Sempre assim o fizera pensando na possibilidade de um assalto da polícia à casa e na necessidade de ter todos os materiais num só sítio para mais rapidamente os inutilizar ou, caso tempo houvesse, pegar neles e abalar. Fizera isso durante anos e mantivera sempre a disciplina necessária para nunca deixar de o fazer. Às vezes os camaradas referiam com certa ironia aquilo a que chamavam um “excesso de arrumação e de precaução”. O momento chegara e o esforço tenaz de anos inteiros fora compensado. A polícia ocupava a casa, mas os materiais sorriam ali naquela cesta.”
- excerto de «Até amanhã, Camaradas»
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A 10 Nov de 1913 nasceu o grande Álvaro Cunhal
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postei a 20aGOSTO2018...o EXTRAORDINÁrio CAMARADA Álvaro Cunhal para além da luta política tem uma extraordinária obra em desenhos e pinturas...
https://www.facebook.com/leme.pt/photos/a.651393988207757/2486412288039242/?type=3&theater
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30abril1974
regresso de Álvaro Cunhal a Portugal
no aeroporto interveio para defender 5 pontos prioritários:
"1. Consolidar e tornar irreversíveis os resultados alcançados pelo Movimento das Forças Armadas de 25 de Abril e nos cinco dias desde então decorridos;
2. Alcançar todas as liberdades democráticas, incluindo a da acção legal dos partidos políticos, e assegurar o seu exercício;
3. Pôr fim imediato à guerra colonial;
4. Alcançar a satisfação das reivindicações mais imediatas das massas trabalhadoras;
5. Assegurar a realização de eleições verdadeiramente livres para a Assembleia Constituinte."
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20aGOSTO2018..postei:
O extraordináRIO camarada Álvaro Cunhal além da sua luta política deixou obras de arte notáveis...
https://www.facebook.com/leme.pt/photos/a.651393988207757/2486412288039242/?type=3&theater
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6mar2017
https://www.facebook.com/960198530674380/photos/a.960209104006656.1073741828.960198530674380/1585178244843069/?type=3&theater
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"Os imperialistas estrangeiros têm nas suas mãos os principais recursos nacionais, predominam no mercado interno e dominam o comércio externo, vendem-nos caro e compram-nos barato, pilham as nossas riquezas, exploram o nosso trabalho e reduzem Portugal à condição de um país dependente e semicolonial."
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“Se todo o aborto é um mal, a clandestinização do aborto é uma catástrofe.”
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=599738256770521&set=a.113367988740886.18583.100002030573081&type=1&theater
«Discursos», 1980)
«É uma visão idílica imaginar que o Mercado Comum é uma associação de países ricos e filantrópicos, prontos a ajudar os países mais atrasados. O PCP tem assumido a defesa das relações económicas e comerciais com a CEE. Mas tem considerado que uma integração provocaria ainda maiores dificuldades à economia portuguesa… Os países do Mercado Comum defendem os seus interesses próprios e por eles estão prontos a sacrificar os interesses dos outros. Mesmo quando admitem o alargamento da comunidade a Portugal, Espanha e Grécia, não é para ajudarem os países que estão de fora mas para que a entrada destes sirva os interesses dos nove que já estão lá dentro... Nós, comunistas, não aceitamos que as decisões acerca dos problemas nacionais caibam ao imperialismo, caibam ao estrangeiro!»
«Discursos», 1980)
«É uma visão idílica imaginar que o Mercado Comum é uma associação de países ricos e filantrópicos, prontos a ajudar os países mais atrasados. O PCP tem assumido a defesa das relações económicas e comerciais com a CEE. Mas tem considerado que uma integração provocaria ainda maiores dificuldades à economia portuguesa… Os países do Mercado Comum defendem os seus interesses próprios e por eles estão prontos a sacrificar os interesses dos outros. Mesmo quando admitem o alargamento da comunidade a Portugal, Espanha e Grécia, não é para ajudarem os países que estão de fora mas para que a entrada destes sirva os interesses dos nove que já estão lá dentro... Nós, comunistas, não aceitamos que as decisões acerca dos problemas nacionais caibam ao imperialismo, caibam ao estrangeiro!»
