03/02/2011

4.122.(4Fev.9h9') O Boletim Informativo da Concelhia de Alcobaça do PCP de Janeiro 2011

Tratava de vários temas: Presidenciais. Saúde. Redução do direito de transporte aos doentes. Críticas á gestão do CBESMaiorga.
Este último ponto foi o que gerou várias reacções, que com certeza, ainda não terminaram.
Aqui fica o texto:
"Há 5 anos que os trabalhadores não têm aumentos de salário. Em contrapartida os horários de trabalho são constantemente desrespeitados e até foi criado um “banco de horas” com saldo negativo. Isto é, quando foi criado já os trabalhadores, na opinião da direcção, eram devedores de horas à instituição.

O horário de trabalho no apoio domiciliário passou a ser efectuado aos fins-de-semana sem qualquer compensação, tem a agravante de ser marcado mensalmente, ficando os trabalhadores impedidos de programar normalmente a sua vida familiar.
Os trabalhadores que sempre deram o seu melhor com trabalho voluntário para o progresso da instituição (festas e diversas iniciativas de angariação de fundos) são agora confrontados com a imposição de deverem horas ao CBES.
A direcção do CBES está a exercer sobre os trabalhadores uma pressão constante, quando as condições de trabalho – máquinas avariadas ou sem capacidade para o trabalho que executam, transporte de 3 pessoas em carros de 2 lugares – não permitem que as tarefas sejam executadas dentro dos prazos e nas condições normais de trabalho. “fazem-se agora promessas/aquisições de máquinas quando tomam posse, pois recusavam-se a fazê-lo se não tivessem a garantia de serem eleitos.
A repressão existente chega mesmo ao ponto de aplicarem processos disciplinares completamente descabidos, sem a auscultação dos visados. Leva os próprios trabalhadores a supor que se trata de perseguição por se recusarem a executar tarefas diferentes das funções para que estão habilitados.
Nem as crianças escapam. Há crianças que se sentem marginalizadas por serem impedidas de brincarem livremente com todas as outras crianças da instituição. É o caso concreto das crianças da EB1 da Maiorga que vão almoçar ao ATL e aquando das actividades nesse período são colocadas de parte.
. A organização e unidade dos trabalhadores, dos pais e utentes da instituição é uma necessidade imperiosa como forma de pôr cobro a estas injustiças"

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Os Corpos Gerentes do CBESMaiorga solicitaram reunião com a concelhia do PCP, mas este órgão recusou reunir, por não haver nada a tratar.Mais tarde, noutra fase, terá todo o interesse em reunir.
Os Corpos Gerentes ripostaram, ponto por ponto, em comunicado, só considerando ser verdade o não haver aumentos há 5 anos e atacaram o PCP de covardia.
A Concelhia do PCP achou que não devia fazer mais comunicado nenhum e decidiu manter tudo o que escreveu em defesa dos trabalhadores e das boas práticas com as crianças da escola, como verdade.
Não posso continuar a ignorar o caso. Até porque a minha super pen é caracterizada pela informação no instante.
Estou muito incomodado com este processo.
"Faz parte do processo histórico", mas que é duro de viver é.
A democracia interna, o centralismo democrático, obrigam-me a respeitar a decisão da concelhia, decidida com muita reflexão e tempo, em defesa de quem trabalha.
Limito-me a escrever: sou a favor da verdade, da frontalidade e do diálogo e aí, nessa prática,  continuarei a estar, em todo o lado onde me encontre.
Por aí passam os métodos e as soluções para quem trabalha e para quem dirige as IPSS.
Depois há muitas formas de unir e é aí, nesse território da união das vontades,no querer resolver problemas, no fazer avançar as respostas com qualidade, que estarei sempre.
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Cister.fm
colocou de viva voz o Presidente da Direcção Joaquim Matias e Rogério Coelho pelo PCP, mas com poucas palavras.
e no site:
Direcção do CBES classifica de “estranho” a critica do PCP

