04/01/2014

7.316.(4jan2014.12.37') Ontem foi a recriação histórica da fuga de Peniche...Hj é o comício do PCP em Peniche

Há uma exposição a não perder...Inaugurada ontem 3jan2014.

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Hj 4 jan2014 há comício do PCP em Peniche
Imagem promocional de Evocação da Fuga da Cadeia do Forte de Peniche

e teve Paulo Carvalho!!

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Via TVI
http://www.tvi24.iol.pt/politica/alvaro-cunhal-fuga-peniche-recriacao-40-anos-cadeia/1524684-4072.html
Um milhar de pessoas, entre elas o atual líder do PCP, Jerónimos de Sousa, assistiu esta sexta-feira à recriação da fuga do histórico comunista Álvaro Cunhal da cadeia política de Peniche há 54 anos.

A tenda instalada ao lado da Fortaleza de Peniche, com mais de trezentos lugares sentados, foi pequena para acolher o público, deixando muita gente em pé no interior e no exterior, a ver ao vivo ou através de televisores a encenação da fuga de Álvaro Cunhal da ex-prisão política, a 03 de janeiro de 1960.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, foi um dos presentes na iniciativa, que culmina a celebração dos 100 anos do nascimento do fundador do Partido Comunista Português (PCP).

«Esta recriação tem uma carga não apenas saudosista ou de memória, significou aquilo que Álvaro escreveu no título do livro "rumo à vitória". Nunca mais foi a mesma coisa, porque foi um golpe que abalou o fascismo, reforçou o partido e levou a abril», afirmou, no final, aos jornalistas o secretário-geral comunista.

Jerónimo de Sousa disse que recordar a fuga faz «olhar para a frente, procurando que os valores de abril retornem novamente a Portugal», incitando as «vítimas dos atuais cortes a lutar contra a brutalidade e a injustiça» das políticas do Governo e contra o «esquema que o Governo encontrou de contornar a Constituição da República».

O espetáculo repartiu-se entre uma dramatização do plano de fuga, ainda dentro da cadeia, e a encenação da descida das muralhas da antiga prisão pelos diversos panos amarrados entre si, de uma dezena de presos, entre os quais Álvaro Cunhal.

O espetáculo precedeu a inauguração, no interior da fortaleza, da exposição «Forte de Peniche - Local de Repressão, Resistência e Luta», que relata a história da prisão política, recordando as normas de funcionamento e vivências dos 2487 presos que por ali passaram e as várias fugas que ocorreram.

A mostra dá a conhecer documentação institucional da prisão, fotografias dos presos e outros materiais executados pelos reclusos, como cartas escritas aos familiares, jornais produzidos na clandestinidade.

Constam ainda objetos pessoais, como o relógio do falecido ator Rogério Paulo, que auxiliou Álvaro Cunhal na fuga, dois volumes de «As Farpas», de Ramalho Ortigão, usados para passar mensagens para o interior da prisão.

A exposição dá também a conhecer a onda de solidariedade internacional gerada em torno dos presos e que a nível local se traduzia no apoio dado pela comunidade às famílias dos presos, nomeadamente disponibilizando as habitações para aí ficarem alojadas.
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via rr

"Golpe que abalou o fascismo" foi recriado em Peniche

Actores recriaram fuga do forte
  • Foto Exposição inaugurada no forte de Peniche
Fuga de Álvaro Cunhal da cadeia aconteceu há 54 anos e foi agora recordada por ocasião do centenário do líder histórico do PCP.
03-01-2014 23:56





Um milhar de pessoas, entre elas o actual líder do PCP, Jerónimo de Sousa, assistiu esta sexta-feira à recriação da fuga do histórico comunista Álvaro Cunhal da cadeia política de Peniche há 54 anos.

A tenda instalada ao lado da Fortaleza de Peniche, com mais de 300 lugares sentados, foi pequena para acolher o público, deixando muita gente em pé no interior e no exterior, a ver ao vivo ou através de televisores a encenação da fuga de Álvaro Cunhal da ex-prisão política, a 3 de Janeiro de 1960.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, foi um dos presentes na iniciativa, que culmina a celebração dos 100 anos do nascimento do fundador do Partido Comunista Português.

"Esta recriação tem uma carga não apenas saudosista ou de memória, significou aquilo que Álvaro escreveu no título do livro ‘rumo à vitória’. Nunca mais foi a mesma coisa, porque foi um golpe que abalou o fascismo, reforçou o partido e levou a Abril", afirmou, no final, aos jornalistas o secretário-geral comunista.

