13/01/2011

4.010. Jan13.19.33'. Alcoa tem entrevista do P.Junta de Prazeres José Lourenço

entrevista conduzida por Lúcia Duarte (LD) - Como era a freguesia de Prazeres quando entrou para a presidência da junta?

JL – Era uma freguesia que tinha já algum desenvolvimento na parte do saneamento. E já depois de eu ser eleito Presidente de junta continuou-se com o saneamento na Lameira e em Chiqueda e, hoje, temos 50% da Freguesia coberta com rede de saneamento
LD – a nível de estradas….
JL – temos uma boa rede, excepto duas ou três que falta ainda requalificar. Por exemplo a Estrada D. Maria Pia nos Moleanos, obra extremamente cara, e que eu tive confirmação do Sr. Presidente da Câmara que, em 2011, essa será uma obra para arrancar. Ainda temos mais uma ou duas estradas que necessitam de requalificação mas penso que, no global da freguesia, não estamos mal. Não somos, de certeza, das piores freguesias, a esse nível, nem do concelho nem do distrito.
LD – Analisando o potencial turístico das duas freguesias, em que frentes apostaria mais?
JL – Aposto mais no património e também na paisagem natural
LD - A Vila parece estar, aos poucos, a ter cada vez menos movimento. A que se deve esta falta de incentivo dos comerciantes a apostarem nesta zona?
JL – Talvez por ser uma vila histórica, as pessoas não podem construir, se calhar, como queriam,
LD – mas Óbidos é uma vila histórica e tem imenso comercio…
JL – sim… Penso que isto acontece também por ser uma vila de apenas duas ou três famílias. E que não apostam nesse desenvolvimento.
LD – Que projectos culturais existem para 2011 para além da Feira Medieval?
JL – Nós queremos, em 2011, isto se tivermos hipótese de financiar e ajudar, gostaríamos de criar aqui a feira do artesão…
LD – tem conhecimento de que há um grupo de artesãos que vai fazer uma mostra em todas as freguesias?
JL – Sim e nós queríamos ser os pioneiros! Estamos cá para apoiar esse evento!
Queremos, também, e aposto, no turismo, aqui em Aljubarrota. Tínhamos pensado, num futuro muito próximo (médio, curto prazo), a criação de uma exposição permanente, onde o turista, principalmente o estrangeiro, viesse A Aljubarrota e tivesse algo para ver e onde seria explicada a história e o seu património. Seguir-se-ia uma visita a esse património, que é vastíssimo. Era a partir dessa exposição permanente que queríamos cativar as pessoas (estrangeiras ou nacionais) a visitarem e conhecerem Aljubarrota.
LD – e de que forma pensam cativar a população residente para os começar a envolver nestes eventos?
JL – A população residente…. Quero fazer um alerta para que tenham a coragem de se juntarem a nós para que possamos, em conjunto, dar a Aljubarrota, exactamente o que ela merece.
LD – porque é que, até hoje, tal não tem acontecido?
JL – tivemos já algumas iniciativas e as pessoas têm-se aproximado um bocadinho de nós mas, também, nós não temos ainda muito para dar em troca. Penso que, de há 1 ano para cá, tem-se visto o turismo, em especial nos meses de verão, a estarem muito em Aljubarrota.Com a requalificação da Vila, projecto em que a Câmara está a trabalhar e para o qual já há verba para arrancar e com O Presidente da Câmara empenhado nisso tanto como nós, queremos que Aljubarrota não morra…
LD – Não morra é difícil… Não a vamos deixar enterrar…
JL – Não morra é difícil sim porque ela está meia morta…
É isso que nós queremos, que as pessoas colaborem connosco, zelem por aquilo que é delas, o seu património. Que pintem as casas e as arranjem, no fundo, que embelezem um pouco Aljubarrota… e isso, tenho a certeza que vai haver muita gente em Aljubarrota
LD – isso inclui a cedência de espaços para o comércio?
JL – Sim.
LD – Continuando a falar sobre os eventos de Aljubarrota, temos a Medieval, que tem uma dimensão considerável. O que prevêem que vá acontecer em 2011? Vai ter mais condições do que em 2010?
