24/04/2014

7.898.(24abril2014.8.38') Dia Mundial do Teatro

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2019
Não tenho desculpas para não reactivar o teatro...O cénico do CCCela

Carlos Celdrán é o primeiro dramaturgo e encenador cubano a assinar a mensagem do Dia Mundial do Teatro, que hoje se cumpre. Aqui ficam algumas sugestões para comemorar a efeméride.


CréditosPedro Rodrigues / A Escola da Noite
Carlos Celdrán é director do grupo Argos Teatro, de Havana, e o primeiro autor cubano convidado para escrever a mensagem do Instituto Internacional do Teatro (ITI), criado no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), para o Dia Mundial do Teatro, que hoje se assinala.
O encenador acredita que o teatro é um «país em si mesmo, um grande território onde cabe o mundo inteiro» e que é lá que ele existe, onde está o público, e onde tem os companheiros de quem precisa.
Para assinalar a efeméride, a Fundação Saramago, em Lisboa, convida a actriz Joana Manuel para uma leitura encenada do romance Ensaio sobre a Cegueira e outros textos de José Saramago, hoje às 18h30. Após a leitura haverá uma conversa com os curadores da exposição retrospectiva da adaptação teatral do romance de José Saramago feita pelo grupo de teatro O Bando.
Em Coimbra, a Escola da Noite promove nos dias 29 e 30 de Março, às 21h30, no Teatro da Cerca de S. Bernardo, o espectáculo A Morte nos Olhos, uma criação de Alexandre Pieroni Calado e João Ferro Martins em colaboração com a coreógrafa Carlota Lagido. O trabalho é produzido pela Artes e Engenhos, uma associação que promove trabalhos de artes performativas, som e fotografia, com sede na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Em Almada, o Teatro Extremo, para além de comemorar o Dia Mundial do Teatro, celebra também o seu 25.º aniversário com a estreia da sua 51.ª criação Armstrong, na Escola Secundária António Gedeão, às 15h15. As comemorações prosseguem esta noite no Teatro-Estúdio António Assunção, com música e poesia. 

Com agência Lusa
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 https://www.abrilabril.pt/cultura/o-teatro-e-o-lugar-onde-cabe-o-mundo-inteiro?fbclid=IwAR0BgaUAyM5n-AIA8pWVLi-H3lqqETH1GZ8v8_jz1MAOQmzQVaeYkWhgUQ8
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2017
postagem da Cláudia Almeida dos Gambuzinos:
"O teatro é a minha vida e o que me faz fugir dela, é uma parte de mim que ocupa o todo, é um turbilhão de emoções que nos faz perder o norte e é o que nos centra com o universo, é essencial como a respiração e constante como o bater do coração! É força e é vulnerabilidade, é o riso descontrolado e o choro sentido, é silêncio profundo e o som das palmas que preenche a alma, é tudo e nada, sou eu, és tu e somos nós! Feliz Dia do Teatro!!"

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10212251237576852&set=a.10203692281768306.1073741844.1255312881&type=3&theater
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http://www.abrilabril.pt/cultura/nos-nao-fazemos-o-teatro-existir-e-mais-gracas-ele-que-nos-existimos?from=onesignal
mensagem 2017...Isabelle Huppert 

27 de Março é Dia Mundial do Teatro


«Nós não fazemos o teatro existir, é mais graças a ele que nós existimos»

