28/05/2011

4.587.(28maio2011.11h4') Carlos Carvalhas


Nasceu a 9noVEM1941
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Foi Secretário-Geral do PCP de 1992
a noVEM2004
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20mar2018
...CCarvalhas na linha certa...Carvalhas afirma que, ao contrário do que tem sido defendido por vários comentadores, não existe um choque "entre as expectativas dos trabalhadores e as contas do Estado". Na opinião do antigo dirigente comunista, o "choque é entre os direitos legítimos dos trabalhadores e os privilégios ilegítimos de grandes interesses, onde se enterram milhões e milhões".
O economista dá como exemplo as injeções de capital em bancos como o Banif e o Novo Banco, as Parcerias Público-Privadas na Saúde (que, no último ano, custaram 479 milhões de euros (mais 32 milhões do que o que estava previsto), e o facto de empresas como a EDP, a Galp e a REN não pagarem as contribuições extraordinárias a que estão obrigadas - e com as quais, para Carvalhas, o "Estado devia ter tolerância zero".
Carlos Carvalhas considera que o Governo "é generoso com os dinheiros públicos, dos contribuintes, mas depois não há generosidade para colmatar as brechas que existem em áreas como a Saúde e o Ensino".
Na opinião do antigo líder comunista, "um PS à solta, um PS sozinho, será sempre um PS generoso e cúmplice com os grandes interesses"
https://www.tsf.pt/economia/interior/um-ps-sozinho-sera-sempre-generoso-e-cumplice-com-os-grandes-interesses-9200146.html
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5dez2017
No comentário semanal na TSF, Carlos Carvalhas critica o Presidente da República que dá voz aos grandes empresários, já protegidos pelo mercado.
"Para os pobres e os excluídos, o presidente da República dá as selfies e os sorrisos e favorece a solidariedade e a caridade; para os grandes faz pressão para que continuem a ter os seus milhões intactos"
Carlos Carvalhas defende que o país vai no "bom caminho" na redução das desigualdades sociais e deixa críticas aos que consideram que os grandes empresários devem ser protegidos. Uma crítica que estende ao presidente da República.
No comentário semanal na TSF, o antigo secretário-geral do PCP, lembra declarações recentes de Marcelo Rebelo de Sousa, que referiu as queixas dos empresários que dizem que o Orçamento do Estado dá sinais adversos ao investimento.
Carlos Carvalhas considera que o chefe de Estado deu voz aos grandes empresários, já protegidos pelo mercado.
"Para os pobres e os excluídos, o presidente da República dá as selfies e os sorrisos e favorece a solidariedade e a caridade; para os grandes faz pressão para que continuem a ter os seus milhões intactos", defende Carlos Carvalhas.
"É a imagem que nos dá - para os pobres, acompanhado sempre pela comunicação social (...), favorece a caridadezinha; para aos grandes, está a dar voz para que eles continuem a dar milhões."
Na TSF, o antigo secretário-geral do PCP refere as conclusões do "Inquérito às Condições de Vida e Rendimento", do Instituto Nacional de Estatística, que mostras que o risco de pobreza diminuiu entre os grupos mais vulneráveis - menores, mulheres e idosos. O indicador de exclusão social em 2017 atinge os 23,3% da população (2,4 milhões de pessoas), mas teve uma evolução muito positiva.
"Estamos no bom caminho, mas quando de trata de políticas públicas e de reduzir as desigualdades aparecem sempre aqueles que, sendo atingidos na sua riqueza, protestam com o argumento que não se pode dar tudo a todos."
https://www.tsf.pt/economia/interior/marcelo-da-selfies-aos-pobres-e-protege-milhoes-dos-ricos-8963997.html
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10.10.2017
A propósito da entrevista da TSF a Jean-Claude Trichet (antigo presidente do Banco Central Europeu), Carlos Carvalhas lembra que a injeção de liquidez que hoje os bancos têm, levou a que a banca entrasse outra vez em atividade especulativa.
Carlos Carvalhas prevê que a situação venha a ser "mais devastadora porque os bancos centrais estão a ficar sem munições".
https://www.tsf.pt/economia/interior/esta-tudo-criado-para-vir-ai-uma-nova-crise-8830710.html
"está tudo criado para que uma nova crise venha a surgir"
 já que não há inflação nem aumento de salários e, por isso, o consumo está a ser feito pelo crédito.
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Nas legislativas de 1999
esteve no CCCela
e eu toquei trompete no jantar!!!
