10/01/2014

7.354.(10jan2014.10.15') Júlio Pomar..Museu Júlio Pomar tem a Alcobacense Sara Matos como diretora

Nasceu a 10jan1926
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Fundação Júlio Pomar
http://fundacaojuliopomar.org/
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7jun2018
Lançamento do livro...No Museu Júlio Pomar...dirigido pela Sara Matos (d' ALCOBAÇA que vos abRRaça)
 "Este livro, editado pelo Atelier-Museu e pela Sistema Solar, partiu de um convite dirigido à historiadora Irene Flunser Pimentel para a partilha de aspectos sobre o modo como se exerciam os mecanismos de censura e repressão, conducentes a diversos “apagamentos históricos”, sobre os quais se desconhece, em concreto, o modo como aconteciam.
Vencedora da 20ª edição do Prémio Pessoa - 2007, Irene Flunser Pimentel detém um vasto currículo sobre o período e instituições do Estado Novo, garantindo o acesso aos arquivos da Torre do Tombo, onde se encontram os dossiers e as “fichas da PIDE”.
Pela extensão e profundidade da sua investigação, o Atelier-Museu convidou Irene a publicar o seu estudo, que teve como ponto de partida a figura de Júlio Pomar."

 https://www.facebook.com/ateliermuseujuliopomar/photos/gm.188722741944850/1787881204611245/?type=3&theater
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Via mãe da Sara Matos (Madalena)

