13/06/2013

6.681.(13jun2013.8.8') 10 de junho: Dia de Portugal, dia de Camões e dia da Comunidades...5.5: Dia da Língua Portuguesa e da Cultura

Luís de Vaz Camões
nasceu em 1524 ou 1525
 e morreu a 19junho1580
***
10jun2020
Via Eulália Valentim

Retrato de Camões, por Fernão Gomes,cópia de Luís de Resende. Este é considerado o retrato mais autêntico do poeta, cujo original se perdeu e foi pintado ainda em vida.
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SE TANTA PENA TENHO MERECIDA
Se tanta pena tenho merecida
Em pago de sofrer tantas durezas,
Provai, Senhora, em mim vossas cruezas,
Que aqui tendes u~a alma oferecida.
Nela experimentai, se sois servida,
Desprezos, desfavores e asperezas,
Que mores sofrimentos e firmezas
Sustentarei na guerra desta vida.
Mas contra vosso olhos quais serão?
Forçado é que tudo se lhe renda,
Mas porei por escudo o coração.
Porque, em tão dura e áspera contenda,
ƒÉ bem que, pois não acho defensão,
Com me meter nas lanças me defenda.
Luís de Camões
**
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é celebrado a 10 de Junho e é o dia em que Luís Vaz de Camões faleceu no ano de 1580. Por esse motivo tornou-se também um Feriado Nacional de Portugal.
 
*
História - História de Portugal - Grandes Portugueses - 5º - Luís de Camões
 
 https://www.facebook.com/photo?fbid=3485985141428842&set=a.781607401866643
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 Bandeira Nacional
Grupo Puzzle, 1976
Técnica mista, Tela

Mais obras da Coleção em: gulbenkian.pt/cam/collection

 https://www.facebook.com/photo?fbid=3485989684761721&set=a.781607401866643
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 Pintura de Camões na prisão de Goa, de 1556.
 A imagem pode conter: 1 pessoa
 https://www.facebook.com/photo?fbid=3486001494760540&set=a.781607401866643
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10jun2017
escrevi:
 hj é dia de porTUgal...portugALCOBAÇA tem de saber valorizar a sua importância como centro do mundo de cister e como essencial na fundAÇÃO de Portugal...Hj nada de nada FOI (é) proMOVIDO pelo município...
*
 hj é dia das comUNIdades...alcobaça tem de abRRaçarr a diáspora...somos +22% de alcobacenses...É uma das novidades do programa eleitoral da CDU 2017...envolver + e + os nossos emigrantes...criar rede...proMOVER congresso da emigrAÇÃO...estabelecer laços...ECOA: embaixadores d' ALCOBAÇA...atrair para criar empresas...
 http://uniralcobaca.blogspot.pt/2017/02/35755fev201788-29-frentes.html
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10jun2017
Luís Crisóstomo escreveu:

Neste dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas há que aproveitar para saudar o grande capital humano português na diáspora por esse mundo fora! Num mundo globalizado, talvez seja esta agora a nossa nova distância, aquela que Pessoa referia que tínhamos de encontrar para nela achar a nova grandiosidade, o nosso Império.
Mas atenção, não devemos temer e lamentar aqueles que partem à conquista do mundo. Se a nossa glória passada foi feita de intrépidos exploradores ousando o desconhecido, também hoje devemos encorajar aqueles que ousam sair da sua terra natal e conquistar com as suas competências um lugar onde as podem potenciar e ter sucesso. O que devemos promover, isso sim, é fazer com que a nossa terra possa mais tarde acolhê-los, para crescer tal como eles, com as experiências que todos trarão.
Há que preparar o nosso próprio país, as nossas cidades, para que possa acolher os nossos aventureiros no regresso, permitindo-lhes continuar o caminho que trilharam. Há que zelar pela ligação bilateral que a terra natal e o filho mantêm, para que sejam bem recebidos em "casa".
Enquanto candidato à Assembleia Municipal de Alcobaça pela CDU, prometi trazer estes assuntos à discussão pública, e este é a ocasião oportuna para os referenciar. Nestas autárquicas, a CDU Alcobaça volta a trazer para a mesa propostas com vista a esta ligação, quer pelos alcobacenses na diáspora, como pelos muitos espalhados pelos quatro cantos do país. Propostas como a implementação do dia/festa do emigrante, conferências com alcobacenses destacados nas mais variadas áreas por esse mundo fora, para promover a ligação destes à terra, e da terra a estes. Propostas como o incentivo à fixação de quadros especializados nas empresas da região, por um lado evitando o êxodo definitivo de jovens do concelho, e por outro incentivando o regresso àqueles que se sentirem motivados para tal. Os alcobacenses terão sempre a ganhar com a sua experiência!
Há que unir a experiência e o arrojo para criar e construir uma Alcobaça global, o Império vive em nós... E vive em todos os Continentes!

