de Damão, e a título interino foi encarregado do Governo-Geral
da Índia. Em 1939, passou a comandar a Base Aérea de Tancos, em 1941 foi
nomeado Comandante-geral da Aeronáutica e de depois Comandante da Base
Aérea dos Açores.
Exerceu
actividade docente no Instituto de Altos Estudos Militares e de 1944 a
1950 foi comandante geral da Legião Portuguesa, período durante o qual é
promovido a brigadeiro e em 1949 a general.
Tornou-se
o candidato à presidência da República pela União Nacional, tendo sido
eleito a 21 de Julho de 1951. Foi o 11º Presidente da República
Portuguesa ocupando o cargo até 9 de Agosto de 1958.
Faleceu a 2 de Setembro de 1964, aos 70 anos de idade, como Marechal do Exército.
Fontes:http://digitarq.arquivos.pt/
wikipedia (imagens)
General Francisco Craveiro Lopes
Visita a Moçambique, 1956
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/21-de-julho-de-1951-craveiro-lopes-e.html?spref=fb&fbclid=IwAR1hM599v2yCNwrvQF43Ns8UNgV-gKT81GLXLX5tKn2mEywnPv37JbN5J1s*
12 de Abril de 1894: Nasce Francisco Craveiro Lopes, político português , presidente da república portuguesa.
Óscar Carmona morreu no dia em que nasci: 18abril1951
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Sidónio Pais
14 de Dezembro de 1918: Sidónio Pais, presidente da República, é assassinado, em Lisboa, junto à estação do Rossio.
Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais, foi assassinado no dia 14 de Dezembro de 1918, quando exercia a Presidência de Portugal, por José Júlio da Costa, activista da esquerda republicana.
Na
política, Sidónio Pais, exerceu as funções de deputado, ministro do
Fomento, ministro das Finanças, embaixador de Portugal em Berlim,
ministro da Guerra, ministro dos Negócios Estrangeiros, presidente da
Junta Revolucionária de 1917, presidente do Ministério e presidente da
República Portuguesa.
Exerceu
a Presidência de forma ditatorial, suspendendo e alterando por decreto
normas essenciais da Constituição Portuguesa de 1911. Foi cognominado
o presidente-rei.
Quando
em 1918 ocorreu uma greve dos trabalhadores rurais no Vale de Santiago,
José Júlio da Costa assumiu a posição de negociador entre as
autoridades e os grevistas, alcançando um acordo. A actuação daqueles
trabalhadores, liderados pela ala anarquista da Comuna da Luz de António
Correa, foi considerada perigosa para a ordem pública. O governo não
aceitou os termos do acordo, sendo os grevistas severamente punidos e
alguns deportados para África.
Sentindo-se
traído pela falta de palavra das autoridades, Costa jurou vingar os
seus conterrâneos do Vale de Santiago, decidindo assassinar Sidónio
Pais, visto então pela esquerda radical como o ditador cuja acção era a
fonte da opressão das classes trabalhadoras e como o traidor que
abandonara à sua sorte o Corpo Expedicionário que combatera em França.
Costa
deslocou-se de Garvão, no Baixo-Alentejo, até Lisboa, com o objectivo
de acabar com o regime sidonista, ou seja pôr termo à República Nova,
assassinando o seu líder. A acção foi cuidadosamente preparada, como
indica uma carta escrita por ele mesmo em 12 de Dezembro.
No
dia 14 de Dezembro, após jantar no restaurante Silva, localizado no
Chiado, dirigiu-se à Estação do Rossio, onde aguardou a chegada do chefe
de Estado que deveria partir rumo à cidade do Porto. Quando Sidónio
Pais se preparava para o embarque, no primeiro andar da estação, Costa
furou o duplo e compacto cordão policial ao mesmo tempo em que disparava
uma pistola, escondida pelo seu capote alentejano. O primeiro projéctil
alojou-se junto do braço direito do presidente, e o segundo,
fatalmente, no ventre, fazendo com que a vítima caísse de imediato por
terra.