Jerónimo de Sousa disse que recordar a fuga faz "olhar para a frente, procurando que os valores de Abril retornem novamente a Portugal", incitando as "vítimas dos actuais cortes a lutar contra a brutalidade e a injustiça" das políticas do Governo e contra o "esquema que o Governo encontrou de contornar a Constituição da República".

O espectáculo repartiu-se entre uma dramatização do plano de fuga, ainda dentro da cadeia, e a encenação da descida das muralhas da antiga prisão pelos diversos panos amarrados entre si, de uma dezena de presos, entre os quais Álvaro Cunhal.

O espectáculo precedeu a inauguração, no interior da fortaleza, da exposição "Forte de Peniche - Local de Repressão, Resistência e Luta", que relata a história da prisão política, recordando as normas de funcionamento e vivências dos 2487 presos que por ali passaram e as várias fugas que ocorreram.

A mostra dá a conhecer documentação institucional da prisão, fotografias dos presos e outros materiais executados pelos reclusos, como cartas escritas aos familiares, jornais produzidos na clandestinidade.

Constam ainda objectos pessoais, como o relógio do falecido actor Rogério Paulo, que auxiliou Álvaro Cunhal na fuga, dois volumes de "As Farpas", de Ramalho Ortigão, usados para passar mensagens para o interior da prisão.

A exposição dá também a conhecer a onda de solidariedade internacional gerada em torno dos presos e que a nível local se traduzia no apoio dado pela comunidade às famílias dos presos, nomeadamente disponibilizando as habitações para aí ficarem alojadas.

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Via RTP
http://videos.sapo.pt/SKeEZZmt7YFGz4VOShuv
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Via facebook
Tó-Zé Correia


Na recriação histórica da Fuga de Presos Políticos ocorrida a 3 de janeiro de 1960, a actriz MARIA JOÃO LUIS interpretando magistralmente o brilhante poema "HOJE HÁ GAIVOTAS" de João Monge 
Excerto:
"Em todas as casas há um coração suspenso 
e uma janela sobre o mar 
As crianças recolheram a casa
e o mar, sempre o mar, estende as longas crinas
de cavalo azul nas paredes de pedra

É noite
É a espada líquida da noite

..."
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3jan2010
http://www.dn.pt/ dá destaque!














Forte de Peniche
A evasão que fragilizou Salazar e devolveu a liderança ao PCP
por JOÃO CÉU E SILVAHoje
Era dada como impossível uma fuga que, afinal, libertou dez comunistas.
A fuga de dez presos políticos do Forte de Peniche em 1960, a prisão mais vigiada de Portugal, dava um bom argumento para um filme de Hollywood. Se fosse Steven Spielber o realizador, o argumento privilegiaria a arriscada aventura do grupo de dez fugitivos, mas se Clint Eastwood dirigisse o filme, o foco seria em Álvaro Cunhal.
Realizadores à parte, com visões colectivas ou de heróis, o que aconteceu nessa noite de há cinco décadas exactas é um filme cujo argumento ainda não terminou de ser escrito, porque os participantes que estão vivos vão atrasando com novas revelações a versão final. Não será por essa razão que esta escapada à Steve McQueen, de uma prisão também virada para o mar, passou despercebida à época e ainda hoje, com a evocação em Peniche pelo secretário- -geral do PCP, desperta curiosidade, por ser daquelas cenas impossíveis de acontecer, inverosímeis mesmo num filme de acção.
Aliás, se fosse preciso fazer uma sequela destas aventuras de comunistas a fugir à PIDE, não faltariam episódios igualmente inspiradores. Como o de Dias Lourenço, que saiu da solitária da mesma fortaleza num acto de magia, ou de António Gervásio a deixar a prisão de Caxias ao volante do automóvel de Salazar, aí estacionado.
Em Peniche, o argumento foi fácil de conceber porque havia um final já decidido como sendo o melhor: uma fuga que libertasse dez dos mais importantes dirigentes comunistas. Antes de aparecer a palavra "fim" neste filme, ainda se veriam imagens de duas consequências desta fuga: a ida para a luta clandestina dos dez fugitivos e o rolar de cabeças dos responsáveis por esta acção ter sido bem sucedida.
Em 1960, a última coisa que Salazar precisava para animar a eterna contestação do Partido Comunista Português ao, também, eterno regime ditatorial do Estado Novo era esta fuga. A prisão, na casa do Luso, de Álvaro Cunhal, Militão Ribeiro e Sofia Ferreira em 1949 fora uma glória para a actividade da polícia política, que reforçara os seus poderes e actuação a qualquer preço. A fuga, por seu lado, era uma glória para a máquina partidária que sobrevivia na clandestinidade mesmo com constantes quedas de militantes.
O dia 3 de Janeiro de 1960 não era o marcado para a evasão do forte de Peniche, mas uma mudança de guardas obrigou a antecipar em uma semana a "operação". Pelas 16.00, no largo frente à prisão, o actor Rogério Paulo deu o sinal de início: abrir e fechar o porta-bagagens do carro de modo a que os presos das celas do lado norte o vissem. A seguir ao jantar, pela 19.00, os guardas apitaram a dar ordem para os presos voltarem às celas. Começa aqui o primeiro ponto crítico, quando Álvaro Cunhal regressa ao Pavilhão C sob a escolta de um guarda prisional. O fugitivo Guilherme Carvalho aproxima-se e adormece com uma toalha embebida em clorofórmio o guarda, que desmaia. Os dez detidos que vão fugir dirigem--se, então, para a porta do refeitório que dá para o exterior do forte. É o segundo momento crítico, para o qual contam com a conivência de um dos guardas, Jorge Alves, a quem o PCP pagou uma avultada soma (150 contos) para utilizar a sua posição de vigilância e o seu capote para fazer atravessar os detidos até ao muro que os separa da liberdade. O terceiro momento crítico dá-se quando o GNR se apercebe que em vez de cinco ou seis presos tem dez e foge ele mesmo pelos lençóis que permitiam aos detidos escorregar parede abaixo. Mesmo assim, conseguem realizar a fuga espectacular que abalou o regime e marcou a agenda da contestação.