A todos eles, os Portugueses do mundo, as minhas cordiais saudações! Viva Portugal, nação valente e imortal! 🇵🇹
*
10jun2017...3.3.3"...cAMÕes... e 1 grande artista e músico...da Vestiaria d' Alcobaça que vos abRRaça....José Marques...

 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10211917622927398&set=a.10210772205372675.1073741829.1576428905&type=3&theater
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10jun2017
via Graça Silva
foto dela da praia das Paredes da Vitória

 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1454565194586952&set=a.211013438942140.52240.100001004569506&type=3&theater
Sempre a Razão vencida foi de Amor;
Mas, porque assim o pedia o coração,
Quis Amor ser vencido da Razão.
Ora que caso pode haver maior!

Novo modo de morte e nova dor!
Estranheza de grande admiração,
Que perde suas forças a afeição,
Por que não perca a pena o seu rigor.

Pois nunca houve fraqueza no querer,
Mas antes muito mais se esforça assim
Um contrário com outro por vencer.

Mas a Razão, que a luta vence, enfim,
Não creio que é Razão; mas há-de ser
Inclinação que eu tenho contra mim.
Camões
Foto: Paredes da Vitória, Alcobaça
*
via Soledade Diamantino Santos

 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1789772047707533&set=a.504836769534407.122601.100000242648896&type=3&theater
  "A vós não cantarei, que eu tenho já jurado que não empregue vosso favor, Ninfas, em quem o não mereça."

"Nenhum ambicioso, que quisesse
Subir a grandes cargos, cantarei,
Só por poder com torpes exercícios
Usar mais largamente de seus vícios;

Nenhum que use de seu poder bastante,
Para servir a seu desejo feio,
E que, por comprazer ao vulgo errante,
Se muda em mais figuras que Proteio.
Nem, Camenas, também cuideis que canto
Quem, com hábito honesto e grave, veio,
Por contentar ao Rei no ofício novo,
A despir e roubar o pobre povo.
Nem quem acha que é justo e que é direito
Guardar-se a lei do Rei severamente,
E não acha que é justo e bom respeito,
Que se pague o suor da servil gente;
Nem quem sempre, com pouco experto peito,
Razões aprende, e cuida que é prudente,
Para taxar, com mão rapace e escassa,
Os trabalhos alheios, que não passa."
Os Lusíadas, Canto VII, 84-86
*
Via Ana Sousa
  Amor é um Fogo que Arde sem se Ver
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
 É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
 É um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1368666856551181&set=a.491600840924458.1073741826.100002236409214&type=3&theater
***
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.



Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança;

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E do bem, se algum houve, as saudades.



O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria,

E enfim converte em choro o doce canto.