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É BOM LEMBRAR
O ESSENCIAL
É BOM LEMBRAR
O ESSENCIAL
https://www.marxists.org/portugues/cunhal/2001/09/15.htm
As Seis Características Fundamentais de um Partido Comunista
Álvaro Cunhal
15 de Setembro de 2001
Primeira Edição: Intervenção enviada ao Encontro Internacional sobre a "Vigencia y actualización del marxismo", organizado pela Fundación Rodney Arismendi , em Montevideo, de 13 a 15 de Setembro de 2001, por ocasião do 10º aniversário da sua constituição. O Encontro abordou três grandes temas: "Una concepción y un método para enfrentar los desafíos del nuevo milenio"; "Democracia, democracia avanzada y socialismo"; "Por la unidad de la izquierda a la conquista del gobierno".
Fonte: Portal Vermelho.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, fevereiro 2008.
Fonte: Portal Vermelho.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, fevereiro 2008.
O quadro das forças revolucionárias existentes no mundo alterou-se nas últimas décadas do século XX.
O movimento comunista internacional e os partidos seus componentes sofreram profundas modificações em resultado da derrocada da URSS e de outros países socialistas e do êxito do capitalismo na competição com o socialismo.
Houve partidos que renegaram o seu passado de luta, a sua natureza de classe, o seu objectivo de uma sociedade socialista e a sua teoria revolucionária. Em alguns casos, tornaram-se partidos integrados no sistema e acabaram por desaparecer.
Esta nova situação no movimento comunista internacional abriu na sociedade um espaço vago no qual tomaram particular relevo outros partidos revolucionários que, nas condições concretas dos seus países, se identificaram com os partidos comunistas em aspectos importantes e por vezes fundamentais dos seus objectivos e da sua acção.
Por isso, quando se fala hoje do movimento comunista internacional, não se pode, como em tempos se fez, colocar uma fronteira entre partidos comunistas e quaisquer outros partidos revolucionários. O movimento comunista passou a ter em movimento uma nova composição e novos limites .
Estes acontecimentos não significam que partidos comunistas, com a sua identidade própria, não façam falta à sociedade. Pelo contrário. Com as características fundamentais da sua identidade, partidos comunistas são necessários, indispensáveis e insubstituíveis , tendo em conta que assim como não existe um “modelo” de sociedade socialista, não existe um “modelo” de partido comunista.
Entretanto, com diferenciadas respostas concretas a situações concretas, podem apontar-se seis características fundamentais da identidade de um partido comunista, tenha este ou outro nome.
1ª - Ser um partido completamente independente dos interesses, da ideologia, das pressões e ameaças das forças do capital.
Trata-se de uma independência do partido e da classe, elemento constitutivo da identidade de um partido comunista. Afirma-se na própria acção, nos próprios objectivos, na própria ideologia.
A ruptura com essas características essenciais em nenhum caso é uma manifestação de independência mas, pelo contrário, é, em si mesma, a renúncia a ela.
2ª - Ser um partido da classe operária, dos trabalhadores em geral, dos explorados e oprimidos .
Segundo a estrutura social da sociedade em cada país, a composição social dos membros do partido e da sua base de apoio pode ser muito diversificada. Em qualquer caso, é essencial que o partido não esteja fechado em si, não esteja voltado para dentro, mas, sim voltado para fora, para a sociedade, o que significa, não só mas antes de mais, que esteja estreitamente ligado à classe operária e às massas trabalhadoras.
Não tendo isto em conta, a perda da natureza de classe do partido tem levado à queda vertical da força de alguns e, em certos casos, à sua autodestruição e desaparecimento.
A substituição da natureza de classe do partido pela concepção de um “partido dos cidadãos” significa ocultar que há cidadãos exploradores e cidadãos explorados e conduzir o partido a uma posição neutral na luta de classes – o que na prática desarma o partido e as classes exploradas e faz do partido um instrumento apendicular da política das classes exploradoras dominantes.
3ª - Ser um partido com uma vida democrática interna e uma única direcção central.
A democracia interna é particularmente rica em virtualidades nomeadamente: trabalho colectivo, direcção colectiva, congressos, assembleias, debates em todo o partido de questões fundamentais da orientação e acção política, descentralização de responsabilidades e eleição dos órgãos de direcção central e de todas as organizações.
A aplicação destes princípios tem de corresponder à situação política e histórica em que o partido actua.
Nas condições de ilegalidade e repressão, a democracia é limitada por imperativo de defesa. Numa democracia burguesa, as apontadas virtualidades podem conhecer, e é desejável que conheçam, uma muito vasta e profunda aplicação.