A direcção do Centro de Bem-estar Social (CBES) da Maiorga classifica de “estranho” o momento escolhido pelo PCP para criticar a gestão da instituição.
As críticas surgem poucos dias depois da tomada de posse da nova Direcção, que lembra o PCP de “momentos bem piores” pelos quais a Instituição já passou.
Segundo Joaquim Matias, actual presidente do CBES, quando chegou à instituição, em 2009, esta estava em “risco de fechar”, devido a dívidas na ordem dos 150 mil euros, 50 mil dos quais à Segurança Social.
“Foi o trabalho desenvolvido pela sua direcção que conseguiu dar estabilidade ao CBES”, estranhando a altura escolhida pela Concelhia de Alcobaça do PCP para criticar a falta de aumentos aos trabalhadores há cinco anos.
“Quando chegámos, decidimos não aumentar, antes disso não sei se tinha ou não havido aumentos”, afirma o responsável, assegurando que os ordenados “são sempre pagos a tempo e horas”, o que “não acontece noutras empresas” da região e do país, remata.
No seu Boletim de Janeiro, o PCP denuncia, ainda, casos de alegados tratamentos desiguais entre as crianças que são utentes do ATL e as que não o são, por causa das refeições escolares que são fornecidas pelo CBES.
Sobre esta matéria, Joaquim Matias refere que dos 57 alunos da Escola Básica Nº 1 da Maiorga, 40 são também utentes do Atelier de Tempos Livres (ATL) do CBES. Como o refeitório é contínuo ao ATL, é fácil saírem do espaço destinado “para irem buscar um brinquedo ou um trabalho” que deixaram na sala do lado.
Os restantes 17 utentes, que não estão inscritos no ATL, ficam a ver os restantes brincar. Mas “nenhuma criança foi afastada do espaço pelos funcionários da instituição. Ficam é sem ter brinquedos para ocupar o tempo”.
Joaquim Matias adianta que tanto os pais como a Câmara Municipal de Alcobaça têm conhecimento deste caso e que apenas foi pedido aos trabalhadores do CBES para não desenvolverem trabalhos no âmbito do ATL, durante o período das refeições escolares, de forma a não colocar de parte as crianças que apenas utilizam o CBES durante a hora do almoço.
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Região de Cister publicou na edição de Janeiro de 2011:
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Lúcia Duarte no seu blogue postou:
http://alcobacacomentaranossaterra.blogspot.com/2011/02/mais-uma-vezna-politica-nao-pode-valer.html
Desta vez calha ao PCP que colocou a circular um boletim informativo que tinha como "alvo" o Centro de Bem Estar e Social da Maiorga.

