Há quantos anos defendemos 1 região...
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Via tinta fresca.net
Para enfrentar a crise económica e a diminuição drástica de verbas do Orçamento de Estado
Presidente da Câmara da Batalha defende fusão de pólos turísticos
O presidente da Câmara Municipal da Batalha e vogal da Entidade Regional de Turismo de Leiria-Fátima defende a fusão deste pólo turístico com outros pólos, de forma a racionalizar custos, ganhar escala e aumentar o leque de oferta de produtos turísticos. António Lucas reconhece que a Entidade Regional de Turismo de Leiria-Fátima atravessa uma situação de grande aperto financeiro, devido à drástica redução das transferências do Orçamento de Estado, reduzidas a um terço desde há três anos, e ao atraso das transferências das verbas referentes às candidaturas apresentadas a fundos comunitários e defende que, devido à mudança irreversível de paradigma na economia mundial, não há hoje alternativa à fusão de pólos turísticos.
“O orçamento das Entidades Regionais de Turismo provém, do lado da receita, das transferências do Instituto de Turismo, provenientes do Orçamento de Estado, e de algumas verbas do QREN. Sempre que tem havido possibilidade de candidaturas, nós temo-las feito, mas, desde o início, o QREN está tão burocratizado que pode decorrer mais de um ano desde o momento em que se faz a candidatura até ao momento em que se consegue receber o dinheiro. Os próprios técnicos que estão a trabalhar no “Mais Centro”, em Coimbra, debatem-se com muitos problemas relacionados com este programa”, referiu António Lucas.
“A Entidade Regional de Turismo é uma entidade que, fundamentalmente, promove eventos, que se realizam num fim-de-semana ou numa semana. A partir daí, a despesa está feita e os fornecedores querem receber o seu dinheiro. A candidatura do Festival Regional de Gastronomia de Leiria já foi lançada há algum tempo, mas ainda não está aprovada. Depois de ser aprovada, é preciso assinar os contratos, aguardar a possibilidade de carregar despesa, informar essa despesa, ir para o Instituto Financeiro para depois ser transferido para a Entidade para esta depois poder pagar e isto demora muitos meses. E os fornecedores não se compadecem com isto, nem podem, têm os seus compromissos também”, sublinhou o autarca.
Segundo António Lucas, estes atrasos nas transferências de verbas “leva a uma asfixia completa das instituições, nomeadamente, daquelas que têm uma situação financeira mais frágil, como é o caso dos pólos de turismo, que, a nível de transferências financeiras recebem hoje um terço do que recebiam há três anos.”
Para o presidente da Câmara da Batalha, “não vale a pena tentar tapar o sol com a peneira, nós temos de ser frontais e tentar encontrar mecanismos para corrigir e alterar estas situações, mas há velhos do Restelo que acham que deve continuar tudo na mesma, nomeadamente, quando eu falo que há necessidade de gerar massa crítica e criar entidades com mais capacidade ao nível da oferta de produtos turísticos. Nós temos muitos produtos, mas acho que temos de ganhar outro tipo de escala e outra dimensão para racionalizar custos e sermos mais apelativos em termos de público-alvo.”
António Lucas deixa um alerta: “Todos aqueles que pensam de maneira diversa, e acham que ainda estamos em 2007 ou 2008, têm de entender que o mundo mudou a partir de 2009/2010 e nunca mais vai ser o mesmo. Portanto, ou nós interiorizamos que o paradigma se alterou e olhamos para as entidades públicas, e privadas, de forma diferente, perante a necessidade de tomar medidas face a este novo cenário ou estamos condenados a caminhar alegremente para o precipício. A necessidade da fusão de pólos turísticos é uma opinião pessoal, mas não estou a ver outra solução.”
Mário Lopes
29-08-2011