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Recordo a extraordinária obra dos SAMarionetas sobre esta temática!!
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/03-de-julho-de-1821-corte-portuguesa.html?spref=fb&fbclid=IwAR1y5lgwHn7yvZc5zBlTAwu3ZplG3DkUGj674LI7G-lsMftauyhGE7vykzc
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/11/29-de-novembro-de-1807-partida-da.html?fbclid=IwAR38qWHmjaFLTjFDnUpFvegHvzvmHCR-xZAwD1I6TdE4DM97x02zx1o5gBA
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Mapa das Invasões Francesas ... RTP
Da primeira invasão fica a memória de uma presença mais prolongada em todo o país. Inúmeros tesouros saíram de palácios portugueses, seguiram para França e nunca voltaram.
É neste cenário que surge um general inglês que vai ficar na história deste período. Arthur Wellesley, futuro Duque de Wellington, comanda os seus primeiros exércitos em Portugal e será responsável pela reorganização das forças das defesas portuguesas.
Neste mapa encontram-se várias histórias que fazem parte da memória das invasões. Há descrições de batalhas, de medos e de mortos. Há também histórias de franceses que ficaram por cá e portugueses que partiram …
Boa viagem pelo Portugal das Invasões Francesas.
http://ensina.rtp.pt/artigo/mapa-invasoes-francesas/
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https://www.youtube.com/watch?v=HYeuPasgv5Q
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/07-de-julho-de-1807-e-assinada-paz-de.html?spref=fb&fbclid=IwAR1gjBQeIExt08ITW5oG3d5aaULzceQNmTPImNFO4d31O25o-aS1qW_ID0A
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/05/05-de-maio-de-1821-napoleao-bonaparte.html?spref=fb&fbclid=IwAR3ZiRI0pH9Ozm_hdXEwcnPOGzb0D-z94qyA0s1Aw_OXS0XGN78PbRvQboM
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/06/24-de-junho-de-1812-napoleao-bonaparte.html*
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/08/15-de-agosto-de-1769-nasce-napoleao.html
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“Não passo um dia sem te desejar, nem uma noite sem te apertar, nos meus braços; não tomo uma chávena de chá sem amaldiçoar a glória e a ambição que me mantêm afastado da vida da minha vida. No meio das mais sérias tarefas, enquanto percorro o campo à frente das tropas, só a minha adorada Josefina me ocupa o espírito e coração, absorvendo-o por completo o pensamento. Se me afasto de ti com a rapidez da torrente de Ródano, é para tornar a ver-te o mais cedo possível. Se me levanto a meio da noite para trabalhar, é no intuito de abreviar a tua vinda, minha amada.
E no entanto, na tua carta de 23, tratas-me na terceira pessoa, por Senhor! Que mazinha! Como pudeste escrever-me uma carta tão fria? E depois, entre 23 e 26 medeiam quase quatro dias: que andaste tu a fazer, porque não escreveste a teu marido?... Ah, minha amiga, aquele tratamento do “senhor” e os quatro dias de silêncio levam-me a recordar com saudade a minha antiga indiferença. (…) Isto é pior que todos os suplícios do Inferno. Se logo deixaste de me tratar por tu, que será então dentro de quinze dias?! Sinto uma profunda tristeza, e assusta-me verificar a que ponto está rendido o meu coração. Já me queres menos, um dia deixarás de me querer completamente; mas avisa-me, então. Saberei merecer a felicidade…
Adeus, mulher, tormento, felicidade, esperança da minha vida, que eu amo, que eu temo, que me inspira os sentimentos mais ternos e naturais, tanto como me provoca os ímpetos mais vulcânicos do que o trovão. Não te peço amor eterno nem fidelidade, apenas a verdade e uma franqueza sem limites. No dia em que disseres: “Quero-te menos”, será o último dia do amor. Se o meu coração atingisse a baixeza de poder continuar a amar sem ser amado, trincá-lo-ia com os dentes.
Josefina: lembra-te do que te disse algumas vezes: a natureza faz-me a alma forte e decidida. A ti, fez-te de rendas e de tule? Deixaste ou não de me querer? Perdão, amor da minha vida. A minha alma está neste momento dividida em várias direcções e combinações, e o coração, só em ti ocupado, enche-se de receios…
Enfada-me não te chamar pelo teu nome, mas espero que sejas tu a escrevê-lo.
Adeus. Ah, se me amas menos, é porque nunca me amaste. Tornar-me-ias então digno de lástima.
Napoleão
P.S. – A guerra este ano está irreconhecível. Mandei distribuir carne, pão, e forragens à minha cavalaria prestes a pôr-se em marcha. Os soldados patenteiam-me tal confiança que não tenho palavras para descrever-te. Só tu me causas desgostos. Só tu, alegria e tormento da minha vida. Um beijo aos teus filhos, de quem não me dás notícias. Ai, não! – levar-te-ia a escrever o dobro, e as visitas das dez da manhã não teriam o prazer de ter ver. Mulher!!!
Cartas de Amor de Napoleão Bonaparte a Josefina Bonaparte.
in revista Tabu - Semanário Sol
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/23-de-junho-de-1763-nasce-josefina.html?spref=fb&fbclid=IwAR3Lp-CuMq1mL0ma6GWZHIiOro67aNXmB-uo4xDCzbcpFRDnsFNy-kYDycg
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/27-de-marco-de-1809-invasoes-francesas_27.html?spref=fb&fbclid=IwAR0zcakeyiYbhOnO-DPUM1v6zCfwapZV6FY1fZdEMSsC3csyQelLmF_v6F4
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21 de Agosto de 1808: Invasões francesas. Termina a Batalha do Vimeiro. As forças luso-britânicas derrotam as tropas francesas de Junot.
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O Rotary Club da Benedita promoveu o colóquio " As invasões francesas na freguesia da Benedita", no dia 8 de
Outubro 2011 – 16h, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho.
“O impacto da 3ª invasão francesa no eixo Leiria, Molianos, Rio Maior” - Prof. Dra. Cristina Clímaco – Universidade de Paris 8eme
-Factos e acontecimentos da 3ª invasão francesa na freguesia da Benedita - Prof. Júlio Ricardo
....
texto que acompanhava a divulgação:
"No início de Outubro de 1810, a freguesia da Benedita sentia as proximidades da guerra.
O exército português e inglês estava de regresso às Linhas de Torres, após a batalha do Buçaco. Ao passar no eixo Leiria – Molianos - Rio Maior incentivava o abandono das aldeias e vilas e a destruição de tudo o que pudesse servir para abastecimento do exército francês, quer de víveres, quer de alfaias agrícolas que pudessem ser fundidas para fazer armamento.
Os que não obedeciam viam seus haveres destruídos pelo exército que os deveria proteger. Era a célebre “estratégia da terra queimada” que iria deixar os franceses sem possibilidades de abastecimento.
Do princípio de Setembro de 1810 até Abril de 1811, o Cura da Benedita, José da Silva Fialho não faz qualquer registo de óbito. Possivelmente, encontrava-se em Lisboa, tal como o padre da paróquia de Turquel. O ano de 1811 regista um número anormal de mortes, muitas vezes sem os “sacramentos da Igreja” e, de vez em quando, os registos paroquiais referem que “morreu por hum tiro que lhe derao os franceses”.
A partir de Abril de 1811, o espaço da Igreja da Benedita não possibilita mais sepulturas. De Maio a Dezembro contabilizam-se 56 enterramentos no adro da igreja."
Para dar a conhecer a história local e estimular a investigação, o Rotary Club da Benedita convidou a Prof. Dra. Cristina Clímaco, investigadora da Universidade de Paris-8, a abordar o impacto das invasões francesas no eixo Leiria – Molianos - Rio Maior, num Colóquio a realizar no dia 8 de Outubro, pelas 16 h, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, na Benedita. Júlio Ricardo, professor no Agrupamento de Escolas da Benedita, esteve envolvido num projecto de investigação sobre património local, dinamizado pelo Agrupamento, ao longo do ano lectivo 2009/2010. Identificou factos e acontecimentos na Benedita, relacionados com a 3ª invasão francesa e no colóquio apresentará o resultado da sua pesquisa.
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derrotado Napoleão ...
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/09/18-de-setembro-de-1814-comeca-o.html
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Mas as tropas comandadas pelo Duque de Wellington deram o golpe final em Napoleão, encerrando 23 anos de luta entre a França e o resto da Europa.
As perdas foram muitas. Morreram 48 mil pessoas, 25 mil do lado francês. Derrotado de uma vez por todas, Napoleão abdicou ao trono ─ pela segunda vez ─ do qual havia se proclamado imperador.
Leia mais: Jornalista da BBC ainda procura corpo de mãe que morreu cobrindo Guerra do Vietnã
Como parte das comemorações do bicentenário, nesta semana, foi feita uma encenação da batalha com duração de cerca de 10 horas.
As reconstituições continuam neste domingo: como não havia jornalistas no local, o mensageiro do duque de Wellington levou três dias para chegar a Londres e informar que ele havia ganho a batalha, o que será encenado hoje.
A BBC Mundo ─ o serviço em espanhol da BBC ─ reuniu esta e outras curiosidades sobre a batalha.
Alguns "biohistoriadores", incluindo o escritor americano Arno Karlen, acreditam que Napoleão lidava naqueles dias com um grande caso de hemorroida, que tornou um inferno até a simples tarefa de montar em seu cavalo.A condição, alegam, o impediu de dormir na noite anterior. Exausto, não acertou as ordens na batalha e acabou perdendo tudo.
Mas não há consenso sobre o tema.
Leia mais: Com atraso de 530 anos, Inglaterra inicia funeral de rei 'malvado' Ricardo 3º
Além da crescente influência política que ganhou após a bem sucedida campanha de Waterloo, Wellington recebeu uma "boa soma de dinheiro", disse o historiador Paul O'Keffee, autor de "Waterloo: The Aftermath", livro publicado em 2014 .
Segundo O'Keffe, a sua parte do "bônus" pago pela França após a derrota equivale a cerca de US$ 5 milhões (R$ 15 milhões) em valores atuais.
Um ex-senador belga criou polêmica quando disse, em 2001, que os descendentes de Wellington estavam cobrando uma quantia de cerca de US$ 200 mil (R$ 600 mil) todos os anos do governo belga em agradecimento aos serviços prestados pelo seu ancestral em Waterloo.No entanto, um advogado da família Wellington, citado pelo jornal britânico The Guardian, disse que o senador belga tinha chegado "a conclusões incorretas".
A maior parte do combate se desenrolou poucos quilômetros ao sul, na localidade de Braine-l'Alleud et Plancenoit.
Waterloo, agora uma cidade multilíngue de pouco mais de 30 mil habitantes, foi onde Wellington elaborou seu relatório de batalha. E foi assim que o nome ficou para a posteridade.
Um erro com o qual a História, em geral, pode conviver, mas que é uma pedra no sapato dos historiadores de Braine-l'Alleud et Plancenoit.
"Napoleão nunca pôs os pés em Waterloo, isso é fato", disse o historiador belga Bernard Coppens ao jornal americano The Wall Street Journal no início deste ano.
"E, no entanto, (Waterloo) ficou com toda a glória", se queixou um colega, Eric Meuwissen.
A indignação dos especialistas e de algumas autoridades regionais virou coisa séria quando eles entraram com uma ação contra um guia de viagem que não incluiu o nome da cidade em uma edição especial sobre a batalha de Waterloo.
A próxima audiência do caso será em 2016.
Mas os britânicos, naturalmente, haviam levado guarda-chuvas.
Mas não sabiam que usá-los era expressamente proibido: "Sem guarda-chuva aberto na presença do inimigo", diziam as instruções rigorosas dadas aos oficiais no campo.
Aparentemente, o duque de Wellington não aprovou seu uso no campo de batalha e não permitiu que seus comandantes "parecessem ridículos aos olhos do Exército" ao usar o acessório.
Eram tempos de maus hábitos alimentares e de higiene bucal pior ainda, então um bom conjunto de dentes era negociado em alta no mercado da emergente profissão de dentista.
Hoje, elas são conhecidas como as "dentaduras de Waterloo". E até o próprio Wellington chegou a usá-las. Embora, em seu caso, os dentes usados saíram de outra batalha, da qual não se sabem detalhes.
Este dado devemos ao professor de história da Universidade de Kingston Brian Cathcart e a seu artigo publicado em maio passado no The Guardian: nenhum dos cerca de 50 jornais e semanários que existiam em Londres em 1815 enviou um repórter para cobrir os eventos de Waterloo."Não se considerava parte do trabalho do jornalista testemunhar os acontecimentos pessoalmente", diz o professor.
Apenas três dias após a batalha, o mensageiro de Wellington chegou a Londres com a notícia da vitória. Enquanto isso, todos os tipos de rumores foram ouvidos; todos os cenários eram considerados em ruas, teatros e bares, causando pânico coletivo ou alívio.
Mas, por sua vez, não faltaram turistas. De acordo com Paul O'Kefee, eles começaram a chegar na manhã seguinte à batalha, e chegaram a alimentar um comércio considerável de souvenires.
"Desde insígnias para chapéus até espadas e pistolas podiam ser comprados nas mãos de camponeses locais", diz o especialista.
E a tradição também é lembrada no século 21. De acordo com o site oficial do bicentenário da Batalha de Waterloo, que organiza a encenação do combate na Bélgica, um chapéu para crianças pode ser comprado por cerca de US$ 17 (R$ 51), enquanto uma medalha comemorativa custa cerca de US$ 12 (R$ 36).
Os broches de Wellington e Napoleão custam a mesma coisa: cerca de US$ 9 (R$ 27).
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150621_hemorroida_napoleao_waterloo_lab
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https://www.youtube.com/watch?v=LDB_NC3XYCw
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/06/18-de-junho-de-1815-napoleao-e.html
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/09-de-junho-de-1815-termina-o-congresso.html?spref=fb&fbclid=IwAR0H3Kig54Qxt5taZTt7qgaXgL976hPbaJEuU15QhikxDNv2-qoEjFOJNXM
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/14-de-junho-de-1800-trava-se-batalha-de.html?spref=fb&fbclid=IwAR0VBL0Fwcz4f1ZMG2DtAqMquml39w0VgWfSTNHYR64d9ZNhr_uihn3s_Ic
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A Batalha das Pirâmides - Louis-François, Barão Lejeune
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/21-de-julho-de-1798-napoleao-bonaparte.html?spref=fb&fbclid=IwAR3y6DOrRLuRMy18_CkbxW5ZEdiwrnR4CVwNIR6e1Fe2VkrZ3gUuENOemx0
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Recordo a extraordinária obra dos SAMarionetas sobre esta temática!!
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03 de Julho de 1821: A Corte portuguesa regressa a Lisboa, depois de 13 anos no Brasil
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Com
a presença do príncipe regente e da corte no Brasil, a colónia
desenvolveu-se cada vez mais, a abertura dos portos brasileiros causou
danos ao comércio português. Exigia-se em Portugal o retorno da Corte
para o reino, assim restaurando a dignidade metropolitana e o
estabelecimento de uma Monarquia constitucional em Portugal; além da
restauração da exclusividade de comércio com o Brasil.
Em
Agosto de 1820 eclode na cidade do Porto um movimento liberal que logo
se espalhou por outras cidades, consolidando-se com a adesão de Lisboa.
Iniciado pelos militares descontentes com a falta de pagamento e por
comerciantes insatisfeitos, conseguiu o apoio de quase todas as camadas
sociais. A junta governativa de Lord Beresford que governava Portugal
foi substituída por uma Junta Provisória, que convocou as Cortes Gerais
Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa para elaborar uma
Constituição. A 17 de Outubro, chegou ao Rio de Janeiro a
primeira notícia dos acontecimentos do Porto, e produziu em todo o
Brasil não pequena comoção; ainda se tornou maior, quando se soube do
completo êxito da revolução portuguesa e da convocação das cortes
constituintes; então, uma após outra, as grandes cidades declararam a
sua adesão ao que havia acontecido em Portugal. Porém
a decisão devia de facto ser dada na capital do país, no Rio de
Janeiro. D. João VI não chegava com o seu gabinete a uma resolução
firme; à primeira notícia, ele publicou um manifesto aos portugueses (27
de Outubro de 1820), no qual declarava ilegal a convocação feita das
cortes constituintes, porém prometia a sua própria vinda para Portugal
ou de um dos seus príncipes; em segundo manifesto, datado de 18 de
Fevereiro, publicado a 21, condescendia com as cortes (entretanto já
reunidas em Lisboa) e prometia para ali delegar o seu herdeiro da coroa,
D. Pedro, com plenos poderes, a fim de que ele se entendesse com as
cortes a respeito da Constituição a formular. Neste intervalo de tempo,
em Portugal as cortes constituintes reuniram-se em Lisboa (26 de Janeiro
de 1821), e imediatamente depois publicavam um manifesto, no qual eram
enumeradas as reclamações principais da nação portuguesa; entre as
mesmas, salientava-se a queixa sobre a residência continuada da corte
real fora do país, no Rio de Janeiro. Foi entretanto decidido pelo
monarca o regresso da família real e
da corte para Portugal. Um decreto de 7 de Março de 1821 anunciou essa
resolução ao povo, ao mesmo tempo que declarava que, até se completar e
executar a nova organização constitucional do Estado, o herdeiro da
coroa, príncipe D. Pedro, ficaria como representante do rei no Brasil.
Iniciaram-se
os preparativos para a partida do rei, e na tarde de 24 de Abril de
1821 dirigiu-se ele para bordo do navio de guerra que tinha o seu nome;
duas fragatas e nove grandes embarcações receberam o seu séquito oficial
e voluntário, alguns milhares de pessoas; na madrugada de 26 de Abril,
levantou âncora a frota real, rumando ao alto-mar. O
monarca estava muito abalado. A atender às descrições históricas, a
chegada da corte de D. João VI a Lisboa no dia 3 de Julho de 1821, não
teve o movimento nem a carga dramática da sua partida 13 anos antes.
Fontes: www.consciencia.org
wikipedia (imagens)
Desembarque de D. João VI em Lisboa
O embarque da Família Real de volta a Portugal em Abril de 1821
29 de Novembro de 1807: Partida da Família Real para o Brasil aquando das Invasões Francesas
A partida da corte
portuguesa para o Brasil, em Novembro de 1807, foi preparada e pensada com
antecedência. Ao longo da História portuguesa outros monarcas ponderaram também
esta solução, ou por interesses económicos ou por ameaças diversas: D. João III,
no século XVI, admitiu a hipótese da transferência do governo para o Brasil, que
funcionaria como sede do império português. D. João VI, após a Restauração de
1640, considerava o Brasil o destino mais seguro para o estabelecimento da
família real, longe da ameaça espanhola. E o próprio Marquês de Pombal que após
o terramoto de 1755 e o atentado contra a vida de D. José I, em 1759, ponderou a
partida do rei para o novo continente.