4ª - Ser um partido simultaneamente internacionalista e defensor dos interesses do país respectivo.
Ao contrário do que em certa época foi defendido no movimento comunista, não existe contradição entre estes dois elementos da orientação e acção dos partidos comunistas.
Cada partido é solidário com os partidos, os trabalhadores e os povos de outros países. Mas é um defensor convicto dos interesses e direitos do seu próprio povo e país. A expressão “partido patriótico e internacionalista” tem plena actualidade neste findar do século XX. Pode, na atitude internacionalista, incluir-se, como valor, a luta no próprio país e, como valor para a luta no próprio país, a relação de solidariedade para com os trabalhadores e os povos de outros países.
5ª - Ser um partido que define, como seu objectivo, a construção de uma sociedade sem explorados nem exploradores, uma sociedade socialista.
Este objectivo tem também plena actualidade. Mas as experiências positivas e negativas da construção do socialismo numa série de países e as profundas mudanças na situação mundial, obrigam a uma análise crítica do passado e a uma redefinição da sociedade socialista como objectivo dos partidos comunistas .
6ª - Ser um partido portador de uma teoria revolucionária, o marxismo-leninismo, que não só torna possível explicar o mundo, como indica o caminho para transformá-lo.
Desmentindo todas as caluniosas campanhas anticomunistas, o marxismo-leninismo é uma teoria viva, antidogmática, dialéctica, criativa , que se enriquece com a prática e com as respostas que é chamada a dar às novas situações e aos novos fenómenos. Dinamiza a prática, enriquece-se e desenvolve-se criativamente com as lições da prática.
Marx no “O Capital” e Marx e Engels no “Manifesto do Partido Comunista” analisaram e definiram os elementos e características fundamentais do capitalismo. O desenvolvimento do capitalismo sofreu porém, na segunda metade do século XIX, uma importante modificação. A concorrência conduziu à concentração e a concentração ao monopólio.
Deve-se a Lénine, na sua obra “O imperialismo, fase superior do capitalismo”, a definição do capitalismo nos finais do século XIX.
Extraordinário valor têm estes desenvolvimentos da teoria. E igual valor têm a investigação e a sistematização dos conhecimentos teóricos.
Numa síntese de extraordinário rigor e clareza, um célebre artigo de Lénine indica “as três fontes e as três partes constitutivas do marxismo”.
Na filosofia, o materialismo-dialéctico, tendo no materialismo histórico a sua aplicação à sociedade.
Na economia política, a análise e explicação do capitalismo e da exploração, cuja “pedra angular” é a teoria da mais-valia.
Na teoria do socialismo, a definição de uma sociedade nova com a abolição da exploração do homem pelo homem.
Ao longo do século XX, acompanhando as transformações sociais, novas e numerosas reflexões teóricas tiveram lugar no movimento comunista. Porém, reflexões dispersas, contraditórias, tornando difícil distinguir o que são desenvolvimentos teóricos, do que é o afastamento revisionista de princípios fundamentais.
Daí o carácter imperativo de debates, sem ideias feitas nem verdades absolutizadas, procurando, não chegar a conclusões tidas por definitivas, mas aprofundar a reflexão comum.
É de esperar que o Encontro Internacional na Fundação Rodney Arismendi de Setembro do ano corrente dê uma contribuição positiva para que este objectivo seja alcançado.
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Álvaro Cunhal dizia em 30 Abril de 1974:
"Unidos como os dedos das mãos, firmes, confiantes, vigilantes em relação à reacção que pode vir do passado, olhos no futuro.
Avante para a conquista definitiva da liberdade!"
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“Nada mais prejudicial à criação artística que a submissão a ordens burocráticas ou patronais impondo à iniciativa do criador parâmetros estreitos que cortem a imaginação e o sonho.
Um partido como o nosso, capaz de todos os sacrifícios para libertar o homem, luta necessariamente também para libertar o artista. Quando a própria revolução é a realização de sonhos milenários, como poderia o nosso Partido, força revolucionária que é cortar as asas ao sonho?”
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PARTIDO COM PAREDES DE VIDRO
.