Apesar
da enorme confusão que se instalou, e de que resultaram quatro mortos,
José Júlio Costa, não tentou fugir, deixando-se capturar.
Embora
não existam provas convincentes, sempre circularam teses que apontavam
para o envolvimento da maçonaria na preparação do assassinato de
Sidónio, alegando-se que Costa estaria ligado àquela sociedade secreta.
Apesar dos rumores, próprios de uma época em que a maçonaria estava sob
forte ataque por parte dos círculos mais conservadores, sabia-se que
Costa nutria grande simpatia pelo grão-mestre Sebastião de Magalhães
Lima. O grão-mestre em carta enviada a um correligionário, afirmou ter
mantido contacto com Costa, mas “ achou-o muito doente, receando mesmo
pela sua vida que tão preciosa é a esta nossa tão amada terra”. Carecem
de prova os rumores de que teria escrito uma carta a Magalhães Lima,
que, sem mencionar o pretendido assassinato, teria sido encontrada nos
bolsos do grão-mestre quando foi preso e conduzido ao calabouço na noite
do assassinato.
Um
dos motivos apontados pelos defensores desta tese é o facto de Sidónio
ter sido maçom, alegando-se que a maçonaria não perdoaria que os seus
antigos membros abandonassem a organização, criando desse modo o mito
que Sidónio teria sido morto por outro maçom.
Outro
motivo que apontava a cumplicidade da maçonaria na morte do presidente
era o conhecido apoio dado pela maçonaria à República e aos republicanos
que Sidónio vinha traindo e perseguindo. Tal sentimento tinha levado a
uma radicalização de posições, com os defensores do sidonismo a acusar a
maçonaria de estar por detrás do atentado fracassado que sofrera em 5
de Dezembro. A reacção antimaçónica levara a que no dia imediato, a 6 de
Dezembro, a loja do Grande Oriente Lusitano Unido fosse invadida e
saqueada.
A
tese de que José Júlio da Costa pertencia à maçonaria jamais foi
confirmada, apresentando-se como pouco provável pois aquela era uma
organização elitista e urbana, onde um militar de baixa patente
dificilmente entraria. No caso de Costa fazer parte de alguma associação
secreta, o que não seria de estranhar devido ao seu empenho político,
provavelmente pertencesse à Carbonária, um movimento bem mais radical e
com forte implantação nas áreas rurais e entre praças e sargentos das forças armadas. Contudo, desconhecem-se provas da ligação de José Júlio com qualquer associação secreta.
José
Júlio da Costa faleceu em 1946, aos 52 anos, internado no Hospital
Miguel Bombarda, depois de 28 anos preso, sem direito a julgamento.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Bilhete-Postal
de 1919, retratando o assassinato do Presidente Sidónio Pais na Estação
Ferroviária de Lisboa-Rossio, no dia 14 de Dezembro de 1918
Sidónio Pais
Sidónio Pais derruba o governo de Afonso Costa — «Ultimo acto d'um valente».
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01 de Maio de 1872: Nasce Sidónio Pais, o "Presidente-Rei"
Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais, nasceu no dia 1 de Maio de
1872 e foi assassinado no dia 14 de Dezembro de 1918, quando exercia a Presidência de Portugal, por José Júlio da Costa, activista da esquerda republicana.
Na
política, Sidónio Pais, exerceu as funções de deputado, ministro do
Fomento, ministro das Finanças, embaixador de Portugal em Berlim,
ministro da Guerra, ministro dos Negócios Estrangeiros, presidente da
Junta Revolucionária de 1917, presidente do Ministério e presidente da
República Portuguesa.
Exerceu
a Presidência de forma ditatorial, suspendendo e alterando por decreto
normas essenciais da Constituição Portuguesa de 1911. Foi cognominado
o presidente-rei.