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22mar2016
O sistema financeiro mundial, a banca nacional e a soberania
http://www.pcp.pt/sistema-financeiro-mundial-banca-nacional-soberania
O sistema financeiro internacional foi o epicentro da crise iniciada em Agosto de 2007, com as suas toneladas de lixo tóxico e as fantásticas pirâmides Ponzi (D. Branca). Sabe-se hoje que esteve à beira da hecatombe.
A crise das dívidas públicas, que se lhe seguiu, com aspectos dramáticos e graves consequências económicas, financeiras e sociais, que estão longe de ser superadas, verificou-se no essencial na zona euro, porque ao BCE está vedado o financiamento directo aos Estados, e estes ficaram prisioneiros dos mercados, que especularam desenfreadamente, perante a passividade do sr. Trichet e o apoio e pressão do então denominado «mercozi» – Merckel e Sarkozi.
Com o agudizar da situação ficou demonstrado, com Draghi, que a especulação sobre a dívida pública dos países periféricos (bastou a ameaça aos mercados de que tudo seria feito para salvar o euro) poderia ter sido travada logo de início, pelo que o custo de toda a especulação (juros e aumento da dívida) deve ser endossado ao BCE e aos países que se opuseram à intervenção. É de recordar que em plena crise o BCE ainda aumentou as taxas de juro, em Junho de 2008 e de 2011, e que só no Verão de 2012 Draghi alterou a sua política. Foram quatro anos de especulação sobre as dívidas públicas, que não são da responsabilidade dos «países da periferia».
Sustentámos, desde o início, que a aceleração do aumento das dívidas públicas foi uma consequência da crise e, no essencial, das medidas tomadas de apoio à Banca, à sua capitalização e desendividamento, e não a consequência do aumento dos gastos com saúde, ensino, investigação, trabalhadores da função pública, o tal «despesismo» que a direita e os seus comentadores de serviço atribuíram todas as responsabilidades.
Sobre esta questão estamos agora muito mais acompanhados.
Há hoje um reconhecimento geral dos factores que levaram ao significativo aumento da dívida. A opinião pública tem agora uma melhor percepção para onde foram, e continuam a ser, canalizados os cortes, nas pensões, reformas, vencimentos dos trabalhadores da função pública, … e o tal «enorme aumento de impostos»!
Até Braga de Macedo o reconheceu recentemente, ao subscrever o «Manifesto para uma nova narrativa da zona euro», «Rebooting the eurozone: agreeing a crisis narrative», iniciativa de um conjunto de economistas de vários países (CEPR. Policy insight n.º 85).
Tivemos a dívida pública ao serviço da dívida privada.
Chegou-se ao desplante de se ver a mesma imprensa que propagandeou durante anos seguidos a tese do «despesismo», e de que a banca portuguesa estava sólida, a publicar agora, em títulos garrafais: «Dívida pública salva lucros da banca. CGD, BCP, BPI e Santander ganharam 1,4 mil milhões de euros com operações financeiras em 2015» (Expresso de 6 de Fevereiro de 2016)!
O sistema financeiro mundial, passado o pânico do auge da crise, voltou às mesmas práticas de sempre.
O seu poder é tal que tem travado, ou adiado, o essencial da regulamentação proposta pelos poderes públicos e pelo Comité de Basileia.
Christine Lagarde, numa conferência sobre o «capitalismo inclusivo», foi obrigada a condenar o sector por «bloquear as reformas necessárias» ao seu restabelecimento (Christine Lagarde fustige les hobbies bancaires», Le Figaro de 27 de Maio de 2014).
Em 2011, o G20, reunido em Cannes, acabou por reconhecer a responsabilidade do sistema bancário na crise, e definiu 29 bancos como sistémicos, depois reduzidos a 28 pela falência do DEXIS, franco-belga.
Da lista desses 28 faz parte o Santander e nenhum banco português. Dos 9 bancos da zona euro a Espanha tem 2, Santander e BBVA.
Estes bancos detêm nos seus balanços uma boa parte da dívida dos Estados e o seu poder não é comparável com a fraqueza dos Estados. O accionista e ex-banqueiro Edgar Morin chama-lhes a «hidra mundial» que domina os grandes mercados monetários e financeiros e o poder político.
São eles os principais criadores e proponentes dos produtos derivados altamente especulativos, e a sua posição dominante confere-lhes poderes análogos aos das grandes instituições públicas, designadamente a capacidade de fixar o preço do dinheiro.