Durante o ano de 1807, verificou-se o avanço das tropas napoleónicas sobre a Península Ibérica. Napoleão Bonaparte pretendia tornar-se o senhor da Europa e lançara uma vasta campanha de conquista dos territórios e dos seus habitantes. Impôs o que ficou conhecido por Bloqueio Continental, de 21 de Novembro de 1806, um bloqueio económico contra a Inglaterra, que se traduzia no fecho dos portos ao comércio com este país e na entrega aos franceses de todos os súbditos ingleses que residissem em território nacional. Portugal optava pela neutralidade, não cumprindo as ordens francesas e numa estratégia diplomática tentou comprar a paz aos franceses, o que não conseguiu.
Por esta altura, a família real espanhola sofreu a expatriação, a prisão e o consequente desterro imposto pelo governo francês.
Em Portugal reinava ainda D. Maria I, que se encontrava incapaz de governar devido a uma longa e grave doença psíquica que a afectava desde 1795. O príncipe regente D. João, futuro D. João VI, assumiu a regência e assistia com atenção aos avanços dos franceses na Europa. Em Agosto, fora aconselhado pelos ministros a partir para o Rio de Janeiro. Por isso, a 7 de Setembro de 1807, dirigiu um ofício ao ministro de Portugal residente em Londres, comunicando a sua intenção de se retirar para o Brasil, para evitar a guerra, a invasão do território português e para manter a salvo a monarquia portuguesa.
A 22 de Outubro de 1807 D. João assinou com Jorge III, uma convenção secreta, em que era garantida a protecção e a defesa a Portugal, apoio na partida da família real para o Brasil e na ocupação temporária da ilha da Madeira pelas forças britânicas. Em troca o governo português não entregaria os súbditos britânicos nem lhes confiscaria os bens e não fecharia os portos à navegabilidade e comércio com a Inglaterra.
Durante o ano de 1807, verificou-se o avanço das tropas napoleónicas sobre a Península Ibérica. Napoleão Bonaparte pretendia tornar-se o senhor da Europa e lançara uma vasta campanha de conquista dos territórios e dos seus habitantes. Impôs o que ficou conhecido por Bloqueio Continental, de 21 de Novembro de 1806, um bloqueio económico contra a Inglaterra, que se traduzia no fecho dos portos ao comércio com este país e na entrega aos franceses de todos os súbditos ingleses que residissem em território nacional. Portugal optava pela neutralidade, não cumprindo as ordens francesas e numa estratégia diplomática tentou comprar a paz aos franceses, o que não conseguiu.
Por esta altura, a família real espanhola sofreu a expatriação, a prisão e o consequente desterro imposto pelo governo francês.
Em Portugal reinava ainda D. Maria I, que se encontrava incapaz de governar devido a uma longa e grave doença psíquica que a afectava desde 1795. O príncipe regente D. João, futuro D. João VI, assumiu a regência e assistia com atenção aos avanços dos franceses na Europa. Em Agosto, fora aconselhado pelos ministros a partir para o Rio de Janeiro. Por isso, a 7 de Setembro de 1807, dirigiu um ofício ao ministro de Portugal residente em Londres, comunicando a sua intenção de se retirar para o Brasil, para evitar a guerra, a invasão do território português e para manter a salvo a monarquia portuguesa.
A 22 de Outubro de 1807 D. João assinou com Jorge III, uma convenção secreta, em que era garantida a protecção e a defesa a Portugal, apoio na partida da família real para o Brasil e na ocupação temporária da ilha da Madeira pelas forças britânicas. Em troca o governo português não entregaria os súbditos britânicos nem lhes confiscaria os bens e não fecharia os portos à navegabilidade e comércio com a Inglaterra.
Ao saber da convenção
luso-britânica, os franceses assinaram com os espanhóis o tratado de
Fontainebleau de 27 de Outubro de 1807, que previa após a invasão de Portugal, a
divisão do território português em três partes, o norte tomaria o nome de
“Lusitânia Setentrional” e seria entregue à Casa da Etrúria, o centro do país
seria destinado aos franceses e o Algarve seria entregue ao Ministro dos
Negócios Estrangeiros espanhol, Manuel de Godoy.
Desde 18 de Outubro que o exército francês de 20.000 homens comandados por Junot se concentrava em Baiona e atravessava, após a assinatura do tratado, a fronteira espanhola dirigindo-se para Portugal para invadir o país. Uma esquadra inglesa, comandada por Sidney Smith, estava pronta para defender Lisboa.
A 20 de Novembro, o Comandante Junot entrou em Castelo Branco, o príncipe regente encontrava-se em Mafra e a restante família real em Queluz. Organizaram-se então os preparativos, já pensados desde Agosto, para o embarque e viagem para o Brasil.
Foram escolhidas as pessoas que seguiriam com a família real, nobres, membros do clero, oficiais, funcionários públicos e demais pessoal que acompanharia a máquina governativa e entregues os passes para o embarque.
Desde 18 de Outubro que o exército francês de 20.000 homens comandados por Junot se concentrava em Baiona e atravessava, após a assinatura do tratado, a fronteira espanhola dirigindo-se para Portugal para invadir o país. Uma esquadra inglesa, comandada por Sidney Smith, estava pronta para defender Lisboa.
A 20 de Novembro, o Comandante Junot entrou em Castelo Branco, o príncipe regente encontrava-se em Mafra e a restante família real em Queluz. Organizaram-se então os preparativos, já pensados desde Agosto, para o embarque e viagem para o Brasil.
Foram escolhidas as pessoas que seguiriam com a família real, nobres, membros do clero, oficiais, funcionários públicos e demais pessoal que acompanharia a máquina governativa e entregues os passes para o embarque.
As residências reais de
Queluz e Mafra são evacuadas. O Tesouro Real é aprovisionado para ser levado
para o cais de Belém, assim como mobiliário dos palácios, material das
repartições públicas, volumes da biblioteca da Ajuda e arquivos, documentos
estatais e até uma tipografia.
O príncipe regente assina o decreto de 26 de Novembro, em que estabelece as condições da regência do país durante a sua ausência. Esta seria entregue ao Marquês de Abrantes, Francisco da Cunha Meneses, ao Regedor das Justiças, Pedro de Melo Breyner, ao Presidente da Mesa da Consciência e Ordens, Dr. Francisco de Noronha, ao Conde Monteiro-Mor D. Miguel Pereira Forjaz e ao Conde de Sampaio, João António Salter de Mendonça. O decreto apelava “à manutenção da paz no reino” e à “conservação da harmonia entre os exércitos das Nações”.
Na manhã de 27 de Novembro, o príncipe D. João chega a Belém acompanhado pelo infante de Espanha, D. Pedro Carlos, que embarcam na nau “Príncipe Real”. D. Carlota Joaquina e os seus 6 filhos seguem para a “Rainha de Portugal” e “Afonso de Albuquerque”.
A rainha D. Maria I chega numa liteira e como oferece resistência no embarque é levada ao colo. Com eles vão também os Duques de Cadaval, os Marqueses de Angeja, de Vagos, do Lavradio, de Alegrete, de Torres Novas, de Pombal, de Belas e ainda os Condes do Redondo.
Cerca de 12000 pessoas embarcam numa esquadra composta por 8 naus, “Príncipe Real”, “Rainha de Portugal”, “Medusa”, “D. João de Castro”, “Afonso de Albuquerque”, “Príncipe do Brasil”, “Conde D. Henrique”, e “Martim de Freitas”; 3 fragatas, “Golfinho”, “Minerva” e “Urânio”; 4 brigues, “Voador”, “Vingança”, “Lebre” e “Curiosa”; 1 escuna de guerra; e 20 navios mercantes da marinha nacional.
No cais amontoavam-se habitantes de Lisboa, que ao se aperceberem da partida da família real tentam também embarcar. Guardas da polícia patrulham o cais, no qual se chegou a erguer duas tendas, que albergavam toda a carga e a bagagem. Seges e liteiras chegam de todas as direcções com os ministros e os que partem. A confusão foi grande e na pressa muito ficou por embarcar, porque não fora prevista o volume de pessoas e de carga. A bordo os barcos encontravam-se cheios, e segundo os testemunhos e relatos da época a confusão era grande.
Por falta de vento a viagem não pode logo prosseguir e a Corte ficou a pairar no Tejo até ao dia 29 de Novembro. A 30 as tropas de Junot entraram na cidade de Lisboa acompanhados pela guarda real portuguesa, que tinha ordens para receber os invasores sem hostilidade.
A família real partiu e com ela seguiu a armada de Sidney Smith, que deveria acompanhar a expedição portuguesa e assegurar a boa viagem da corte até ao Rio de Janeiro.
A vida na cidade parou. A pilhagem teve início, funcionários e credores ficaram sem os seus pagamentos, os preços dos bens essenciais atingiram preços muito altos e parou a circulação da moeda. Por Lisboa eram afixados os editais a informar o povo de que o exército francês viera salvar a cidade, o porto e o príncipe da “influência maligna da Inglaterra”.
Partiu pela primeira vez a Corte para o Brasil, e aí permaneceu até 1821. D. João compreendeu a vulnerabilidade do país e as poucas hipóteses dos esforços diplomáticos. Optou pela manutenção da monarquia e pela salvaguarda dos interesses económicos, no velho e histórico pacto com a Inglaterra.
O príncipe regente assina o decreto de 26 de Novembro, em que estabelece as condições da regência do país durante a sua ausência. Esta seria entregue ao Marquês de Abrantes, Francisco da Cunha Meneses, ao Regedor das Justiças, Pedro de Melo Breyner, ao Presidente da Mesa da Consciência e Ordens, Dr. Francisco de Noronha, ao Conde Monteiro-Mor D. Miguel Pereira Forjaz e ao Conde de Sampaio, João António Salter de Mendonça. O decreto apelava “à manutenção da paz no reino” e à “conservação da harmonia entre os exércitos das Nações”.
Na manhã de 27 de Novembro, o príncipe D. João chega a Belém acompanhado pelo infante de Espanha, D. Pedro Carlos, que embarcam na nau “Príncipe Real”. D. Carlota Joaquina e os seus 6 filhos seguem para a “Rainha de Portugal” e “Afonso de Albuquerque”.
A rainha D. Maria I chega numa liteira e como oferece resistência no embarque é levada ao colo. Com eles vão também os Duques de Cadaval, os Marqueses de Angeja, de Vagos, do Lavradio, de Alegrete, de Torres Novas, de Pombal, de Belas e ainda os Condes do Redondo.
Cerca de 12000 pessoas embarcam numa esquadra composta por 8 naus, “Príncipe Real”, “Rainha de Portugal”, “Medusa”, “D. João de Castro”, “Afonso de Albuquerque”, “Príncipe do Brasil”, “Conde D. Henrique”, e “Martim de Freitas”; 3 fragatas, “Golfinho”, “Minerva” e “Urânio”; 4 brigues, “Voador”, “Vingança”, “Lebre” e “Curiosa”; 1 escuna de guerra; e 20 navios mercantes da marinha nacional.
No cais amontoavam-se habitantes de Lisboa, que ao se aperceberem da partida da família real tentam também embarcar. Guardas da polícia patrulham o cais, no qual se chegou a erguer duas tendas, que albergavam toda a carga e a bagagem. Seges e liteiras chegam de todas as direcções com os ministros e os que partem. A confusão foi grande e na pressa muito ficou por embarcar, porque não fora prevista o volume de pessoas e de carga. A bordo os barcos encontravam-se cheios, e segundo os testemunhos e relatos da época a confusão era grande.
Por falta de vento a viagem não pode logo prosseguir e a Corte ficou a pairar no Tejo até ao dia 29 de Novembro. A 30 as tropas de Junot entraram na cidade de Lisboa acompanhados pela guarda real portuguesa, que tinha ordens para receber os invasores sem hostilidade.
A família real partiu e com ela seguiu a armada de Sidney Smith, que deveria acompanhar a expedição portuguesa e assegurar a boa viagem da corte até ao Rio de Janeiro.
A vida na cidade parou. A pilhagem teve início, funcionários e credores ficaram sem os seus pagamentos, os preços dos bens essenciais atingiram preços muito altos e parou a circulação da moeda. Por Lisboa eram afixados os editais a informar o povo de que o exército francês viera salvar a cidade, o porto e o príncipe da “influência maligna da Inglaterra”.
Partiu pela primeira vez a Corte para o Brasil, e aí permaneceu até 1821. D. João compreendeu a vulnerabilidade do país e as poucas hipóteses dos esforços diplomáticos. Optou pela manutenção da monarquia e pela salvaguarda dos interesses económicos, no velho e histórico pacto com a Inglaterra.
Fontes: Revelar LX
Infopédia
Wikipedia
(Imagens)
Partida da Corte para
o Brasil (1807)
"Vejo que pelo interior do meu
Reino, marcham tropas do Imperador da França e Rei de Itália (…) e que as mesmas
se dirigem a esta capital (…) Conhecendo eu igualmente que elas se dirigem
particularmente contra a Minha Real Pessoa e que os meus Reais Vassalos serão
menos inquietados ausentando-me eu deste Reino, tenho resolvido (…) passar com a
Rainha (…) e toda a Real Família para os Estados da América e estabelecer-me na
cidade do Rio de Janeiro até à paz geral (…)"
Carta de D. João VI (adaptação)
"As bagagens da Corte, expostas ao
tempo e quase abandonadas, ocupavam desde a rua da Junqueira até ao Cais e as
carruagens não puderam entrar no Largo de Belém porque (…) o imenso povo que
estava no largo, as bagagens e o regimento de Alcântara que faziam a guarda de
honra impediam o trânsito (…) Por uma salva da esquadra soubemos que Sua Alteza
tinha chegado a bordo. A maior parte das famílias, em consequência da confusão
que reinava, dividiam-se embarcando no primeiro navio que encontravam; as
bagagens ficavam em terra e muita da que embarcou foi em navios aonde não iam os
seus donos (…)"
Memórias do Marquês da Fronteira e de
Alorna (adaptação)
Embarque da família real
portuguesa no cais de Belém, em 29 de Novembro de 1807 -Henry
L'Évêque
Embarque da família real portuguesa- Autor
desconhecido
***
Mapa das Invasões Francesas ... RTP
Entre 1807 e 1810 Portugal sofreu três invasões de tropas francesas, mas apenas uma vez conseguiram chegar a Lisboa. O país ficou sem monarca, que mudou a capital do reino para o Brasil, e todo o país ficou marcado pela morte, pilhagens e combates.
As invasões foram lideradas, respetivamente, pelo general Junot e pelos Marechais Soult e Massena.Da primeira invasão fica a memória de uma presença mais prolongada em todo o país. Inúmeros tesouros saíram de palácios portugueses, seguiram para França e nunca voltaram.
É neste cenário que surge um general inglês que vai ficar na história deste período. Arthur Wellesley, futuro Duque de Wellington, comanda os seus primeiros exércitos em Portugal e será responsável pela reorganização das forças das defesas portuguesas.
Neste mapa encontram-se várias histórias que fazem parte da memória das invasões. Há descrições de batalhas, de medos e de mortos. Há também histórias de franceses que ficaram por cá e portugueses que partiram …
Boa viagem pelo Portugal das Invasões Francesas.
*
https://www.youtube.com/watch?v=HYeuPasgv5Q
*
O bloqueio de Napoleão Bonaparte à Grã-Bretanha, decretado a 21 de Novembro de 1806, "afectou profundamente Portugal", isolando-o da Europa, e acelerou a independência do Brasil, disse hoje à Lusa Jorge Martins Ribeiro, da Universidade do Porto.
https://www.rtp.pt/noticias/pais/historiador-defende-que-as-invasoes-francesas-aceleraram-a-independencia-do-brasil_n36960***
07 de Julho de 1807: É Assinada a Paz de Tilsit
Napoleão
Bonaparte não imaginava que a Prússia um dia ousasse enfrentá-lo
sozinha: ele jamais poderia contar com tanta imprudência. Desde que se
tornara comandante geral do exército francês, em 2 de Março de 1796,
sofrera uma única derrota, em Agosto de 1798, ao enfrentar o almirante
inglês Horatio Nelson.
Nos
sete anos seguintes, as tropas napoleónicas coleccionaram uma vitória
após a outra e conquistaram todo o continente europeu. A derrota
arrasadora imposta em Austerlitz ao exército russo-austríaco,
numericamente superior, na Batalha dos Três Imperadores a 2 de Dezembro
de 1805, confirmara definitivamente a supremacia militar da "Grande
Nation".
A
França pretendia "libertar" a Europa, dizia Bonaparte. Após a sua
coroação, em 2 de Dezembro de 1804, ele restabelecera a monarquia no seu
país, mas seguia propagando os ideais da Revolução Francesa: liberdade,
igualdade, fraternidade. Aos povos italianos, por exemplo, prometeu que
viria para romper os grilhões. "O povo francês é amigo de todos os
povos. Só fazemos guerra contra os tiranos que os oprimem", dizia.
Napoleão
modernizou a Europa. O "Code Civile" – também denominado "Código
Napoleónico" – garantiu de forma pioneira os direitos individuais. Mas
os renanos e os belgas perceberam desde o início das guerras
napoleónicas que os franceses não os libertavam de forma altruísta da
escravidão feudal: eles também impunham pesados impostos para cobrir
gastos militares, desorganizavam os exércitos locais e desvalorizavam as
moedas nacionais.
O
acordo de paz de Pressburg custou à Áustria enormes perdas
territoriais. Apesar de cortejada pela França, a Prússia permanecera
neutra durante o conflito. Após a guerra, Napoleão começou a
pressioná-la diplomaticamente, exigindo o reconhecimento do Rio Reno
como "fronteira natural" entre os dois reinos.
O
rei Frederico Guilherme III da Prússia deu um ultimato às tropas
francesas para que se retirassem do território alemão no lado leste do
Reno. Convencida da sua força, a Prússia partiu isoladamente para o
confronto com o poderoso adversário, numa missão praticamente suicida.
Em
represália, as tropas napoleónicas invadiram a Turíngia. As batalhas de
Jena e Auerstedt foram catastróficas para o exército prussiano. Treze
dias mais tarde, Napoleão tomou Berlim. Frederico Guilherme III fugiu
para a Prússia Oriental, de onde deu continuidade à guerra, com o apoio
da Rússia.
Mas
os franceses derrotaram também o exército do czar na batalha de
Friedland, a 14 de Junho de 1807. Depois de fracassar no confronto
militar, a Prússia ainda sofreu uma derrota completa no campo
diplomático, entre 7 e 9 de Julho de 1807.
No
dia 7 de Julho, o Tratado de Tilsit (em referência à cidade que ficava
na Prússia, na região de Kaliningrado, hoje Rússia) marcava o fim da
Guerra. Em consequência da série de derrotas, a Prússia foi ocupada
pelas tropas francesas.