Provavelmente alguns amigos já leram o texto de DESPEDIDA da Directora do Atelier Museu Júlio Pomar, SARA ANTÓNIA MATOS, publicado, ontem, em vários jornais, inclusive no J.Público. Parece-me um texto bem escrito, cheio de conteúdo que entendo poder partilhar convosco.
Começo com uma frase que dá conta da pluralidade de sentidos para a qual a obra de Júlio Pomar abre. «Não conheço obra mais paradoxal, mais contraditória em aparência, do que a de Júlio Pomar. […] Vi-o incessantemente mudar de estilo (se é que esta palavra ainda tem algum significado), renovar os temas e as técnicas, desiludir as expectativas […], recusar qualquer barreira, qualquer encerramento, ir mais além, largar as amarras, arriscar tudo, dar reviravoltas conceptuais, recomeçar do zero, pôr a vida em jogo na pintura e a pintura em jogo na vida, enfrentar sem descanso e por assim dizer só com as mãos, o “branco desassossego” da tela ou do papel.»
Esta frase exprime a potência que a obra de Júlio Pomar transporta, em alguns casos, influenciando determinantemente o curso da arte portuguesa e dos seus sucessores contemporâneos. Por isso, desde o momento que comecei a trabalhar com o pintor tornou-se mais desafiante descobrir o que une esta obra ao longo de sete décadas, do que as variações que inevitavelmente assumiu para se renovar. Aquilo que percorre a obra deste autor é uma procura vincada pelo movimento. Como disse noutra ocasião, o artista «movimenta-se a pintar e move espíritos a escrever. Pomar busca o movimento e este, como se lhe escapasse já ao controle, ganhando autonomia, avança das suas telas em direcção ao espaço do espectador. E a cor ganha espessura, impacto, recua e avança, nas suas tonalidades planas ou compostas. Os traços do desenho ganham vida como se mexessem sobre e no próprio papel.»
Umas vezes falando através da pintura, outras fazendo o uso da palavra, Pomar nunca perdeu a irreverência, a vontade e a necessidade de pôr o mundo do avesso e todas as convenções em questão. A inquietação terá estado na base da transformação contínua da sua obra, tendo-o feito mudar esteticamente, sem temer aceitações ou rejeições – o que, diga-se, paradoxalmente, o tornou um artista raro e excepcional.
Apreender as reviravoltas que perfazem a carreira de um artista é compreender, também, a história da arte e perceber que esta se faz do que foge à norma, daquilo que se apresenta controverso, ou não consensual. Neste âmbito, não é possível esquecer o percurso de Pomar, desde o neo-realismo, como uma figura da contestação e da crítica ao regime - problematização e sentido crítico que nas diversas fases soube alargar às próprias noções disciplinares, forjando colaborações que pareciam inconciliáveis, unindo polos antagónicos, aproximando cultura erudita e cultura popular. Foi esta amplitude que a equipa encontrou na sua obra, quando chegámos ao Atelier-Museu da CML para abrir as portas do museu ao público (5.04.2013). Aí foi depositada uma colecção de cerca de 400 obras pela sua Fundação, a qual correspondeu sempre, sem reservas, às solicitações do Atelier-Museu. Havia que perceber de que modo a obra deste artista, os conceitos e problemas a ela inerentes, se mantêm operativos no presente, nomeadamente na obra dos seus pares. Não se tratava portanto de olhar para trás, mas de fazer do museu um espaço pleno de ensaio e de atelier. Significa que revisitar a obra de um artista, compreendê-la por dentro e por fora, nos seus fundamentos e na sua produção concreta, reside num movimento de ida e volta, procura e investigação, uma ponte entre passado e presente, sempre com o intuito de perceber aquilo que a obra semeou e abriu no tempo posterior.
Este desafio, no qual revisitar a obra tem um sentido prospectivo e não retrospectivo ou melancólico, só foi possível com a cumplicidade do pintor, que acompanhando de perto o trabalho da equipa, atribuiu uma «carta-branca» ao trabalho do Atelier-Museu. Confiou como se fechasse os olhos e se entregasse ao movimento de uma dança da qual era protagonista e simultaneamente espectador. Foi assim que sorriu à chegada de cada nova exposição, mostrou curiosidade pelas novas gerações, revisitou a sua própria obra e espantava-se cada vez que uma pintura sua, que não via há meio século, chegava ao museu para ser exposta.
Digo muitas vezes que a maior lição, o maior ensinamento, que recebi de Júlio Pomar foi a capacidade de descer (até mim, até à equipa do museu), confiando inteiramente – com expectativa e entrega – nas propostas que o museu lhe ia apresentando, sem nelas interferir. Quero com isto dizer que só podem descer aqueles que já estão muito alto; só são capazes dessa generosidade aqueles que na partilha nada temem perder. Das sessões de trabalho regulares, estendidas por tardes e almoços em conversa, em que nos fazia sentir como se não estivéssemos a trabalhar, lembro os seus comentários e as frases lapidares, ditos no momento certo (nem um pouco antes nem tarde de mais), e que hoje sei que se revertem na conduta e no exercício do museu. Com ele aprendi que abrir as portas, abrir os braços, abrir possibilidades e potenciar colaborações é ganhar.
Foi assim que, passo a passo, se construiu o Atelier-Museu, espaço com o seu nome. Não o edifício. Refiro-me ao programa, ao lugar, ao espirito de entreajuda, de desafio, de abertura que para aí se desenhou com referência à obra e à figura de Júlio Pomar e onde entraram diferentes gerações, de diferentes áreas disciplinares, aí exercendo e pondo em prática o seu sentido crítico.
Concepcção, escolha de obras, montagens, inaugurações, conversas, gravações, seminários, cursos, publicações, atribuição de bolsas, debates, momentos de convívio, acções de serviço educativo, concertos: em tudo isso Júlio Pomar participou fazendo sentir aos convidados que o lugar, o museu, mais do que dedicado exclusivamente à sua obra, era deles também.
Com noventa e dois anos de idade e mais de setenta anos de carreira, Júlio Pomar trabalhou diariamente no seu atelier quase até à sua morte, tornando a arte presente na vida do dia-a-dia, o que é patente em várias obras publicas, e particularmente no Metro da Estação do Alto dos Moinhos, em Lisboa, e no passaporte dos cidadãos portugueses, onde Fernando Pessoa está representado pela mão deste artista.
É o único pintor português que, em vida, viu uma obra sua, o “Almoço do Trolha”, "Classificada" pelo Estado português (2015), como "bem móvel de interesse público", podendo dizer-se que Júlio Pomar: não só faz parte da História da Ate Portuguesa como a tem «construído» com ele.
Revisitar a obra de Júlio Pomar será sempre olhar para a frente e nunca para trás. De acordo com o desejo do pintor, esta manter-se-á a missão do Atelier-Museu.

De olhos brilhantes escrevo, recordando a curiosidade e o brilho inigualável dos de Júlio Pomar.
Sara Antónia Matos

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in "TRATAdoDITOeFEITO"
Olhar e Sentir
            Olhar e sentir
por dentro do corpo a massa de que é feito o avesso dele.
Ossos músculos nervos veias
tudo o que está no corpo e mundo é
a pintura contém e depõe na tela e
se acaso aí o pintor deixou reservas
nesse sem nada o avesso do mundo se
recolhe e mostra a face.
*
Segunda Nota Explicativa
          Se uma palavra toca noutra ou mesmo sem tocar
lhe queda próxima, põem-se as duas
a dedilhar lembranças na ária
da carne azada.

Passa-se isto
na poesia dos poetas e na linguagem
da rua. Os ganhos
são mútuos e ficam mal lembrados

ou julgados inconvenientes se
pouco prosados ultrapassam
a discreta função de fundo
musical na paisagem ambiente.