São os so big to fail e os seus responsáveis os so big to jail. Como se tem visto no caso da manipulação das taxas de referência (Libor, Euribor), branqueamento de capitais, falsificação de balanços.
Os produtos «derivados» foram o combustível da propagação sistémica nas crises de 1990 e 2007, e atingem hoje um volume várias vezes o produto mundial.
A montanha dos produtos derivados, capital fictício, os activos da shadow bank, banca paralela que, segundo o Finantial Stability Board, representa 120% do PIB mundial e cujo controlo é ainda muito menor do que a generalidade da banca, bem como a «bolha» das dívidas públicas, são material explosivo cuja deflagração terá consequências muito mais devastadoras do que as anteriores crises.
Em relação à «bolha» das dívidas públicas, como já alguém disse, «ou ela se resolve a frio ou ela rebentará a quente», com repercussões em todo o planeta, dada a globalização dos mercados financeiros impulsionada pela grande conquista do capital que foi a livre circulação de capitais. E afirmamos que o potencial explosivo é muito superior ao das anteriores crises porque, para acudir ao sistema financeiro, todos os bancos centrais, sendo o BCE o mais tardio, se lançaram na política de quantitativ easing (QE), injecções de liquidez com o objectivo de, através da política monetária, impulsionaram a actividade económica, combateram a deflação, ajudaram a banca (veja-se o caso do Deutsche Bank).
Se, no quadro do sistema, estas medidas foram positivas, a sua continuação, sem alteração do quadro económico global, criaram um volume de massa monetária (ver «La folie des banques centrales», de Patrick Artus) que se dirige para este e para aquele produto especulativo, aumentando o capital fictício e a sua volatilidade, sem dar resposta aos problemas da chamada economia real, à procura global e ao desemprego, que se acentua pela crise, pela robotização e novas tecnologias e aumento das jornadas de trabalho!
Se tivéssemos que sugerir algumas reivindicações e objectivos de luta e de combate à crise e que fossem comuns e transversais às diversas forças políticas e sociais progressistas dos países mais desenvolvidos, apontaríamos: o aumento do poder de compra das massas trabalhadoras e a melhoria do rendimento nacional; a redução generalizada do horário de trabalho sem perda de rendimentos e direitos; o controlo da circulação de capitais e a nacionalização ou controlo público do sistema financeiro.
A banca nacional e a soberania
No nosso país a privatização da banca, apresentada como um factor de modernização e de desenvolvimento, foi comandada pelo poder político, e constituiu uma das maiores transferências de dinheiro público para mãos privadas. Um autêntico roubo ao erário público, formalmente legal, mas que uma séria e não golpista operação «mãos limpas» ou «lava jato», aos envolvidos nos processos de privatização da banca poucos deixaria de fora. Foi a época da criação de fulgurantes fortunas, de «novos banqueiros», de novos bancos, de um novo-riquismo que se assenhoreou do poder económico, da comunicação social e do poder político.
Um «barão» socialista chegou a afirmar na altura que bebia uma taça de champanhe por cada privatização que se fazia! (Penedos, Visão)
Hoje podemos perguntar o que é que Portugal, o povo português, os trabalhadores, os pequenos e médios empresários ganharam com a privatização da banca?
Há quem contra argumente apresentando o caso da Caixa para mostrar que um banco público é mal gerido e fica dependente do poder político.
É certo que não basta a nacionalização da banca, quando esta é feita para depois ser privatizada, como se viu com o BPN e o BANIF, ou quando o «poder político» a utiliza para financiar operações de privatização e os interesses privados, e não o interesse público, ou quando esta é gerida por gestores de «aviário» de partido, como atestam os Vara, Celestes Cardona, Fernandos Tomaz, … ou como se viu ainda na disputa de lugares na Caixa entre o CDS e o PSD no último governo.
A natureza de classe do poder político é essencial. Gestão bancária ao serviço do povo ou de oligarquias?
Mas a verdade é que, apesar disto tudo, e depois de descontados os valores dos últimos 5 anos em que a CGD deu prejuízos e as entradas de capital por parte das Finanças, os lucros entregues ao Estado só nestes últimos 12 anos são de montante muito superior (entre 2004 e 2015 a CGD teve de lucros 1552 milhões de euros, e os impostos pagos foram sempre muito acima de qualquer banco privado, que inclusivamente chegaram a criar esquemas fraudulentos para fugir aos impostos! (Ver «Operação Furacão»)
