22/11/2010

3.740. 1 aviso de José Aurélio...Não podemos ignorar!!!! Uma entrevista a reter do Região de Cister!!!

respiguei do último Região de Cister:
http://www.regiaodecister.pt/portal/index.php?id=4234
“Se não houver ajudas, o Armazém das Artes fecha”

O escultor alcobacense, cujo trabalho continua a merecer reconhecimento, luta para que as portas do Armazém das Artes se mantenham abertas
REGIÃO DE CISTER (RC) > Recentemente recebeu um prémio na Bienal da Marinha Grande, o que significa mais este galardão?
José Aurélio (JA) > Para ser sincero, não significa nada de muito especial. É o resultado da fidelidade ao trabalho. É sempre bom receber um prémio, embora não tenha concorrido com esse objectivo. Concorri com o objectivo de prestar uma singela homenagem a esse grande homem da cultura que foi o Fernando Azevedo, de quem fui amigo. O júri entendeu, por unanimidade, que a minha peça era a que respondia mais às premissas postas pela Bienal. Foi bom. É sempre bom.
RC > É possível viver apenas da arte, em Portugal?
JA > É muito difícil, mas é possível. Há artistas que vivem muito bem da arte. Há outros que vivem menos bem. A pintura tem outras condições de sobrevivência que não tem a escultura. A escultura tem um condicionamento muito forte que é as pessoas em geral não gostarem de escultura como de pintura, dado que não serve os mesmos fins decorativos. Os escultores dependem mais da encomenda pública. Somos mais sensíveis à crise e a falta de verbas. Somos um parente pobre. Há dinheiro para as estradas, para isto e para aquilo, menos para a cultura. Já no Orçamento de Estado é a cultura quem tem um orçamento menor.
RC > É o mentor e responsável Armazém das Artes, qual tem sido o impacto desse equipamento no panorama cultural de Alcobaça?
JA > O Armazém das Artes tem o mérito de ter espicaçado o meio cultural de Alcobaça. Hoje já se vêem realizações com mais frequência do que o que acontecia há cinco anos. O facto de existirmos não criou uma competição, mas um estímulo. Verificamos que estão a acontecer coisas em Alcobaça. Às vezes até demais, porque se sobrepõem e ficamos sem público, mas antes assim do que ao contrário.
RC > O Armazém das Artes é rentável e sustentável?
JA > Ao fim de quatro anos, que se completam em Março, aquilo que sentimos em relação à manutenção do Armazém é que começa a ser extremamente difícil manter o espaço com a mesma qualidade e ritmo. O Armazém custa muito dinheiro. Também se faz sentir a crise. Verifica-se que o Armazém sozinho é um fardo demasiadamente pesado para uma pessoa só. Torna-se urgente, mesmo vital, conseguir uma série de apoios que permitam sustentar o Armazém, não a nível de iniciativas culturais, porque temos a carteira cheia de projectos para os próximos dez anos, mas a nível financeiro. Estou a fazer um esforço muito grande no sentido de arranjar parceiros, que a partir da próxima época nos dê um apoio sustentado. De outra maneira será impossível. Estamos neste momento a tentar encontrar uma plataforma com a Câmara. Há também a hipótese da Fundação EDP nos ajudar, bem como do Ministério da Cultura. Estamos abertos ao mecenato. Se não houver ajudas, o Armazém fecha.
texto luci pais