Destina-se este livro tanto aos membros do Partido como àqueles que de fora o observam. Para os membros do Partido, o interesse estará em serem abordados muitos dos traços característicos e típicos da actividade partidária no terreno da ideologia, da acção política, do estilo de trabalho, do funcionamento e da vida interna. O PCP possui ricas experiências, institucionalizadas entretanto apenas pela força da prática, por tratamento político e ideológico disperso e pelo empenhamento criativo dos militantes. Considerou-se útil que tais experiências de validade já demonstrada não corram o risco de lhes ser atribuído apenas valor conjuntural, antes se traduzam em princípios que possam informar a orientação e a prática futuras. Para aqueles que de fora observam o PCP e queiram com seriedade formar uma opinião sobre ele, decerto interessa saber como os comunistas concebem, constroem, explicam e desejam o seu próprio Partido. Propomo-nos dizer com verdade como somos, como pensamos, como actuamos, como lutamos, como vivemos, nós, os comunistas portugueses. Tudo será dito, tornando transparentes as paredes do nosso Partido, de forma a que quem está de fora possa observar o Partido como que através de paredes de vidro. De dentro para nós, comunistas, de fora para quem nos observa, o PCP é uma sólida realidade na sociedade portuguesa. Partido que confia no povo e no qual grande parte do povo confia. Partido que olha o seu futuro com confiança, porque com confiança olha o futuro do povo português e de Portugal.
**
"Donde nos vem a nós, comunistas portugueses, esta alegria de viver e de lutar? O que nos leva a considerar a actividade partidária como um aspecto central da nossa vida? O que nos leva a consagrar tempo, energias, faculdades, atenção, à actividade do Partido?
O que nos leva a defrontar, por motivo das nossas ideias e da nossa luta, todas as dificuldades e perigos, a arrostar perseguições, e, se ...as condições o impõem, a suportar torturas e condenações e a dar a vida se necessário?
A alegria de viver e de lutar vem-nos da profunda convicção de que é justa, empolgante e invencível a causa por que lutamos.
O nosso ideal, dos comunistas portugueses, é a libertação dos trabalhadores portugueses e do povo português de todas as formas de exploração e opressão."
***
"Uma qualidade essencial num dirigente comunista é a consciência de que tem sempre de aprender, tem de enriquecer a sua experiência, tem sempre de saber ouvir as organizações e os militantes que dirige.
E, quando se fala em ouvir, não se trata apenas de ouvir num gesto formal, protocolar e condescendente. Não se trata de receber passivamente e registar por obrigação o que os outros dizem. Trata-se de conhecer, de aproveitar e de aprender com a informação, a opinião e a experiência dos outros. Trata-se eventualmente de modificar ou rectificar a opinião própria em função dessa informação, opinião e experiência."
Álvaro Cunhal
In: "O Partido com paredes de vidro"
Edições Avante, 1985, pg.124
***
via J.Pedro Namora - facebook
"...Exemplos flagrantes depois do 25 de Abril é o sistemático silêncio ou a grosseira deturpação das posições do PCP pelos grandes meios de comunicação social controlados pelo governo e a incriminação e condenação como caluniadores daqueles que com inteira verdade desvendam casos gravíssimos de corrupção nas mais altas esferas.
O amor pela verdade pode temporariamente custar caro a quem o exercita. Mas a verdade acaba por triunfar da mentira.
A política da mentira está condenada à derrota final. É à política da verdade que o futuro pertence."
Álvaro Cunhal, in O Partido Com Paredes de Vidro
(quem quiser o livro digitalizado, posso enviá-lo via mail:)
rogeriommr@gmail.com
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10noVEMbro2013
hj é dia do meu cAMARada ÁLVARO CUNHAL...dia dos 100 anos do seu nascimento..."O que morreu é o primeiro a estar de pé ao nosso lado"
"A situação mundial
impõe cada vez mais a compreensão, a solidariedade
recíproca, acções comuns ou convergentes
na luta contra o imperialismo."
https://www.facebook.com/lidia.ferraz/posts/535980643161975
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Álvaro Cunhal - 100º aniversário do seu nascimento - 10/11/1913
O ARTISTA - Desenhos da prisão
bela jornada do PCP...(...) Um ideal que Álvaro Cunhal prestigiou e honrou com toda a sua exaltante vida feita de verticalidade, coerência, coragem e de ininterrupta luta na procura dos caminhos da vitória sobre a injustiça e as desigualdades e na concretização desse sonho milenar da construção de uma sociedade liberta da exploração do homem pelo outro homem!
Esse sonho avançado que este Partido Comunista Português transporta e transportará para se tornar um dia realidade, porque essa é a razão suprema da sua luta!