Acresce que a CGD e o seu património continuam como activo nacional.
Pouca coisa dirão os analistas e comentadores serviçais dos grandes interesses. Muito dirão os que, sinceramente, defendem a soberania e o interesse nacionais.
Um país em que o seu sistema financeiro está nas mãos do estrangeiro, é um país apenas formalmente independente, e é uma evidência que o BCE «governo» não eleito e correia de transmissão do «Directório das Grandes Potências», os burocratas de Bruxelas e a Comissão com o seu «Pacto de Estabilidade», actuam no sentido de forçar as privatizações e, no caso da banca, à constituição de super bancos que dominarão os grandes espaços na União Europeia.
É necessário denunciar e combater esta política, não dar novos passos no sentido de comprometer ainda mais o nosso sistema financeiro, e não dar também por irreversível «compras feitas por estrangeiros».
Agora já há muitas almas que se inquietam ao verem sucessivos bancos a ficarem no domínio do estrangeiro!
Pelo que a imprensa diz, ficou a saber-se, ainda na semana passada, que Marcelo Rebelo de Sousa não quer que o Novo Banco fique nas mãos dos espanhóis, que Ferreira Leite alertou, justamente, para a questão da nossa soberania, que está em causa, e que o espantoso e mui socialista Murteira Nabo lamentou: «se calhar, infelizmente» os bancos «vão ficar todos estrangeiros». Porém, questionado sobre a nacionalização do Novo Banco, não teve dúvidas: «é um disparate»! E porquê? «Agora, estar a nacionalizar um banco daquela importância e dimensão, tendo o Estado já a CGD que tem 30% ou mais da quota de mercado, não tem sentido». O «infelizmente» deste socialista convertido às águas neoliberais e ao «venha a nós o nosso reino», que é como quem diz à nossa carteira, diz bem da leviandade e da hipocrisia destas personagens que nos têm conduzido ao retrocesso económico e social, e à crescente dominação pelo estrangeiro.
Agora até alguns banqueiros defendem a nacionalização do Novo Banco «por enquanto», isto é, para depois ser privatizado... convencidos que este ficará em mãos nacionais, como se viu com o BPN, BCP, Totta, e agora com o BPI. E veremos o que acontecerá com a Caixa Económica do Montepio!
Aos que se deram conta da triste e grave situação em que nos encontramos, a uns e a outros, é de lhes lembrar, está publicado, o que afirmámos aquando da adesão de Portugal à então CEE, e que mantivemos ao longo do tempo: «com a integração ainda mais se justifica que as empresas básicas e estratégicas se mantenham nacionalizadas, se não quisermos que elas venham a cair, mais cedo ou mais tarde, nas mãos do estrangeiro, alienando-se a soberania nacional»! Os factos aí estão. Agora já é claro que os bancos ou ficam na esfera pública ou vão para as mãos do estrangeiro! A questão da soberania é hoje uma questão central do nosso país. Uma soberania tutelada não é soberania, e sem soberania são a democracia, a vontade popular e as liberdades que estão em causa.
Um país com séculos de história que chegou à situação de estar dependente da notificação de uma obscura agência de certificação canadiana, um país que recebe ordens de um qualquer comissário Moscovici, este ainda por cima socialista, ou até de uma Direcção Geral de Concorrência, ou ainda por mail de uma tal Danièle Nouy, um país que tem um governador que se comporta como um funcionário subserviente do BCE, como se o Banco de Portugal fosse uma mera sucursal deste, um país que alienou a sua política monetária, cambial e até orçamental, e em que as elites no poder privatizaram e assim entregaram, directa e indirectamente, as principais empresas portuguesas ao estrangeiro, esse país, com séculos de história, é um país cada vez mais colonizado.
É tempo de dizer basta!
Basta de negociatas e de submissão!
Tenha-se vergonha!
Tenha-se dignidade!
Defenda-se a independência e a soberania de Portugal!
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8fev2016
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10153854542934303&set=a.10151155318679303.464257.800219302&type=3&theater
Delícias (Carlos Carvalhas, 8 de Fev 2016)
Ouvir ou ler um Rodrigues dos Santos , um Miguel Sousa Tavares e tantos outros sobre o Défice Estrutural , de que não fazem a mínima ideia de como se calcula , do que significa , nem do seu valor para avaliar a justeza de uma política é uma delícia.
