Na sessão pública do dia 23.3 sobre os cuidados primários no Oeste Norte, fiquei a saber dum conjunto de respostas que desconhecia.
Gostei especialmente de ver médicos, enfermeiros, responsáveis de a contarem o que fazem publicamente...Foi uma cena única este prestar de contas...
A Presidente da Junta da Mairoga interveio.
Fiquei banzado com a resposta: 500 maiorguenses têm como alternativa irem à USF de Pataias, quer dizer, pelas obras, à Martingança!!!!
e a Drª Dina Ruivaco oferece-se para esta resposta?
Intervim como cidadão de Alcobaça.
Saudei o facto positivo do último ano: o fim das bichas nocturnas que era uma vergonha...
Mas se há a falta de médicos de família para tantos e se vão aposentar-se mais 2 ou 3... Fico preocupado!!!
Coloquei também a questão dos transportes e da falta de credenciais...Alcobacenses que se queixam e que não estão a ir a consultas e a tratamentos...
respondeu apenas a responsável da ARS, Drª Teresa Luciano: "è legislação antiga que só agora é posta em prática...os Hospitais é que passam a credencial..."
digo: "não passam"
ela: pois é desculpam-se com as dificuldades orçamentais..."
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a posição do PCP
A reforma conduzida pelo actual governo, assente nas Unidades de Saúde Familiar, constitiu um desaire pelo que o governo avançou para os Agrupamentos de Centros de Saúde, onde, mantendo as USF, se inclui a criação das Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados, com estrutura idêntica à prevista para as USF
A “reforma” no modelo USF revelou-se um processo gerador de desigualdades, de improvável aplicação geral e de baixa sustentabilidade, mas deixou em aberto a possibilidade da privatização da prestação nos Cuidados de Saúde Primários na forma das USF modelo C, que a constituição dos Agrupamentos de Centros de Saúde não contraria.
A manterem-se as orientações até agora dominantes na definição das políticas de saúde, os Agrupamentos de Centros de Saúde podem mesmo tornar-se um novo instrumento de segmentação e privatização dos Cuidados de Saúde Primários. A possibilidade, não acautelada na legislação que lhes serve de base, de municipalização dos Cuidados de Saúde Primários.
Hoje mais de 700 mil portugueses continuam sem médico de família, continuam a encerrar serviços de proximidade e a reforma assente nas Unidades de Saúde familiar (USF) e nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACS) continua sem resolver os constrangimentos no acesso ao médico de família.
Como é referido nos documentos do Agrupamento dos Centros de Saúde Oeste Norte, há actualmente 17301 utentes sem médico de família e a curto prazo serão 37000 os utentes que prevêem sem médico. Em Alcobaça há actualmente 32 médicos, a curto prazo haverá uma redução para 30.
O actual governo não só mantém todas as alterações introduzidas na anterior legislatura, como avançou com um conjunto de medidas, nomeadamente a regra - só entra 1 novo trabalhador com a saída de 3 - que vai funcionar como um garrote que vai asfixiando os serviços até estes paralisarem, bem como a antecipação de 2015 para 2010 da penalização de 6% nas reformas por cada ano a menos, que levou a que nos dois primeiros meses do ano, 300 médicos tenham pedido a passagem à reforma e muitos outros tenham entregue o pedido, reforçando assim o contingente que abandona o serviço público, particularmente em áreas como os cuidados primários nos Centro de Saúde e nos cuidados diferenciados nos Hospitais, sectores onde o privado tem mostrado uma grande agressividade na contratação de médicos.
Para o PCP defender e reforçar o SNS geral, universal e gratuito, é hoje um imperativo nacional. É um direito natural de um povo, direito que não se pode alienar, ter acesso a um Serviço de Saúde moderno, eficaz e eficiente que promova a melhoria dos seus indicadores de saúde, nomeadamente o aumento da sua esperança de vida e promova o bem-estar e a qualidade de vida.
