respiguei de: http://www.gazetacaldas.com/7239/novo-presidente-da-adro-aposta-no-empreendedorismo-e-na-regeneracao-urbana/
Novo presidente da ADRO aposta no empreendedorismo e na regeneração urbana
Publicado a 10 de Dezembro de 2010
O presidente da Câmara de Óbidos passou o testemunho ao seu homólogo de Peniche
O novo presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Oeste (ADRO), António José Correia, tomou posse no passado dia 3 de Dezembro, em Torres Vedras. “O ano de 2011 vai ser de organização e racionalização”, começou por dizer, lembrando, que o funcionamento desta agência tem por detrás um financiamento da OesteCIM e “todos temos a consciência dos dias difíceis que os municípios estão a passar”. Para combater esta dificuldade contrapôs a criatividade e o envolvimento dos diversos actores regionais.
Entre os projectos para os próximos tempos estão o desenvolvimento do Observatório do Oeste, que deverá uniformizar e ter disponível a informação dispersa por diversos institutos públicos e empresas. O empreendedorismo será outra das apostas da nova direcção, que conta nos seus órgãos com a participação de duas organizações representativas dos empresários da região, a AIRO e a ACIRO, e da Janela Digital, uma empresa ligada às novas tecnologias, sediada no Parque Tecnológico de Óbidos.
“Temos condições para ter uma dinâmica ainda mais próxima da componente empresarial”, disse António José Correia, destacando também a participação nos órgãos directivos da ADRO do Turismo do Oeste. Esta ligação cria também uma “proximidade a outro tipo de empresários e investidores que procuram em Portugal, e no Oeste, a forma de desenvolver as suas actividades”, destacou.
A ADRO irá apresentar, até 30 de Julho do próximo ano, a sua visão sobre o futuro do centro de novas oportunidades que funciona na própria agência e que foi criado no início da década. Actualmente possuem um contrato com a Agência Nacional da Qualificação e, durante o mês de Agosto, terão que apresentar a candidatura para os anos de 2012 e 2013. A reflexão será sobre qual vai ser o caminho que o seu centro de novas oportunidades pode vir a ter no futuro, tendo em conta a proliferação destes organismos e a tendência decrescente da procura deste recurso.
Em Janeiro terá lugar a primeira iniciativa temática da ADRO e que se centra na regeneração urbana, uma vez que existem diversos municípios com projectos em execução nesta área. “É importante para a criação de novas oportunidades de investimento”, disse o autarca, que pretende ir mais longe, através dos mecanismos que viabilizem a recuperação dos cascos históricos das vilas e cidades. “Queremos que o Oeste possa pronunciar-se e também influenciar as medidas legislativas neste domínio”, defendeu.
O autarca pretende também que o próximo Congresso do Oeste, que terá lugar no ultimo trimestre de 2011, em Alenquer, seja mais participado pela comunidade do Oeste.
O actual presidente da ADRO realçou ainda que a continuação da presença do presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria, nos órgãos sociais são uma “garantia em relação aos caminhos que a agência pode vir a trilhar”.
A AIRO vai continuar na direcção desta agência e Sabrina Ribeiro destaca que ela é mais um canal para defender os interesses da região e aumentar as sinergias para o desenvolvimento sócio-económico.
A directora da AIRO destaca a presença do representante da OesteCIm na tomada de posse do novo director e acredita que, com esta nova articulação, a ADRO se consiga afirmar na região. Confiante também nos projectos ao nível do empreendedorismo e da regeneração urbana, Sabrina Ribeiro afirma que desta forma poderá ser ampliado à escala regional o que a AIRO já começou a fazer, dando como exemplos o trabalhado desenvolvido com as escolas das Caldas, o centro incubador e o apoio às empresas.
Já o presidente do Turismo do Oeste, António Carneiro, vê a ADRO como uma plataforma de desenvolvimento regional, mas que foi abandonada pelos últimos governos, que não lhes deram meios para trabalhar. “Esta é uma agência muito credibilizada ao nível da valorização das competências” disse, adiantando que esse tem sido o seu principal papel.
O responsável adiantou ainda que é difícil captar empresas para apoiar o desenvolvimento regional nesta altura de crise.
“O presidente da ADRO tem que ser amplamente apoiado pelos seus colegas”
O presidente cessante da agência, Telmo Faria, destacou que exerceu o cargo em representação da Associação de Municípios e que os seus actos foram o resultado do apoio consensual de uma maioria de presidentes de Câmara.
Inicialmente começou por aperfeiçoar a vertente da formação e da qualificação, tendo-se a ADRO transformado, a esse nível, “na mais importante entidade da região e uma das mais importantes do país”, ao ponto de ter apoiado mais de duas mil pessoas que nunca tinham feito a trajectória escolar obrigatória.
Telmo Faria realça a importância desta aposta na formação do ponto de vista da socialização e do próprio enraizamento da agência e lembra que também foi um dos primeiros centros do país a poder certificar para 12º ano.
Durante a sua gestão foi também feito o segundo Congresso do Oeste, que decorreu em Alcobaça em 2007, e do qual o autarca destaca a negociação com o governo da vinda do aeroporto para a Ota. Esta decisão viria a sofrer um recuo, pouco tempo depois, com a escolha de Alcochete para albergar aquela infra-estrutura.
“Conseguimos uma voz politica, mas a partir do momento em que se dá a reviravolta do compromisso assumido pelo governo, creio que a região Oeste foi-se um bocadinho abaixo na sua capacidade de afirmação”, disse, destacando o parco resultado da concretização do Plano negociado para o Oeste, na ordem dos 5%, “e todo ele da responsabilidade dos municípios”.
Telmo Faria recordou ainda a criação de um agente regional de inovação, projecto que chegou à Associação de Municípios em 2003 e que tinha uma candidatura aprovada pela CCDR. “Falhou a região Oeste por não ter acompanhado nos 30% de comparticipação para montar este projecto”, disse, destacando que não obtiveram o apoio dentro do colégio dos municípios.
Outro grande projecto foi a criação uma Agência de Ambiente e Energia, que viria a ter concretização o ano passado, já fora do âmbito da ADRO, ou a criação de um consórcio do Oeste, com o objectivo de fazer uma plataforma de compras para racionalização das despesas dos municípios, numa primeira fase, e depois das empresas. Este projecto foi agora avançado pela OesteCIM.
Telmo Faria refuta a ideia de não ter implementado mesma dinâmica na ADRO que na Câmara de Óbidos, justificando que não possuía a mesma liberdade de movimentos. “O presidente da ADRO, em qualquer passo que dê tem que ser amplamente apoiado pelos seus colegas”, disse, destacando que deu o seu contributo, “com muito esforço e luta” para que a região pudesse desenvolver alguns projectos. “Rejeito a irresponsabilidade pela impossibilidade porque os defendi até à úima”, realçou.
Telmo Faria defendeu uma estratégia de coesão interna no Oeste e deixou o desejo que António José Correia que tenha mais sorte do que ele teve e garantiu que o apoiará na sede da Associação de Municípios.
Fátima Ferreira fferreira@gazetacaldas.com