Napoleão
dividiu o continente europeu em duas partes, concedendo à Rússia
liberdade de acção contra a Suécia e a Turquia. Graças à intervenção do
czar Alexandre I, a Prússia não foi riscada do mapa, mas perdeu
território e 5 milhões de habitantes, que passaram a integrar o reino da
Vestfália, governado pelo irmão de Napoleão, Jérome Bonaparte. À França
coube o recém-criado ducado de Varsóvia, em união com a Saxónia.
Com
Tilsit, Napoleão chegava ao auge do seu reinado, enquanto a Prússia
batia no fundo do poço, depois de 100 anos de ascensão. O governador de
Berlim, conde Schulenburg-Kehnert, fixou num cartaz o código de conduta
adequado à época: "O rei perdeu uma batalha. Agora, a primeira obrigação
civil é manter a calma".
Mas
Napoleão queria mais. O fim das guerras era imprevisível. Os acordos de
paz de Campo Formio (1797), Lunéville (1801), Amiens (1802), Pressburg
ou Tilsit não passavam de tréguas: a meta do imperador francês era
conquistar o mundo. Mas ele fracassou às portas de Moscovo, em 1812.
A
Prússia aproveitou a derrota para realizar reformas políticas internas,
que derrubaram o absolutismo e viabilizaram a consolidação de um
moderno Estado constitucional. Em cojunto com a Rússia, a Áustria, a
Inglaterra, a Suécia e a Baviera, formou uma coligação europeia contra
Napoleão.
O
esgotado exército francês foi derrotado na Batalha dos Povos, nos
arredores de Leipzig, em Outubro de 1813. No Congresso de Viena, em
1815, a Prússia ressurgiu como grande potência e restabeleceu-se na
Europa um equilíbrio de forças, ainda que frágil.
Fontes: DW
wikipedia (imagens)
Tratado de Tilsit 1807 - pintura de Adolphe Roehn
Napoleão em Tilsit com o rei e a rainha da Prússia
***
05 de Maio de 1821: Napoleão Bonaparte morre, na Ilha de Santa Helena
Ao
vencerem Napoleão Bonaparte na batalha de Leipzig, as nações que
lutaram contra o célebre general esperavam enterrar de vez as promessas
liberais que fomentaram a chegada deste militar ao poder. Após a derrota
de Napoleão houve o cuidado de isolar o imperador francês na ilha de
Elba. A precaução aparentemente exagerada acabou por justificar-se
quando Napoleão fugiu e voltou a França no chamado “Governo de Cem
Dias”.
Tentando
reassumir o poder, Napoleão Bonaparte acabou novamente derrotado na
Batalha de Waterloo. Desta vez, preocupados em não cometer o mesmo
equívoco, as forças que o venceram decidiram isolá-lo na ilha de Santa
Helena, situada no Atlântico Sul. A grande preocupação da época era
anular a figura de Napoleão sem que para isso fosse necessário matá-lo.
Isso porque a morte pela espada poderia conferir ao antigo imperador a
condição de mártir do ideário liberal.
Passados
seis anos de isolamento em Santa Helena, Napoleão Bonaparte acabou por
falecer de uma complicação gástrica não muito bem conhecida na época, a
05 de Maio de 1821. Com o passar do tempo,sugeriu-se que o estadista
sofresse de algum tipo de cancro. No entanto, outros ainda debatiam
sobre a possibilidade de Napoleão ter morrido por envenenamento.
Na
segunda metade do século XX, vários cientistas mostraram-se
interessados em descobrir de que modo o imperador francês havia
morrido. Na década de 1960, uma junta de cientistas britânicos conseguiu
detectar a presença de arsénio no organismo de Napoleão ao analisar os
fios do seu cabelo. Sendo um tipo de veneno muito comum na época,
diversas pessoas logo concluíram que os inimigos de Napoleão prepararam a
sua morte pela ingestão da substância tóxica.
Passado
algum tempo, algumas pesquisas colocaram em dúvida que o envenenamento
tivesse ocorrido tendo em vista que diversos remédios dessa época
integravam o mesmo elemento na sua composição. Em tempos mais recentes, a
teoria de que Napoleão tivesse falecido devido a um cancro acabou por
ser comprovada pelas roupas do general. Com o passar do tempo, o tumor
estomacal diminuiu o seu apetite e, consequentemente, provocou o seu
emagrecimento.
De acordo com a publicação LiveScience,
um estudo, liderado pelo pesquisador Robert Genta, comparou 50 imagens
actuais de úlceras benignas e 50 cancros gástricos com as duas lesões de
Napoleão descritas na autópsia original, uma grande, no estômago, e uma
menor, que atravessou a parede estomacal e chegou até o fígado.Napoleão
teve um caso severo de cancro que se espalhou para outros órgãos. Mesmo
que tivesse sido tratado nos dias actuais, ele não teria muito mais do
que um ano de vida.
Fontes: http://www.medicalnewstoday.com
www.historiadomundo.com
www.estadao.com.brasil
wikipedia (Imagens)
Fontes: http://www.medicalnewstoday.com
www.historiadomundo.com
www.estadao.com.brasil
wikipedia (Imagens)
Morte de Napoleão em Santa Helena - Carl Von Steuben
Napoleão no seu leito de morte - Horace Vernet
*
14 de Setembro de 1812: Napoleão Bonaparte entra em Moscovo. A cidade é incendiada pelos russos.
No
dia 24 de Junho de 1812, o chamado "Grande Exército" do imperador
Napoleão I atravessou o rio Niemen e forçou as fronteiras do império do
czar Alexandre I. As tropas napoleónicas, reforçadas por cerca de 700
mil combatentes, penetraram sem dificuldades no interior da Rússia até
Moscovo. Contudo, diante da resistência moscovita e da recusa da Rússia
em negociar, Napoleão ordenaria a retirada. Esta operação mostrou-se
desastrosa devido ao rigor do Inverno e à falta de abastecimento e apoio
logístico. Em 30 de Dezembro, o exército, reduzido a cerca de 50 mil
homens, cruzaria o Niemen de volta.
Após a rejeição por parte do czar Alexandre I do Bloqueio Continental proposto por Napoleão, o imperador francês ordena que o seu Grande Armée, a maior força militar até então reunida, preparasse a invasão da Rússia. O enorme exército incluía tropas de todos os países europeus sob o domínio do império francês.
Durante os primeiros meses da invasão, Napoleão foi forçado a combater contra um aguerrido exército russo em constante recuo. Recusando-se a confrontar-se com todo o seu potencial perante as forças de Napoleão, as tropas russas sob o comando do general Mikhail Kutuzov aplicava a estratégia de terra arrasada, queimando tudo à medida que recuava cada vez mais profundamente em território russo. Em 7 de Setembro, travou-se a inconclusa batalha de Borodino em que ambas as partes sofreram terríveis baixas. No dia 14 de Setembro, Napoleão chega às portas de Moscovo na esperança de lá encontrar os suprimentos de que necessitava crucialmente. Porém, ao investir, encontrou a cidade com quase toda a população evacuada e o exército russo novamente a recuar. Os criminosos foram libertados das prisões para complicar o avanço francês. Além disso, o governador, o conde Fyodor Rostopchin, ordenou que a cidade fosse incendiada. Alexandre I recusou-se a capitular, e as conversações de paz iniciadas por Napoleão falharam.
Após a rejeição por parte do czar Alexandre I do Bloqueio Continental proposto por Napoleão, o imperador francês ordena que o seu Grande Armée, a maior força militar até então reunida, preparasse a invasão da Rússia. O enorme exército incluía tropas de todos os países europeus sob o domínio do império francês.
Durante os primeiros meses da invasão, Napoleão foi forçado a combater contra um aguerrido exército russo em constante recuo. Recusando-se a confrontar-se com todo o seu potencial perante as forças de Napoleão, as tropas russas sob o comando do general Mikhail Kutuzov aplicava a estratégia de terra arrasada, queimando tudo à medida que recuava cada vez mais profundamente em território russo. Em 7 de Setembro, travou-se a inconclusa batalha de Borodino em que ambas as partes sofreram terríveis baixas. No dia 14 de Setembro, Napoleão chega às portas de Moscovo na esperança de lá encontrar os suprimentos de que necessitava crucialmente. Porém, ao investir, encontrou a cidade com quase toda a população evacuada e o exército russo novamente a recuar. Os criminosos foram libertados das prisões para complicar o avanço francês. Além disso, o governador, o conde Fyodor Rostopchin, ordenou que a cidade fosse incendiada. Alexandre I recusou-se a capitular, e as conversações de paz iniciadas por Napoleão falharam.
Depois
de esperar um mês pela rendição, que nunca aconteceu, Napoleão,
deparando-se com a chegada do intenso Inverno russo, viu-se obrigado a
ordenar que o seu famélico e exausto exército deixasse Moscovo em
retirada.
Durante a desastrosa retirada, o exército de Napoleão sofreu um contínuo assédio de um repentinamente agressivo e impiedoso exército russo. Acossado pela fome e pelas investidas mortais dos cossacos, o dizimado exército alcança as margens do rio Berezina, no final de Novembro, mas vê o seu caminho bloqueado pelas tropas russas. Em 27 de Novembro, forçou a passagem pelo rio Studenka ("gelado", em russo) e, quando o grosso do exército atravessou o rio dois dias depois, foi obrigado a queimar as pontes provisórias atrás de si, abandonando à sua própria sorte cerca de 10 mil soldados perdidos no outro lado do rio.
A partir dali, a retirada tornou-se praticamente uma fuga. Em 8 de Dezembro, Napoleão permitiu que o que restou do seu exército retornasse a Paris. Seis dias mais tarde, finalmente o Grande Armée escapou da Rússia, tendo sofrido uma perda de mais de 600 mil homens durante a desastrosa invasão.
Durante a desastrosa retirada, o exército de Napoleão sofreu um contínuo assédio de um repentinamente agressivo e impiedoso exército russo. Acossado pela fome e pelas investidas mortais dos cossacos, o dizimado exército alcança as margens do rio Berezina, no final de Novembro, mas vê o seu caminho bloqueado pelas tropas russas. Em 27 de Novembro, forçou a passagem pelo rio Studenka ("gelado", em russo) e, quando o grosso do exército atravessou o rio dois dias depois, foi obrigado a queimar as pontes provisórias atrás de si, abandonando à sua própria sorte cerca de 10 mil soldados perdidos no outro lado do rio.
A partir dali, a retirada tornou-se praticamente uma fuga. Em 8 de Dezembro, Napoleão permitiu que o que restou do seu exército retornasse a Paris. Seis dias mais tarde, finalmente o Grande Armée escapou da Rússia, tendo sofrido uma perda de mais de 600 mil homens durante a desastrosa invasão.
Fontes:Opera Mundi
wikipedia (imagens)
O exército de Napoleão em Moscovo
A retirada de Napoleão de Moscovo - Adolph Northen
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/09/14-de-setembro-de-1812-napoleao.html?spref=fb&fbclid=IwAR2mUIRL8ZM4uBFJ7F3XQdZ888jRh_RftjaBbHcWSJoYjKR7QuVK2HKYLKU*
No
dia 24 de Junho de 1812, o chamado "Grande Exército" do imperador
Napoleão I atravessou o rio Niemen e forçou as fronteiras do império do
czar Alexandre I. As tropas napoleónicas, reforçadas por cerca de 700
mil combatentes, penetraram sem dificuldades no interior da Rússia até
Moscovo. Contudo, diante da resistência moscovita e da recusa da Rússia
em negociar, Napoleão ordenaria a retirada. Esta operação mostrou-se
desastrosa devido ao rigor do Inverno e à falta de abastecimento e apoio
logístico. Em 30 de Dezembro, o exército, reduzido a cerca de 50 mil
homens, cruzaria o Niemen de volta.
Após a rejeição por parte do czar Alexandre I do Bloqueio Continental proposto por Napoleão, o imperador francês ordena que o seu Grande Armée, a maior força militar até então reunida, preparasse a invasão da Rússia. O enorme exército incluía tropas de todos os países europeus sob o domínio do império francês.
Durante os primeiros meses da invasão, Napoleão foi forçado a combater contra um aguerrido exército russo em constante recuo. Recusando-se a confrontar-se com todo o seu potencial perante as forças de Napoleão, as tropas russas sob o comando do general Mikhail Kutuzov aplicava a estratégia de terra arrasada, queimando tudo à medida que recuava cada vez mais profundamente em território russo. Em 7 de Setembro, travou-se a inconclusa batalha de Borodino em que ambas as partes sofreram terríveis baixas. Em 14 de Setembro, Napoleão chega às portas de Moscovo na esperança de lá encontrar os suprimentos de que necessitava crucialmente. Porém, ao investir, encontrou a cidade com quase toda a população evacuada e o exército russo novamente a recuar. Logo no começo da manhã seguinte, patriotas russos abrem fogo por toda a cidade e os quartéis de Inverno do Grande Armée são destruídos.
Depois de esperar um mês pela rendição, que nunca aconteceu, Napoleão, deparando-se com a chegada do intenso Inverno russo, viu-se obrigado a ordenar que o seu famélico e exausto exército deixasse Moscovo em retirada.
Durante a desastrosa retirada, o exército de Napoleão sofreu um contínuo assédio de um repentinamente agressivo e impiedoso exército russo. Acossado pela fome e pelas investidas mortais dos cossacos, o dizimado exército alcança as margens do rio Berezina, no final de Novembro, mas vê o seu caminho bloqueado pelas tropas russas. Em 27 de Novembro, forçou a passagem pelo rio Studenka ("gelado", em russo) e, quando o grosso do exército atravessou o rio dois dias depois, foi obrigado a queimar as pontes provisórias atrás de si, abandonando à sua própria sorte cerca de 10 mil soldados perdidos no outro lado do rio.
A partir dali, a retirada tornou-se praticamente uma fuga. Em 8 de Dezembro, Napoleão permitiu que o que restou do seu exército retornasse a Paris. Seis dias mais tarde, finalmente o Grande Armée escapou da Rússia, tendo sofrido uma perda de mais de 600 mil homens durante a desastrosa invasão.
Após a rejeição por parte do czar Alexandre I do Bloqueio Continental proposto por Napoleão, o imperador francês ordena que o seu Grande Armée, a maior força militar até então reunida, preparasse a invasão da Rússia. O enorme exército incluía tropas de todos os países europeus sob o domínio do império francês.
Durante os primeiros meses da invasão, Napoleão foi forçado a combater contra um aguerrido exército russo em constante recuo. Recusando-se a confrontar-se com todo o seu potencial perante as forças de Napoleão, as tropas russas sob o comando do general Mikhail Kutuzov aplicava a estratégia de terra arrasada, queimando tudo à medida que recuava cada vez mais profundamente em território russo. Em 7 de Setembro, travou-se a inconclusa batalha de Borodino em que ambas as partes sofreram terríveis baixas. Em 14 de Setembro, Napoleão chega às portas de Moscovo na esperança de lá encontrar os suprimentos de que necessitava crucialmente. Porém, ao investir, encontrou a cidade com quase toda a população evacuada e o exército russo novamente a recuar. Logo no começo da manhã seguinte, patriotas russos abrem fogo por toda a cidade e os quartéis de Inverno do Grande Armée são destruídos.
Depois de esperar um mês pela rendição, que nunca aconteceu, Napoleão, deparando-se com a chegada do intenso Inverno russo, viu-se obrigado a ordenar que o seu famélico e exausto exército deixasse Moscovo em retirada.
Durante a desastrosa retirada, o exército de Napoleão sofreu um contínuo assédio de um repentinamente agressivo e impiedoso exército russo. Acossado pela fome e pelas investidas mortais dos cossacos, o dizimado exército alcança as margens do rio Berezina, no final de Novembro, mas vê o seu caminho bloqueado pelas tropas russas. Em 27 de Novembro, forçou a passagem pelo rio Studenka ("gelado", em russo) e, quando o grosso do exército atravessou o rio dois dias depois, foi obrigado a queimar as pontes provisórias atrás de si, abandonando à sua própria sorte cerca de 10 mil soldados perdidos no outro lado do rio.
A partir dali, a retirada tornou-se praticamente uma fuga. Em 8 de Dezembro, Napoleão permitiu que o que restou do seu exército retornasse a Paris. Seis dias mais tarde, finalmente o Grande Armée escapou da Rússia, tendo sofrido uma perda de mais de 600 mil homens durante a desastrosa invasão.
Fontes:Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Napoleão e as suas tropas próximo de Borodino
A retirada de Napoleão de Moscovo - Adolph Northen
02 de Dezembro de 1804: Napoleão Bonaparte coroa-se Imperador
Militar
e político francês,
nasceu na Córsega em 1769.
Foi para o
continente cumprir os
seus estudos, terminando em 1785 a
Academia Militar sem
distinção alguma. A
seguir à Revolução
de 1789, as
suas simpatias políticas inclinaram-se para a fação dos Jacobinos, os radicais que
viriam a ser
responsáveis pela instituição do Terror. Neste
período agitado, a
sua fortuna variou
bastante: Napoleão foi
promovido rapidamente, mas depois substituído das suas funções de
comando e mesmo
preso. Os revezes
da sorte, aliás,
marcariam todo o
decurso da sua
vida política e
militar.
Nos
anos do Diretório
recuperou Napoleão a
sua posição de
destaque no exército
e a sua
influência junto do
poder político. Sob
este regime teria
oportunidade, em 1796,
de realizar feitos
militares importantes contra os exércitos austríacos e italianos. As
suas vitórias deram-lhe
algum do prestígio
de que carecia
para prosseguir a
sua ascensão. De
seguida, em 1798,
tomou, de acordo
com as suas
aspirações expansionistas, Malta e o
Egito, mas viria a ser
derrotado pelos ingleses e voltaria a
França,
onde, em finais
de 1799, dirigiu
um golpe de
Estado que fez
dele cônsul, partilhando o poder com
dois seus iguais.
Dentro em pouco,
porém, faria o
regime derivar para
uma ditadura de
cariz militar, enquanto
esvaziava de poder
efetivo as funções
desempenhadas pelos outros cônsules da República.Uma vez consolidado o seu poder
no plano interno,
as novas campanhas
de Napoleão fizeram-lhe
aumentar ainda mais
a popularidade, de
tal modo que,
em 1802, um
referendo nacional o
declarou cônsul vitalício e lhe outorgou
o direito de
escolher o seu
sucessor. A 2 de dezembro de 1804 proclamar-se-ia
mesmo imperador. Na
cerimónia da coroação,
teria o arrojo
de retirar das
mãos do Papa Pio VII
a coroa para
se coroar a
si próprio e depois coroou a esposa, Josefina..