Quando
em 1918 ocorreu uma greve dos trabalhadores rurais no Vale de Santiago,
José Júlio da Costa assumiu a posição de negociador entre as
autoridades e os grevistas, alcançando um acordo. A actuação daqueles
trabalhadores, liderados pela ala anarquista da Comuna da Luz de António
Correa, foi considerada perigosa para a ordem pública. O governo não
aceitou os termos do acordo, sendo os grevistas severamente punidos e
alguns deportados para África.
Sentindo-se
traído pela falta de palavra das autoridades, Costa jurou vingar os
seus conterrâneos do Vale de Santiago, decidindo assassinar Sidónio
Pais, visto então pela esquerda radical como o ditador cuja acção era a
fonte da opressão das classes trabalhadoras e como o traidor que
abandonara à sua sorte o Corpo Expedicionário que combatera em França.
Costa
deslocou-se de Garvão, no Baixo-Alentejo, até Lisboa, com o objectivo
de acabar com o regime sidonista, ou seja pôr termo à República Nova,
assassinando o seu líder. A acção foi cuidadosamente preparada, como
indica uma carta escrita por ele mesmo em 12 de Dezembro.
No
dia 14 de Dezembro, após jantar no restaurante Silva, localizado no
Chiado, dirigiu-se à Estação do Rossio, onde aguardou a chegada do chefe
de Estado que deveria partir rumo à cidade do Porto. Quando Sidónio
Pais se preparava para o embarque, no primeiro andar da estação, Costa
furou o duplo e compacto cordão policial ao mesmo tempo em que disparava
uma pistola, escondida pelo seu capote alentejano. O primeiro projéctil
alojou-se junto do braço direito do presidente, e o segundo,
fatalmente, no ventre, fazendo com que a vítima caísse de imediato por
terra.
Apesar
da enorme confusão que se instalou, e de que resultaram quatro mortos,
José Júlio Costa, não tentou fugir, deixando-se capturar.
Embora
não existam provas convincentes, sempre circularam teses que apontavam
para o envolvimento da maçonaria na preparação do assassinato de
Sidónio, alegando-se que Costa estaria ligado àquela sociedade secreta.
Apesar dos rumores, próprios de uma época em que a maçonaria estava sob
forte ataque por parte dos círculos mais conservadores, sabia-se que
Costa nutria grande simpatia pelo grão-mestre Sebastião de Magalhães
Lima. O grão-mestre em carta enviada a um correligionário, afirmou ter
mantido contacto com Costa, mas “ achou-o muito doente, receando mesmo
pela sua vida que tão preciosa é a esta nossa tão amada terra”. Carecem
de prova os rumores de que teria escrito uma carta a Magalhães Lima,
que, sem mencionar o pretendido assassinato, teria sido encontrada nos
bolsos do grão-mestre quando foi preso e conduzido ao calabouço na noite
do assassinato.
Um
dos motivos apontados pelos defensores desta tese é o facto de Sidónio
ter sido maçom, alegando-se que a maçonaria não perdoaria que os seus
antigos membros abandonassem a organização, criando desse modo o mito
que Sidónio teria sido morto por outro maçom.
Outro
motivo que apontava a cumplicidade da maçonaria na morte do presidente
era o conhecido apoio dado pela maçonaria à República e aos republicanos
que Sidónio vinha traindo e perseguindo. Tal sentimento tinha levado a
uma radicalização de posições, com os defensores do sidonismo a acusar a
maçonaria de estar por detrás do atentado fracassado que sofrera em 5
de Dezembro. A reacção antimaçónica levara a que no dia imediato, a 6 de
Dezembro, a loja do Grande Oriente Lusitano Unido fosse invadida e
saqueada.
A
tese de que José Júlio da Costa pertencia à maçonaria jamais foi
confirmada, apresentando-se como pouco provável pois aquela era uma
organização elitista e urbana, onde um militar de baixa patente
dificilmente entraria. No caso de Costa fazer parte de alguma associação
secreta, o que não seria de estranhar devido ao seu empenho político,
provavelmente pertencesse à Carbonária, um movimento bem mais radical e
com forte implantação nas áreas rurais e entre praças e sargentos das forças armadas. Contudo, desconhecem-se provas da ligação de José Júlio com qualquer associação secreta.