Vou colocar, aqui e na íntegra, o referido boletim e quero e devo fazer a critica a estas declarações, até porque, convivo de perto com a instituição e as mentiras não podem ficar escritas como se se tratasse de verdades.
O boletim segue em itálico e os meus comentários em bold:
"Há 5 anos que os trabalhadores não têm aumentos de salário. Em contrapartida os horários de trabalho são constantemente desrespeitados e até foi criado um “banco de horas” com saldo negativo. Isto é, quando foi criado já os trabalhadores, na opinião da direcção, eram devedores de horas à instituição.
O horário de trabalho no apoio domiciliário passou a ser efectuado aos fins-de-semana sem qualquer compensação, tem a agravante de ser marcado mensalmente, ficando os trabalhadores impedidos de programar normalmente a sua vida familiar.
Os trabalhadores que sempre deram o seu melhor com trabalho voluntário para o progresso da instituição (festas e diversas iniciativas de angariação de fundos) são agora confrontados com a imposição de deverem horas ao CBES." (...)
Onde andava o PCP há 5, ou há 4 ou há 3 anos atrás? Nessa altura havia salários em atraso, subsidios pagos em prestações e....a instituição esteve preste a fechar portas pois a divida que "legou" a esta direcção rondava os 450 000€.
Havia dividas a fornecedores, funcionários, banca e segurança social. Nessa altura sim, os direitos e até os postos de trabalho estavam em causa mas...o que disse o PCP nessa altura? Alguém ouviu uma voz que fosse a defender os trabalhadores?
O mudismo dessa época terá a ver com o facto de um dos seus elementos fazer parte da direcção nessa altura critica?
Porquê falar nisso agora, exactamente depois de esta direcção ter feito um grande esforço de gestão para colocar todas as contas em dia? Perguntaram às funcionárias se, finalmente, recebiam o salário a tempo e horas?
Talvez o PCP não saiba mas, com dividas à segurança social seria impossivel receber verbas que ajudam a instituição a prestar o belissimo serviço que prestam a crianças e velhos. Essa foi a 1ª preocupação da instituição pois, só assim, se poderiam salvaguardar postos de trabalho e serviços.
"A direcção do CBES está a exercer sobre os trabalhadores uma pressão constante, quando as condições de trabalho – máquinas avariadas ou sem capacidade para o trabalho que executam, transporte de 3 pessoas em carros de 2 lugares – não permitem que as tarefas sejam executadas dentro dos prazos e nas condições normais de trabalho. “fazem-se agora promessas/aquisições de máquinas quando tomam posse, pois recusavam-se a fazê-lo se não tivessem a garantia de serem eleitos”.
Verifica-se assim que deixaram atrasar (esta) situação para agora virem armar-se em bombeiros. Quando a atitude correcta é a de prevenção." (...)
"Este" PCP não está a ser coerente: quando se trata do governo central ou local, diz que não se deve, em fim de mandato, tomar decisões que possam comprometer os que possam suceder por eleições. Aqui, critica o facto de a lista cessante (que, por falta de outra que se atrevesse a tomar a gestão em mãos, voltou a ser eleita) não querer comprometer os seus sucessores com despesas e aquisições com as quais poderiam não estar de acordo.
Um testemunho eu posso dar: nunca senti que as tarefas tivessem sido atrasadas ou colocadas em causa por causa de quaisquer avarias. Os utentes não sentiram qualquer deficiência no serviço. Quanto às carrinhas: de tantas vezes que passei por elas, nunca vi tal situação. Talvez estas gentes andem melhor organizadas com esta direcção....
"A repressão existente chega mesmo ao ponto de aplicarem processos disciplinares completamente descabidos, sem a auscultação dos visados. Leva os próprios trabalhadores a supor que se trata de perseguição por se recusarem a executar tarefas diferentes das funções para que estão habilitados."(...)
O PCP teve o cuidado de comprovar a verassidade disto? Têm a certeza que os visados não foram auscultados e, talvez, multiplas vezes advertidos?
"Nem as crianças escapam. Há crianças que se sentem marginalizadas por serem impedidas de brincarem livremente com todas as outras crianças da instituição. É o caso concreto das crianças da EB1 da Maiorga que vão almoçar ao ATL e aquando das actividades nesse período são colocadas de parte. "
Nesta matéria já não sei colocar de uma forma politicamente correcta. Peço desculpa mas isto passa todos os limites da ignorância.
O CBES, tal como as demais IPSS assinaram protocolos para fornecerem refeições às crianças das EBs, uma vez que, infelizmente, as escolas não estão equipadas com refeitórios que o possam fazer. Prestam, assim, um necessário serviço às zonas em que actuam.
Essas crianças, por protocolo, têm direito a uma refeição (e nesta instituição até as ementas são elaboradas por uma nutricionista) e ao transporte entre a escola e a instituição.
Evidentemente, as actividades que se efectuam na instituição são para as crianças que a frequentam às expensas e com o esforço financeiro dos pais que ali confiam os seus filhos.
As crianças não são marginalizadas até porque, as que estão na instituição também não vão colaborar nas actividades que se fazem na Eb1.
Mas o mais engraçado é que TODAS as crianças que, ao abrigo do protocolo celebrado entre o CBES e a CMA, se alimentam na instituição, e por iniciativa desta, têm um espaço muito engraçado onde, após as refeições lavam os seus dentinhos....
Estão a ser excluidos? de quê?
". A organização e unidade dos trabalhadores, dos pais e utentes da instituição é uma necessidade imperiosa como forma de pôr cobro a estas injustiças"
Quanto a este parágrafo pouco há a dizer: é a reprodução fiel de uma cassete que dura há mais de 30 anos.
Pena que, ao invés de falar de assuntos velhos (em que não interveio em defesa de nada nem de ninguém), não venha com coragem dar como exemplo de boa gestão, uma instituição que, não só não fechou portas, como pagou as dividas a todos e...até paga pontualmente os salários!
Mais: até tem um banco de horas que permite aos trabalhadores não verem cortados nos salários os dias ou horas que necessitem para resolver assuntos pessoais....