Entretanto,
dava continuidade à
sua política expansionista, contando com a
Inglaterra como
país rival e
principal adversário. As forças napoleónicas
obtiveram grandes vitórias, como a de
Austerlitz, em 1805,
mas sofreram também
pesadas derrotas: na
Batalha de Trafalgar,
em que a
armada francesa seria
derrotada pela frota
do almirante Nelson,
em 1805; nas
incursões na Península Ibérica
(Portugal, designadamente, foi alvo de três
invasões entre 1807
e 1813, todas
elas de resultado
infeliz para Napoleão);
e, sobretudo, na
calamitosa campanha russa de 1812, em
que um exército
de quatrocentos e
cinquenta mil homens
foi desbaratado e
o prestígio do
imperador ficou severamente abalado.A partir
desse momento, o
poderio de Napoleão
entrou em declínio
acentuado. Em 1814
acabaria por ter
que se render
às forças aliadas
da Inglaterra, Áustria, Rússia
e Prússia, e retirou-se para a Ilha de
Elba,
preservando embora o
título de imperador.
Menos de uma
ano depois, no
entanto, voltaria a
França para
tomar o poder,
mas seria derrotado
por Wellington
em Waterloo. Seguiu-se o
exílio em Santa
Helena, uma ilha
longínqua do Atlântico.
Passando os seus
últimos anos de
vida praticamente só,
aí viria a
morrer em 1821.
O seu corpo
encontra-se sepultado no cemitério de Les
Invalides, em Paris.Napoleão
foi um homem
incontornável na vida
política da França - e
da Europa -
do seu tempo.
Constituiu um império
que deu um
contributo decisivo para a formação de
países como a
Grécia, a Itália e
a Alemanha, seja por ter
unificado os territórios que se encontravam politicamente fragmentados,
seja por ter
pretextado o surgimento
de sentimentos nacionalistas.
Napoleão
Bonaparte. In Infopédia [Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
Wikipedia (Imagens)
A Coroação
de Napoleão - Jacques-Louis David
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/12/02-de-dezembro-de-1804-napoleao.html?fbclid=IwAR1LCCko3cV7aygh97fz9TUsZxswxjKBD-awsdFeOBvGAVeaGyhybhc3b5U***
5 de Agosto de 1769: Nasce Napoleão Bonaparte
Militar
e político francês,
nasceu na Córsega no
dia 15 de agosto de 1769. Foi para o continente cumprir os seus
estudos, terminando em
1785 a Academia
Militar sem distinção
alguma. A seguir
à Revolução de
1789, as suas
simpatias políticas
inclinaram-se para a
fação dos Jacobinos,
os radicais que
viriam a ser
responsáveis pela instituição do Terror. Neste
período agitado, a
sua fortuna variou
bastante: Napoleão foi
promovido rapidamente, mas depois substituído das suas funções de
comando e mesmo
preso. Os revezes
da sorte, aliás,
marcariam todo o
decurso da sua
vida política e
militar.
Nos
anos do Diretório
recuperou Napoleão a
sua posição de
destaque no exército
e a sua
influência junto do
poder político. Sob
este regime teria
oportunidade, em 1796,
de realizar feitos
militares importantes contra os exércitos austríacos e italianos. As
suas vitórias deram-lhe
algum do prestígio
de que carecia
para prosseguir a
sua ascensão. De
seguida, em 1798,
tomou, de acordo
com as suas
aspirações expansionistas, Malta e o
Egito, mas viria a ser
derrotado pelos ingleses e voltaria a
França,
onde, em finais
de 1799, dirigiu
um golpe de
Estado que fez
dele cônsul, partilhando o poder com
dois seus iguais.
Dentro em pouco,
porém, faria o
regime derivar para
uma ditadura de
cariz militar, enquanto
esvaziava de poder
efetivo as funções
desempenhadas pelos outros cônsules da República.Uma vez consolidado o seu poder
no plano interno,
as novas campanhas
de Napoleão fizeram-lhe
aumentar ainda mais
a popularidade, de
tal modo que,
em 1802, um
referendo nacional o
declarou cônsul vitalício e lhe outorgou
o direito de
escolher o seu
sucessor. A 2 de dezembro de 1804 proclamar-se-ia
mesmo imperador. Na
cerimónia da coroação,
teria o arrojo
de retirar das
mãos do Papa Pio VII
a coroa para
se coroar a
si próprio e depois coroou a esposa, Josefina..
Entretanto,
dava continuidade à
sua política expansionista, contando com a
Inglaterra como
país rival e
principal adversário. As forças napoleónicas
obtiveram grandes vitórias, como a de
Austerlitz, em 1805,
mas sofreram também
pesadas derrotas: na
Batalha de Trafalgar,
em que a
armada francesa seria
derrotada pela frota
do almirante Nelson,
em 1805; nas
incursões na Península Ibérica
(Portugal, designadamente, foi alvo de três
invasões entre 1807
e 1813, todas
elas de resultado
infeliz para Napoleão);
e, sobretudo, na
calamitosa campanha russa de 1812, em
que um exército
de quatrocentos e
cinquenta mil homens
foi desbaratado e
o prestígio do
imperador ficou severamente abalado.A partir
desse momento, o
poderio de Napoleão
entrou em declínio
acentuado. Em 1814
acabaria por ter
que se render
às forças aliadas
da Inglaterra, Áustria, Rússia
e Prússia, e retirou-se para a Ilha de
Elba,
preservando embora o
título de imperador.
Menos de uma
ano depois, no
entanto, voltaria a
França para
tomar o poder,
mas seria derrotado
por Wellington
em Waterloo. Seguiu-se o
exílio em Santa
Helena, uma ilha
longínqua do Atlântico.
Passando os seus
últimos anos de
vida praticamente só,
aí viria a
morrer em 1821.
O seu corpo
encontra-se sepultado no cemitério de Les
Invalides, em Paris.Napoleão
foi um homem
incontornável na vida
política da França - e
da Europa -
do seu tempo.
Constituiu um império
que deu um
contributo decisivo para a formação de
países como a
Grécia, a Itália e
a Alemanha, seja por ter
unificado os territórios que se encontravam politicamente fragmentados,
seja por ter
pretextado o surgimento
de sentimentos nacionalistas.
Napoleão
Bonaparte. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2012.
Wikipedia
(Imagens)
Napoleão Bonaparte aos 23
anos
A Coroação de Napoleão - Jacques-Louis
David
Análise da obra Napoleão
cruzando os Alpes - Jacques-Louis David
***
23 de Junho de 1763: Nasce Josefina Bonaparte
Dama francesa nascida em 1763, na ilha de Martinica, onde viveu a infância e a juventude. Foi a primeira esposa de Napoleão. As actuais famílias
reais da Bélgica, Noruega, Luxemburgo, Suécia, Dinamarca, Grécia, Liechtenstein
e Mónaco são descendentes dela. A literatura descreve-a como uma mulher de
estatura média, figura esbelta, cabelo castanho sedoso e olhos castanhos. Ela
foi muitas vezes elogiada pelo seu estilo e elegância. O seu nome verdadeiro
era Rose Marie Josephe Tascher de Pagerie. Nasceu a 23 de Junho de 1763, numa
plantação de cana-de-açúcar em Les Trois-Îlets. Ela era a filha
mais velha de Joseph-Gaspard Tascher e Rose-Claire des Vergers de Sanois.
Josefina passou a sua infância na Martinica, foi educada num colégio de
freiras. Em Agosto de 1779, Josefina e o seu pai partem para Paris e em Dezembro
desse mesmo ano a jovem casa-se com com o Visconde Alexandre de
Beauharnais. Após ter dois filhos com Josefina, Alexandre foi guilhotinado em
consequência dos anos de Terror, no decorrer da Revolução Francesa.Deste primeiro casamento ficou-lhe o título de viscondessa de Beauharnais. Casou-se em segundas núpcias, civilmente, com Napoleão Bonaparte a 9 de Março de 1796, realizando-se a cerimónia religiosa oito anos depois, na véspera de Napoleão se coroar imperador. Napoleão gostava muito dos filhos da
sua esposa, ao ponto de os adoptar oficialmente como seus, não permitindo que os
chamassem adoptivos. Josefina tornou-se Imperatriz da França, quando Napoleão
se auto coroou na catedral de Notre-Dame, que fora o local para executar
essa cerimónia, ocasião em que retirou a coroa das mãos do Papa Pio VII,
colocando-a ele mesmo na cabeça. Imediatamente depois, o próprio Imperador
coroou a sua esposa. Seguiram-se anos de convivência difícil para o casal, em parte porque Josefina não dava ao imperador o filho varão que ele desejava para lhe suceder. Ambos concordaram com o divórcio de
modo a permitir que o Imperador pudesse casar com outra mulher, na expectativa
de ter um herdeiro. O documento de divórcio foi assinado em 10 de Janeiro de
1810. Já em 11 de Março, Napoleão casou-se por procuração com Marie-Louise de
Áustria e a cerimónia foi realizada a 1 de Abril desse mesmo ano.
Após
o divórcio, Josefina passou a residir em Malmaison, próximo de Paris, mas mesmo
com a distância, a antiga imperatriz manteve um relacionamento amigável com
Napoleão e continuou a fazer vida de alta sociedade, recebendo faustosamente em sua casa e mesmo, durante algum tempo, a expensas do imperador. Josefina faleceu a 28 de Maio
de 1814.
Josefina Bonaparte. In Infopédia [Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
Retrato da Imperatriz Josefina
- François
Gérard
Coroação
de Napoleão e Josefina -Jacques Louis David
O
divórcio de Napoleão e Josefina - Henri-Frédéric
Schopin
Carta de Napoleão a Josefina“Não passo um dia sem te desejar, nem uma noite sem te apertar, nos meus braços; não tomo uma chávena de chá sem amaldiçoar a glória e a ambição que me mantêm afastado da vida da minha vida. No meio das mais sérias tarefas, enquanto percorro o campo à frente das tropas, só a minha adorada Josefina me ocupa o espírito e coração, absorvendo-o por completo o pensamento. Se me afasto de ti com a rapidez da torrente de Ródano, é para tornar a ver-te o mais cedo possível. Se me levanto a meio da noite para trabalhar, é no intuito de abreviar a tua vinda, minha amada.
E no entanto, na tua carta de 23, tratas-me na terceira pessoa, por Senhor! Que mazinha! Como pudeste escrever-me uma carta tão fria? E depois, entre 23 e 26 medeiam quase quatro dias: que andaste tu a fazer, porque não escreveste a teu marido?... Ah, minha amiga, aquele tratamento do “senhor” e os quatro dias de silêncio levam-me a recordar com saudade a minha antiga indiferença. (…) Isto é pior que todos os suplícios do Inferno. Se logo deixaste de me tratar por tu, que será então dentro de quinze dias?! Sinto uma profunda tristeza, e assusta-me verificar a que ponto está rendido o meu coração. Já me queres menos, um dia deixarás de me querer completamente; mas avisa-me, então. Saberei merecer a felicidade…
Adeus, mulher, tormento, felicidade, esperança da minha vida, que eu amo, que eu temo, que me inspira os sentimentos mais ternos e naturais, tanto como me provoca os ímpetos mais vulcânicos do que o trovão. Não te peço amor eterno nem fidelidade, apenas a verdade e uma franqueza sem limites. No dia em que disseres: “Quero-te menos”, será o último dia do amor. Se o meu coração atingisse a baixeza de poder continuar a amar sem ser amado, trincá-lo-ia com os dentes.
Josefina: lembra-te do que te disse algumas vezes: a natureza faz-me a alma forte e decidida. A ti, fez-te de rendas e de tule? Deixaste ou não de me querer? Perdão, amor da minha vida. A minha alma está neste momento dividida em várias direcções e combinações, e o coração, só em ti ocupado, enche-se de receios…
Enfada-me não te chamar pelo teu nome, mas espero que sejas tu a escrevê-lo.
Adeus. Ah, se me amas menos, é porque nunca me amaste. Tornar-me-ias então digno de lástima.
Napoleão
P.S. – A guerra este ano está irreconhecível. Mandei distribuir carne, pão, e forragens à minha cavalaria prestes a pôr-se em marcha. Os soldados patenteiam-me tal confiança que não tenho palavras para descrever-te. Só tu me causas desgostos. Só tu, alegria e tormento da minha vida. Um beijo aos teus filhos, de quem não me dás notícias. Ai, não! – levar-te-ia a escrever o dobro, e as visitas das dez da manhã não teriam o prazer de ter ver. Mulher!!!
Cartas de Amor de Napoleão Bonaparte a Josefina Bonaparte.
in revista Tabu - Semanário Sol
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/23-de-junho-de-1763-nasce-josefina.html?spref=fb&fbclid=IwAR3Lp-CuMq1mL0ma6GWZHIiOro67aNXmB-uo4xDCzbcpFRDnsFNy-kYDycg
***
27 de Setembro de 1810: Batalha do Buçaco. Portugueses e ingleses enfrentam as forças de Napoleão.
Com
a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, em 1799, Portugal passa a
ser visto como território estratégico para os interesses comerciais dos
franceses sobre o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda. Portugal,
juntamente com a Espanha (já aliada à França) motivada por interesses
que passariam pela repartição do reino português em unidades políticas
futuramente sujeitas à dupla governação francesa e espanhola, teria de
se juntar ao Bloqueio Continental decretado pela França contra o Reino
Unido da Grã-Bretanha. Deveria, para isso, fechar os seus portos à
navegação britânica, declarar guerra aos ingleses, sequestrar os seus
bens em Portugal e aprisionar todos os ingleses residentes. Ora, foram
justamente estas as exigências apresentadas, em Julho de 1807, pelos
representantes de França e de Espanha ao príncipe regente de Portugal e
que, doravante, viriam a transformar o território português numa peça
menor, embora ardilosa, na liça das ambições do imperador francês.
A
Batalha do Buçaco (ou Bussaco, de acordo com a grafia de então),
integrada na última das três invasões napoleónicas a Portugal (com
início em Julho de 1810 e termo em Abril de 1811), foi uma das inúmeras
batalhas travadas entre os exércitos francês e anglo-luso, no entanto,
os antecedentes relativos à sua preparação, bem como as consequências de
um só dia de confronto (27 de Setembro de 1810), elevam-na a um plano
operacional de enorme conceito militar, não só pelo que ela representa
nos seus termos mais objectivos – derrota das brigadas do comandante
supremo Marechal André Masséna -, mas principalmente pelo que ela
representou na preparação de um confronto seguinte que decidiria o
enfraquecimento definitivo do invasor francês nas Linhas de Torres
Vedras.
A
frustração das derrotas da primeira e segunda invasões (entre 1807 e
1809), levou a que Napoleão Bonaparte nomeasse para comandante do novo
«Exército de Portugal» o marechal André Masséna, um dos mais reputados
marechais franceses. Foi justamente sob as ordens deste marechal, e com o
maior exército dos que já tinham invadido Portugal (efectivo total de
cerca de 65.050 homens) que se deram os confrontos no Buçaco entre o
exército anglo-luso (organizado em Divisões, somava cerca de 61.452
homens) comandado pelo Tenente-General Arthur Wellesley, Visconde de
Wellington e futuro duque de Wellington, e os Corpos das brigadas
francesas, de entre os quais o 8º corpo militar organizado pelo
experiente General Andoche Junot, Duque de Abrantes.
Para
avançar sobre Portugal, foi necessário dominar a Praça Forte de Almeida
afastando a Divisão Ligeira de Craufurd. O Combate do Côa, a 23 de
Julho de 1810, foi o primeiro confronto em território português entre as
forças de Wellesley e os franceses, terminando na retirada do
Brigadeiro-General Robert Craufurd. A este último, e com o objectivo de
chegar o mais rapidamente possível a Lisboa, seguir-se-ia Coimbra com
passagem por uma excelente posição defensiva entre Penacova e Luso, isto
é, o Buçaco. Ora, Masséna, depois do Cerco de Almeida, retomou a marcha
a 15 de Setembro de 1810 rumo à íngreme Serra do Buçaco, com cerca de
15km de comprimento, onde já o aguardava, o General Wellesley.
Vindos
de Mortágua para Coimbra, os franceses avançaram até ao Buçaco e aí se
travou a batalha. Um resultado de cerca de 5000 baixas para os invasores
e cerca de 1300 baixas para os aliados anglo-lusos, a Batalha do Buçaco
passaria a significar um exemplo fulcral de tática defensiva em
contexto militar. A retirada das brigadas francesas deixou para trás um
campo de batalha devastado. A invasão, prosseguiria em direcção a sul,
onde o invasor haveria de encontrar as Linhas (de Torres Vedras) que
poriam um travão definitivo ao Marechal Masséna bem como à consistência
militar dos exércitos desmoralizados de Napoleão Bonaparte.
wikipedia (Imagens)
Gravura de Thomas Sutherland 1785-? que representa a Batalha do Buçaco
O Marechal André Masséna
General Sir Arthur Wellesley, Duque de Wellington
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/09/27-de-setembro-de-1810-batalha-do.html***
29 de Março de 1809: Invasões francesas. Desastre da Ponte das Barcas, no Porto, na fuga da população ao ataque do exército francês do general Soult.
No
dia 12 de Março de 1809 (durante a 2ª invasão francesa) o general Soult
entrou em Portugal, por Chaves e dirigiu-se ao Porto. A cidade foi
conquistada e saqueada pelas tropas francesas, havendo focos de
resistência por parte da população. Da Serra do Pilar as tropas
portuguesas ripostaram como puderam. A 29 de Março, os habitantes do
Porto em fuga, dirigiram-se para a “Ponte das Barcas”, tentando passar
para o lado de Gaia. Perante a fragilidade da ponte e a quantidade de
pessoas que a atravessava aquela cedeu e cerca de 4000 pessoas caíram e
morreram nas águas do Douro.
Após
esta tragédia Soult, querendo ganhar a simpatia dos portuenses, proibiu
novos saques, mandou patrulhar as lojas, mercados e igrejas para evitar
novas pilhagens, isentou o povo do direito de portagem e mandou
distribuir sopa às pessoas carenciadas.
No
dia 12 de Maio Soult foi batido no Porto pelas tropas anglo-lusas,
comandadas pelo Duque de Wellington e foi obrigado a retirar para
Espanha, atravessando a 18 de Maio a fronteira em Montalegre, acabando
assim a segunda invasão francesa.
Como surgiu a Ponte das Barcas
Ao
longo dos séculos a comunicação de pessoas e mercadorias entre as
margens do Douro era feita através de barcos. Apesar de vários projectos
para a construção de uma ponte sobre o rio Douro que servisse as
populações do Porto e de Vila Nova de Gaia, nomeadamente o da construção
de uma ponte em pedra, da autoria de Carlos Amarante, a primeira
passagem seria lançada somente no ano de 1806, tendo sido aberta ao
público a 15 de Agosto de 1806. Era constituída por 33 barcas, com cerca
de mil palmos de extensão e abria e fechava para dar passagem às
grandes embarcações que subiam e desciam o rio. Em tempo de cheias a
ponte era desmantelada para evitar a sua destruição.
