12/05/2013

6.538.(12maio2013.8.29') Sobre o regresso dos exames ao 4º ano de escolaridade...

Discordo do regresso dos exames ao 4º ano...
Há tanta disparidade de condições...
Mas reparo como tanta gente adere, sem questionar...
Os rankings e a competição dominam o primado da pedagogia!!!
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Viva Paulo Freire:
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O exame da 4.ª classe Texto de Margarida Botelho
Na semana em que este Avante! se publica, mais de 103 mil crianças de nove e 10 anos terão pela primeira vez uma experiência que só os seus avós viveram.
Trata-se do regresso de um dos mais odiados elementos da escola do fascismo: o exame da 4.ª classe. Quase 40 anos depois, ei-lo que regressa, com a necessária nova roupagem: chama-se PFEB – Prova Final do Ensino Básico, abrange exames de Língua Portuguesa e Matemática e conta 25% da nota final.
Mas o essencial mantém-se: a concepção retrógrada de que uma prova de duas horas e meia pode sobrepor-se à avaliação contínua de um ano inteiro, e a pressão colocada às crianças, às famílias, aos professores e às escolas.
As crianças vivem este momento com muita ansiedade, agravada por decisões espatafúrdias do Governo: mais de metade dos alunos do 4.º ano – 50 mil – são obrigados a fazer o exame noutra escola que não a sua, em muitos casos noutra localidade, com professores que não conhecem, porque o exame tem que ser vigiado por docentes dos outros níveis de ensino. O que, além de tudo, obriga a que milhares de estudantes dos outros níveis de ensino percam dois dias de aulas neste final de ano lectivo.
Soube-se há dias que os alunos que vão fazer a PFEB terão de assinar um compromisso de honra em como não usarão telemóveis. Um «compromisso de honra» assinado por crianças de nove anos teria graça se não fosse tão grave. E tão triste.
O que o Governo apresenta como moderno (porque «habitua» as crianças à exigência e ao rigor) é uma prática pedagogicamente errada e exótica no plano europeu. Apenas quatro países têm exames no final do 1.º ciclo e apenas num, Malta, o exame conta para a nota final.
O Partido tem falado do regresso à escola de antes do 25 de Abril, da regressão social que o pacto de agressão quer impor, do facto de haver quem queira que as crianças e os jovens de hoje tenham piores condições de vida do que os seus pais. Pode parecer pouco, mas o regresso do exame da 4.ª classe é exemplo disso mesmo.
É também em nome da escola pública, do presente e do futuro das crianças e dos jovens que é indispensável correr com este Governo e com esta política.













FENPROF.

FENPROF contra os exames do 4.º ano

Não são os exames – e ainda menos nestes níveis etários – que atestam a qualidade do ensino e das aprendizagens. Pelo contrário, o contexto em que se realizam e a pressão exercida sobre as crianças poderá até distorcer negativamente a avaliação que é feita sobre as mesmas, ao mesmo tempo que desvaloriza o trabalho continuado dos alunos e dos seus professores.
A FENPROF relembra que o discurso que tem sido feito por este governo relativamente à necessidade de alterar, desta forma, as regras de avaliação dos alunos dos 4.º e 6.º anos, para que, assim, se contribua para a melhoria dos resultados escolares, é contrariado pelos factos. Recentemente foram revelados os resultados comparados das aprendizagens, obtidos por Portugal a nível internacional, e o nosso país regista uma das maiores subidas, colocando-se já, acima da média europeia, no que ao 1.º ciclo do ensino básico, diz respeito.
Para além deste aspeto, chama-se a atenção para o facto de o MEC estar a impor a concentração e deslocação de crianças com nove (9) e dez (10) anos para realizarem esta prova.
Na circular sobre a “Implementação da logística relativa a Provas do 1.º Ciclo do Ensino Básico” o MEC impõe um conjunto de regras que farão com que as escolas e as crianças recuem, neste domínio, a tempos de má memória para a história da Educação.
Num grande número de agrupamentos, as orientações do MEC (com secretariados de exame em todas as escolas, regras sobre vigilância de exames, por exemplo) levarão à concentração de crianças numa ou duas escolas. Nalguns casos será necessário concentrar as crianças na escola sede de agrupamento – sabendo-se que em muitos mega-agrupamentos há estabelecimentos que distam vários quilómetros da escola sede.
As deslocações atrás referidas sujeitarão as crianças a uma grande pressão, por terem de ir para um espaço desconhecido do seu quotidiano, a que acrescem as viagens e o formalismo do exame.
As regras sobre a vigilância dos exames obrigarão mesmo à interrupção de aulas em muitas das escolas EB 2,3, o que, por si só, constitui uma alteração que põe em causa o normal funcionamento das escolas em que as provas se realizam, a lecionação das aulas, a abertura de refeitórios, a ocupação de crianças e jovens, o serviço de transportes, etc.
Tais orientações fazem lembrar os velhos exames da 4ª classe que se realizavam nas sedes de concelho!
Por outro lado, refere a circular, a vigilância dos exames deve ser feita por professores de outro nível de ensino, que não do primeiro ciclo do ensino básico, o que leva estes a, legitimamente, questionarem o MEC sobre quais os motivos desse impedimento, já que se cria uma grave suspeição sobre a sua competência, a ética e a deontologia profissional.
As famílias a pagar...