E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto:

Que não se muda já como soía.
http://www.youtube.com/watch?v=uHhgXGjOdOM&feature=related
***
10jun2016
Alcobaça tem de ser, em breve, palco destas comemorações.
A nossa história e o nosso património é indiscutível...
O município tem de melhorar a sua prática em relação à sua presença e relevância nas questões nacionais
A Câmara liderada pela CDU saberá valorizar os poetas alcobacenses e
também saberá UNIR a nossa comunidade alcobacense que vive pelo mundo fora...
***
PCâmara, Paulo Inácio, numa das reuniões de abril 2014
referiu que tinha proposto
para um dos próximos anos...
***
O Festival de Anúncios do PSD
é um mar imenso de obras e acções não concretizadas...
Hj lembro
o MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA...
***
https://www.facebook.com/349094905211303/photos/a.349115855209208.1073741828.349094905211303/554611207993004/?type=1&theater
Dia da Língua Portuguesa e da Cultura - 5 de maio 
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=671318376260049&set=a.157721307619761.33507.100001456797034&type=1&theater
Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é um fogo qu'arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente,
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer,
É um andar solitário entre a gente,
É nunca contentar-se de contente,
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade,
É servir a quem vence o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

no livro “Sonetos”
Arte - Adriano Aires

***
Via José Eduardo Oliveira

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10204828330902679&set=a.1029365188983.3914.1670949754&type=3&theater&notif_t=like&notif_id=1460890357121656
"Mais com o saber se vence, que com o braço"

foto: "Esteve exposto em 2013 na exposição comemorativa dos 450 anos da lírica de Luís de Camões,, na Biblioteca Nacional, em Lisboa..
***
1572...12mar
Foram publicados OS LUSÍADAS
https://www.google.pt/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=1572%2012mar%20foram%20publicados%20os%20lus%c3%8dadas
*

 Os Lusíadas: 1.ª Edição de 1572 Digitalizada.

 http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasraras/or633602/or633602.html#page/1/mode/1up


http://www.ptjornal.com/201203126038/geral/hoje-e-dia/12-de-marco-publicam-se-os-lusiadas-de-luis-vaz-de-camoes.html
“As armas e os barões assinalados; Que da ocidental praia Lusitana; Por mares nunca de antes navegados; Passaram ainda além da Taprobana; Em perigos e guerras esforçados; Mais do que prometia a força humana; E entre gente remota edificaram; Novo Reino, que tanto sublimaram...”.
Eis a primeira oitava de ‘Os Lusíadas’, de Luís Vaz de Camões, uma das maiores obras literárias jamais escritas por um autor português, publicada a 12 de março de 1572. É uma obra poética, considerada a epopeia portuguesa por excelência, que se prevê ter sido concluída em 1556.

A ação desta obra de Camões é a descoberta do caminho marítimo para a Índia, por Vasco da Gama. A VIAGEM é descrita pela pena de Camões, que descreve outros episódios da História de Portugal, enaltecendo o povo português. Assinala-se hoje mais um aniversário da sua publicação.
*
Lusíadas completo:
http://www.citi.pt/ciberforma/ana_paulos/ficheiros/lusiadas.pdf
"Dai-me uma fúria grande, e sonorosa, 
e não de agreste amena ou frauta ruda.
 Mas de tuba canora, e beliciosa 
que o peito acende e a cor ao gesto muda."
***
Via Carmen Jácome
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10205271098291386&set=a.1357680996472.48625.1664920033&type=1&theater
Porque, enfim, tudo passa; 
Não sabe o Tempo ter firmeza em nada; 
E a nossa vida escassa 
Foge tão apressada. 
Que quando se começa é acabada.

***
Via Deonilde Rocha:
https://www.facebook.com/deonilde.rocha/posts/1043020385780310?theater
Eu cantei já, e agora vou chorando
o tempo que cantei tão confiado;
parece que no canto já passado
se estavam minhas lágrimas criando.