Havia muita concorrência na sua passagem, sobretudo às terças e sábados. Os preços de passagem praticados eram os seguintes:
Cada pessoa a pé ……………………………... 5 réis
Cada pessoa a cavalo ………………………..20 réis
Carro de uma junta de bois …………….. 40 réis
Cadeirinhas de mãos ……………………….. 60 réis
Liteira …………………………………………….. 120 réis
Sege ………………………………………………….160 réis
À
noite, passados 45 minutos do sol-posto, os preços duplicavam, taxa que
se mantinha até 45 minutos antes do nascer do sol, em momento que era
anunciado pelo toque de um sino.
A
“Ponte das Barcas” revestiu-se de uma enorme importância para o
desenvolvimento das comunicações entre as zonas ribeirinhas, mas também
no contexto inter-regional, na ligação entre as margens norte e sul do
rio Douro.
No
entanto, dadas as suas naturais limitações, a crescente necessidade do
desenvolvimento das comunicações e a melhoria dos meios técnicos a nível
da engenharia de pontes, nos anos 40 de oitocentos foi projectada nova
ponte, a nascente da velha “Ponte das Barcas”. A “Ponte Pênsil”, “Ponte
de Ferro”, ou “Ponte D. Maria II”, projectada e executada pelo
engenheiro Claranges Lucotte.
Fontes: memoriasgaiensesbibliotecadegaia
wikipedia(Imagens)
notícias.sapo.pt
O desastre da Ponte das Barcas
As "Alminhas da Ponte" lembram a tragédia de 29 de Março de 1809, no rio Douro
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/29-de-marco-de-1809-invasoes-francesas.html?spref=fb&fbclid=IwAR03rjZz2QRlhQC328LzsdfXV3JBiz26z8zkauHu4-ufdLW6CNjdlmbcHd0
Gravura de 1807, vendo-se a Ponte das Barcas
***
27 de Março de 1809: Invasões francesas. Começa a investida sobre a cidade do Porto pelo exército de Soult
Falhadas as
tentativas de entrar em Portugal pelo Minho (13 de Fevereiro, em Vila
Nova de Cerveira, e 16 do mesmo mês, em Caminha), o marechal Soult, que
comandava os soldados de Napoleão, inflecte para o interior da Galiza,
subindo o rio Minho até Orense, à procura de um local para mais
facilmente entrar em Portugal. Acaba por encontrar na veiga de Chaves o
melhor local para atacar Portugal, o que acontece a 10 de Março. Dando
assim início à segunda invasão francesa.
Dois dias
depois, conquistada que estava a cidade de Chaves, os franceses iniciam a
marcha para o Porto, por Braga. A guarda avançada dos franceses derrota
as forças portugueses em Salamonde, dia 16, e quatro dias depois voltam
a ser derrotadas às portas de Braga, em Carvalho d'Este. Estava aberto o
caminho para o Porto.
Obrigado a
atravessar o rio Ave em Santo Tirso face à feroz defesa montada pelos
portugueses na Trofa, Soult acampa em S. Mamede de Infesta, dia 26 de
Março, à frente de 18 mil dos 25 mil com que iniciara a guerra em
Portugal. Os sete mil de diferença respeitam a baixas e aos soldados que
foi deixando pelo caminho a guarnecer as posições conquistadas.
Neste interim, o
brigadeiro Silveira, comandante da divisão que defendia Trás-os-Montes,
reocupou Chaves, aprisionando a guarnição francesa (dia 25).
Já com o
inimigo à vista o Porto concluía as obras de defesa, de forma
atabalhoada, embora com aparente imponência. A linha defensiva do Porto
seria constituída por 20 mil homens (somente dois mil seriam tropas
regulares) apoiada por 35 baterias dispostas num longo semicírculo que
se estendia de Campanhã à Foz - Campanhã, Senhor do Padrão, Monte
Cativo, Monte das Enfestadas, Cativo, Bonfim, Antas, Póvoa de Cima,
Quinta dos Congregados, Lindo Vale, Lapa, Sério, Regado, Monte Pedral,
Falperra, Prelada, Lordelo, Ramalde, Senhora da Luz, etc. - um total
aproximado de 200 canhões.
O pior é que
destas peças só cerca de 20 podiam fazer fogo. As outras serviam de
sustentáculo de amarração de navios. Com isto terão querido os
defensores imitar o estratagema engendrado pelo arcebispo D. Gonçalo
Pereira, que, no reinado de D. Afonso V, simulara com velas de
embarcações as muralhas da cidade, defendendo o Porto e sustendo os
ímpetos atacantes do infante D. Pedro, como relata Duarte Nunes de Leão.
Só que os
tempos eram outros e Soult não se deixou ir no engodo. Dia 29 dá-se o
ataque final. A infantaria francesa entra pelas baterias de Aguardente,
de Santo António (Regado) e de S. Francisco (Monte Pedral) e a cavalaria
pela de S. Barnabé (Prelada) - olhando para o mapa da cidade, as
posições atacadas situam-se mais ou menos ao centro da linha defensiva.
Só o brigadeiro Vitória consegue manter por mais tempo a linha do Bonfim
a Campanhã, e retirar com ordem, já na cidade o inimigo avançava por
toda a parte, num ou noutro local travado por desesperadas resistências.
A população
foge em direcção à Ribeira, na tentativa de passar a ponte das barcas
que unia o Porto a Vila Nova de Gaia. É então quer se dá a tragédia.
Segundo uns, a ponte não aguentou o peso de centenas e cedeu; segundo
outros (talvez o mais provável), as autoridades mandaram abrir os
alçapões existentes na ponte para retardar o avanço francês. A onda de
fugitivos não se apercebeu da armadilha e impelia os dianteiros para o
buraco e para as águas do rio. De Gaia, os portugueses faziam fogo sobre
os franceses. No meio, estava a população indefesa... Não se sabe ao
certo quantos terão morrido afogados, mas há muitas dúvidas quanto ao
número de quatro a cinco mil vítimas apontadas em alguns relatos.
Vencida a
resistência, seguiram-se três dias de saques, até que Soult põe travão
aos seus soldados e estabelece a ordem na cidade. Entre 29 de Março e 11
de Maio instala-se no Palácio dos Carrancas - actual Museu Nacional
Soares dos Reis -, demorando em cumprir as ordens de Napoleão, que o
queria em Lisboa em Fevereiro. Com o apoio do jornal "Diário do Porto"
prepara abaixo-assinados para pedir ao imperador o título de rei do
Norte e assume-se protector da cidade.
Fora do Porto
os franceses vão sofrendo revezes sucessivos. A cavalaria de
Caulaincourt, que ocupara Penafiel, é rechaçada na ponte de Canaveses
(31 de Março); Botelho de Sousa reocupa Braga (5 de Abril), Silveira
ataca e reocupa Penafiel (dia 13); o mesmo Silveira (de 18 de Abril a 2
de Maio) defende a ponte de Amarante do ataque francês comandado por
Loison (o "maneta"), obriga Caulaincourt a retirar de Vila Real (dia 8) e
volta a derrotar Loison em Moure (dia 12).
Enquanto isso,
Arthur Wellesley (futuro duque de Wellington), nomeado comandante-chefe
do exército anglo-português, chega a Gaia.
Depois de
observar as posições, repara na importância estratégica de um edifício
existente no Monte do Seminário (actual Colégio dos Órfãos). Ordena,
então, a sua ocupação, o que é feito por uma pequena força que leva
consigo três peças de artilharia. Quando Soult dá conta, já Wellesley
tinha no Porto cerca de 600 homens, suficientes para travar as
investidas francesas que deixam desguarnecida a Ribeira. Apercebendo-se
disso, e com o apoio das populações ribeirinhas que lhe disponibilizam
barcaças, Wellesley faz passar para o Porto o grosso das tropas que
comandava em plena luz do dia (dia 12 de Maio). Duas horas depois, a
cidade estava libertada. Dizem até que a fuga de Soult foi tão
precipitada que Wellesley ainda encontrou quente o almoço que o francês
se preparava para comer...
Seis dias
depois, Soult abandonava Portugal por Montalegre, sempre perseguido pelo
exército anglo-português. Terminava assim a segunda invasão francesa.
O Porto
voltaria a ser notícia 11 anos mais tarde, com o Sinédrio, a associação
encabeçada por Manuel Fernandes Tomás, José da Silva Carvalho e Ferreira
Borges que lidera o pronunciamento de 1820 e dá início ao liberalismo.
Fontes: JN
wikipedia (imagens)
***
21 de Agosto de 1808: Invasões francesas. Termina a Batalha do Vimeiro. As forças luso-britânicas derrotam as tropas francesas de Junot.
Após a batalha de
Roliça, em agosto de 1808, o general inglês Wellesley, comandante das forças
anglo-lusas que combatiam a primeira invasão napoleónica, com o conhecimento de
todos os movimentos do exército francês, queria obrigar o inimigo a abandonar a
sua posição em Torres Vedras, para o que marchou diretamente sobre Mafra.
Bernardim Freire, então comandante das tropas portuguesas, opôs-se ao
acompanhamento da marcha que o comandante inglês tinha em mente. Mas Wellesley,
mesmo sem a colaboração do exército português, prosseguiu com a sua marcha,
embora com algumas alterações em relação ao que havia sido previamente planeado.
Essas alterações foram motivadas não só pela falta de acompanhamento do exército
português, como também pela notícia da chegada à costa portuguesa de um reforço
constituído pelas brigadas de Auckland e Anstruther (dizia-se que com mais de 40
mil homens de armas). Após ter dado a indicação que o desembarque deveria ser
feito em Porto Novo (Vimeiro), partiu para o local para receber o
desembarque.
Uma outra brigada, a
brigada de Moore, desembarcou na foz do Mondego, com o fim de marchar sobre
Santarém. A presença das inúmeras brigadas inglesas em Portugal veio confirmar a
falta de confiança que existia em relação ao exército português. A divisão de
Moore acabou por não realizar a marcha para Santarém, devido a ordens dos seus
superiores no sentido de seguir a expedição de Wellesley.Entretanto o general
francês Junot saiu de Lisboa, com o objetivo de se juntar às forças que haviam
sido vencidas na batalha da Roliça e à divisão de Loison, que marchava
lentamente sobre Abrantes. O ponto de união das tropas francesas era Torres
Vedras. A marcha não seguiu pela estrada direta mas sim pela de Vila Franca. As
forças que acompanhavam Loison, desde Lisboa, encontravam-se bastante atrasadas
em relação ao seu comandante. No primeiro dia de marcha o comandante sentiu-se
obrigado a recuar, pois foi avisado que estava previsto um desembarque inglês em
Cascais. Deixou em Lisboa, porém, cerca de 6 mil homens para impedir o
desembarque.Na noite do dia 20 para 21 do mês de agosto, a artilharia francesa
atravessou a ponte de madeira de Vila Facaia. O planalto da Portela, no lado sul
da povoação, encontrava-se já ocupado por uma grande parte das forças inglesas.
Junot, adiantando-se, fez então um reconhecimento da posição das forças
inglesas, para proceder em seguida ao ataque pelo flanco esquerdo. O comandante
inglês, que rapidamente se apercebeu da situação do inimigo, ordenou às suas
tropas do flanco direito que se deslocassem para norte. A divisão francesa
estava disposta em linha. As brigadas da primeira divisão separaram-se,
entretanto, e começaram o ataque pelo centro. Os ingleses - e também os
portugueses - receberam o inimigo de forma violenta, obrigando-o a retroceder
imediatamente e a perder grande parte da artilharia. Para exterminar de uma só
vez a coluna que havia atacado pelo centro, Wellesley aproveitou o caos e fez
avançar a cavalaria, mas os portugueses fugiram e a cavalaria inglesa, para além
de ter sofrido grandes perdas, acabou por ser atacada.Após o ataque que lançou
sobre a cavalaria inglesa, o comandante Brenier, com a sua brigada, tentou
atravessar a ribeira de Toledo, mas para contornar a frente inglesa que se
encontrava no vale, fez uma manobra de "rodeio" pela Carrasqueira. A brigada
francesa de Solignac por sua vez logo que atravessou o ribeiro foi atacada por
três brigadas inglesas. Os franceses foram assim facilmente derrotados.As tropas
francesas ficaram fragilizadas. Junot, desesperado com a situação, mandou
Kellermass propor a sua capitulação ao general Dalrymple, que entretanto se
tornara comandante do exército inglês.
Fontes:
Infopédia
wikipedia
(imagens)
Retrato de Sir Arthur Wellesley, datado de 1808, por
Richard Cosway (1742-1821). Aguarela sobre marfim
Representação da Batalha do Vimeiro. ESQUIOPPETTA,
Domingo. Gravura água-forte, p&b, entre 1810 e
1812
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/08/21-de-agosto-de-1808-invasoes-francesas.html***
O Rotary Club da Benedita promoveu o colóquio " As invasões francesas na freguesia da Benedita", no dia 8 de
Outubro 2011 – 16h, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho.
“O impacto da 3ª invasão francesa no eixo Leiria, Molianos, Rio Maior” - Prof. Dra. Cristina Clímaco – Universidade de Paris 8eme
-Factos e acontecimentos da 3ª invasão francesa na freguesia da Benedita - Prof. Júlio Ricardo
....
texto que acompanhava a divulgação:
"No início de Outubro de 1810, a freguesia da Benedita sentia as proximidades da guerra.
O exército português e inglês estava de regresso às Linhas de Torres, após a batalha do Buçaco. Ao passar no eixo Leiria – Molianos - Rio Maior incentivava o abandono das aldeias e vilas e a destruição de tudo o que pudesse servir para abastecimento do exército francês, quer de víveres, quer de alfaias agrícolas que pudessem ser fundidas para fazer armamento.
Os que não obedeciam viam seus haveres destruídos pelo exército que os deveria proteger. Era a célebre “estratégia da terra queimada” que iria deixar os franceses sem possibilidades de abastecimento.
Do princípio de Setembro de 1810 até Abril de 1811, o Cura da Benedita, José da Silva Fialho não faz qualquer registo de óbito. Possivelmente, encontrava-se em Lisboa, tal como o padre da paróquia de Turquel. O ano de 1811 regista um número anormal de mortes, muitas vezes sem os “sacramentos da Igreja” e, de vez em quando, os registos paroquiais referem que “morreu por hum tiro que lhe derao os franceses”.
A partir de Abril de 1811, o espaço da Igreja da Benedita não possibilita mais sepulturas. De Maio a Dezembro contabilizam-se 56 enterramentos no adro da igreja."
Para dar a conhecer a história local e estimular a investigação, o Rotary Club da Benedita convidou a Prof. Dra. Cristina Clímaco, investigadora da Universidade de Paris-8, a abordar o impacto das invasões francesas no eixo Leiria – Molianos - Rio Maior, num Colóquio a realizar no dia 8 de Outubro, pelas 16 h, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, na Benedita. Júlio Ricardo, professor no Agrupamento de Escolas da Benedita, esteve envolvido num projecto de investigação sobre património local, dinamizado pelo Agrupamento, ao longo do ano lectivo 2009/2010. Identificou factos e acontecimentos na Benedita, relacionados com a 3ª invasão francesa e no colóquio apresentará o resultado da sua pesquisa.
***
14 de Setembro de 1812: Napoleão Bonaparte entra em Moscovo. A cidade é incendiada pelos russos.
No
dia 24 de Junho de 1812, o chamado "Grande Exército" do imperador
Napoleão I atravessou o rio Niemen e forçou as fronteiras do império do
czar Alexandre I. As tropas napoleónicas, reforçadas por cerca de 700
mil combatentes, penetraram sem dificuldades no interior da Rússia até
Moscovo. Contudo, diante da resistência moscovita e da recusa da Rússia
em negociar, Napoleão ordenaria a retirada. Esta operação mostrou-se
desastrosa devido ao rigor do Inverno e à falta de abastecimento e apoio
logístico. Em 30 de Dezembro, o exército, reduzido a cerca de 50 mil
homens, cruzaria o Niemen de volta.
Após a rejeição por parte do czar Alexandre I do Bloqueio Continental proposto por Napoleão, o imperador francês ordena que o seu Grande Armée, a maior força militar até então reunida, preparasse a invasão da Rússia. O enorme exército incluía tropas de todos os países europeus sob o domínio do império francês.
Durante os primeiros meses da invasão, Napoleão foi forçado a combater contra um aguerrido exército russo em constante recuo. Recusando-se a confrontar-se com todo o seu potencial perante as forças de Napoleão, as tropas russas sob o comando do general Mikhail Kutuzov aplicava a estratégia de terra arrasada, queimando tudo à medida que recuava cada vez mais profundamente em território russo. Em 7 de Setembro, travou-se a inconclusa batalha de Borodino em que ambas as partes sofreram terríveis baixas. No dia 14 de Setembro, Napoleão chega às portas de Moscovo na esperança de lá encontrar os suprimentos de que necessitava crucialmente. Porém, ao investir, encontrou a cidade com quase toda a população evacuada e o exército russo novamente a recuar. Os criminosos foram libertados das prisões para complicar o avanço francês. Além disso, o governador, o conde Fyodor Rostopchin, ordenou que a cidade fosse incendiada. Alexandre I recusou-se a capitular, e as conversações de paz iniciadas por Napoleão falharam.
Após a rejeição por parte do czar Alexandre I do Bloqueio Continental proposto por Napoleão, o imperador francês ordena que o seu Grande Armée, a maior força militar até então reunida, preparasse a invasão da Rússia. O enorme exército incluía tropas de todos os países europeus sob o domínio do império francês.
Durante os primeiros meses da invasão, Napoleão foi forçado a combater contra um aguerrido exército russo em constante recuo. Recusando-se a confrontar-se com todo o seu potencial perante as forças de Napoleão, as tropas russas sob o comando do general Mikhail Kutuzov aplicava a estratégia de terra arrasada, queimando tudo à medida que recuava cada vez mais profundamente em território russo. Em 7 de Setembro, travou-se a inconclusa batalha de Borodino em que ambas as partes sofreram terríveis baixas. No dia 14 de Setembro, Napoleão chega às portas de Moscovo na esperança de lá encontrar os suprimentos de que necessitava crucialmente. Porém, ao investir, encontrou a cidade com quase toda a população evacuada e o exército russo novamente a recuar. Os criminosos foram libertados das prisões para complicar o avanço francês. Além disso, o governador, o conde Fyodor Rostopchin, ordenou que a cidade fosse incendiada. Alexandre I recusou-se a capitular, e as conversações de paz iniciadas por Napoleão falharam.
Depois
de esperar um mês pela rendição, que nunca aconteceu, Napoleão,
deparando-se com a chegada do intenso Inverno russo, viu-se obrigado a
ordenar que o seu famélico e exausto exército deixasse Moscovo em
retirada.
