01/04/2011

4.401.(1Abril7h7') Não é mentira: temos eleições a 5 de Junho de 2011. e...saraMAGO

Vamos votar CDU.PCP!!!
http://www.pcp.pt/videos/elei%C3%A7%C3%B5es-uma-oportunidade-para-ruptura-e-mudan%C3%A7




saraMAGO:
Quando dizemos que é um resultado importante o viver em democracia, dizemos também que é um resultado mínimo, porque a partir daí começa a crescer o que verdadeiramente falta, que é a capacidade de intervenção do cidadão em todas as circunstâncias da vida pública. Ou seja, fazer de cada cidadão um político. A liberdade de imprensa, a liberdade de organização política é o mínimo que podemos ter, porque a partir daí começa a riqueza espiritual e cívica do cidadão autêntico.
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O que temos chamado de “poder político” converteu-se em mero “comissário político” do poder económico.
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Não há nenhum caminho tranquilizador à nossa espera. Se o queremos, teremos de construí-lo com as nossas mãos.
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Somos o que pensamos, e dizemos aquilo que pensamos com palavras. Se as palavras são tão mal usadas, deturpadas, mal pronunciadas muitas vezes, que pensamento podem expressar? Isso é frustrante.
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O grande mal que pode acontecer às democracias — e penso que todas elas sofrem em maior ou menor grau dessa doença — é viverem da aparência. Isto é, desde que funcionem os partidos, a liberdade de expressão, no seu sentido mais directo e imediato, o Governo, os tribunais, a chefia do Estado, desde que tudo isto pareça funcionar harmonicamente, e haja eleições e toda a gente vote, as pessoas preocupam-se pouco com procedimentos gravemente antidemocráticos.
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Na falsa democracia mundial, o cidadão está à deriva, sem a oportunidade de intervir politicamente e mudar o mundo. Actualmente, somos seres impotentes diante de instituições democráticas das quais não conseguimos nem chegar perto.
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Quando digo que a democracia se suicida diariamente, perde espessura e se desgasta, diminuindo a sua densidade, estou a falar de um sentimento que nos afecta, a nós, cidadãos. Sentimos, e sofremos com isso, que não temos importância no modo como funciona a sociedade.
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Tenho uma visão bastante céptica do que chamamos de democracia. Na verdade, vivemos sob uma plutocracia, sob o governo dos ricos. Com o neoliberalismo económico, certas alavancas que o Estado detinha para agir em função da sociedade praticamente desapareceram. Não se discute hoje a democracia com seriedade. Foram impostos tantos limites à democracia que se impede o desenvolvimento de outras áreas da vida humana. Veja o exemplo do Fundo Monetário Internacional. Trata-se de um organismo que não foi eleito pela população, mas que controla boa parte da economia internacional.
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O que é curioso é que, ao mesmo tempo que nos ampliaram o conceito de cidadania, transformando-nos em cidadãos europeus, reduziram a quase nada o carácter participativo e efectivo que justifica que cada um diga de si próprio que é um cidadão.