Avançar para uma verdadeira reforma dos Cuidados Primários de Saúde que aproxime os serviços dos utentes, com um significativo investimento em meios técnicos e sobretudo humanos. Reforma que, atendendo à necessária participação dos profissionais e dos utentes, tem de ser acompanhada da abertura de novos Centros de Saúde e da requalificação de muitos dos existentes;
O desenvolvimento de uma rede pública de cuidados continuados de convalescença e paliativos;
Defender um plano de emergência para a formação de profissionais de saúde, principalmente médicos e abrir mais vagas para os internatos de medicina geral e familiar.
No essencial os Agrupamentos dos Centros de Saúde não passam de “novas estruturas” com problemas antigos por detrás. Os principais problemas ficam por resolver como reconhecem os responsáveis por estes agrupamentos.
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Blog da CDU/PCP.
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30dez1989
na Nazaré foi assim segundo a CMNazaré:
INFORMAÇÃO DE IMPRENSA
Unidades de Saúde Familiar entram em funcionamento na Nazaré
A entrada em funcionamento de duas Unidades de Saúde Familiar da Nazaré, resultantes da nova organização do sistema de cuidados de saúde primários, foi esta manhã tema de análise numa reunião tida entre a Câmara Municipal da Nazaré e representantes do sector.
O concelho da Nazaré vai ser coberto por duas Unidades de Saúde Familiar (USF), cada uma composta por cinco médicos, auxiliados por uma equipa de enfermeiros e administrativos, e prestarão consultas entre as 8h e as 20 horas.
Uma das USF, designada por “Nazareth”, funcionará nas instalações do antigo Centro de Saúde da Nazaré (sede) e nas extensões de Famalicão e de Valado dos Frades, sob coordenação de João Matos; a outra USF, intitulada “Mar Saúde”, funcionará na sede da Nazaré, coordenada por Licínio Fialho.
Esta reestruturação permitirá, segundo afirmou em conferência de imprensa Teresa Luciano, do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, «uma maior acessibilidade aos cuidados de saúde» por parte dos utentes, uma vez que aumenta o número de horas de atendimento ao público e que será assegurada a substituição em caso de falta do médico de família. «Haverá um aumento de consultas para os residentes, e os não residentes e turistas continuarão a ter os mesmos serviços», concluiu Teresa Luciano.
O presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Jorge Barroso, declarou esperar um «impacto positivo» desta reforma do sistema de cuidados de saúde primários, com «a melhoria dos serviços para a população local e garantia de atendimento à população flutuante».
Quanto ao Serviço de Atendimento Permanente (SAP), continuará a funcionar nas actuais instalações, entre as 20h e as 8 horas da manhã.
A organização dos cuidados primários em Unidades de Saúde Familiar corresponde a um modelo que tem como principais objectivos reduzir o número de pessoas sem médico de família e aumentar as visitas médicas ao domicílio.
As USF, que podem ou não funcionar nas instalações dos actuais centros de saúde, resultam da candidatura espontânea de uma equipa multidisciplinar (médicos, enfermeiros e administrativos), que assegurará também a sua gestão.
Nazaré, 28 de Dezembro de 2009
O Gabinete de Imprensa e Comunicação
entretanto reparei que em www.cister.fm surgiu:2009-12-27 17:38:00
Saúde de Alcobaça organizada em Unidades Personalizadas
O concelho de Alcobaça vai ficar dividido em Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) a partir de Janeiro de 2010.
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As excepções serão a Benedita e Alcobaça, freguesias onde já existem Unidades de Saúde Familiar (USF) ou em vias de entrar em funcionamento (USF Alcobaça,2010).
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Para já, estão previstas três ‘Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados’: Alcobaça Norte, Alcobaça Oeste, que ficará responsável por Aljubarrota, Évora de Alcobaça, Vimeiro e Turquel, e a zona Este, que assumirá o atendimento aos utentes de Alfeizerão, São Martinho do Porto, Cela e Pinhal Fanheiro.
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Nos próximos meses poderá, ainda, surgir uma nova Unidade de Saúde Familiar no norte do concelho de Alcobaça.
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As UCSP têm dimensão idêntica à prevista para as USF, abrangendo a área geodemográfica de influência desse centro de saúde, intervém no âmbito comunitário e de base populacional. As Unidades de Saúde de Cuidados Personalizados presta cuidados personalizados, garantindo a acessibilidade, a continuidade e a globalidade dos mesmos.
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