Durante a desastrosa retirada, o exército de Napoleão sofreu um contínuo assédio de um repentinamente agressivo e impiedoso exército russo. Acossado pela fome e pelas investidas mortais dos cossacos, o dizimado exército alcança as margens do rio Berezina, no final de Novembro, mas vê o seu caminho bloqueado pelas tropas russas. Em 27 de Novembro, forçou a passagem pelo rio Studenka ("gelado", em russo) e, quando o grosso do exército atravessou o rio dois dias depois, foi obrigado a queimar as pontes provisórias atrás de si, abandonando à sua própria sorte cerca de 10 mil soldados perdidos no outro lado do rio.
A partir dali, a retirada tornou-se praticamente uma fuga. Em 8 de Dezembro, Napoleão permitiu que o que restou do seu exército retornasse a Paris. Seis dias mais tarde, finalmente o Grande Armée escapou da Rússia, tendo sofrido uma perda de mais de 600 mil homens durante a desastrosa invasão.
Durante a desastrosa retirada, o exército de Napoleão sofreu um contínuo assédio de um repentinamente agressivo e impiedoso exército russo. Acossado pela fome e pelas investidas mortais dos cossacos, o dizimado exército alcança as margens do rio Berezina, no final de Novembro, mas vê o seu caminho bloqueado pelas tropas russas. Em 27 de Novembro, forçou a passagem pelo rio Studenka ("gelado", em russo) e, quando o grosso do exército atravessou o rio dois dias depois, foi obrigado a queimar as pontes provisórias atrás de si, abandonando à sua própria sorte cerca de 10 mil soldados perdidos no outro lado do rio.
A partir dali, a retirada tornou-se praticamente uma fuga. Em 8 de Dezembro, Napoleão permitiu que o que restou do seu exército retornasse a Paris. Seis dias mais tarde, finalmente o Grande Armée escapou da Rússia, tendo sofrido uma perda de mais de 600 mil homens durante a desastrosa invasão.
Fontes:Opera Mundi
wikipedia (imagens)
O exército de Napoleão em Moscovo
A retirada de Napoleão de Moscovo - Adolph Northen
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/09/14-de-setembro-de-1812-napoleao.html***
derrotado Napoleão ...
18 de Setembro de 1814: Começa o Congresso de Viena
O Congresso de Viena foi a base de sérias decisões para a Europa.
Napoleão havia sido derrotado, pondo um fim à hegemonia da França no
continente. Os territórios tinham de ser redistribuídos e as relações de
poder, reequilibradas.
No
dia 18 de Setembro de 1814, chefes de Estado e de governo das grandes
potências tinham-se se reunido pela primeira vez no palácio Hofburg, em
Viena, para a Conferência de Paz. O Congresso de Viena foi a base de
sérias decisões para a Europa. Napoleão havia sido derrotado, pondo fim à
hegemonia da França no continente. Os territórios tinham de ser
redistribuídos e as relações de poder, reequilibradas com base na
restauração das monarquias.
O organizador do evento, que se desenrolou entre 1814 e 1815, foi o ministro austríaco dos Negócios Estrangeiros Exterior, Clemens Wenzel, príncipe de Metternich. Durante o congresso os diplomatas entregaram-se a bailes e banquetes, concertos e caçadas. À parte, os negociadores de peso definiam em privado as questões centrais.
Quatro homens tomaram as grandes decisões: Metternich; o Czar Alexander I; Visconde Castlereagh, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, e Charles de Talleyrand, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês. Castlereagh disse que não tinha ido a Viena para “coleccionar trofeus e sim para trazer o mundo de volta ao comportamento pacífico.” Para tanto o melhor caminho seria restaurar o equilíbrio de poder e evitar que as grandes potências se tornassem nem excessivamente fortes nem muito fracas.
Talleyrand, por sua vez, havia sido bispo secular no Velho Regime, apoiara a Revolução em 1789, tornara-se um dos poucos bispos a respaldar a Constituição Civil do Clero e serviu como ministro dos Negócios Estrangeiros de Napoleão. Este diplomata camaleónico era adepto de explorar as diferenças que dividiam os parceiros.
Para essas diferenças, Alexandre I contribuiu enormemente. Propôs uma parcial restauração da Polónia do século XVIII com ele próprio como monarca. A Áustria e a Prússia perderiam as suas terras naquele país. Alexandre queria o apoio da Prússia na anexação da Saxónia. Metternich e Castlereagh rejeitaram a proposta.
Talleyrand juntou-se a Metternich e Castlereagh ameaçando a Prússia e a Rússia com a guerra se não moderassem as suas exigências.
Resolvida a questão polaca, o Congresso pôde voltar-se para outras questões dinásticas e territoriais. Tronos e fronteiras deveriam ser restaurados como existiam em 1789. Na prática, a legitimidade foi ignorada uma vez que os diplomatas deram conta que não poderiam desfazer todas as mudanças provocadas pela Revolução e Napoleão.
Embora sancionassem o retorno dos tronos da França, Espanha e Nápoles, o mesmo não puderam fazer com a quantidade de Estados germânicos que desapareceram desde 1789. Os mais importantes membros da Confederação Alemã, Prússia e Áustria, províncias do reino dos Habsburgo, seriam considerados parte da Alemanha.
A Prússia, além de anexar parte da Saxónia, acrescentou o reino napoleónico da Vestefália aos seus dispersos territórios na Alemanha ocidental, criando a província do Reno. A Áustria perdeu a Bélgica que foi incorporada no reino da Holanda, porém Viena recuperou a costa oriental do mar Adriático e a antiga possessão dos Habsburgo da Lombardia.
Confirmou-se a transferência da Finlândia, da Suécia para a Rússia, compensando-se Estocolmo com a transferência da Noruega, do domínio da Dinamarca para o seu reino. Finalmente, a Grã-Bretanha recebeu a estratégica ilha de Malta e as ilhas Jónicas no mar Adriático, além de Ceilão e do Cabo da Boa Esperança e alguns pequenos postos militares franceses.
Sob o impacto da fuga de Napoleão do seu exílio na ilha de Elba, Castlereagh concebeu uma política para evitar eventual agressão francesa, fortalecendo os seus vizinhos. A norte os franceses deparariam com os belgas e holandeses unificados no reino dos Países Baixos; no nordeste, a província do Reno da Prússia; no leste a Suíça e o Piemonte. Ademais, a Quádrupla Aliança – Grã-Bretanha, Prússia, Áustria e Rússia –, formada em Novembro de 1815, concordou em usar a força, se necessário, para fazer cumprir os acordos de Viena.
O organizador do evento, que se desenrolou entre 1814 e 1815, foi o ministro austríaco dos Negócios Estrangeiros Exterior, Clemens Wenzel, príncipe de Metternich. Durante o congresso os diplomatas entregaram-se a bailes e banquetes, concertos e caçadas. À parte, os negociadores de peso definiam em privado as questões centrais.
Quatro homens tomaram as grandes decisões: Metternich; o Czar Alexander I; Visconde Castlereagh, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, e Charles de Talleyrand, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês. Castlereagh disse que não tinha ido a Viena para “coleccionar trofeus e sim para trazer o mundo de volta ao comportamento pacífico.” Para tanto o melhor caminho seria restaurar o equilíbrio de poder e evitar que as grandes potências se tornassem nem excessivamente fortes nem muito fracas.
Talleyrand, por sua vez, havia sido bispo secular no Velho Regime, apoiara a Revolução em 1789, tornara-se um dos poucos bispos a respaldar a Constituição Civil do Clero e serviu como ministro dos Negócios Estrangeiros de Napoleão. Este diplomata camaleónico era adepto de explorar as diferenças que dividiam os parceiros.
Para essas diferenças, Alexandre I contribuiu enormemente. Propôs uma parcial restauração da Polónia do século XVIII com ele próprio como monarca. A Áustria e a Prússia perderiam as suas terras naquele país. Alexandre queria o apoio da Prússia na anexação da Saxónia. Metternich e Castlereagh rejeitaram a proposta.
Talleyrand juntou-se a Metternich e Castlereagh ameaçando a Prússia e a Rússia com a guerra se não moderassem as suas exigências.
Resolvida a questão polaca, o Congresso pôde voltar-se para outras questões dinásticas e territoriais. Tronos e fronteiras deveriam ser restaurados como existiam em 1789. Na prática, a legitimidade foi ignorada uma vez que os diplomatas deram conta que não poderiam desfazer todas as mudanças provocadas pela Revolução e Napoleão.
Embora sancionassem o retorno dos tronos da França, Espanha e Nápoles, o mesmo não puderam fazer com a quantidade de Estados germânicos que desapareceram desde 1789. Os mais importantes membros da Confederação Alemã, Prússia e Áustria, províncias do reino dos Habsburgo, seriam considerados parte da Alemanha.
A Prússia, além de anexar parte da Saxónia, acrescentou o reino napoleónico da Vestefália aos seus dispersos territórios na Alemanha ocidental, criando a província do Reno. A Áustria perdeu a Bélgica que foi incorporada no reino da Holanda, porém Viena recuperou a costa oriental do mar Adriático e a antiga possessão dos Habsburgo da Lombardia.
Confirmou-se a transferência da Finlândia, da Suécia para a Rússia, compensando-se Estocolmo com a transferência da Noruega, do domínio da Dinamarca para o seu reino. Finalmente, a Grã-Bretanha recebeu a estratégica ilha de Malta e as ilhas Jónicas no mar Adriático, além de Ceilão e do Cabo da Boa Esperança e alguns pequenos postos militares franceses.
Sob o impacto da fuga de Napoleão do seu exílio na ilha de Elba, Castlereagh concebeu uma política para evitar eventual agressão francesa, fortalecendo os seus vizinhos. A norte os franceses deparariam com os belgas e holandeses unificados no reino dos Países Baixos; no nordeste, a província do Reno da Prússia; no leste a Suíça e o Piemonte. Ademais, a Quádrupla Aliança – Grã-Bretanha, Prússia, Áustria e Rússia –, formada em Novembro de 1815, concordou em usar a força, se necessário, para fazer cumprir os acordos de Viena.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Congresso de Viena por Jean-Baptiste Isabey, (1819).
Embora os representantes de todos os estados que tinham participado nas
guerras tenham sido convidados, as principais negociações foram
conduzidas pelo "Big Four" (Reino Unido,Rússia, Prússia e Áustria) e, mais tarde, por monárquicos da França
Em 1815 as fronteiras da Europa foram refeitas
***
15 de Outubro de 1815: Napoleão é exilado na ilha de Santa Helena
Após
a derrota de Waterloo a 18 de Junho de 1815, Napoleão foi imediatamente
para Paris. No Palácio do Eliseu reuniu o Conselho de Ministros a fim
de decretar que ‘a Pátria está em perigo’. Porém, o imperador
compreendeu que a partida estava perdida e que não poderia abdicar pela
segunda vez em favor do seu filho. Retirou-se para Malmaison com uma
parte dos que lhe eram fieis.
Encurralado pelas potências inimigas, que já apontavam os seus canhões para as cercanias da sua casa, o Imperador viajou a Rochefort onde permaneceu alguns dias, aguardando os passaportes do governo provisório a fim de se isolar na ilha de Aix.
Rapidamente a corte dos exilados percebeu que o chefe de governo, Fouché, os havia enganado. Depois de estudar todas as possibilidades de fuga, Napoleão decidiu render-se e confiar o seu destino ao príncipe regente da Inglaterra.
No dia 15 de Julho de 1815, o imperador foi levado a bordo da corveta Bellerophon. Lá seria severamente recriminado pelo almirantado inglês, pois após o seu retorno da ilha de Elba, o Congresso de Viena havia-lhe retirado todos os seus títulos e tinha-o classificado como sendo “perturbador da paz no mundo e inimigo do género humano”. Em 31 de Julho tomou conhecimento da sua deportação para a ilha de Santa Helena e em 7 de Agosto foi transferido a bordo do Northumberland que o conduziria ao seu lugar de exílio.
A longa viagem terminou no dia 15 de Outubro de 1815. Napoleão, que se encontrava na proa do navio, exclamou: “Santa Helena, não será uma bela temporada”. A partir de 1818 e a pedido do ex-imperador, os ingleses autorizaram a vinda dos abades Buonavita e Vignali, bem como do médico Antommarchi.
A vigilância do prisioneiro foi confiada ao almirante Cockburn e ao governador Wilks, que seria substituído em 1816 pelo terrível Hudson Lowe. Três mil soldados formavam a tropa. Um círculo de 8 quilómetros de diâmetro foi traçado em torno de Longwood. Nas colinas ao redor, havia sentinelas. Em torno da ilha, 4 navios de guerra revezavam-se a fim de impedir qualquer desembarque ou toda tentativa de fuga. Situada a 2 mil quilómetros da costa africana , Santa Helena tem 17 quilómetros de comprimento, 10 de largura e está perdida no meio do Atlântico Sul.
A monotonia do tempo e do clima criava uma mediocridade de existência. Um ambiente de morosidade instalava-se apesar dos esforços de Napoleão para diversificar as jornadas. Mudava os horários das refeições, dos passeios e do descanso.
À noite, havia muitas vezes um grande jantar, à moda das Tulherias. Acendiam-se todos os lustres do salão, os exilados vestiam as suas melhores roupas, alguns homens em trajes militares, as mulheres em vestidos decotados. A despeito dos esforços, da mesa farta, as noitadas eram tristes. Por vezes, Mme de Montholon ao piano, cantava árias de Paesiello ou de Cimarosa.
Intimamente persuadido que iria terminar a sua vida nesta ilha, queria convencer os ingleses que não era somente o general Bonaparte, mas que ficaria para a posteridade como o Imperador Napoleão I.
Em Abril de 1816 a esperança renasceu: o almirante Cockburn seria substituído pelo general Hudson Lowe. Napoleão pensou que se daria melhor com um artilheiro do que com um marinheiro. A esperança não passou de fogo de palha. Lowe era personagem para se tornar um carcereiro: meticuloso, vaidoso, rígido, detalhista. O ambiente entre os dois deteriorou-se rapidamente. Faltando-lhe totalmente a psicologia, tornou impossível a vida de todos os residentes de Longwood.
As restrições impostas acabariam por fechar as portas de Longwood a todos os visitantes estrangeiros. Isto levou a uma lenta degradação física de Napoleão, que praticamente não saía da sua residência. Em 1820, a conselho do seu médico, fazia trabalhos de jardinagem e outros afazeres domésticos. Não obstante, a partir do Outono a sua saúde declinou e em Abril de 1821 era visível o deplorável estado de saúde em que se encontrava. Começava uma agonia que levaria 40 dias no meio de dolorosos sofrimentos.
Napoleão recusava-se a ser examinado pelos médicos ingleses e toda a responsabilidade recaiu sobre o doutor Antommarchi, que procurou o seu colega inglês Arnott para juntos prescreverem o tratamento e os cuidados. Foi receitado o calomelano - cloreto mercuroso usado como purgativo e anti-sifilítico – a fim de aumentar a secreção biliar.
A partir de Abril, o imperador não mais deixou o leito, de onde redigiu o seu breve testamento: “Hoje, 15 de Abril de 1821, em Longwood, ilha de Santa Helena. Eis meu testamento ou acto de última vontade: 1º - Morro na religião apostólica romana no meio da qual nasci há mais de 50 anos; 2º - Desejo que as minhas cinzas repousem às margens do Sena junto ao povo francês que eu tanto amei".
Em 5 de Maio, Lowe foi alertado pelo doutor Arnott que o fim estava próximo. Todos estavam ao pé do leito de morte, lembrando-se do grande homem e da sua imortal epopeia. Napoleão exalou o seu derradeiro suspiro. Eram 17h51.
No dia seguinte, em presença de médicos ingleses, Antommarchi fez a autópsia: morreu de úlcera, provavelmente cancerosa, aos 51 anos. Os seus restos mortais seriam depositados numa laje funerária anónima até 1840, quando o rei Louis-Philippe obteve autorização do governo inglês para repatriar o seu corpo. É no Palácio dos Inválidos, em Paris, às margens do Sena, ao lado do seu povo, que repousa para sempre.
Encurralado pelas potências inimigas, que já apontavam os seus canhões para as cercanias da sua casa, o Imperador viajou a Rochefort onde permaneceu alguns dias, aguardando os passaportes do governo provisório a fim de se isolar na ilha de Aix.
Rapidamente a corte dos exilados percebeu que o chefe de governo, Fouché, os havia enganado. Depois de estudar todas as possibilidades de fuga, Napoleão decidiu render-se e confiar o seu destino ao príncipe regente da Inglaterra.
No dia 15 de Julho de 1815, o imperador foi levado a bordo da corveta Bellerophon. Lá seria severamente recriminado pelo almirantado inglês, pois após o seu retorno da ilha de Elba, o Congresso de Viena havia-lhe retirado todos os seus títulos e tinha-o classificado como sendo “perturbador da paz no mundo e inimigo do género humano”. Em 31 de Julho tomou conhecimento da sua deportação para a ilha de Santa Helena e em 7 de Agosto foi transferido a bordo do Northumberland que o conduziria ao seu lugar de exílio.
A longa viagem terminou no dia 15 de Outubro de 1815. Napoleão, que se encontrava na proa do navio, exclamou: “Santa Helena, não será uma bela temporada”. A partir de 1818 e a pedido do ex-imperador, os ingleses autorizaram a vinda dos abades Buonavita e Vignali, bem como do médico Antommarchi.
A vigilância do prisioneiro foi confiada ao almirante Cockburn e ao governador Wilks, que seria substituído em 1816 pelo terrível Hudson Lowe. Três mil soldados formavam a tropa. Um círculo de 8 quilómetros de diâmetro foi traçado em torno de Longwood. Nas colinas ao redor, havia sentinelas. Em torno da ilha, 4 navios de guerra revezavam-se a fim de impedir qualquer desembarque ou toda tentativa de fuga. Situada a 2 mil quilómetros da costa africana , Santa Helena tem 17 quilómetros de comprimento, 10 de largura e está perdida no meio do Atlântico Sul.
A monotonia do tempo e do clima criava uma mediocridade de existência. Um ambiente de morosidade instalava-se apesar dos esforços de Napoleão para diversificar as jornadas. Mudava os horários das refeições, dos passeios e do descanso.
À noite, havia muitas vezes um grande jantar, à moda das Tulherias. Acendiam-se todos os lustres do salão, os exilados vestiam as suas melhores roupas, alguns homens em trajes militares, as mulheres em vestidos decotados. A despeito dos esforços, da mesa farta, as noitadas eram tristes. Por vezes, Mme de Montholon ao piano, cantava árias de Paesiello ou de Cimarosa.
Intimamente persuadido que iria terminar a sua vida nesta ilha, queria convencer os ingleses que não era somente o general Bonaparte, mas que ficaria para a posteridade como o Imperador Napoleão I.