Com esta nova realidade, o MEC obriga, ainda, os alunos com percursos de currículo alternativo (ainda na escolaridade obrigatória) a pagarem dez euros para se poderem inscrever nos respetivos exames, sendo que, se tiverem de o repetir, pagarão mais cinco euros. Um pagamento que pode levar a que, na impossibilidade de cumprirem esta deliberação por incapacidade económica, estas crianças fiquem excluídas de prosseguirem as suas aprendizagens! Uma discriminação escandalosa!
Desenterrar o exame da “4.ª classe” é, pois, uma inutilidade, sem qualquer validade científico-pedagógica, contrária a um processo contínuo de ensino-aprendizagem, pelo que, para que estejamos perante as mesmas regras que envolviam os exames do tempo da ditadura, falta, apenas, que a circular do MEC estabeleça regras relativas à forma de vestir e calçar que as crianças tenham que observar no dia do exame.
O Secretariado Nacional da FENPROF
10/04/2013 


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O exame da 4.ª classe 
Texto de Margarida Botelho
Na semana em que este Avante! se publica, mais de 103 mil crianças de nove e 10 anos terão pela primeira vez uma experiência que só os seus avós viveram.
Trata-se do regresso de um dos mais odiados elementos da escola do fascismo: o exame da 4.ª classe. Quase 40 anos depois, ei-lo que regressa, com a necessária nova roupagem: chama-se PFEB – Prova Final do Ensino Básico, abrange exames de Língua Portuguesa e Matemática e conta 25% da nota final.
Mas o essencial mantém-se: a concepção retrógrada de que uma prova de duas horas e meia pode sobrepor-se à avaliação contínua de um ano inteiro, e a pressão colocada às crianças, às famílias, aos professores e às escolas.
As crianças vivem este momento com muita ansiedade, agravada por decisões espatafúrdias do Governo: mais de metade dos alunos do 4.º ano – 50 mil – são obrigados a fazer o exame noutra escola que não a sua, em muitos casos noutra localidade, com professores que não conhecem, porque o exame tem que ser vigiado por docentes dos outros níveis de ensino. O que, além de tudo, obriga a que milhares de estudantes dos outros níveis de ensino percam dois dias de aulas neste final de ano lectivo.
Soube-se há dias que os alunos que vão fazer a PFEB terão de assinar um compromisso de honra em como não usarão telemóveis. Um «compromisso de honra» assinado por crianças de nove anos teria graça se não fosse tão grave. E tão triste.
O que o Governo apresenta como moderno (porque «habitua» as crianças à exigência e ao rigor) é uma prática pedagogicamente errada e exótica no plano europeu. Apenas quatro países têm exames no final do 1.º ciclo e apenas num, Malta, o exame conta para a nota final.
O Partido tem falado do regresso à escola de antes do 25 de Abril, da regressão social que o pacto de agressão quer impor, do facto de haver quem queira que as crianças e os jovens de hoje tenham piores condições de vida do que os seus pais. Pode parecer pouco, mas o regresso do exame da 4.ª classe é exemplo disso mesmo.
É também em nome da escola pública, do presente e do futuro das crianças e dos jovens que é indispensável correr com este Governo e com esta política.

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a opinião duma Profª do 1º ciclo:
o "exame" não é o essencial da questão. 
Evidentemente que não serve para que os alunos saibam mais... nem menos. 
Devia servir para aferir do estado daquilo que se ensina.
Há problemas de igualdade no acesso ao conhecimento tão graves.

Há falta de condições nas escolas, menos professores e turmas cada vez maiores...
Resumindo, o exame não me incomoda, nem incomodará os alunos se houver condições de aprendizagem para todos. 

Aquela questão da declaração a assinar pelos alunos é tão ridícula que eu, se fosse direção executiva, pura e simplesmente passava ao lado dela e ignorava-a!"