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via DN

http://www.dn.pt/artes/interior/o-teatro-resiste-a-tudo-a-guerra-a-censura-a-penuria-5750983.html
A atriz francesa Isabelle Huppert fez a mensagem deste ano do Dia Mundial do Teatro.A atriz francesa Isabelle Huppert considera que o "teatro é muito forte" e "resiste e sobrevive a tudo, à guerra, à censura, à penúria".
Na mensagem oficial da UNESCO para o Dia Mundial do Teatro, 27 de março (amanhã). Isabelle Huppert sublinha que o teatro "é a capacidade de representar outro", é a "ausência de ódio", é a possibilidade de criar cidadãos do mundo.
"Renasce sempre das cinzas", o teatro, e continua vivo, por "derramar as convenções anteriores nas suas novas formas", diz a atriz, na mensagem escrita a convite do Instituto Internacional do Teatro, criado no âmbito Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
"O teatro protege-nos, abriga-nos. Creio mesmo que o teatro nos ama, tanto como o amamos a ele", prossegue Huppert.
Tem a capacidade de criar e reforçar a amizade entre espetadores, de unir "tradutores, educadores, figurinistas, artistas de palco, académicos, profissionais e audiências", o teatro tem a capacidade de transformar todos em cidadãos do mundo, defende.
A afirmação da atriz surge a par de uma alusão a França, onde reside, a pouco mais de um mês das eleições presidenciais, numa recusa de "caça às bruxas" e num apelo, a quem assumir o poder, para que esteja consciente dos "benefícios inimagináveis" que o teatro representa.
Huppert, que foi este ano nomeada para o Óscar de Melhor Atriz, pelo desempenho em Ela, de Paul Verhoeven, dá como exemplo a sua própria carreira, os papéis que desempenhou, que fizeram dela um "cidadã do mundo", sublinhando, no entanto, ser "apenas uma das muitas pessoas que o teatro usa como via para existir".
"E é meu dever ser recetiva a isso", frisa a atriz, que há 14 anos protagonizou, em Lisboa, no Teatro Nacional de São Carlos, a encenação de Luís Miguel Cintra para Jeanne d'Arc au Bucher, oratória do compositor suíço Arthur Honnegger, sobre libreto de Paul Claudel.
A atriz lembra ainda que é apenas a oitava mulher a ser convidada para redigir a mensagem, nos 55 anos de celebração do Dia Mundial do Teatro, desde a sua instituição pela UNESCO, em 1962, com uma mensagem do dramaturgo francês Jean Cocteau.
Pode ler o texto integral da mensagem em inglês AQUI.
A dramaturga ugandesa Jessica Kaahwa (2011), a atriz britânica Judi Dench (2010), a encenadora francesa Ariane Mnouchkine (2005), fundadora do Théâtre du Soleil, a dramaturga egípcia Fathia El Assal (2004) e a antiga presidente islandesa Vigdís Finnbogadóttir (1999), impulsionadora da educação e das artes, no seu país, foram outras autoras recentes da mensagem.
A estas juntam-se a produtora norte-americana Ellen Stewart (1975), fundadora do Experimental Theater of La MaMa, de Nova Iorque, e a atriz alemã Helene Weigel (1967), companheira de Bertold Brecht, que dirigiu o Berliner Ensemble.
Os dramaturgos Dario Fo (2013), de Itália, Augusto Boal (2009), do Brasil, Vaclav Havel (1994), da República Checa, os norte-americanos Edward Albee (1993) e Arthur Miller (1963), o romeno Eugene Ionesco (1976), o guatemalteco Miguel Angel Astúrias (1968) são outros autores da mensagem anual, assim como o encenador britânico Peter Brook (1988 e 1969) e o ator norte-americano John Malkovitch (2012), de acordo com os arquivos do sítio do Instituto Internacional do Teatro, na internet.
Em 1967, Helene Weigel, a primeira mulher a escrever a mensagem, usava as palavras de Brecht como um aviso: "A arte deve tomar uma decisão nesta era de decisões. Ela pode ser instrumento dos que decidem destinos (...) ou estar ao lado do povo e colocar o destino nas suas mãos (...). Pode aumentar a ignorância ou o conhecimento (...), afirmar a sua força, ou atrair as forças que a conduzem à destruição".
O Instituto Internacional do Teatro foi criado em 1948, três anos após o termo da II Guerra Mundial, por iniciativa do secretário-geral da UNESCO Julian Huxley, com a colaboração do escritor britânico JB Priestly, com o objetivo de haver uma entidade, de promoção direta das artes perfomativas, "alinhada com os objetivos da UNESCO".
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Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2016