Em Abril de 1816 a esperança renasceu: o almirante Cockburn seria substituído pelo general Hudson Lowe. Napoleão pensou que se daria melhor com um artilheiro do que com um marinheiro. A esperança não passou de fogo de palha. Lowe era personagem para se tornar um carcereiro: meticuloso, vaidoso, rígido, detalhista. O ambiente entre os dois deteriorou-se rapidamente. Faltando-lhe totalmente a psicologia, tornou impossível a vida de todos os residentes de Longwood.
As restrições impostas acabariam por fechar as portas de Longwood a todos os visitantes estrangeiros. Isto levou a uma lenta degradação física de Napoleão, que praticamente não saía da sua residência. Em 1820, a conselho do seu médico, fazia trabalhos de jardinagem e outros afazeres domésticos. Não obstante, a partir do Outono a sua saúde declinou e em Abril de 1821 era visível o deplorável estado de saúde em que se encontrava. Começava uma agonia que levaria 40 dias no meio de dolorosos sofrimentos.
Napoleão recusava-se a ser examinado pelos médicos ingleses e toda a responsabilidade recaiu sobre o doutor Antommarchi, que procurou o seu colega inglês Arnott para juntos prescreverem o tratamento e os cuidados. Foi receitado o calomelano - cloreto mercuroso usado como purgativo e anti-sifilítico – a fim de aumentar a secreção biliar.
A partir de Abril, o imperador não mais deixou o leito, de onde redigiu o seu breve testamento: “Hoje, 15 de Abril de 1821, em Longwood, ilha de Santa Helena. Eis meu testamento ou acto de última vontade: 1º - Morro na religião apostólica romana no meio da qual nasci há mais de 50 anos; 2º - Desejo que as minhas cinzas repousem às margens do Sena junto ao povo francês que eu tanto amei".
Em 5 de Maio, Lowe foi alertado pelo doutor Arnott que o fim estava próximo. Todos estavam ao pé do leito de morte, lembrando-se do grande homem e da sua imortal epopeia. Napoleão exalou o seu derradeiro suspiro. Eram 17h51.
No dia seguinte, em presença de médicos ingleses, Antommarchi fez a autópsia: morreu de úlcera, provavelmente cancerosa, aos 51 anos. Os seus restos mortais seriam depositados numa laje funerária anónima até 1840, quando o rei Louis-Philippe obteve autorização do governo inglês para repatriar o seu corpo. É no Palácio dos Inválidos, em Paris, às margens do Sena, ao lado do seu povo, que repousa para sempre.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/15-de-outubro-de-1815-napoleao-e.html
Napoleão em Santa Helena
Longwood House, a residência de Napoleão em Santa Helena
***
18 de Junho de 1815: Napoleão é derrotado em Waterloo
Batalha histórica, travada a 18 de junho de 1815, que pôs termo ao império napoleónico, após vinte e três anos deguerra entre a França e outros países europeus. O teatro da luta foi o lugar de Waterloo (atual Bélgica), onde osexércitos de Wellington (inglês) e de Blücher (prussiano) se agruparam contra as tropas francesas.
Em 18 de junho de 1815 Napoleão
Bonaparte perdeu a batalha de Waterloo contra a Inglaterra e a Prússia. Assim,
as potências europeias encerraram o império de Napoleão I, obrigando-o a abdicar
pela segunda vez e deportando-o para Santa Helena.
As potências europeias já
negociavam em Viena quando Napoleão I deixou o seu exílio na ilha de Elba, em 26
de fevereiro de 1815, para retornar à pátria, no sul de França. Em 20 de março,
ele foi recebido com triunfo em Paris. Pouco tempo depois, a Inglaterra,
Prússia, Áustria e Rússia decidiram recomeçar a guerra contra Napoleão. O
imperador francês aproveitou o entusiasmo existente em França para organizar um
novo exército e, em seguida, marchou com 125 mil homens e 25 mil cavalos para a
Bélgica, a fim de impedir a coalizão dos exércitos inglês e prussiano.
Em 26 de junho de 1815, as
tropas francesas alcançaram Charleroi.
Atrás da cidade, numa
encruzilhada, o exército de Napoleão dividiu-se em duas colunas: uma
marchou em direção a Bruxelas contra as tropas de Wellington, e outra, sob o
comando do próprio Napoleão, em direção a Fleuru, contra o exército prussiano de
Blücher. No cerco das linhas inimigas, Blücher aquartelou-se no moinho de vento
de Brye, sem saber que, igualmente a partir de um moinho, Napoleão podia
observar, com telescópio, o movimento das tropas inimigas. Às 15 horas do mesmo
dia, os franceses começaram a atacar.
Prússia perde batalha
de Ligny
O exército da Prússia dispunha
de mais de 84 mil homens e 216 canhões, enquanto os franceses tinham 67.800
homens e 164 canhões. Mas os prussianos cometeram um erro grave. Eles confiaram
na chegada do exército de Wellington, na parte da tarde, a fim de apoiá-los no
combate contra os franceses. Por isso, entrincheiraram-se no lugarejo de Ligny
para aguardar a chegada dos ingleses. Os franceses atacaram o lugar com os seus
canhões. A esperança que os prussianos depositaram em Wellington foi em vão. Os
franceses ganharam a batalha. Na mesma noite, Blücher ordenou a retirada para o
norte. Os prussianos foram vencidos, deixando 20 mil mortos para trás, mas ainda
não haviam sido derrotados definitivamente.
Chuvas retardam batalha
de Waterloo
Wellington e as suas tropas
alcançaram o planalto de Mont Saint Jean, situado na estrada de Bruxelas para
Charleroi, a 17 de junho de 1815. Wellington aquartelou-se na cavalariça de
Waterloo. As fortes chuvas, que haviam começado cair à tarde, transformaram
rapidamente o solo num charco, dificultando o movimento e o posicionamento dos
canhões. Os soldados procuraram refúgio da chuva torrencial.
Ao cair da tarde, os soldados
franceses também alcançaram a fazenda Belle Alliance, na estrada de Bruxelas
para Charleroi. Napoleão aquartelou-se na fazenda La Caillou e passou a observar
como os ingleses se entrincheiravam no planalto. No dia seguinte (18 de junho de
1815), o imperador francês expôs o seu plano de batalha. Ele queria primeiro
conquistar a posição ocupada pelos ingleses. Os canhões deveriam atacar o
inimigo com fogo cerrado. Napoleão estava seguro da vitória e que derrotaria as
tropas de Wellington antes da chegada dos prussianos.
Primeiras armas de
destruição em massa
O ataque estava previsto para
as nove da manhã, mas sofreu um atraso de duas horas e meia por causa do
aguaceiro. Primeiro, os franceses tentaram conquistar o morgadio Hougoumont, mas
os ingleses estavam bem posicionados e usaram uma arma nova poderosa contra as
fileiras compactas das tropas atacantes. A arma eram as granadas, espécie de
balas de chumbo dentro de um invólucro de aço, que podiam ser disparadas a
longas distâncias. Os franceses tentaram várias vezes, em vão, tomar Hougoumont,
até desistirem às 17 horas. Diante dos muros de Hougoumont ficaram mais de 3 mil
mortos.
Enquanto isso, Napoleão dava a
ordem de avançar sobre La Haie Sainte para poder atacar os ingleses
entrincheirados no planalto. Neste momento, ele já sabia que os prussianos se
aproximavam. E a partir daí, a saída para Waterloo era uma questão de tempo. A
nova arma de destruição em massa causou baixas terríveis no ataque a La Haie
Sainte, mas os franceses conseguiram conquistar a fazenda. O front de Wellington
cambaleou. Os seus generais exigiram que ele enviasse as suas reservas, mas ele
não as tinha mais.
O único consolo que
Wellington poderia oferecer era a sua famosa frase:
"Eu gostaria que fosse
madrugada ou que os prussianos chegassem."
Chegada das tropas
prussianas
O comando avançado prussiano
chegou, finalmente, ao campo de batalha depois das 19 horas. Para Napoleão, era
evidente que tinha de tomar uma decisão e ordenou à sua combativa Guarda
Imperial que atacasse. A nova arma de destruição em massa atingiu os franceses
em cheio. Para piorar a situação das tropas napoleónicas, as prussianas chegaram
pouco depois das 20 horas.
O exército francês ainda tentou
fugir, mas a batalha de Waterloo estava decidida. Às 21 horas e 30 minutos, o
prussiano Blücher abraçou o inglês Wellington na frente da fazenda Belle
Alliance. E assim foi encerrado o capítulo de Napoleão na história europeia.
Fontes: www.dw-world.de
wikipedia (Imagem)
Batalha de Waterloo - William
Sadler
A Batalha de Waterloo - Clément-Auguste
Andrieux
O general Hill sugere a rendição do que restou da
Guarda Imperial francesa -
Robert Alexander
Hillingford
|
Mapa táctico da Batalha de
Waterloo
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/18-de-junho-de-1815-napoleao-e.html?spref=fb&fbclid=IwAR3gS27X_PbmWT-jc1nxa_UtMt1_JujwDMymnwvPIG-h1re5oz9wfPIdRsA*
Waterloo, no que
hoje é a Bélgica, 18 de junho de 1815. O imperador Napoleão Bonaparte
escapou do exílio na ilha de Elba e está se preparando para lançar seu
último desafio à Europa, que uma vez jurou dominar.
São 72 mil
franceses e 68 mil aliados (britânicos, holandeses, belgas e alemães),
além de 45 mil prussianos. 60 mil cavalos e 500 peças de artilharia.Mas as tropas comandadas pelo Duque de Wellington deram o golpe final em Napoleão, encerrando 23 anos de luta entre a França e o resto da Europa.
As perdas foram muitas. Morreram 48 mil pessoas, 25 mil do lado francês. Derrotado de uma vez por todas, Napoleão abdicou ao trono ─ pela segunda vez ─ do qual havia se proclamado imperador.
Leia mais: Jornalista da BBC ainda procura corpo de mãe que morreu cobrindo Guerra do Vietnã
Como parte das comemorações do bicentenário, nesta semana, foi feita uma encenação da batalha com duração de cerca de 10 horas.
As reconstituições continuam neste domingo: como não havia jornalistas no local, o mensageiro do duque de Wellington levou três dias para chegar a Londres e informar que ele havia ganho a batalha, o que será encenado hoje.
A BBC Mundo ─ o serviço em espanhol da BBC ─ reuniu esta e outras curiosidades sobre a batalha.
1. As hemorroidas de Napoleão
Enquanto os soldados lutavam corpo a corpo, o general francês travava uma batalha mais íntima que, segundo alguns, seria em parte responsável por sua derrota final.Alguns "biohistoriadores", incluindo o escritor americano Arno Karlen, acreditam que Napoleão lidava naqueles dias com um grande caso de hemorroida, que tornou um inferno até a simples tarefa de montar em seu cavalo.A condição, alegam, o impediu de dormir na noite anterior. Exausto, não acertou as ordens na batalha e acabou perdendo tudo.
Mas não há consenso sobre o tema.
2. Uma conta antiga
Parece que o duque de Wellington não gostava da vida militar ─ chamava as tropas de "a escória da Terra" e o Exército de "mal necessário". Mas ele não saiu mal da batalha.Leia mais: Com atraso de 530 anos, Inglaterra inicia funeral de rei 'malvado' Ricardo 3º
Além da crescente influência política que ganhou após a bem sucedida campanha de Waterloo, Wellington recebeu uma "boa soma de dinheiro", disse o historiador Paul O'Keffee, autor de "Waterloo: The Aftermath", livro publicado em 2014 .
Segundo O'Keffe, a sua parte do "bônus" pago pela França após a derrota equivale a cerca de US$ 5 milhões (R$ 15 milhões) em valores atuais.
Um ex-senador belga criou polêmica quando disse, em 2001, que os descendentes de Wellington estavam cobrando uma quantia de cerca de US$ 200 mil (R$ 600 mil) todos os anos do governo belga em agradecimento aos serviços prestados pelo seu ancestral em Waterloo.No entanto, um advogado da família Wellington, citado pelo jornal britânico The Guardian, disse que o senador belga tinha chegado "a conclusões incorretas".
3. Não foi em Waterloo
A batalha de Waterloo não ocorreu em Waterloo.A maior parte do combate se desenrolou poucos quilômetros ao sul, na localidade de Braine-l'Alleud et Plancenoit.
Waterloo, agora uma cidade multilíngue de pouco mais de 30 mil habitantes, foi onde Wellington elaborou seu relatório de batalha. E foi assim que o nome ficou para a posteridade.
Um erro com o qual a História, em geral, pode conviver, mas que é uma pedra no sapato dos historiadores de Braine-l'Alleud et Plancenoit.
"Napoleão nunca pôs os pés em Waterloo, isso é fato", disse o historiador belga Bernard Coppens ao jornal americano The Wall Street Journal no início deste ano.
"E, no entanto, (Waterloo) ficou com toda a glória", se queixou um colega, Eric Meuwissen.
A indignação dos especialistas e de algumas autoridades regionais virou coisa séria quando eles entraram com uma ação contra um guia de viagem que não incluiu o nome da cidade em uma edição especial sobre a batalha de Waterloo.
A próxima audiência do caso será em 2016.
4. Guarda-chuvas proibidos
Chovia na Bélgica quando as tropas de Wellington chegaram, em junho.Mas os britânicos, naturalmente, haviam levado guarda-chuvas.
Mas não sabiam que usá-los era expressamente proibido: "Sem guarda-chuva aberto na presença do inimigo", diziam as instruções rigorosas dadas aos oficiais no campo.
Aparentemente, o duque de Wellington não aprovou seu uso no campo de batalha e não permitiu que seus comandantes "parecessem ridículos aos olhos do Exército" ao usar o acessório.
5. Ferraduras e dentaduras de Waterloo
Os dentes de soldados mortos em batalha e as ferraduras dos cavalos mortos estavam entre os objetos mais preciosos entre os que percorriam o campo sangrento de Braine-l'Alleud et Plancenoit à procura de objetos para saquear após os acontecimentos de 18 de junho de 1815.Eram tempos de maus hábitos alimentares e de higiene bucal pior ainda, então um bom conjunto de dentes era negociado em alta no mercado da emergente profissão de dentista.
Hoje, elas são conhecidas como as "dentaduras de Waterloo". E até o próprio Wellington chegou a usá-las. Embora, em seu caso, os dentes usados saíram de outra batalha, da qual não se sabem detalhes.
6. A notícia do século, sem qualquer jornalista
Este dado devemos ao professor de história da Universidade de Kingston Brian Cathcart e a seu artigo publicado em maio passado no The Guardian: nenhum dos cerca de 50 jornais e semanários que existiam em Londres em 1815 enviou um repórter para cobrir os eventos de Waterloo."Não se considerava parte do trabalho do jornalista testemunhar os acontecimentos pessoalmente", diz o professor.
Apenas três dias após a batalha, o mensageiro de Wellington chegou a Londres com a notícia da vitória. Enquanto isso, todos os tipos de rumores foram ouvidos; todos os cenários eram considerados em ruas, teatros e bares, causando pânico coletivo ou alívio.
Mas, por sua vez, não faltaram turistas. De acordo com Paul O'Kefee, eles começaram a chegar na manhã seguinte à batalha, e chegaram a alimentar um comércio considerável de souvenires.
"Desde insígnias para chapéus até espadas e pistolas podiam ser comprados nas mãos de camponeses locais", diz o especialista.
E a tradição também é lembrada no século 21. De acordo com o site oficial do bicentenário da Batalha de Waterloo, que organiza a encenação do combate na Bélgica, um chapéu para crianças pode ser comprado por cerca de US$ 17 (R$ 51), enquanto uma medalha comemorativa custa cerca de US$ 12 (R$ 36).
Os broches de Wellington e Napoleão custam a mesma coisa: cerca de US$ 9 (R$ 27).
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150621_hemorroida_napoleao_waterloo_lab
*
https://www.youtube.com/watch?v=LDB_NC3XYCw
*
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/06/18-de-junho-de-1815-napoleao-e.html
***
09 de Junho de 1815: Termina o Congresso de Viena
Termina
no dia 9 de Junho de 1815, o Congresso de Viena, cujo objectivo era a
reordenação política da Europa após as guerras napoleónicas.
No dia 18 de Setembro de 1814, chefes de Estado e de governo das grandes potências tinham-se se reunido pela primeira vez no palácio Hofburg, em Viena, para a Conferência de Paz. O Congresso de Viena foi a base de sérias decisões para a Europa. Napoleão havia sido derrotado, pondo fim à hegemonia da França no continente. Os territórios tinham de ser redistribuídos e as relações de poder, reequilibradas com base na restauração das monarquias.
O organizador do evento, que se desenrolou entre 1814 e 1815, foi o ministro austríaco dos Negócios Estrangeiros Exterior, Clemens Wenzel, príncipe de Metternich. Durante o congresso os diplomatas entregaram-se a bailes e banquetes, concertos e caçadas. À parte, os negociadores de peso definiam em privado as questões centrais.
Quatro homens tomaram as grandes decisões: Metternich; o Czar Alexander I; Visconde Castlereagh, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, e Charles de Talleyrand, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês. Castlereagh disse que não tinha ido a Viena para “coleccionar trofeus e sim para trazer o mundo de volta ao comportamento pacífico.” Para tanto o melhor caminho seria restaurar o equilíbrio de poder e evitar que as grandes potências se tornassem nem excessivamente fortes nem muito fracas.
Talleyrand, por sua vez, havia sido bispo secular no Velho Regime, apoiara a Revolução em 1789, tornara-se um dos poucos bispos a respaldar a Constituição Civil do Clero e serviu como ministro dos Negócios Estrangeiros de Napoleão. Este diplomata camaleónico era adepto de explorar as diferenças que dividiam os parceiros.
Para essas diferenças, Alexandre I contribuiu enormemente. Propôs uma parcial restauração da Polónia do século XVIII com ele próprio como monarca. A Áustria e a Prússia perderiam as suas terras naquele país. Alexandre queria o apoio da Prússia na anexação da Saxónia. Metternich e Castlereagh rejeitaram a proposta.
Talleyrand juntou-se a Metternich e Castlereagh ameaçando a Prússia e a Rússia com a guerra se não moderassem as suas exigências.
Resolvida a questão polaca, o Congresso pôde voltar-se para outras questões dinásticas e territoriais. Tronos e fronteiras deveriam ser restaurados como existiam em 1789. Na prática, a legitimidade foi ignorada uma vez que os diplomatas deram conta que não poderiam desfazer todas as mudanças provocadas pela Revolução e Napoleão.
Embora sancionassem o retorno dos tronos da França, Espanha e Nápoles, o mesmo não puderam fazer com a quantidade de Estados germânicos que desapareceram desde 1789. Os mais importantes membros da Confederação Alemã, Prússia e Áustria, províncias do reino dos Habsburgo, seriam considerados parte da Alemanha.
A Prússia, além de anexar parte da Saxónia, acrescentou o reino napoleónico da Vestefália aos seus dispersos territórios na Alemanha ocidental, criando a província do Reno. A Áustria perdeu a Bélgica que foi incorporada no reino da Holanda, porém Viena recuperou a costa oriental do mar Adriático e a antiga possessão dos Habsburgo da Lombardia.