José
Júlio da Costa faleceu em 1946, aos 52 anos, internado no Hospital
Miguel Bombarda, depois de 28 anos preso, sem direito a julgamento.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/05/01-de-maio-de-1872-nasce-sidonio-pais-o.html?spref=fb&fbclid=IwAR0z-tFIiCFKfwtnQOnNfjYtA87XapMl91xLxmnHC0TB8a_myMa6dQCuBMk
24 de Fevereiro de1843: Nasce Teófilo Braga, escritor, filólogo e político português, foi o 2.º Presidente da República.
Político, professor e escritor português, Joaquim Fernandes Braga nasceu
a 24 de fevereiro de 1843, em Ponta Delgada, e morreu a 28 de janeiro
de 1924, em Lisboa. Foi um dos principais representantes da Geração de
70 e um dos mais prolíficos autores da segunda metade do século XIX e
inícios do século XX, a quem Ramalho Ortigão se referiu como "o trabalho
de uma geração inteira empreendido no cérebro de um só homem", tendo
deixado uma obra monumental nos domínios da poesia, da história
literária, da teoria da literatura, da ficção e da tradução.
Órfão de mãe, senhora da aristocracia açoriana, aos três anos de idade, ganhou, aos cinco, uma madrasta ríspida, que o iria hostilizar. Foi aos dez anos, ao matricular-se na instrução primária, que adotou o nome Teófilo. Tentando ser independente, tornou-se aprendiz de tipógrafo e, em 1859, publicou o seu livro de estreia, Folhas Verdes, apadrinhado por Francisco Maria Supico. Em 1861, partiu para Coimbra para cursar Direito. Na universidade, relacionou-se com alguns dos membros da futura Geração de 70, entre os quais Antero de Quental, envolvendo-se nas manifestações de crítica ao academismo e colaborando em revistas como O Instituto, Revista de Coimbra,Revista Contemporânea de Portugal e Brasil e A Grinalda. Em 1864, publicou os livros de poemas Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras, muito influenciados por Vítor Hugo, ambos acompanhados de textos teóricos onde expõe a sua conceção de uma poesia filosófica, que descreva as fases ideais da história da humanidade.
No ano seguinte, tomou parte na célebre Questão Coimbrã com o opúsculo As Teocracias Literárias, onde se insurge diretamente contra Castilho, censurando a sua prática poética "palavrosa, nula de ideias" e o seu magistério literário. Ainda em 1865, estreou-se na ficção com a coletânea Contos Fantásticos e publicou o ensaioPoesia do Direito. Em 1866, prosseguiu a sua explicação filosófica da história da Humanidade com o volume de poesias A Ondina do Lago e concluiu o curso de Direito. Ainda em Coimbra, e até à conclusão do seu doutoramento, em 1868, traduziu Chateaubriand e iniciou o seu estudo das origens da literatura portuguesa, influenciado pelas leituras de Hegel, Schlegel e Grimm, que daria origem, numa primeira fase, a Cancioneiro Popular e Romanceiro Geral (1867), História da Poesia Popular Portuguesa (1867), Floresta de Vários Romances(1868) e Cantos Populares do Arquipélago Açoriano (1869), e, numa segunda fase, a Contos Tradicionais Portugueses (1883). Em 1868, casou e ficou a viver no Porto, onde aprofundou as suas leituras do positivismo de Comte, de que seria um dos principais divulgadores em Portugal (devendo-se-lhe, entre outras obras, os Traços Gerais de Filosofia Positiva, de 1877, e o Sistema de Sociologia, de 1884) e que tentaria mais tarde aplicar a todos os domínios do saber, nomeadamente à história literária. Em 1869, quando perdeu o seu primeiro filho, publicou História da Poesia Moderna em Portugal e o volume de poesias Torrentes. Durante a década de 70, orientou o seu trabalho no sentido da criação de uma ambiciosa História da Literatura Portuguesa, a que se refere, em carta a F. M. Supico, como "o mealheiro de todas as [suas] ideias, a monomania, a ambição única que [tinha]". Em 