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14ag2011
Vou tentar digitalizar AQUI textos do grande comunista
que me chegaram
pela via do meu amigo Rosa, da Vestiaria,
com dedicatória carinhosa po eu ser "um grande amigo, sempre presente nos concertos da banda da Vestiaria."
na "Grande reportagem 253" - Nov 2005
1 alegoria de Álvaro Cunhal
HISTÓRIA DO PAÍS DO FUMO E DAS FORNALHAS
a - Em tempos houvera um rei que falava com os pobres e lhes dava pancada nas costas. Também vivia na riqueza. Mas os pobres começaram a pensar que aquilo não estava certo. Eles nas fornalhas, no fumo e na miséria. E o rei nas amplas salas dos palácios, sem nada fazer. E começou a crescer o número dos descontentes. Crescia, crescia. E o rei teve medo. E aumentava, aumentava o número de de fardas no país do fumo e das fornalhas. E um dia deixou de falar com vozes mansas e de dar pancadas nas costas dos pobres. Passou a falar com voz de trovão e a chicotear.
b - Então houve alguém que disse: " O rei procedeu assim porque os pobres eram fracos e nada foram capazes de fazer." Mas alguns pobres não estiveram de acordo com a explicação. E um deles. mais velho e experiente, disse-lhes: " Não, meis amigos. Se a passagem à violência é uma prova da nossa fraqueza, também é uma prova de fraqueza do rei. Porque ele não pode continuar a subjugar-nos com as suas doces falas e com as suas pancadas nas costas. Por isso chamou a brutalidade em seu auxílio."
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23jan2011
(há dias estive a jantar com Jerónimo de Sousa...Também caminhei em várias iniciativas com Carlos Carvalhas...E tive o privilégio de estar em comício e em almoço lado-a-lado com o grande ÁLVARO CUNHAL!!!)
(...)Não se trata de olhar para trás e perguntar com angústia: «que fiz? que fiz?» Trata-se de olhar em frente e perguntar com confiança e serenidade:
«que poderei ainda fazer?» Não é só um exame de consciência que urge fazer: é também um apelo à consciência! (…)
A felicidade só pode existir como um atributo de toda uma vida. Só a satisfação pela vida que se vive poderá tornar feliz. Há então que não subordinar as acções ao alcance dum prazer. Mas antes amoldar a ideia de felicidade à vida que se vive. Quando não nos sentimos meros joguetes da evolução mas, pelo contrário, sentimos que, mesmo ao de leve, as nossas energias modificam o seu ritmo. Quando sabemos ser leais, rectos e solidários. Quando amamos profunda e extensamente e nos sentimos capazes de sacrificadas demonstrações do nosso amor. Somos felizes porque não desejamos outra vida, porque sentimos preenchida a própria função humana. A felicidade só existe assim como condição da consciência da própria utilidade. Não dispersar actividades. Proceder com um critério. Ser coerente em todas as atitudes. Agir com uma só linha de conduta. Ter fé na própria vontade, embora aceitando as suas determinantes. Convicção de impotência e felicidade excluem-se.
Assim far-se-á da própria vida uma vida feliz. Feliz nas horas de ascenso e nas horas de derrota. Feliz na alegria e na tristeza. Porque, na felicidade, prazer e dor interpenetram-se. Até o estertor final pode conduzir à felicidade pela convicção de que se morre bem. Não pode haver felicidade sem dor, porque esta é inseparável da vida. Que se sofra! Mas que as vontades saibam amordaçar o sofrimento para triunfar. E para isso, é necessário forjar nos peitos o desinteresse pessoal por prazeres efémeros, a rijeza de aço para lutar, o esclarecimento das exigências dos sentidos. Através da dor e da angústia, corações ao alto!
Se a felicidade é dada pela satisfação da linha de conduta, pela satisfação de que se procede bem, nada, nada, nem os gritos da própria carne esfacelada, nem lágrimas de emoção, nem a revolta instante e desesperada, pode destruí-la. Porque, acima dos próprio gritos, das próprias lágrimas, do próprio desespero, fica sempre a certeza duma vida voluntariosa e independente ou – se se preferir a expressão – recta, leal, digna.
ÁLVARO CUNHAL, 1939
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16jun2010
em
http://www.pcp.pt/alvaro-cunhal
encontramos muita informação sobre o Álvaro Cunhal!!!