Confirmou-se a transferência da Finlândia, da Suécia para a Rússia, compensando-se Estocolmo com a transferência da Noruega, do domínio da Dinamarca para o seu reino. Finalmente, a Grã-Bretanha recebeu a estratégica ilha de Malta e as ilhas Jónicas no mar Adriático, além de Ceilão e do Cabo da Boa Esperança e alguns pequenos postos militares franceses.
Sob o impacto da fuga de Napoleão do seu exílio na ilha de Elba, Castlereagh concebeu uma política para evitar eventual agressão francesa, fortalecendo os seus vizinhos. A norte os franceses deparariam com os belgas e holandeses unificados no reino dos Países Baixos; no nordeste, a província do Reno da Prússia; no leste a Suíça e o Piemonte. Ademais, a Quádrupla Aliança – Grã-Bretanha, Prússia, Áustria e Rússia –, formada em Novembro de 1815, concordou em usar a força, se necessário, para fazer cumprir os acordos de Viena.
No dia 18 de Setembro de 1814, chefes de Estado e de governo das grandes potências tinham-se se reunido pela primeira vez no palácio Hofburg, em Viena, para a Conferência de Paz. O Congresso de Viena foi a base de sérias decisões para a Europa. Napoleão havia sido derrotado, pondo fim à hegemonia da França no continente. Os territórios tinham de ser redistribuídos e as relações de poder, reequilibradas com base na restauração das monarquias.
O organizador do evento, que se desenrolou entre 1814 e 1815, foi o ministro austríaco dos Negócios Estrangeiros Exterior, Clemens Wenzel, príncipe de Metternich. Durante o congresso os diplomatas entregaram-se a bailes e banquetes, concertos e caçadas. À parte, os negociadores de peso definiam em privado as questões centrais.
Quatro homens tomaram as grandes decisões: Metternich; o Czar Alexander I; Visconde Castlereagh, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, e Charles de Talleyrand, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês. Castlereagh disse que não tinha ido a Viena para “coleccionar trofeus e sim para trazer o mundo de volta ao comportamento pacífico.” Para tanto o melhor caminho seria restaurar o equilíbrio de poder e evitar que as grandes potências se tornassem nem excessivamente fortes nem muito fracas.
Talleyrand, por sua vez, havia sido bispo secular no Velho Regime, apoiara a Revolução em 1789, tornara-se um dos poucos bispos a respaldar a Constituição Civil do Clero e serviu como ministro dos Negócios Estrangeiros de Napoleão. Este diplomata camaleónico era adepto de explorar as diferenças que dividiam os parceiros.
Para essas diferenças, Alexandre I contribuiu enormemente. Propôs uma parcial restauração da Polónia do século XVIII com ele próprio como monarca. A Áustria e a Prússia perderiam as suas terras naquele país. Alexandre queria o apoio da Prússia na anexação da Saxónia. Metternich e Castlereagh rejeitaram a proposta.
Talleyrand juntou-se a Metternich e Castlereagh ameaçando a Prússia e a Rússia com a guerra se não moderassem as suas exigências.
Resolvida a questão polaca, o Congresso pôde voltar-se para outras questões dinásticas e territoriais. Tronos e fronteiras deveriam ser restaurados como existiam em 1789. Na prática, a legitimidade foi ignorada uma vez que os diplomatas deram conta que não poderiam desfazer todas as mudanças provocadas pela Revolução e Napoleão.
Embora sancionassem o retorno dos tronos da França, Espanha e Nápoles, o mesmo não puderam fazer com a quantidade de Estados germânicos que desapareceram desde 1789. Os mais importantes membros da Confederação Alemã, Prússia e Áustria, províncias do reino dos Habsburgo, seriam considerados parte da Alemanha.
A Prússia, além de anexar parte da Saxónia, acrescentou o reino napoleónico da Vestefália aos seus dispersos territórios na Alemanha ocidental, criando a província do Reno. A Áustria perdeu a Bélgica que foi incorporada no reino da Holanda, porém Viena recuperou a costa oriental do mar Adriático e a antiga possessão dos Habsburgo da Lombardia.
Confirmou-se a transferência da Finlândia, da Suécia para a Rússia, compensando-se Estocolmo com a transferência da Noruega, do domínio da Dinamarca para o seu reino. Finalmente, a Grã-Bretanha recebeu a estratégica ilha de Malta e as ilhas Jónicas no mar Adriático, além de Ceilão e do Cabo da Boa Esperança e alguns pequenos postos militares franceses.
Sob o impacto da fuga de Napoleão do seu exílio na ilha de Elba, Castlereagh concebeu uma política para evitar eventual agressão francesa, fortalecendo os seus vizinhos. A norte os franceses deparariam com os belgas e holandeses unificados no reino dos Países Baixos; no nordeste, a província do Reno da Prússia; no leste a Suíça e o Piemonte. Ademais, a Quádrupla Aliança – Grã-Bretanha, Prússia, Áustria e Rússia –, formada em Novembro de 1815, concordou em usar a força, se necessário, para fazer cumprir os acordos de Viena.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Congresso de Viena por Jean-Baptiste Isabey, (1819).
Embora os representantes de todos os estados que tinham participado nas
guerras tenham sido convidados, as principais negociações foram
conduzidas pelo "Big Four" (Reino Unido,Rússia, Prússia e Áustria) e, mais tarde, por monárquicos da França
Em 1815 as fronteiras da Europa foram refeitas
***
14 de Junho de 1800: Trava-se a Batalha de Marengo
Na Batalha de Marengo (14 de junho
de 1800) as forças da Primeira República Francesa de Napoleão Bonaparte forçaram
o recuo dos Habsburgo austríacos comandados pelo general Michael von Mellas, que
havia atacado de surpresa as cercanias da cidade de Alessandria, no Piemonte,
Itália. A vitória napoleónica expulsou os austríacos do território que é hoje o
norte da Itália e aumentou o prestígio bélico do general
francês.
O exército francês dispunha
de 15 mil homens contra 20 mil do seu oponente. Os austríacos tinham uma nítida vantagem em termos de armamento e de cavalaria. Os franceses disputaram cada
centímetro de terreno,
obrigando as desorganizadas tropas austríacas a retirar momentaneamente. Às 11 horas da manhã, Napoleão, que se encontrava a alguma distância do campo de batalha, convenceu-se
que teria que enfrentar o exército austríaco. Pouco depois das 14 horas, a divisão Monnier entra em ação e expulsa o inimigo do castelo de Ceriolo. Os confrontos sucederam-se até
à noite com vitórias e derrotas de ambas as partes, porém os franceses saem vitoriosos.
No dia seguinte, Mellas assinou a Convenção de Alexandria,
que entregava a Napoleão a Alta Itália até ao Míncio. Napoleão consolidava
assim as posições francesas, e o seu feito faz-se sentir por toda a Europa pelos Tratados de Luneville (1801 - Áustria) e Amiens (1802 - Inglaterra).
Batalha
de Marengo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013.
wikipedia
(Imagens)
Batalha
de Marengo - Louis François Lejeune
***
22 de Julho de 1798: Napoleão Bonaparte conquista o Cairo
"Os
infiéis que vieram para vos combater têm unhas do comprimento de um pé,
bocas enormes e olhos assombradores. São selvagens possuídos pelo
demónio e vão unidos por correntes para os campos de batalha." Com esta
descrição, o general mameluco Ibrahim tentava usar meios psicológicos
para preparar os seus soldados para a defesa do Cairo.
Os
inimigos eram os franceses, que acabavam de chegar à margem ocidental
do rio Nilo. Eram 40 mil soldados que, apenas 19 dias antes, tinham
desembarcado em Alexandria e tomado a cidade portuária sem sofrer perdas
dignas de menção.
Era
um exército formidável, que partira da França para conquistar o Egipto.
Vinha com 400 navios, entre eles 13 de combate, 42 fragatas e 130 de
transporte, sob o comando de um general famoso: Napoleão Bonaparte.
O
Directório - poder executivo na época em Paris - havia planeado a
conquista da Inglaterra. Vendo que a marinha francesa não tinha qualquer
hipótese de derrotar a esquadra inglesa, Napoleão Bonaparte rejeitou o
plano. Em vez disso, executou um projecto que mantinha na gaveta há
muito tempo: bloquear as rotas comerciais britânicas em direcção à Ásia,
através da ocupação do Egipto e do Oriente Médio.
Em
apenas dois meses e meio, Napoleão conseguiu recrutar uma força armada
que, em vez de "exército inglês", foi chamado de "exército egípcio" e
zarpou de Toulon.
Depois
de ocupar Alexandria, Napoleão enviou um apelo aos egípcios. "Ó,
xeques, imames e oficiais da cidade: digam à vossa nação que os
franceses são amigos dos muçulmanos. Prova disso é que eles, em Roma,
destruíram o Vaticano, que sempre conclamou os cristãos à luta contra o
Islão.
Eles
também expulsaram os cavaleiros de Malta, que diziam combater os
muçulmanos em missão divina. Os franceses sempre foram amigos do sultão
otomano e inimigos dos seus inimigos. Os mamelucos negavam-se a obedecer
ao sultão e só o faziam para satisfazer sua ganância. Abençoados sejam
os egípcios que concordam connosco."
Napoleão
queria aparecer como o libertador do país, que pertencia ao Império
Otomano, mas, na realidade, era dominado pelos mamelucos. Descendentes
de escravos militares eslavos e caucasianos, os mamelucos enfrentavam
divisões internas, mas dispunham de uma poderosa cavalaria.
Também
o general francês tinha grande respeito pelos cavaleiros mamelucos, mas
percebeu logo que eles ainda usavam estratégias medievais. Assim,
deixava-os atacar primeiro, para dizimá-los à curta distância com os
mosquetes da sua infantaria.
Quando
os mamelucos finalmente bateram em retirada, deixaram para trás
milhares de mortos e feridos. Como prémio pela vitória, os franceses,
esgotados pela marcha para o Cairo, saquearam as suas vítimas. A França
tivera um saldo de apenas 29 mortos e 260 feridos.
Em
22 de Julho de 1798, o Cairo capitulou. Dois dias depois, Napoleão
entrou na cidade. Assim como acontecera em Alexandria, ele estava
decepcionado. Mas, num primeiro momento, a invasão francesa revitalizou o
interesse artístico e académico pelo Egipto. A ideia de devolver o país
ao Império Turco-Otomano (com capital em Constantinopla) foi logo
abandonada. Ao contrário: no seu avanço rumo à Palestina, os franceses
logo entrariam em conflito com os turcos.
A
suposta amizade franco-egípcia, proclamada por Napoleão, não durou
muito. Os primeiros sinais de resistência da população do Cairo foram
reprimidos sem piedade. Em Outubro, quando um confidente de Napoleão foi
assassinado por uma multidão revoltada, o general ordenou a destruição
da mesquita e universidade de Al Azhar (então com mais de 800 anos) –
até hoje, um dos principais centros de pesquisas do islamismo.
Os
franceses tiveram ainda outra surpresa desagradável: poucos dias depois
da conquista do Cairo, o almirante inglês Horatio Nelson destruiu a
frota napoleónica próximo de Alexandria, liquidando 1.700 franceses. E a
marcha napoleónica para a Palestina terminou em Akko, novamente com
pesadas perdas no lado francês.
Por
essa altura, Napoleão já havia retornado à França para assumir o poder.
O general Kléber sucedeu-lhe como comandante no Egipto, para onde as
tropas francesas foram obrigadas a recuar, sob pressão dos turcos e dos
ingleses. Kléber foi assassinado por um fanático muçulmano, num acto de
vingança pela destruição de Al Azhar.
Napoleão
havia prometido aos seus soldados que eles voltariam ricos do Egipto.
De entre os soldados, mais de um terço foram mortos no Médio Oriente; os
demais voltaram derrotados para casa. O sonho do general, de destruir o
Império Turco-Otomano, também não se tornara realidade.
Fontes: DW
wikipedia (imagens)
Napoleão no Egipto - Jean-Léon Gérôme
Principais movimentos e batalhas na conquista do Egipto (1798) pelo exército francês
O General Jean-Baptiste Kléber substituiu Napoleão Bonaparte no comando do Exército do Oriente
Napoleão no Egipto - Jean-Léon Gérôme
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/22-de-julho-de-1798-napoleao-bonaparte.html?spref=fb&fbclid=IwAR04ysUVFu2UmA5tjFn97p713rlw5k4v1yonKzbeFnn7_cF4bwIyyFB1nic*
21 de Julho de 1798: Napoleão Bonaparte vence a Batalha das Pirâmides
No dia 21 de
Julho de 1798, não distante das pirâmides de Gizé, o general Napoleão
Bonaparte derrota os mamelucos - escravos que geralmente serviam os seus
amos como criados domésticos e eventualmente eram usados como soldados
pelos califas muçulmanos e pelo Império Otomano - na chamada Batalha das
Pirâmides.
Habilmente explorada pela propaganda napoleónica, esta batalha iria dar brilho a um general vencedor, agregando-lhe um toque suplementar de exotismo e de epopeia oriental. Isto não impediu que a expedição do Egipto desembocasse num fiasco militar, o primeiro antes daquele de Santo Domingo, Espanha e Rússia. A Pedra de Roseta, posteriormente decifrada por Champollion, foi encontrada durante esta campanha. No entanto, em termos militares, a campanha foi um desastre. Houve desperdício de vidas, de dinheiro e de materiais. Não teve influência na balança do poder internacional.
Esta expedição foi decidida em 1797 pelo governo republicano do Directório após uma série de vitórias na Europa que permitiram à “Grande Nação” francesa atingir as suas “fronteiras naturais” sobre o Reno, mas não vencer a Inglaterra.
O general Napoleão Bonaparte, por força das suas vitórias na Itália, abrigava o sonho de uma expedição oriental que permitisse cortar à Inglaterra o caminho das Índias. O ministro das Relações Exteriores, Talleyrand, partilhava deste sonho. Como consequência, o Directório decide, no começo de 1798, invadir a Confederação Suíça, aliada secular da França, a fim de financiar a futura expedição do Oriente, contando com o tesouro de Berna.
Bonaparte, recentemente nomeado membro do Instituto da França, junta uma plêiade de jovens cientistas, engenheiros, artistas e humanistas. Entre eles o artista aventureiro Vivant Denon, que obtém aos 51 anos a oportunidade da sua vida, o matemático Gaspard Monge e o naturalista Geoffroy Saint-Hilaire.
A frota zarpa de Toulon no dia 19 de Maio com um total de 54 mil homens. Toma de passagem a ilha de Malta. Três séculos antes, a ilha havia sido confiada por Carlos V aos Cavaleiros da Ordem Hospitalária de São João de Jerusalém, denominada em seguida de Rhodes e depois de Malta.
Por fim, o corpo expedicionário desembarca em Alexandria no dia 2 de Julho, após ter escapado quase por milagre da perseguição da frota britânica comandada por Nelson. O Egipto, sob a autoridade nominal do sultão de Istambul, era então dominado por uma casta militar, os mamelucos. Apressado em concluir a expedição, Bonaparte dirige-se de Alexandria ao Cairo pelo caminho mais curto, através do deserto.
Habilmente explorada pela propaganda napoleónica, esta batalha iria dar brilho a um general vencedor, agregando-lhe um toque suplementar de exotismo e de epopeia oriental. Isto não impediu que a expedição do Egipto desembocasse num fiasco militar, o primeiro antes daquele de Santo Domingo, Espanha e Rússia. A Pedra de Roseta, posteriormente decifrada por Champollion, foi encontrada durante esta campanha. No entanto, em termos militares, a campanha foi um desastre. Houve desperdício de vidas, de dinheiro e de materiais. Não teve influência na balança do poder internacional.
Esta expedição foi decidida em 1797 pelo governo republicano do Directório após uma série de vitórias na Europa que permitiram à “Grande Nação” francesa atingir as suas “fronteiras naturais” sobre o Reno, mas não vencer a Inglaterra.
O general Napoleão Bonaparte, por força das suas vitórias na Itália, abrigava o sonho de uma expedição oriental que permitisse cortar à Inglaterra o caminho das Índias. O ministro das Relações Exteriores, Talleyrand, partilhava deste sonho. Como consequência, o Directório decide, no começo de 1798, invadir a Confederação Suíça, aliada secular da França, a fim de financiar a futura expedição do Oriente, contando com o tesouro de Berna.
Bonaparte, recentemente nomeado membro do Instituto da França, junta uma plêiade de jovens cientistas, engenheiros, artistas e humanistas. Entre eles o artista aventureiro Vivant Denon, que obtém aos 51 anos a oportunidade da sua vida, o matemático Gaspard Monge e o naturalista Geoffroy Saint-Hilaire.
A frota zarpa de Toulon no dia 19 de Maio com um total de 54 mil homens. Toma de passagem a ilha de Malta. Três séculos antes, a ilha havia sido confiada por Carlos V aos Cavaleiros da Ordem Hospitalária de São João de Jerusalém, denominada em seguida de Rhodes e depois de Malta.
Por fim, o corpo expedicionário desembarca em Alexandria no dia 2 de Julho, após ter escapado quase por milagre da perseguição da frota britânica comandada por Nelson. O Egipto, sob a autoridade nominal do sultão de Istambul, era então dominado por uma casta militar, os mamelucos. Apressado em concluir a expedição, Bonaparte dirige-se de Alexandria ao Cairo pelo caminho mais curto, através do deserto.
Chegou enfim o
confronto decisivo com as tropas de Mourad Bey, ao lado das pirâmides. A
batalha dura apenas duas horas. Com o seu senso de propaganda, o
general inventa, a propósito desta jornada, o célebre discurso:
“Soldados, pensem que do alto dessas pirâmides, quarenta séculos vos
contemplam!” Era o ponto culminante da expedição ao Egipto.
O general Louis Desaix perseguiu os fugitivos até ao Alto Egipto, completando a submissão do país.
Prisioneiro das suas conquistas, Napoleão só queria de lá partir, o mais rápido possível. Isto ocorreria em 8 de Outubro de 1799, quando desembarca em Frejus, localizada na Costa Azul da França. O infeliz exército do Egipto rendeu-se aos ingleses em 31 de Agosto de 1801.
O general Louis Desaix perseguiu os fugitivos até ao Alto Egipto, completando a submissão do país.
Prisioneiro das suas conquistas, Napoleão só queria de lá partir, o mais rápido possível. Isto ocorreria em 8 de Outubro de 1799, quando desembarca em Frejus, localizada na Costa Azul da França. O infeliz exército do Egipto rendeu-se aos ingleses em 31 de Agosto de 1801.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Batalha das Pirâmides - Antoine Jean Gros
Batalha das Pirâmides - François-Louis-Joseph Watteau
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