1872, já depois de publicadas a História da Literatura Portuguesa. Introdução (1870), a História do Teatro Português (1870-1871) e a Teoria da História da Literatura Portuguesa (1872), ganhou o concurso para professor de Literaturas Modernas no Curso Superior de Letras. Refletindo a sua experiência de ensino, publicou oManual da História da Literatura Portuguesa (1875), a Antologia Portuguesa (1876) e o Parnaso Português Moderno(1876). Na década de 80, enquanto participava na revista literária A Renascença e dirigia as revistas de divulgação das doutrinas positivistas O Positivismo (fundada com Júlio de Matos em 1878), A Era Nova e a Revista de Estudos Livres (fundadas com Teixeira Bastos, respetivamente em 1880 e 1883), orientou os seus estudos literários para a literatura contemporânea, publicando a História do Romantismo em Portugal (1880) e As Modernas Ideias na Literatura Portuguesa (1892). Em 1884, publicou o último volume de poesias, Miragens Seculares, que viria a concluir o ciclo encetado com a Visão dos Tempos. Entre 1886 e 1887, no espaço de poucos meses, perdeu os dois filhos que lhe restavam; esta enorme tragédia pessoal despertou a simpatia de muitos dos seus adversários, incluindo Camilo, que lhe dedicaram o volume de elegias A Maior Dor Humana. Em 1891, redigiu o manifesto e o programa do partido republicano. Logo após a proclamação da República, em 1910, foi escolhido para presidente do Governo provisório. Em 1915, exerceu as funções de Presidente da República interino.
Entretanto, publicaria uma nova versão da História de Literatura Portuguesa (1909-1918). No âmbito estritamente literário, e numa tentativa de alcançar uma visão de conjunto sobre a obra de Teófilo Braga, cuja amplitude e diversidade são ainda aumentadas pelas constantes reedições, refundições e recapitulações, num esforço permanente de coerência e atualização, podemos notar três orientações: 1. A elaboração poética de uma história filosófica da Humanidade, nos cinco volumes de Visão dos Tempos, Tempestades Sonoras, A Ondina do Lago,Torrentes e Miragens Seculares; 2. A vocação folclorista, de inspiração garrettiana, manifesta na recolha e na análise de poesias, lendas, mitos e contos populares e tradicionais; 3. A conceção de uma história da literatura portuguesa, explanada nas dezenas de volumes, propriamente teóricos ou também didáticos, onde estudou os elementos autóctones e os factos importados, debruçando-se especialmente sobre a poesia popular e a literatura do século XIX, e onde procurou conciliar o princípio estático da raça colhido nas leituras de Schlegel (com a exaltação da raça nacional de origem moçárabe) com o princípio dinâmico do progresso bebido nas doutrinas positivistas.
Órfão de mãe, senhora da aristocracia açoriana, aos três anos de idade, ganhou, aos cinco, uma madrasta ríspida, que o iria hostilizar. Foi aos dez anos, ao matricular-se na instrução primária, que adotou o nome Teófilo. Tentando ser independente, tornou-se aprendiz de tipógrafo e, em 1859, publicou o seu livro de estreia, Folhas Verdes, apadrinhado por Francisco Maria Supico. Em 1861, partiu para Coimbra para cursar Direito. Na universidade, relacionou-se com alguns dos membros da futura Geração de 70, entre os quais Antero de Quental, envolvendo-se nas manifestações de crítica ao academismo e colaborando em revistas como O Instituto, Revista de Coimbra,Revista Contemporânea de Portugal e Brasil e A Grinalda. Em 1864, publicou os livros de poemas Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras, muito influenciados por Vítor Hugo, ambos acompanhados de textos teóricos onde expõe a sua conceção de uma poesia filosófica, que descreva as fases ideais da história da humanidade.