Recordo 2 momentos em que estive ao lado dele:
1º comício em que participei em 1980, no cine-teatro...
no cccela em 1985...quando ele veio mostrar e contar onde esteve clandestino, na casa da Quinta da Cova da Fonte, bem no centro da Vila da Cela!
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12jun2010
respiguei de http://www.pcp.pt/
"No âmbito do ciclo de iniciativas “Álvaro Cunhal: uma vida dedicada aos trabalhadores e ao povo, ao ideal e projecto comunistas”, o PCP disponibiliza em formato digital, a partir do próximo domingo, dia 13, no seu Sítio na Internet, o livro «O Partido com Paredes de Vidro», quando passam 25 anos sobre a sua primeira edição.
Com esta iniciativa, que contará também com um debate a decorrer no próximo dia 14, na Casa do Alentejo, em Lisboa e que contará com a presença de Jerónimo de Sousa, pretende-se divulgar e promover esta obra de Álvaro Cunhal que constitui uma das mais significativas e valiosas contribuições de sempre sobre as características do partido comunista, a partir da experiência do PCP, sobre o ideal e o projecto comunistas, afirmando-se como uma obra de grande importância na situação actual e para projectar os caminhos do futuro."
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11.11.2009
A 10 Nov de 1913 nasceu o grande Álvaro Cunhal
e é dia do 30º anivº
respiguei de www.pcp.pt
JCP 30 Anos: "Transformar a vida, construir o futuro"
Terça, 10 Novembro 2009
Sob o lema “Transformar a vida, construir o futuro”, comemora-se hoje o 30º aniversário da JCP, dia assinalado pela organização através do lançamento público de um livro que, de forma ilustrada e documentada, percorre os principais momentos destas três décadas. Esta iniciativa, em que apresentação do livro foi feita por Hugo Garrido (membro do secretariado da Direcção Nacional da JCP) e David Pereira (membro da Direcção Nacional da JCP), é a primeira de várias outras já agendadas para os próximos dias e semanas.Das iniciativas futuras de comemoração do aniversário da JCP, destaca-se a realização de uma grande iniciativa de âmbito nacional, no próximo Sábado (14 de Novembro), que terá lugar na Voz do Operário (Lisboa) e contará com a presença do Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
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13fev2009
(Acabei de ler no II Tomo das obras escolhidas de Álvaro Cunhal.)
Cunhal estava preso na Cadeia Penitenciária de Lisboa...(eu estava quase a nascer: 22.3.1951!!!)
(...)
Mouzinho, escrevendo decretos numa ilha isolada primeiro, numa cidade cercada depois, demitido antes da vitória militar, não fez mais que interpretar justamente as necessidades sociais(...)
Estudar todo esse atordoador emaranhado de conflitos que é o séc.XIX; determinar as linhas fundamentais da evolução nesse período; definir em que sentido e como se operaram as transformações da sociedade portuguesa; arrumar e classificar os homens não apenas segundo as suas palavras ou intenções declaradas, mas segundo os reais resultados da sua actuação (incluindo naturalmente a ideológica) e os interesses por esta servidos - é trabalho que (creio eu) está por fazer...
(...) julgar de um livro como Herculano e o Liberalismo (...)
Além do mais, trabalhar sozinho na floresta quase virgem do séc. XIX, com todos os seus mistérios e todas as ntos indispensáveis nem dispor, ao memso tempo, de um grande conjunto de livros e tudo é feito à base de apontamentos e mais apontamentos - é necessário trabalhar dez vezes mais.
(...) E já que estou falando nos meus estudos aqui vos peço para me trazerdes...Torga, ...Lã e a neve que ainda não li? suas armadilhas para o estudioso desprevenido, seria condenar-se irremediavelmente a numerosos insucessos, se não a um fracasso total. (...)
Este livro sobre Herculano é um subsídio útil, mas é extremamente pouco para aquilo que a ansiedade de saber exige.
(...)
Talvez que esta noite sonhe com o Herculano e talvez que amanhã ao acordar me dê vontade de rir. Depois lançar-me-ei de novo aos números. Para aproveitar alguma coisa, quando a regra normal é livro que passa não volta, e se não pode rever uma página que de momento ocorre, nem confrontar todos os elementos indispensáveis nem dispor, ao memso tempo, de um grande conjunto de livros e tudo é feito à base de apontamentos e mais apontamentos - é necessário trabalhar dez vezes mais.
(...) E já que estou falando nos meus estudos aqui vos peço para me trazerdes...Torga, ...Lã e a neve que ainda não li?
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