Cantei; mas se me alguém pergunta quando:
«Não sei, que também fui nisso enganado».
É tão triste este meu presente estado
que o passado por ledo estou julgando.
Fizeram-me cantar, manhosamente,
contentamentos não, mas confianças;
cantava, mas já era ao som dos ferros.
De quem me queixarei, que tudo mente?
Mas eu que culpa ponho às esperanças
onde a fortuna injusta é mais que os erros? 
Caricatura por Rafael Bordalo Pinheiro
***

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=691749324194118&set=a.559507790751606.1073741828.559343457434706&type=1&theater
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

© Ipoenk Graphic - Imagem

***
Dia da Língua Portuguesa e da Cultura - 5 de maio 
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_portuguesa
****
José Mário Branco cantou Camões:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Ref: E se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Mas se tudo o mundo é composto de mudança,
Troquemo-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.
***

https://www.facebook.com/349094905211303/photos/a.349115855209208.1073741828.349094905211303/590499721070819/?type=1&theater
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https://www.facebook.com/282054545145829/photos/a.282056735145610.78181.282054545145829/801124059905539/?type=1&theater
"...Amor (...)
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê;"

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Busque Amor novas artes


Busque Amor novas artes, novo engenho
Para matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê;

art" victor bregeda"

***

https://www.facebook.com/349094905211303/photos/a.349115855209208.1073741828.349094905211303/559045997549525/?type=1&theater
***
Via farol das letras
http://faroldasletras.no.sapo.pt/sonetos_luis_camoes.htm

Enquanto quis Fortuna que tivesse

Esperança de algum contentamento,

O gosto de um suave pensamento

Me fez que seus versos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse

Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho co tormento,
Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,
Verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos!
**
Eu cantarei de amor tão docemente,

Por uns termos em si tão concertados,

Que dois mil acidentes namorados

Faça sentir ao peito que não sente.

Farei que Amor a todos avivente,

Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia, e pena, ausente.
Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.
Porém para cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa,
Aqui falta saber, engenho, e arte.
***
Com grandes esperanças já cantei,

Com que os deuses no Olimpo conquistara;

Depois vim a chorar porque cantara,

E agora choro já porque chorei.

Se cuido nas passadas que já dei,

Custa-me esta lembrança só tão cara,
Que a dor de ver as mágoas que passara,
Tenho por a mor mágoa que passei.
Pois logo, se está claro que um tormento
Dá causa que outro na alma se acrescente,
Já nunca posso ter contentamento.
Mas esta fantasia se me mente?
Oh ocioso e cego pensamento!
Ainda eu imagino em ser contente?
****

Depois que quis Amor que eu só passasse

Quanto mal já por muitos repartiu,

Entregou-me à Fortuna, porque viu

Que não tinha mais mal que em mim mostrasse.

Ela, porque do Amor se avantajasse

Na pena a que ele só me reduziu,
O que para ninguém se consentiu,
Para mim consentiu que se inventasse.
Eis-me aqui vou com vário som gritando,
Copioso exemplário para a gente
Que destes dois tiranos é sujeita;
Desvarios em versos concertando.
Triste quem seu descanso tanto estreita,
Que deste tão pequeno está contente!
*****

Em prisões baixas fui um tempo atado;

Vergonhoso castigo de meus erros:

Inda agora arrojando levo os ferros,

Que a morte, a meu pesar, tem já quebrado.

Sacrifiquei a vida a meu cuidado,

Que Amor não quer cordeiros nem bezerros;
Vi mágoas, vi misérias, vi desterros:
Parece-me que estava assi ordenado.
Contentei-me com pouco, conhecendo
Que era o contentamento vergonhoso,
Só por ver que coisa era viver ledo.
Mas minha Estrela, que eu já agora entendo,
A Morte cega, e o Caso duvidoso
Me fizeram de gostos haver medo.
***

https://www.facebook.com/282054545145829/photos/a.282056735145610.78181.282054545145829/801121123239166/?type=1&theater

Erros meus, má fortuna, amor ardente



Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Gênio de vinganças!

art"caras ionut"

***

10 de Junho de 1580: Data provável da morte de Luís Vaz de Camões

Poeta português, filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá e Macedo, Luís Vaz de Camões terá nascido por volta de 1524/1525, não se sabe exatamente onde, e morreu a 10 de junho de 1580, em Lisboa. Pensa-se que estudou Literatura e Filosofia em Coimbra, tendo tido como protetor o seu tio paterno, D. Bento de Camões, frade de Santa Cruz e chanceler da Universidade. Tudo parece indicar que pertencia à pequena nobreza.