No ano seguinte, tomou parte na célebre Questão Coimbrã com o opúsculo As Teocracias Literárias, onde se insurge diretamente contra Castilho, censurando a sua prática poética "palavrosa, nula de ideias" e o seu magistério literário. Ainda em 1865, estreou-se na ficção com a coletânea Contos Fantásticos e publicou o ensaioPoesia do Direito. Em 1866, prosseguiu a sua explicação filosófica da história da Humanidade com o volume de poesias A Ondina do Lago e concluiu o curso de Direito. Ainda em Coimbra, e até à conclusão do seu doutoramento, em 1868, traduziu Chateaubriand e iniciou o seu estudo das origens da literatura portuguesa, influenciado pelas leituras de Hegel, Schlegel e Grimm, que daria origem, numa primeira fase, a Cancioneiro Popular e Romanceiro Geral (1867), História da Poesia Popular Portuguesa (1867), Floresta de Vários Romances(1868) e Cantos Populares do Arquipélago Açoriano (1869), e, numa segunda fase, a Contos Tradicionais Portugueses (1883). Em 1868, casou e ficou a viver no Porto, onde aprofundou as suas leituras do positivismo de Comte, de que seria um dos principais divulgadores em Portugal (devendo-se-lhe, entre outras obras, os Traços Gerais de Filosofia Positiva, de 1877, e o Sistema de Sociologia, de 1884) e que tentaria mais tarde aplicar a todos os domínios do saber, nomeadamente à história literária. Em 1869, quando perdeu o seu primeiro filho, publicou História da Poesia Moderna em Portugal e o volume de poesias Torrentes. Durante a década de 70, orientou o seu trabalho no sentido da criação de uma ambiciosa História da Literatura Portuguesa, a que se refere, em carta a F. M. Supico, como "o mealheiro de todas as [suas] ideias, a monomania, a ambição única que [tinha]". Em 1872, já depois de publicadas a História da Literatura Portuguesa. Introdução (1870), a História do Teatro Português (1870-1871) e a Teoria da História da Literatura Portuguesa (1872), ganhou o concurso para professor de Literaturas Modernas no Curso Superior de Letras. Refletindo a sua experiência de ensino, publicou oManual da História da Literatura Portuguesa (1875), a Antologia Portuguesa (1876) e o Parnaso Português Moderno(1876). Na década de 80, enquanto participava na revista literária A Renascença e dirigia as revistas de divulgação das doutrinas positivistas O Positivismo (fundada com Júlio de Matos em 1878), A Era Nova e a Revista de Estudos Livres (fundadas com Teixeira Bastos, respetivamente em 1880 e 1883), orientou os seus estudos literários para a literatura contemporânea, publicando a História do Romantismo em Portugal (1880) e As Modernas Ideias na Literatura Portuguesa (1892). Em 1884, publicou o último volume de poesias, Miragens Seculares, que viria a concluir o ciclo encetado com a Visão dos Tempos. Entre 1886 e 1887, no espaço de poucos meses, perdeu os dois filhos que lhe restavam; esta enorme tragédia pessoal despertou a simpatia de muitos dos seus adversários, incluindo Camilo, que lhe dedicaram o volume de elegias A Maior Dor Humana. Em 1891, redigiu o manifesto e o programa do partido republicano. Logo após a proclamação da República, em 1910, foi escolhido para presidente do Governo provisório. Em 1915, exerceu as funções de Presidente da República interino.