São categóricos . A ignorância é sempre atrevida e ainda mais quando estamos perante comentadores sobranceiros com desmesurado ego e arraigados preconceitos de classe .
Durante muito tempo estivemos sozinhos a afirmar que os critérios de Mastricht , não tinham qualquer valor científico , até ao dia em que um Comissário europeu afirmou claramente que os critérios de Mastricht eram "estúpidos.".. Hoje sabemos melhor como foram calculados e impostos pela a Alemanha que não era a da Srª Merkel
Pode ser que ainda se venha a verificar com o dito défice estrutural o que sucedeu com os critérios de Mastricht e então teremos os mesmos comentadores a fazerem coro com os que sempre afirmaram que tal défice é de calculo difícil , subjetivo logo conferindo poderes discricionários a quem o avalia em Bruxelas e podendo ser objetivamente um travão ao crescimento económico.
E nem nos estamos a referir ao défice virtuoso de Miguel Cadilhe ...
Outras delícias são as que se referem à classe média e à austeridade.
Com a mesma ligeireza dizem uns que afinal a carga fiscal do novo Orçamento sobrecarrega a classe média . A abstração " classe média " mete no mesmo saco sujeitos com rendimentos muito diferentes
Mais acertado seria falar em camadas médias e é uma evidência que este Orçamento embora de forma imperfeita desagrava fiscalmente a maioria das camadas médias.
O mesmo diremos daqueles que afirmam que a austeridade se mantém .
As políticas do anterior governo não foram políticas de austeridade , mas sim políticas de concentração de riqueza , como sempre afirmámos e os dados sobre a distribuição do Rendimento Nacional o confirmam .
No Expresso , o jornalista Santos Guerreiro que não confundo com outros do mesmo Jornal cujo ego e atrevimento também estão na razão direta da santa ignorância , afirmou este fim de semana : "Os Orçamentos do PSD/CDS quase não tinham medidas desfavoráveis às empresas , este quase não tem medidas favoráveis , a austeridade recaia sobre o Estado, agora transfere o peso para os privados o outro resignava-se ao empobrecimento este revolta-se mas ilogicamente "
Não Pedro Santos Guerreiro . Deixe-se de abstrações e vá ao concreto.
A dita austeridade não recaia sobre o Estado mas sobre os contribuintes , sobre os reformados sobre os utentes do Serviço Nacional de Saúde , sobre a Escola Publica , alunos e professores , sobre os trabalhadores sobre o património público , edifícios pontes escolas hospitais que viram investimentos de conservação adiados e que agora se pagam com língua de palmo. Agora a dita austeridade no essencial também não recai sobre os privados mas sobre alguns privados , os que mais têm lucrado com a crise e com as medidas ditas de austeridade mas na realidade de concentração de riqueza .
Também não é verdade que o anterior governo se resignava ao empobrecimento. Não . O anterior governo promoveu-a porque esteve ao serviço dos grandes interesses e como a manta era curta ... Quem tem estado a pagar o desendividamento e a capitalizacão da banca e a dívida contraida para esse fim ?. Esta de que o anterior governo se resignou , coitado, ao empobrecimento não lembra ao .. Já se esqueceram da carta de demissão de Gaspar...
Seria este o Orçamento desejável .? Não . Este é um Orçamento contraditório e que fica aquém do que era possível mesmo na lógica da U.E. Na correção da distribuição do Rendimento Nacional com impulso no aumento da produção e da produtividade sem atingir o défice podia -se e devia-se ter ido mais longe. Um exemplo : podia-se aumentar 50 % , 60 % as ajudas aos pequenos agricultores cortando um pouco , repito um pouco nos fartos subsídios dados aos grandes , podia-se fazer pagar de forma indireta às gasolineiras mais de metade da subida e estabelecer preços especiais para a indústria e para os transportadores em fretes de exportação sem burocracias...
No entanto é para nós uma evidência que com este Tratado Orçamental , com esta dívida , com o Euro e com esta correlação de forças a nível da UE a colonização do país vai continuar .
A esta conclusão irão chegar cada vez mais portugueses e agentes políticos designadamente dentro do PS e não só . Quantos mais e mais rapidamente melhor para o povo e o país
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1183672758328578&set=a.343913725637823.95378.100000575963543&type=3&theater
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9noVEM2015