JL – Eu, como Presidente de Junta que acompanhei, desde a primeira hora, a feira medieval de 2010, penso que a estrutura foi bem montada, funcionou. O que funcionou menos bem foi a animação, que o município pagou e que essa animação não funcionou. Tenho a certeza e a garantia que essa empresa já não voltará a Aljubarrota.
No próximo ano, vamos, com certeza, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, nem que, para isso, tenhamos de por as entradas a pagar 1 €, mas queremos que Aljubarrota tenha qualidade, ou seja, que não a perca, e que, cada vez mais, traga a Aljubarrota mais gente. Vamos pedir às pessoas das freguesias e às colectividades para se envolverem mais na feira ….
LD – uma das críticas que tenho ouvido sobre a última medieval é que se tornou numa feira de tasquinhas….
JL – para o ano, a proposta que irei fazer é no sentido de reduzir. Queremos que haja tasquinhas mas com qualidade! E Tasquinhas medievais… Não quer dizer que sejam as mesmas ou outras mas, as que vierem têm de ter bastante qualidade!
LD – As juntas devem, ou não, ter mais autonomia na gestão do evento?
JL – Eu não quero dizer que as juntas tenham mais ou menos autonomia, o que devem é participar não só no trabalho mas também na sua organização.
LD – Sendo, Aljubarrota, uma terra de artesanato e ofícios, qual a razão para tantos espaços mortos no recinto da feira, ou seja, havia mais de 50 m entre expositores…
JL – também temos de ter em atenção que as ruas são estreitas mas o que eu queria era ter a iniciativa de, junto da Sra. vereadora, e de certeza que ela irá compreender, é que para os artesãos que queiram participar na feira medieval haja uma taxa mais baixa ou mesmo que haja isenção na ocupação dos espaços. Até porque, porque nós sabemos que o artesão não é o que vende mais. O artesão é, se calhar, o que faz menos dinheiro mas, a sua presença é importante.
Eu irei ter uma reunião com a Sra. vereadora e, nesse sentido, será esta a minha proposta: o artesão que vende pouco e que mal cubra as despesas não pode pagar taxa.
LD – que outros atractivos da sua freguesia pode “vender” aos turistas?
JL – posso vender espaços maravilhosos, magníficos como por exemplo a zona da serra dos candeeiros, paisagem. Deu entrada, há cerca de 15 dias, no Parque natural, um projecto para recuperarmos uma pedreira antiga, na serra dos Candeeiros, onde vai ser criada uma zona de miradouro onde se poderá ver quase todo o concelho. Isto está a caminhar e espero que os parceiros e as organizações responsáveis não venham com a desculpa do problema de falta de dinheiro. A mais-valia destas obras é mais importante do que o custo das mesmas.
LD – mudando de assunto e porque é um tema actual, com os cortes impostos pelo G.C., que projectos ficam em suspenso?
JL - Espero que a minha freguesia não venha a ser muito penalizada porque as obras que nós temos em curso e previstas para 2011 são obras prometidas há 8 anos. E espero que agora não se venha a dizer que é por motivo de falta de verba que elas não se fazem… As 4 obras que eu gostaria de ver concluídas no meu mandato, penso que vou ter essa sorte, pelo menos foi o que me foi transmitido pela CMA: requalificação da vila, estrada Maria Pia, pavilhão da Lameira e o saneamento no Carvalhal.
LD – que outras áreas da economia irão ser afectadas com estes cortes?
JL - Pequenas obras que tínhamos previsto: conservação do património, recuperação de lagoas e fontanários… Há que se dizer que vamos ter um corte de cerca de 6000€ anuais e isso para uma junta que já recebia tão pouco…O dinheiro que recebemos directamente do governo não chega: são impostos e vencimentos a aumentar e nós a recebermos cada vez menos. O dinheiro que recebemos do FFF não chega para cobrir as despesas com o pessoal
LD – para terminar, se tivesse de arranjar um slogan para atrair os turistas a Prazeres, qual seria?
JL – “Aljubarrota, um passeio pela história”!
Lúcia Duarte