Entretanto, publicaria uma nova versão da História de Literatura Portuguesa (1909-1918). No âmbito estritamente literário, e numa tentativa de alcançar uma visão de conjunto sobre a obra de Teófilo Braga, cuja amplitude e diversidade são ainda aumentadas pelas constantes reedições, refundições e recapitulações, num esforço permanente de coerência e atualização, podemos notar três orientações: 1. A elaboração poética de uma história filosófica da Humanidade, nos cinco volumes de Visão dos Tempos, Tempestades Sonoras, A Ondina do Lago,Torrentes e Miragens Seculares; 2. A vocação folclorista, de inspiração garrettiana, manifesta na recolha e na análise de poesias, lendas, mitos e contos populares e tradicionais; 3. A conceção de uma história da literatura portuguesa, explanada nas dezenas de volumes, propriamente teóricos ou também didáticos, onde estudou os elementos autóctones e os factos importados, debruçando-se especialmente sobre a poesia popular e a literatura do século XIX, e onde procurou conciliar o princípio estático da raça colhido nas leituras de Schlegel (com a exaltação da raça nacional de origem moçárabe) com o princípio dinâmico do progresso bebido nas doutrinas positivistas.
Fontes: Infopédia
wikipedia (imagens)
Teófilo Braga em 1882
Teófilo Braga discursando (c. 1900)
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/02/24-de-fevereiro-de1843-nasce-teofilo.html?fbclid=IwAR0xY_kohqEGDcO-pp5NCld6ZejsTQwAwxiIj1OhJDiVqsb0vXa7nBe-FyU***
05 de Março de 1917: Morre Manuel de Arriaga, Primeiro presidente constitucional da República Portuguesa
Manuel de Arriaga
Cartaz comemorativo da eleição de Manuel de Arriaga
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/05-de-marco-de-1917-morre-manuel-de.html?fbclid=IwAR2YRxc7ERyaHwLInxQwJs3bLq_HBDf_UZqxOPut26y3y2BSObDq7Fx6los*
08 de Julho de 1840: Nasce Manuel de Arriaga, Primeiro presidente constitucional da República Portuguesa
Manuel
José de Arriaga Brum da Silveira nasceu em 8 de Julho de 1840, na
cidade da Horta, filho de Sebastião de Arriaga e de D. Maria Antónia
Pardal Ramos Caldeira de Arriaga, ambos descendentes de famílias nobres
açorianas.
Casou
com D. Lucrécia de Brito Berredo Furtado de Melo, neta do comandante da
polícia do Porto e partidário das forças liberais à data da revolução
de 1820, de quem teve seis filhos, dois rapazes e quatro raparigas.
Faleceu em 5 de Março de 1917, com 77 anos de idade.
Na
Universidade de Coimbra, onde se formou em Leis, cedo manifestou
simpatia pelas ideias republicanas, o que provocou um conflito insanável
com o pai, que o deserdou e lhe deixou de custear os estudos. Para
sobreviver e pagar a Faculdade, teve então de dar aulas de Inglês no
liceu.
Em
1866, concorreu a leitor da décima cadeira da Escola Politécnica e da
cadeira de História do Curso Superior de Letras. Não conseguindo a
nomeação para qualquer delas, teve de continuar, agora em Lisboa, a
leccionar a mesma disciplina de Inglês. Dez anos depois, em 26 de Agosto
de 1876, já faz parte da Comissão para a Reforma da Instrução
Secundária. Simultaneamente, vai cimentando a sua posição como advogado,
tornando-se um notável casuísta graças à sua honestidade e saber. Entre
as várias causas defendidas destaca-se, em 1890, a defesa de António
José de Almeida, após este ter escrito no jornal académico O Ultimatum, o
artigo "Bragança, o último", contra o rei D. Carlos.
Na
sequência dos acontecimentos de 5 de Outubro de 1910, e para serenar os
ânimos agitados dos estudantes da Universidade de Coimbra, é nomeado
reitor daquela Universidade, tomando posse em 17 de Outubro de 1910.
Filiado
no Partido Republicano, foi eleito por quatro vezes deputado pelo
círculo da Madeira. Em 1890, foi preso em consequência das manifestações
patrióticas de 11 de Fevereiro, relativas ao Ultimato Inglês.
Em
1891, aquando da revolta de 31 de Janeiro, já fazia parte do directório
daquele Partido, em conjunto com Jacinto Nunes, Azevedo e Silva,
Bernardino Pinheiro, Teófilo Braga e Francisco Homem Cristo.