04_dia_mundial_teatro_2016
https://www.estc.ipl.pt/mensagem-do-dia-mundial-do-teatro-2016/
27 de março 2016.
Mensagem de Anatoli Vassiliev.
Será que precisamos de teatro?
Essa é a pergunta que milhares de profissionais de teatro, dececionados com ele, e milhões de pessoas, que dele estão cansadas, fazem vezes sem conta.
Para que precisamos dele?
Anos estes em que a cena parece tão insignificante, quando comparada com as praças das cidades e com os territórios dos estados, onde as tragédias autênticas da vida real estão a decorrer.
O que é isso para nós?
Galerias banhadas a ouro e balcões das salas de teatro, poltronas de veludo, laterais de palco sujas, e as muito límpidas vozes dos atores – ou vice-versa, algo que pode surgir aparentemente bem diferente: caixas pretas, manchadas de lodo e sangue, com uma porção de corpos nus e raivosos no seu interior.
O que é que isto nos é capaz de dizer?
Tudo!
O teatro pode dizer-nos tudo.
Como os deuses habitam no céu, e como prisioneiros definham em subterrâneos esquecidos, e como a paixão nos pode elevar, e como o amor pode ruir, e de como ninguém necessita de uma boa pessoa neste mundo, e como a deceção reina, e como as pessoas vivem em apartamentos, enquanto as crianças tiritam em campos de refugiados, e como todos eles têm de voltar para o deserto, e como dia após dia somos forçados a separar-nos daqueles que amamos – O teatro pode contar tudo.
O teatro esteve sempre aqui e permanecerá para sempre.
E agora, nestes últimos cinquenta ou setenta anos, ele é particularmente necessário.
Porque se olharmos para todas as artes públicas, podemos ver de imediato o que o só o teatro é capaz de nos dar – uma palavra de boca a boca, um olhar de olhos nos olhos, um gesto de mão para mão, e de corpo para corpo.
O teatro não precisa de nenhum intermediário para poder exercer a sua ação entre os seres humanos – ele constitui o lado mais transparente da luz, não pertencendo nem ao sul, nem ao norte, nem ao leste ou ao oeste – oh não, ele é a essência da luz em si mesma, brilhando de todos os quatro cantos do mundo, imediatamente reconhecível por qualquer pessoa, seja hostil ou amistosa para com ele.
E precisamos do teatro que permaneça sempre diferente; precisamos de teatro de muitos tipos diferentes.
Penso ainda que de todas as formas possíveis de teatro, as suas formas mais arcaicas serão aquelas que chamarão sobre si um maior apelo. O teatro de formas rituais não deve ser artificialmente oposto ao das designadas nações “civilizadas”. A cultura secular está a ser mais e mais lugar de emasculação, e nela a chamada «informação cultural» está gradualmente a substituir e a expulsar de si as entidades portadoras de singularidade, assim como a nossa esperança de um dia as poder vir a conhecer.
Mas uma coisa eu posso ver agora claramente: O teatro está a abrir as suas portas amplamente. Entrada gratuita para todos sem exceção.
Para o inferno com gadgets e computadores – simplesmente venham ao teatro; ocupem filas inteiras nas bancadas e nas galerias, oiçam a palavra e contemplem as imagens vivas! – é o teatro que está à vossa frente, não o negligenciem nem desperdicem a oportunidade de participar nele – talvez seja a oportunidade mais preciosa que podemos partilhar nas nossas vidas vãs e apressadas.
Precisamos de todo e cada tipo de teatro.
Há apenas um teatro de que ninguém por certo sentirá falta – refiro-me ao teatro dos jogos políticos, o teatro das armadilhas políticas, o teatro dos políticos, o teatro fútil da política.
Do que nós certamente não necessitamos é de um teatro de terror diário – seja ele individual ou coletivo, do que não precisamos mesmo é do teatro de cadáveres e de sangue nas ruas e nas praças, nas capitais ou nas províncias, um teatro falseado de confrontos entre religiões ou grupos étnicos…

Tradução a partir do inglês: Margarida Saraiva | Revisão: Armando Nascimento Rosa
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27mar2015
TEMOS QUE REACTIVAR O CÉNICO
NO CCCELA
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https://www.facebook.com/Stespectaculos/photos/a.533799976699394.1073741828.510829922329733/812439978835391/?type=1&theater
Dia Mundial do Teatro - Mensagem do STE
"O Teatro é uma arma", disse-nos Augusto Boal. 
Tudo depende da bala e da pontaria, disse-nos José Mário Branco. 
Nos últimos anos a arma esteve apontada ao próprio teatro. O desinvestimento, a destruição das relações laborais, a precariedade e os recibos verdes, o encerramento de muitos teatros e o fim de várias estruturas são balas cravadas no corpo colectivo dos fazedores de teatro.
Viremos então a arma, tornemo-la nossa. Vamos carregá-la de confiança e futuro. Sem medo, com esperança.
Encontremo-nos na rua, no sindicato, na luta. Nos locais onde todos os que disparam contra o teatro não querem que estejamos.
Porque só pode haver cultura se a defendermos e lutarmos por ela, se exigirmos os direitos que temos de ter, a fruição que deve ser para todos, a criação que não é de elites, é de todos.
Saibamos nós defender a cultura e lutar pelos nossos direitos, saibamos nós construir a sociedade de Abril que (tanto) nos pertence, só assim poderemos sarar as feridas e construir a cultura como ela deve ser, de todos e para todos.
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Via SPAutores
http://www.spautores.pt/destaques/mensagem-da-spa-da-autoria-de-nuno-carinhas-para-o-dia-mundial-do-teatro-2015-27-de-marco

Mensagem da SPA da autoria de Nuno Carinhas para o Dia Mundial do Teatro 2015 (27 de Março)


