O CEERIA lançou no final do mês de Outubro a primeira pedra do Centro de Atividades Ocupacionais e Lar Residencial.
O presidente da Direção, José Belo, afirmou que apesar do Centro de Educação Especial de Alcobaça não poder deixar passar esta oportunidade de obter o apoio dos fundos públicos – que comparticipam em quase dois terços os 1,5 milhões de euros necessários -, o facto de se viverem dias difíceis, do ponto de vista económico, deixa algumas incertezas quanto ao futuro.
“Trata-se de um risco calculado, mas mesmo assim de conjuntura difícil, tendo em conta o estado da economia pública e privada do país”, afirmou.
Paulo Inácio, presidente da Câmara de Alcobaça, que assistiu à cerimónia, referiu, por sua vez, ser “tradição” que o município apoie em 10 por cento o custo de obras de interesse público ou coletivo.
“O processo ainda está a ser avaliado, até porque a comparticipação da autarquia poderá traduzir-se também na oferta de materiais de construção”, disse.
Caberá à Instituição CEERIA custear cerca de 600 mil euros da empreitada, cujo prazo de conclusão é de 24 meses, e que está já em curso na Quinta das Freiras.
José Belo mostra-se confiante na ajuda do município e dos alcobacenses, que ”em 35 anos de existência do CEERIA sempre se mostraram generosos para com a instituição”.
O novo Centro de Atividades Ocupacionais poderá receber 24 utentes. Se tudo correr dentro do previsto, ficará pronto em 24 meses.
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tintafresca.net:
Alcobaça
CEERIA lançou primeira pedra do futuro lar residencial e centro de actividades ocupacionais
Fernando Gonçalves, Paulo Inácio e José Belo
O CEERIA - Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça lançou, no dia 29 de Outubro, a primeira pedra do futuro lar residencial e centro de actividades ocupacionais, na Quinta das Freiras, em Chiqueda. O edifício, que deverá ser inaugurado dentro de dois anos, representa um investimento de 1,6 milhões de euros, dos quais 973 mil provenientes de fundos comunitários, através do programa Programa Operacional Potencial Humano (POPH), e 640 mil de fundos próprios e da comunidade.
A cerimónia contou com a presença do director do Centro Distrital de Leiria da Segurança Social, Fernando Gonçalves, do presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Paulo Inácio, do presidente da direcção do CEERIA, José Belo, do director técnico do CEERIA, Luís Rodrigues, e dos deputados Manuel Isaac e Valter Ribeiro.
A apresentação do projecto esteve a cargo de Luís Rodrigues, que realçou o facto do edifício, desenhado pela arquitecta Elisabete Mendes, da Câmara Municipal de Alcobaça, ter apenas um piso e estar rodeado de espaços verdes, nomeadamente, o Parque dos Monges, o que constitui uma mais-valia para os utentes. O edifício tem capacidade para 24 utentes, sobretudo, aqueles que apresentam maiores limitações a nível mental e de mobilidade.
Isidro Alves e Alexandre Alves
O centro de actividades ocupacionais terá diversas valências, entre as quais sala sensorial, sala de musicoterapia, piscina terapêutica, sala de massagem e fisioterapia, e ginásio, para actividades de psicomotricidade e terapia ocupacional.
Por sua vez, o lar terá duas alas, cada uma com cinco quartos duplos e dois individuais, além de refeitório, lavandaria, sala de coordenação, armazém e zona técnica.
José Ferreira Belo recordou que o CEERIA nasceu em 1976, tendo-se instalado na Rua do Castelo, em Alcobaça, no palacete que ainda hoje serve de sede da instituição. Posteriormente foram adquiridos edifícios anexos, que melhoraram muito a qualidade de atendimento e as condições de trabalho dos técnicos, embora ainda longe do ideal.
Paulo Inácio e José Belo lançam primeira pedra
Em declarações ao Tinta Fresca, José Belo admitiu que “em período de crise económica e financeira, naturalmente que lançamos este empreendimento com algum receio”, mas “há uma comparticipação pública que nós não poderíamos perder, até porque é bastante elevada. Para a componente do investimento que é do CEERIA e, embora tenhamos algumas poupanças, contamos também com o apoio da Câmara e, sobretudo, com as empresas e cidadãos do concelho de Alcobaça. O CEERIA é uma instituição da comunidade e, naturalmente, é para ela que trabalha e, por isso, contamos com o apoio de Alcobaça que tem sido, aliás, extremamente generosa com a instituição.”
O dirigente alertou contudo que "uma instituição como a nossa pode ter boas instalações, mas o que nos interessa é a integração social e boas instalações só por si não produzem integração social. A inclusão social é uma tarefa da comunidade e um modo de estar da comunidade e o CEERIA procura dar um contributo permanentemente para esse modo de estar. Ele já é hoje muito bom em Alcobaça, por actividade do CEERIA e por aquilo que a comunidade alcobacense tem interiorizado, mas é um caminho que nunca está completo. As pessoas com deficiência têm de estar plenamente integradas na sociedade e de poder exercer os seus direitos civis e políticos, ter acesso ao trabalho e a uma habitação condigna”.
Para cobrir o valor em falta, o CEERIA irá lançar uma campanha de angariação de fundos. Os 24 novos utentes ir-se-ão juntar aos 16 utentes que a instituição já aloja em dois apartamentos no Lameirão, um dos quais deverá ser desactivado por falta de condições logísticas. José Belo recordou que o CEERIA começou por apoiar crianças, mas 35 anos depois os mesmos utentes já têm 40 ou 50 anos, estando os pais preocupados com futuro dos seus filhos, quando já não estiverem vivos.
Sessão terminou com o hino do CEERIA
Por sua vez, Fernando Gonçalves admitiu que o concelho de Alcobaça foi penalizado nos últimos anos em termos de fundos comunitários, uma vez que a taxa de cobertura de equipamentos sociais já estava próximo dos 100% e a prioridade do programa PARES foi para outros concelhos mais carenciados. Contudo, na modalidade de equipamento, a decisão cabe apenas ao director do Centro Distrital de Leiria da Segurança Social e Fernando Gonçalves não teve dúvidas em atribuir a verba ao novo projecto do CEERIA, que irá criar 17 empregos directos e 10 indirectos.
A finalizar, Paulo Inácio lembrou os investimentos recentes no concelho na área social, nomeadamente, o Centro Paroquial de Alfeizerão, já inaugurado, os lares residenciais da Benedita, do Casal Pardo e do Centro Cénico da Cela, a que se juntará um lar residencial privado na Vestiria, que está quase concluído. O edil elogiou os irmãos Alexandre e Isidro Alves por terem doado o terreno ao CEERIA e congratulou-se pela construção das novas instalações da instituição, garantindo que “o concelho de Alcobaça tem muito orgulho no CEERIA.”
O autarca assegurou que, dentro de dois anos, o concelho de Alcobaça passará a ter uma rede social forte, embora defenda que os idosos devem permanecer nas suas casas o maior tempo possível. Paulo Inácio recordou que a Câmara Municipal de Alcobaça irá disponibilizar apoio domiciliário e de cuidados primários de saúde através do projecto “Alcobaça Amiga”, além de um serviço de pequena reparações domésticas para idosos carenciados, para que os idosos possam permanecer nas suas casas com dignidade.
Mário Lopes
06-11-2011