Carlos Carvalhas. Acordo da esquerda visa afastar “rasto de destruição” da direita

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-11-09-Carlos-Carvalhas.-Acordo-da-esquerda-visa-afastar-rasto-de-destruicao-da-direita
O histórico comunista falou esta segunda-feira à TSF sobre a 
situação política portuguesa e o acordo à esquerda. Sobre 
Cavaco Silva, Carvalhas foi claro: ou o Presidente indigita 
António Costa ou estará a protagonizar um “golpe constitucional”
ntigo secretário-geral do PCP e membro do Comité Central do partido, Carlos Carvalhas, diz que se o Executivo de Passos e Portas cair, a única hipótese do Presidente da República será empossar António Costa como primeiro-ministro. Um Governo de gestão, defende Carvalhas, seria na verdade um “golpe de Belém”.
Questionado esta segunda-feira pela TSF sobre os termos do acordo à esquerda, Carlos Carvalhas declara que o PCP não “renunciou ao seu ADN” para viabilizar o entendimento e que entre os partidos da esquerda se mantêm as divergências que já existiam. No entanto, o antigo líder comunista reafirma o objetivo deste acordo, que se trata de uma forma de “afastar a direita mais trauliteira do poder”, direita essa que será responsável, de acordo com as palavras de Carvalhas, por um “rasto de destruição no país”.
Este domingo, o Comité Central do PCP aprovou o entendimento e a Comissão Política socialista concordou, mandatando António Costa para formalizar o acordo e o presidente e líder da bancada parlamentar socialista, Carlos César, para rejeitar o Executivo de direita.
Falando destes avanços, o membro do órgão máximo dos comunistas entre congressos classifica o dia como “histórico” e “inédito”, mas aproveita para recordar que o Governo de iniciativa socialista é uma opção “perfeitamente natural”, uma vez que as eleições, que servem para “escolher deputados”, originaram um “quadro político muito especial” de maioria de esquerda.
O programa de Governo PSD e CDS vai ser discutido na Assembleia da República durante esta segunda e terça-feira. No entanto, os partidos da esquerda deverão chumbar o Executivo, apresentando moções de rejeição separadas ao documento da equipa liderada por Passos Coelho.
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http://tres-paragrafos.blogspot.pt/2012/12/sobre-moeda-unica-carlos-carvalhas-em.html
Extratos do discurso de Carlos Carvalhas em 1997 na Assembleia da República

