Maria H
seleccionou no início de 1 novo ano lectivo:
"Num mundo melhor, os professores e os auxiliares educativos das crianças ditas diferentes, hão-de ser o melhor exemplo para todos os professores. E hão-de ser tomados como prova da humanidade, bondade, da criatividade e da paixão que dentro dum professor tb pode existir... (Eduardo Sá.)
Vanda Furtado Marques
relevou:
Temos nós adultos… que dar o exemplo
Como estimular nas crianças qualidades como respeito,generosidade e solidariedade…
A palavra tem um impacto imediato no quotidiano das crianças. É a entonação que damos a ela que faz com que os pequenos percebam nossas intenções. O aprendizado de conceitos e valores se dá também através do que é observado, absorvido e vivenciado. Como os valores que aprendemos na infância são os que carregamos pela vida fora, é importante que os pais ou os responsáveis pela criança sejam influências positivas no seu quotidiano. Os pequenos são super atentos, apanham em flagrante os adultos a dizer algo e tendo um comportamento incoerente com o discurso. Então, é necessário que palavra e atitude estejam em conformidade com a verdadeira intenção dos pais.
O “não” é o limite, é a palavra-conceito que estrutura a convivência em sociedade, que dá a noção de perigo, de reconhecimento de fronteiras. O “por favor” é quase mágico, abre caminhos e possibilidades de conquista. O “obrigado” ganha simpatia e deixa portas abertas e assim por diante. Mas a palavra sozinha pode perder seu valor quando é exaustivamente repetida e não tem a respectiva atitude que a valide, que a torne coerente.
O “não” gratuito, sem reflexão, num primeiro momento deixa a criança indignada porque ela simplesmente quer. Então a criança insiste, insiste, e muitas mães e pais acabam cedendo porque o “não” adveio muito mais do vício na palavra que proporciona “conforto” para os pais do que por um motivo realmente consistente. A criança logo percebe que basta choramingar para conseguir o que deseja, e assim o “não” perde seu sentido. Mais tarde a criança será taxada de desobediente e os pais não se darão conta de que eles mesmos a ensinaram a não dar importância a um pedido ou a um limite explícito.
De nada adianta ensinar a criança a pedir “por favor” quando solicita algo, se os pais não o fazem, mas “ordenam”.A dizer “obrigado”, se eles mesmos não reconhecem as gentilezas dos filhos, dizendo que não fizeram nada mais que a obrigação diante de uma atitude solidária dos pequenos. Ou pedir à criança que não grite quando ela observa seus pais gritando um com outro e assim por diante. Esses são exemplos clássicos de questões simples do quotidiano, mas que ilustram como a base do carácter é formada através de observação e repetição de comportamentos.
São inúmeras as oportunidades que os pais têm para mostrar a importância de desenvolver e cultivar valores como respeito, generosidade, gratidão, responsabilidade e solidariedade.
Eis alguns exemplos:
Uma vez por ano, no dia das crianças e/ou Natal, por exemplo, peça que seu filho identifique os brinquedos que não usa mais e avise-o que enquanto ele faz esse “trabalho” você estará fazendo o mesmo com suas roupas. Deixe que ele vá com você num orfanato ou igreja para fazer a doação. Isso lhe dará um senso de realidade, aprenderá a repartir suas coisas e a não acumular o que não usa. É uma lição de desapego.
Procure não esquecer de agradecer ou de manifestar sua alegria não apenas por suas solicitações atendidas, como também pelos os gestos de carinho e atenção que crianças que estejam sob sua responsabilidade demonstram nas pequenas atitudes. Elas aprenderão a importância do reconhecimento e da gratidão e também se manifestarão quando as pessoas forem generosas com elas.
Se você puder tenha um animal de estimação. A amizade entre crianças e bichinhos promove um inestimável aprendizado com relação a aceitar as diferenças e desenvolverá nela sentimentos de compaixão, respeito e amor incondicional. Divida com ela os cuidados com o animal, como troca de água, oferta de alimento e banho, por exemplo. Isso lhe dará noções de compromisso com uma vida.
O livro das virtudes para crianças, organizado por William J. Bennett.Editora Nova Fronteira, 112 páginas
Fonte: Revista Personare