Atribuem-se-lhe vários desterros, sendo um para Ceuta, onde se bateu como soldado e em combate perdeu o olho direito - perda referida na Canção Lembrança da Longa Saudade - e outro para Constância, entre 1547 e 1550, obrigado, diz-se, por ofensas a uma certa dama da corte.

Depois de regressado a Lisboa, foi preso, em 1552, em consequência de uma rixa com um funcionário da Corte, e metido na cadeia do Tronco. Saiu logo no ano seguinte, inteiramente perdoado pelo agredido e pelo rei, conforme se lê numa carta enviada da Índia, para onde partiu nesse mesmo ano, quer para mais facilmente obter perdão quer para se libertar da vida lisboeta, que o não contentava.

Segundo alguns autores, terá sido por essa altura que compôs o primeiro canto de Os Lusíadas.

Na Índia parece não ter sido feliz. Goa dececionou-o, como se pode ler no soneto Cá nesta Babilónia donde mana. Tomou parte em várias expedições militares e, numa delas, no Cabo Guardafui, escreveu uma das mais belas canções: Junto dum seco, fero e estéril monte. Viajou de seguida para Macau, onde exerceu o cargo de provedor-mor de defuntos e ausentes, e escreveu, na gruta hoje reconhecida pelo seu nome, mais seis Cantos do famoso poema épico. Voltou a Goa, naufragou na viagem na foz do Rio Mecom, mas salvou-se, nadando com um braço e erguendo com o outro, acima das vagas, o manuscrito da imortal epopeia, facto documentado no Canto X, 128. Nesse naufrágio viu morrer a sua "Dinamene", rapariga chinesa que se lhe tinha afeiçoado. A esta fatídica morte dedicou os famosos sonetos do ciclo Dinamene, entre os quais se destaca Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste. Em Goa sofreu caluniosas acusações, dolorosas perseguições e duros trabalhos, vindo Diogo do Couto a encontrá-lo em Moçambique, em 1568, "tão pobre que comia de amigos", trabalhando n'Os Lusíadas e no seu Parnaso, "livro de muita erudição, doutrina e filosofia", segundo o mesmo autor.

Em 1569, após 16 anos de desterro, regressou a Lisboa, tendo os seus amigos pago as dívidas e comprado o passaporte. Só três anos mais tarde conseguiu obter a publicação da primeira edição de Os Lusíadas, que lhe valeu de D. Sebastião, a quem era dedicado, uma tença anual de 15 000 réis pelo prazo de três anos e renovado pela última vez em 1582 a favor de sua mãe, que lhe sobreviveu.


Os últimos anos de Camões foram amargurados pela doença e pela miséria. Reza a tradição que se não morreu de fome foi devido à solicitude de um escravo Jau, trazido da Índia, que ia de noite, sem o poeta saber, mendigar de porta em porta o pão do dia seguinte. O certo é que morreu a 10 de junho de 1580, sendo o seu enterro feito a expensas de uma instituição de beneficência, a Companhia dos Cortesãos. Um fidalgo letrado seu amigo mandou inscrever-lhe na campa rasa um epitáfio significativo: "Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu."
Se a escassez de documentos e os registos autobiográficos da sua obra ajudaram a construir uma imagem lendária de poeta miserável, exilado e infeliz no amor, que foi exaltada pelos românticos (Camões, o poeta maldito, vítima do destino, incompreendido, abandonado pelo amor e solitário), uma outra faceta ressalta da sua vida. Camões terá sido de facto um homem determinado, humanista, pensador, viajado, aventureiro, experiente, que se deslumbrou com a descoberta de novos mundos e de "Outro ser civilizacional". Por isso, diz Jorge de Sena: "Se pouco sabemos de Camões, biograficamente falando, tudo sabemos da sua persona poética, já que não muitos poetas em qualquer tempo transformaram a sua própria experiência e pensamento numa tal reveladora obra de arte como a poesia de Camões é."
A 10 de junho, comemora-se o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.