ou "quem sabia.....sabia de facto... mas não foi lido nem ouvido"


Acusamos o Primeiro-Ministro e o Governo de conduzirem uma


política económica subjugada pela prioridade absoluta da moeda


única que se traduz numa política de regressão social, de


aumento do desemprego e na eliminação de direitos duramente


conquistados pelos trabalhadores ao longo de muitas dezenas de


anos.


Acusamos o Primeiro-Ministro e o Governo de com a sua fé cega


nos dogmas de Maastricht e da participação na moeda única


espoliarem o País do poder soberano de utilizar os instrumentos


monetário e orçamental para enfrentar situações de crise,


impondo assim que todos os custos recaiam inevitavelmente sobre


os trabalhadores, através do aumento do desemprego e do


congelamento ou reduções salariais; sobre os reformados e sobre


muitos e muitos pequenos e médios empresários.
E quando se questiona o Governo sobre as consequências para o
nosso aparelho produtivo, para as pequenas e médias empresas
não exportadoras, ou sobre quem vai pagar os custos operativos
da introdução do "Euro", cada Banco, ou mesmo no
pequeno comércio a resposta é inevitavelmente a mesma: não há
outro caminho, não há outra solução.
Depois quando o desemprego explodir e ele já é bem superior
ao que as manobras estatísticas revelam, então lá teremos as
desculpas dos constrangimentos externos...
Argumenta o Sr. Primeiro-Ministro com os mercados que
fustigariam o escudo! Bela desculpa. Os mercados, Sr.
Primeiro-Ministro, não são entidades abstractas, têm rosto,
são os Bancos, é o capital financeiro. Têm rosto mas não têm
certidão de eleitor. Ou será que o governo PS entende que os
mercados devem decidir pelo povo português? Pela nossa parte
rejeitamos a teologia economicista que confia aos
"mercados" o Governo de Portugal.
Nenhum governo tem legitimidade ou está mandatado para
suprimir a moeda nacional e substituí-la por uma moeda única da
União Europeia imposta pelos interesses do eixo franco-alemão.
Porque o PS (e o PSD) sabe que a moeda única e o caminho
seguido põe em causa e subalterniza o princípio da
"coesão económica e social", tem pés de barro e os
ditos critérios não têm qualquer fundamento económico ou
científico.
É um caminho para mais desemprego e sub-emprego, que
fragiliza e põe em causa o aparelho produtivo nacional e o
futuro soberano e democrático de Portugal.
A moeda única fragiliza e põe em causa o aparelho produtivo nacional.
É ou não verdade que a moeda única, um euro feito, como é
inevitável, à imagem e semelhança do marco, super valorizado
em relação ao curso normal do escudo, vai tornar ainda mais
difícil a competitividade dos produtos portugueses nos mercados
europeu e mundial quando confrontados com os nossos principais
concorrentes, os países fora da zona do euro, os países
asiáticos, os países do continente americano, com as suas
moedas e taxas de câmbio próprias?
A moeda única e os critérios de Maastricht são um factor de
aumento do desemprego.
A livre circulação de capitais - facilitada e dinamizada
pela moeda única - em condições de relativa aproximação
média das taxas de juro, vai impulsionar a deslocalização do
dinheiro, dos investimentos, das empresas, para as regiões da
Comunidade Europeia com maiores produtividades e dinamismo
económico.
A vantagem «comparativa» que o Governo do PS se prepara para
oferecer é uma força de trabalho mais barata, com menos
garantias sociais.
Aí virão os apelos e as chantagens sobre os trabalhadores
para políticas ditas de moderação salarial, de aumento da
desregulamentação das relações de trabalho, de mais
precariedade, de maior facilidade de despedimento, de mobilidade
dos trabalhadores, de menor protecção social.
E isto num pais onde os lucros das grandes empresas estão em alta e o
investimento em baixa, onde cerca de 50% da mão de obra tem
vínculos precários e onde se mantêm as artimanhas
governamentais para que as 40 horas não sejam cumpridas!
A probabilidade de da UEM resultarem consequências
sociais nefastas é maior na Grécia, Itália, Espanha e
Portugal...». É uma evidência que com a liquidação de
empresas e sectores o aumento do desemprego será uma realidade.
A moeda única não é um projecto de cooperação Europeia, não é um projecto para
o desenvolvimento das economias mais periféricas, e da economia portuguesa em
particular.
A moeda única não é um projecto para mais e melhor emprego.
A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de
grande potências e de consolidação do poder de grandes
transnacionais na guerra com as transnacionais e as economias
americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do
trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a
choques e a pressões a favor da construção de uma Europa
federal, ao congelamento de salários, à liquidação de
direitos, ao desmantelamento da segurança social e à
desresponsabilização crescente das funções sociais do
Estado..
***
Estávamos no início de 1997...Carlos Carvalhas bem alertava...O euro...
Publicado em Partido Comunista Português (http://www.pcp.pt)
Declaração de Carlos Carvalhas, Secretário-Geral do PCP