Ganham em sentidos o que perdem
em concisão. Para que servem os muros
que nos cercam senão para dar ganas
de os saldar? 
*

Não é para Contar uma Estória que tu Escreves

          Não é para contar uma estória que tu escreves
e eu pinto
nem para nos apontarem a dedo que limamos
o bico aos pregos no avesso do mundo, nem a terra
é o centro deste. O universo não usa
adereços de cena
nem liga a espelhos. Tem mais que fazer
que nos copiar e tão-pouco ao fado pois ele é
velho, não tem dentes, e tresanda
ao ranço de uma açorda
salgada e sem coentros. 
*

Se a Luz Tivesse Beiços

             Se a luz tivesse beiços rir-se-ia
de quem fecha os olhos para ver
do claro dia apenas sombra e esquivando o perigo
de uma relação íntima com a dúvida

não ousou nunca
dar-lhe o braço, para não sentir
o corpo dela a enlaçar o seu, e provar-lhe
da carne o inesperado gosto. 
*

Do Fim dos Segredos

            Quando se conta a outrem um segredo este
desmaia: a palavra
torna-se pele
sem leão lá dentro.

Não é mais segredo e não o sendo
finge ser lembrança
de fabrico imperfeito:
um cliqueti no silêncio escancara

a dantes inamovível porta
e virada a página acha-se apenas
uma moeda
que não corre já. 
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"O esforço pode representar um prazer. A relação do dentro com o fora, o estar bem, o tirar prazer de, não é uma coisa que aconteça sozinha. É uma coisa que se procura e encontra, ou não. Esta incomodidade é uma incomodidade de todos os dias, uma batalha."
"A realidade das pessoas é muitas vezes isso mesmo: determinarem-se a coisas para as quais não estão vocacionadas e que lhes liquida o gosto que podem ter em viver."
http://www.citador.pt/cact.php?op=7&author=230&firstrec=0
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Triplo Retrato de Fernando Pessoa
https://www.facebook.com/107358489335605/photos/a.107488435989277.12708.107358489335605/1070615256343252/?type=3&theater
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Via:
Sisa Vieira arquitectou o Museu
sobre 1 barracão em ruínas
https://www.facebook.com/ateliermuseujuliopomar?fref=photo

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https://www.facebook.com/ateliermuseujuliopomar/photos/a.486489094750469.1073741826.486468264752552/824492880950087/?type=1&theater
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https://www.facebook.com/ateliermuseujuliopomar/photos/a.587109288021782.1073741830.486468264752552/821527477913294/?type=1&theater
5jan2015
Concluímos as últimas revisões do próximo Caderno do Atelier-Museu Júlio Pomar: uma longa conversa realizada nos dois últimos anos com Júlio Pomar. Brevemente nas livrarias.
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"Júlio Pomar - O Risco" é um documentário biográfico sobre um dos mais importantes pintores portugueses contemporâneos. Ao longo de 59 minutos acompanhamos o percurso do artista através do seu testemunho na primeira pessoa e com depoimentos de pessoas de vários quadrantes da sociedade, entre eles António Lobo Antunes, Siza Vieira, Mário Soares, Vasco Graça Moura, vários críticos de arte, galeristas, entre outros.
https://www.youtube.com/watch?v=_wd-yj0hkCQ
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Júlio Pomar- Ricardo Ribeiro - Povo que lavas no Rio

https://www.youtube.com/watch?v=2z4pNtCJ0MI
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a obra do pintor Júlio Pomar está muito bem tratada neste programa da RTP2:
http://www.youtube.com/watch?v=86GKdCzsyBw
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Pintura portuguesa - Júlio Pomar

https://www.youtube.com/watch?v=H6X5jBgmV3s

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Júlio Pomar "O que o fez aceitar vir ao programa?" - José Pedro Vasconcelos - 5 Para a Meia Noite

https://www.youtube.com/watch?v=AoyiwRaB63Y
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A escultora curadora Sara Matos d' ALCOBAÇA que vos abRRaça é a diretora do Museu Júlio Pomar...
Mais uma razão para visitar este belo museu!!!

Apresentacao a Imprensa "Atelier-Museu Júlio Pomar"

https://www.youtube.com/watch?v=f1WiObVFHrs
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Sara Matos directora do Museu Júlio Pomar, em entrevista ao DN

http://uniralcobaca.blogspot.pt/2014/10/897329out201488-sara-matos-directora-do.html
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https://www.facebook.com/ateliermuseujuliopomar/photos/pb.486468264752552.-2207520000.1420890271./594310743968303/?type=3&theater
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O almoço do trolha do pintor Júlio Pomar...

Estamos a recuar décadas de luta por direitos para quem trabalha...
Como inverter estas políticas???

A revolução urge!!!