Bibliografia: Os Lusíadas, 1572; Anfitriões, 1587; Filomeno, 1587; El-Rei Seleuco, 1645; Composições em medida velha; Composições em medida nova; Epístolas
Luís de Camões. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
wikipedia (Imagens)



ia (Imagens)

Ficheiro:Camões, por Fernão Gomes.jpg

O retrato de Camões por Fernão Gomes, em cópia de Luís de Resende. Este é considerado o mais autêntico retrato do poeta, cujo original se perdeu 



Ficheiro:Camões na prisão.jpg

Camões na prisão de Goa - Autor desconhecido

Ficheiro:Camoes - retrato de goa 2b.jpg

Retrato de Camões (1581) - Autor Desconhecido

Ficheiro:Malhoa - camões.jpg

Camões em pintura de José Malhoa



Ficheiro:Os Lusíadas.jpg

Capa da edição de 1572 dos Lusíadas


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
por Luís Vaz de Camões 


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía
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10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrado a  10 de Junho, é o dia em que se assinala a morte de  Luís Vaz de Camões em  1580 é também o dia de Portugal.

O 10 de Junho é estipulado como feriado, na sequência dos trabalhos legislativos após a  implantação da República a 5 de Outubro de 1910. No decorrer desses trabalhos legislativos, foi publicado um  decreto a 12 de Outubro, que definia os feriados nacionais. Alguns feriados foram eliminados, particularmente os religiosos, de modo a diminuir a influência da  Igreja Católica e com o objectivo de consolidar a laicização da sociedade.

O decreto que definia os feriados nacionais dava ainda a possibilidade dos municípios e concelhos escolherem um dia do ano que representasse as suas festas tradicionais e municipais.  Lisboa escolheu para feriado municipal o 10 de Junho, em honra de Camões, uma vez que a data é apontada como sendo a da morte do poeta. Luís de Camões representava o génio da pátria na sua dimensão mais esplendorosa, significado que os republicanos atribuíam ao 10 de Junho, apesar de nos primeiros anos da república ser um feriado exclusivamente Municipal. Com o 10 de Junho, os republicanos de Lisboa tentaram evocar a glória das comemorações camonianas de 1880, uma das primeiras manifestações das massas republicanas em plena monarquia.

O 10 de Junho começou  por ser apenas um feriado municipal para passar a ser particularmente exaltado com o Estado Novo. Foi a partir desse período que o dia de Camões passou a ser festejado a nível nacional.   Até ao 25 de Abril, o 10 de Junho era conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça, este último epíteto criado por Salazar na inauguração do  Estádio Nacional do Jamor em 1944. A partir de 1978 este dia fica designado comoDia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

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http://observador.pt/especiais/os-melhores-poemas-de-amor-da-lingua-portuguesa-para-nove-escritores/
Um mover d’olhos brando e piadoso,
Sem ver de quê ; um sorriso brando e honesto,
quási forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;
Um desejo quieto e vergonhoso;
um repouso gravíssimo e modesto;
ũa pura bondade, manifesto
indício da alma, limpo gracioso;
Um escolhido ousar; ũa brandura;
um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento:

Esta foi a celeste formosura
da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.
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10/06/2010


Hoje 10 de Junho é Dia de Camões

campos verdes
http://www.youtube.com/watch?v=FCowweZIjzo&feature=related
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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,


Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o tempo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.



Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança;

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E, do bem, se algum houve, as saudades.



O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria,

E enfim converte em choro o doce canto.



E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto:

Que não se muda já como soía.
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Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;


É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?