Sobre Portugal e a Moeda Única - Declaração

Carlos Carvalhas, Secretário-Geral do PCP

Terça 21 de Janeiro de 1997

Na Festa do "Avante!" (de 1996) o Partido Comunista Português anunciou publicamente, que no início deste ano lançaria uma campanha de esclarecimento e um conjunto de debates e outras iniciativas sobre as consequências da passagem de Portugal à terceira fase da União Económica e Monetária e da sua participação na Moeda Única.
O cumprimento dos critérios de Maastricht, condição para a participação da Moeda Única com a sua
lógica ultraliberal, continuam a traduzir-se em políticas de austeridade e de regressão social, debilitando o aparelho produtivo nacional e travando o ritmo de crescimento económico que seria necessário para criar emprego e para nos aproximarmos da média dos rendimentos europeus.
Esta marcha acelerada e forçada da frágil economia portuguesa para a moeda única com políticas contraccionistas da actividade económica e do consumo e com a sobrevalorização artificial do escudo tem-se traduzido no agravamento da situação financeira e económica de milhares de empresas, no acréscimo do desemprego e do trabalho precário e na desresponsabilização do Estado nas suas funções sociais.
Estes são os factos que as astúcias politiqueiras, as manipulações estatísticas e a propaganda não alteram nem apagam.
De facto, em vez de um debate sério e sereno e de uma informação com rigor sobre o que está em causa, o
Governo joga nos factos consumados e, na colagem à campanha da pesada máquina da propaganda da Comissão de Bruxelas na difusão dos dogmas neoliberais e nas virtudes teológicas da Moeda Única.
Ao contrário do que diz o Governo, que pretende fazer crer que não há alternativa e que o pior já passou, é necessário chamar a atenção para o facto de que as políticas contraccionistas e neoliberais não só vão continuar como se vão reforçar com a aplicação de sanções aos não cumpridores dos critérios, tal como ficou estabelecido no chamado «pacto de estabilidade», limitando ainda mais a nossa soberania e independência.
O Partido Comunista Português manifesta a sua firme oposição ao «pacto de estabilidade», que nos retira a
soberania sobre as políticas orçamentais e instaura um sistema inaceitável de sanções para os países que não imponham aos seus povos a austeridade suficiente.
Por tudo isto e porque está em causa o presente e futuro dos portugueses e de Portugal, o Partido Comunista Português assumindo as suas responsabilidades anuncia hoje o lançamento de uma campanha de informação e esclarecimento em torno da moeda única, com um conjunto de iniciativas convergindo na reclamação de que a palavra seja dada aos portugueses através de um referendo.
É aos portugueses a quem deve caber a decisão sobre o seu futuro e não aos "eurocratas" de Bruxelas.
Nesse sentido decidimos entre outras orientações e realizações:
1. considerar entre os temas prioritários de debate e intervenção no quadro da nossa iniciativa política, as questões da União Económica e Monetária e da Moeda Única;
2. agendar na Assembleia da República, por intermédio do nosso grupo parlamentar, uma interpelação ao Governo,sobre as consequências económicas, sociais, políticas e institucionais da Moeda Única;
3. editar um conjunto de materiais de informação, esclarecimento e mobilização, divulgando as posições do PCP sobre esta matéria (folheto, cartaz, dossier de perguntas e respostas, etc.);
4. dar o nosso apoio à dinamização de um abaixo-assinado dirigido à Assembleia da República promovido por várias personalidades de diversos quadrantes da esquerda para que se dê a palavra ao povo, isto é, para que se realize um referendo sobre a Moeda Única;
5. realizar um Seminário, com uma composição plural, sobre a natureza e consequências da Moeda Única e promover diversos debates em todo o país;
6. realizar um grande comício internacional
- Comício de Lisboa - no Campo Pequeno, na segunda quinzena de Maio, com participação de um vasto conjunto de partidos comunistas e outras forças progressistas europeias.
É necessário que os portugueses sejam chamados a pronunciar-se sobre a Moeda Única. O PS e o PSD procuram fazer crer que também estão a favor do referendo, mas o que estes partidos escondem é que o mais que admitem é um referendo sobre "questões" que venham a ser consagradas na revisão do Tratado pela Conferência Intergovernamental (CIG), assim excluindo claramente as questões centrais e determinantes, ou seja, a globalidade do novo Tratado e as questões da União Económica e Monetária e da Moeda Única.
A moeda única e os critérios monetaristas e federalistas que lhe estão associadas não são um factor de coesão económica e social, mas um factor de acentuação das desigualdades regionais e sociais e um factor de divisão da Europa.
O Partido Comunista Português entende ser seu dever alertar os portugueses sobre os grandes perigos que pesarão sobre o emprego e o emprego com direitos, os salários, os serviços públicos, os direitos de cidadania e sobre o aparelho produtivo nacional e a soberania, se prosseguir esta integração económica
e monetária.
O Partido Comunista Português entende que o povo português deve ser consultado pela via do referendo antes da passagem à moeda única (e chama a atenção que a última sondagem da Gallup, publicada no "Fígaro" francês, "Daily Telegraph" britânico, o "Handelsblatt" alemão, e o "Expresso" italiano, mostra que 75% dos alemães, 76% dos britânicos, 66% dos franceses e 52% dos italianos desejam que seja sujeito a
referendo a passagem à moeda única).
O Partido Comunista Português continuará a juntar os seus esforços a todas as forças de esquerda e de
progresso que, em Portugal e na Europa lutam pela construção de uma Europa de progresso social, uma Europa de nações iguais e soberanas, orientada para a coesão económica e social, para o combate ao desemprego, uma Europa de progresso, paz e cooperação.
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2011
 amanhã temos o pic-nic
e depois 1 debate esclarecedor com Carlos Carvalhas
 1 Junho.Peniche.21h