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4jan2014
Amália Rodrigues também cantou
http://www.youtube.com/watch?v=0-_7BqY7e-8&feature=share
Abandono
Amália Rodrigues
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.

Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.
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Camarada Guilherme Antunes saudou:


EXEMPLOS DE CORAGEM PARA HOJE

A Câmara Municipal de Peniche, de maioria CDU, honrou-se e honrou esta terra histórica da Resistência ao fascismo, com o final das Comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal.

Um membro da URAP deu-nos as primeiras palavras do heróico comportamento dos presos políticos na masmorra fascista, tida como a de maior segurança. Com a voz embargada pela emoção, ele próprio um protagonista da selvajaria demencial de Peniche, pode recordar a heroicidade de tantos camaradas e dar-nos a nota (conhecida) dos pormenores mais consistentes desta fuga, de uma coragem sem limites.

António José Correia, presidente da autarquia CDU, que se lançou à tarefa, muito bem conseguida, de pôr de pé uma homenagem que estivesse à altura desta gesta revolucionária imorredoira, fez as honras da casa com uma intervenção humanista, delicada e firme. Encarcerado, igualmente, nos cárceres pidescos de Peniche, serviu de guia a quem o quis ouvir e ver mostrar locais da bestialização, no caso da “cela do segredo”, local inóspito (e naquela altura…) onde o fascismo se vangloriava de tentar vergar, mais e mais, quem se lhe opunha. Quatro revolucionários, todavia, dali escaparam, sendo um deles Dias Lourenço, outro dirigente quase mítico do PCP na luta contra o medíocre ditador, que originou um dos mais gloriosos momentos da luta do PCP (aqui vitoriosa mais uma vez) contra o fascismo.

Exposição inaugurada, estão inscritos na sala do fundo o nome de todos os patriotas ali enclausurados pela pidesca. São 2.487 presos, uns mais conhecidos, outros anónimos, todos sabendo, porém, que a luta não deveria ter tréguas e que uma vez atingida a liberdade, era mister continuar, de imediato, os perigos renovados do enfrentamento da besta e da sua polícia política canina e brutal. A luta tinha de continuar!

O momento alto, com a presença do Secretário-Geral do PCP, foi a evocação teatralizada da fuga, com a participação de jovens actores da Escola de Teatro de Cascais. Foi um momento breve, mas ilustrativo da determinação sem igual, da coragem ilimitada, da inteligência superior de uma plêiade de dirigentes revolucionários que são o orgulho do seu Partido e uma Organização colectiva extraordinária, de um rigor inexcedível, que só por assim ser, pode levar vitoriosamente em frente uma tarefa gloriosa do PCP na luta pela liberdade.

OS HERÓIS DE 3 DE JANEIRO DE 1960:

Álvaro Cunhal, Carlos Costa, Francisco Miguel, Francisco Martins Rodrigues (este mais tarde afastado do Partido), Guilherme Carvalho, Jaime Serra, Joaquim Gomes, José Carlos, Pedro Soares e Rogério de Carvalho.