O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça associou-se a esta iniciativa, apresentando-se o seguinte programa:
10h30 - Visita às torres e cobertura do Mosteiro
Visita orientada pela Dra. Ana Margarida Martinho
14h30 – O Esplendor do Barroco em Alcobaça - Visita orientada à Sacristia Manuelina e à Capela do Desterro – Dra. Cecília Gil
16h00 – Visita orientada à Exposição dos 450 Anos da Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça - Dra. Cecília Gil
Inscrições pelo telefone: 262 505 120 ou e-mail mosteiro.alcobaca@igespar.
17h00 – “Almanzor – Dois Mundos, Um Amor” – pela Companhia de Teatro dos Alunos do CEERIA
A partir das 21h00: “À noite no Mosteiro”:
Bailado “A Origem” – por Luis Sousa e Rita Abreu, nos Jardins do Claustro de D.Dinis
Peça do Mês de Maio - Visita orientada à Sala do Capítulo, a principal dependência monástica a seguir à Igreja, onde, diariamente, após o oficio de Prima, a comunidade se reúne sob a presidência do Abade para a leitura de um capítulo da Regra e onde “se conferem, e resolvem () todos os negócios da fazenda; celebram as eleiçoes do Capitulo geral e castigam os defeitos dos monges quando os há (…)”.
Nesta visita, propomos uma aproximação aos caminhos e rituais de que a Sala do Capítulo era protagonista e que a sua arquitectura nos testemunha.
Poesia por Isabel Wolmar
Coro de São Bernardo no Claustro de D.Dinis
Bossa Nova - Ana Bernardino (Voz), Matheus Silva (Guitarra e Voz), Sara Rocha (Flauta), Karolline Silva (Piano) e Francisco Guterres (Bateria), interpretam Tom Jobim.
Todos os eventos são abertos ao Público em geral
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Alberto Guerreiro fez uma visita guiada ao Museu do Vinho
Fotos do JERO




Rui Rasquilho opina a 18 maio no tinta fresca.net
O Museu do Vinho de Alcobaça |
![]() Rui Rasquilho Quando, em 1834, são colocados em hasta pública os bens da Igreja, a Cova da Onça e Olival Fechado, terras contíguas, são adquiridas por particulares, como o foram todos os outros bens pertencentes ao Mosteiro da Ordem de Cister. Nos anos setenta do Século XIX, José Eduardo Raposo Magalhães manda construir uma adega no meio das vinhas que ladeavam o Rio Alcoa e guardavam na propriedade a comporta do início da levada que desvia do rio a água para o Mosteiro e que ainda hoje existe. A adega é uma jóia de modernidade europeia da arte de fazer vinho, com produção, nos seus 43 hectares, de castas francesas. Em 1883, segundo António Maduro, a Inspeção Oficial afirma: “É em Alcobaça que vamos encontrar, tanto a cultura da vinha, como o fabrico dos seus vinhos feitos na maior perfeição”. Em 1986, novas adegas e lagares e uma casa da caldeira são adjudicados por 840.000 réis, obras que estarão concluídas no verão de 1897. Adega para tintos, adegas para brancos, assistidas por um esmagador-desengaçador, prensas móveis de cinchos, enfim, uma panóplia tecnológica moderna que será adquirida pela Junta Nacional do Vinho (JNV), em 1948. Na posse da Junta, a adega integrou uma rede nacional de apoio aos vinicultores da região, até 1966, ano de encerramento.
A JNV tinha em Leiria um delegado de perfil raro que se interessou, desde logo, por um espólio único que deveria ser preservado. O que hoje se denomina “Museu do Vinho” deve-se, integralmente, ao Eng.º Manuel Augusto Paixão Marques.
O conjunto edificado, que integra hoje o Museu, é da maior importância para compreender a vitivinicultura da região de Alcobaça. Os edifícios, o seu recheio, são um documento vivo da história do vinho. Do seu caminho, desde videira ao consumidor, a Destilaria, a Taberna, as instalações da Adega Cooperativa de Alcobaça, constituem um complexo económico do maior interesse cultural e museológico.
O funcionamento de uma unidade museológica moderna, claramente definida como última depositária de uma indústria europeia milenar, é uma peça vital de um projeto mais abrangente que engloba o território que pertenceu ao Mosteiro, no caso vertente, o mais bem conservado que a Ordem construiu na Idade Média e utilizou sistematicamente. Pela primeira vez em Portugal, quer o figurino gótico, quer a tecnologia construtiva dos arcobotantes na cabeceira da igreja.
Nos antigos Coutos, num raio de 8 km, há ainda bem assinaladas algumas granjas, um arco limite do domínio no Alto da Serra e, a Sul, no concelho das Caldas da Rainha, o arco de Alvorninha. A Casa do Monge Lagareiro, no lugar da Ataíja de Cima. As ruínas de dois castelos medievais em Alfeizerão e Alcobaça. Do Século XVI, há inúmeras portas manuelinas, pelourinhos e duas importantes vilas: Aljubarrota e Pederneira. A 12 quilómetros de distância, o Mosteiro da Batalha, construído duzentos anos após Alcobaça e, como este, Património da Humanidade e onde no local da batalha com Castela (1385) existe um Centro interpretativo. Inúmeras praias, sendo uma delas, a Nazaré, hoje sede de concelho mas constituinte dos antigos Coutos do Mosteiro de Alcobaça. As Linhas de Torres Vedras (Século XIX), a vila amuralhada de Óbidos, Peniche com o seu Forte-Museu e o Torneio de Surf anual.
Considerando o enunciado, o investimento neste complexo que necessariamente deverá ser integrado no “plano de lazer” previsto pelo Município de Alcobaça, na rede museológica local (Mosteiro, Centro Histórico, Museus e Núcleos Expositivos, incorporando arqueologia, etnografia, artes decorativas, como a cerâmica e o vidro, e o património industrial), indica que haverá reprodução do financiamento investido. Haverá pois, impacto turístico, uma nova forma de olhar a cultura local e regional que gerará receita, criando uma abordagem inédita que irá implementar as dormidas e a restauração e fomentará o emprego na região dos antigos Coutos e no Oeste Atlântico.
O projeto presente obrigará necessariamente a rever os planos anteriores dos operadores turísticos que fazem passar, sem consequência económica local, mais de 180 mil visitantes pelo Mosteiro de Alcobaça cujas receitas revertem na sua totalidade para a tutela centralizada em Lisboa. É de referir que visitam apenas a Igreja, cujo acesso é gratuito, cerca de 200 mil pessoas, o que em conjunto com os espaços monásticos perfaz mais de 350 mil visitantes/ano.
Adiante se descriminam mais detalhadamente estes enunciados introdutórios culturais cuja consecução será de evidente fator de impacto socioeconómico para o Oeste. O Museu do Vinho de Alcobaça terá de ser, obrigatoriamente, integrado no projeto estruturante do modelo territorial proposto para o Oeste, afirmando-se como um arquétipo sustentável de desenvolvimento cultural, científico e económico do território do denominado “arco patrimonial da grande região de Lisboa” e abraçar em rede com outras unidades de diferentes dimensões que se afirmam como museus do vinho.
Rui Rasquilho
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18-05-2013 |
colóquio 18maio2013
via tintafresca.net
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