Nos
últimos anos da monarquia, sofre um certo apagamento, dado que o
movimento republicano tinha chegado, entretanto, à conclusão que a
substituição do regime monárquico não seria levada a cabo por uma forma
pacífica. Os republicanos doutrinários são, então, substituídos pelos
homens de acção que irão fazer a ligação à Maçonaria e à Carbonária.
Depois da proclamação do regime republicano foi então chamado a desempenhar as funções de Procurador da República.
ELEIÇÕES E PERÍODO PRESIDENCIAL
Foi
eleito em 24 de Agosto de 1911, proposto por António José de Almeida,
chefe da tendência evolucionista, contra o candidato mais directo,
Bernardino Machado, proposto pela tendência que no futuro irá dar origem
ao Partido Democrático de Afonso Costa.
O escrutínio teve o seguinte resultado:
Manuel de Arriaga 121 votos
Bernardino Luís Machado Guimarães 86 votos
Duarte Leite Pereira da Silva 1 voto
Sebastião de Magalhães Lima 1 voto
Alves da Veiga 1 voto
Listas brancas 4 votos
Bernardino Luís Machado Guimarães 86 votos
Duarte Leite Pereira da Silva 1 voto
Sebastião de Magalhães Lima 1 voto
Alves da Veiga 1 voto
Listas brancas 4 votos
Assiste-se
na época à divisão efectiva das forças Republicanas. De 27 a 30 de
Outubro de 1911, reúne-se, em Lisboa, o Congresso do Partido republicano
em que é eleita a lista de confiança de Afonso Costa, passando o
partido a denominar-se Partido Democrático. Em 24 de Fevereiro de 1912,
por discordar da nova linha política seguida pela nova direcção, António
José de Almeida funda o Partido Evolucionista, e dois dias depois,
Brito Camacho, o Partido União Republicana, divisão que, no entanto,
pouco adiantará para a resolução das contradições deste período deveras
conturbado. O início da Primeira Grande Guerra vem agravar ainda mais a
situação, dando origem à polémica entre guerristas e antiguerristas.
O
Ministério de Victor Hugo de Azevedo Coutinho, alcunhado de Os
Miseráveis, que vigora entre 12 de Dezembro de 1914 e 25 de Janeiro de
1915, não vem alterar em nada a situação, acabando por ser demitido na
sequência dos acontecimentos provocados pelo "Movimento das Espadas", de
âmbito militar, onde se destacaram o capitão Martins de Lima e o
comandante Machado Santos.
O
Presidente Manuel de Arriaga tenta inutilmente chamar as forças
republicanas à razão, envidando esforços no sentido de se conseguir um
entendimento entre os principais dirigentes partidários. Goradas estas
diligências, não dispondo de quaisquer poderes que lhe possibilitassem
arbitrar os diferendos e impor as soluções adequadas e pressionado pelos
meios militares, vai então convidar o general Pimenta de Castro para
formar governo que é empossado em 23 de Janeiro de 1915.
O
encerramento do Parlamento e a amnistia de Paiva Couceiro vão
transformar em certezas as desconfianças que os sectores republicanos
tinham acerca daquele militar, desde o governo de João Chagas onde
ocupara a pasta da Guerra e evidenciara uma atitude permissiva face às
tentativas monárquicas de Couceiro. A revolta não se fez esperar. Em 13
de Maio do mesmo ano, sectores da Armada chefiados por Leote do Rego e
José de Freitas Ribeiro demitem o Governo que é substituído pelo do Dr.
José de Castro, que inicia as suas funções em 17 do mesmo mês.
O Presidente é obrigado a resignar em 26 de Maio de 1915, saindo do Palácio de Belém escoltado por forças da Guarda Republicana.
Manuel
de Arriaga não conseguiu recuperar deste desaire, morrendo amargurado
dois anos depois, em 5 de Março de 1917. Foi substituído pelo Dr.
Teófilo Braga.
Fontes: Presidência da República
wikipedia (imagens)
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