 Inventar a vida todos os dias – compor e ensaiar uma realidade com minúcia de autor, sem deixar que o acaso entre pela porta do cavalo – e acreditar nisso como sendo a grande verdade, que com urgência se propõe à partilha de todos, é o nosso mister.
Apesar de não sabermos do futuro do Teatro, podemos assegurar que está cheio de presente. Isso deve-se à tenacidade dos seus fazedores, aos que não desistem de querer. Eles, os herdeiros mais recentes das memórias mais antigas do mundo; eles, os que transportam o “à flor da pele” da humanidade, em palavras e silêncios que traduzem amores e ódios, reconhecimentos e humilhações, fraternidades e traições. Eles lidam com personagens que argumentam com inteligência, absurdez ou ridículo; que insultam, improperam e chacinam com crueza; que rogam e se compadecem por misericórdia e gratidão; que reclamam o fim de servidões e combatem pela dignidade; que duvidam.
No teatro – o lugar das Fúrias – exibe-se a beleza e a fealdade, o humano e o inumano, o luxo e a pobreza, o autoritarismo dos déspotas e a rebelião dos povos. Somos convocados para as viagens no comboio fantasma do tempo, dentro da máquina de todos os excessos: acende-se a luz no palco vazio, caixa dos sentidos onde cabem novas paisagens nascidas de todas as artes, para a construção da mais impura. Uma máquina que range de indignação perante as injustiças, as desigualdades e as indiferenças, o analfabetismo e a miséria. O teatro é lugar de obsidiante questionamento, do curso da História e das nossas pequenas histórias: de espectáculo em espectáculo, progredimos insatisfeitos de pergunta para pergunta, até acharmos aquelas – certeiras, justas – de que fala Almada: tão bem perguntadas que “se pensares um bocadinho tens já a resposta a seguir”.
Elaborando as suas ficções, os do Teatro resistem no meio de realidades sociais e políticas adversas, atentos ao revés e à festa, debaixo das bombas ou dos fogos-de-artifício, usando de uma força vital feita de inconformismo e fantasia que tem de ser experienciada à vista dos seus semelhantes, a solo ou em bando, mas em directo – mano-a-mano, corpo-a-corpo, de boca a orelha –, encurtando solidões. No teatro sussurra-se ou grita-se a língua que é linguagem saída dos corpos animados de vontade e de desejo. Aí se exerce a poesia, a retórica ou a conversa fiada do quotidiano. No teatro ouve-se falar sobre o que se ouve dizer ou escuta-se o que nunca se ouvira, desta ou daquela maneira.
Na sua infinita diversidade, o Teatro de Arte faz parte do património vivo através das novas dramaturgias e das traduções dos clássicos que vêm enriquecer a nossa língua em movimento, a verdadeira moeda de troca entre cidadãos, entre povos, entre culturas – no caso do Português, por esse mundo fora e a crescer. Urge fazer circular o nosso teatro, confrontando-o com outros públicos, abrindo espaço no mapa-mundo do saber.
O Dia Mundial do Teatro é uma chamada de atenção e homenagem a todos os que por ele persistem, que disso fazem prova de vida, todos os que falam, aqueles que o fazem e os que a ele assistem. Ir ao teatro é conceder-se a si mesmo tempo: um tempo que suspende a agitação dos dias utilitários para a partilha de histórias e suas possibilidades, sem nos alhearmos do presente e das lutas que se travam no quotidiano por uma comunidade mais justa, mais igualitária e mais feliz.
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Nuno Carinhas
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teatro de rua . performance . dança
comemorações do dia mundial da dança
O BAILE DOS CANDEEIROS - RADAR 360º
Sexta, 2 maio, 22h00
Anfiteatro do Jardim da Praça João de Deus Ramos - Alcobaça 
ENTRADA LIVRE
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“O teatro não deve ser elitista, reduzido a minorias esclarecidas, nem demagogo, obediente a cartilhas consumistas de multidões acríticas”

(Miguel Manso )
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hj é Dia Mundial do Teatro...
Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2013
Mensagem de Dario Fo
Há muito tempo que a forma de resolver o problema da intolerância para com os actores era expulsá-los do país.
Hoje, actores e companhias de teatro têm dificuldades em encontrar Teatros, palcos e espectadores por causa da crise.
Os governantes já não estão, portanto, preocupados com problemas de controlo sobre aqueles que se expressam com ironia e sarcasmo, tendo em conta que já não há lugares para actores nem público a quem se dirigirem.

Por outro lado, durante o Renascimento, em Itália os que estavam no poder tiveram que fazer um esforço significativo para manter os Commedianti junto a sí, tendo em conta que atraiam grande multidões.
É sabido que o grande êxodo dos actores da Commedia dell’Arte aconteceu no século da contra-reforma, que decretou o desmantelamento de todos os teatros, especialmente em Roma, onde eram acusados de ofender a cidade sagrada. Em 1697, o Papa Inocente XII, sob a pressão de pedidos insistentes do lado mais conservador da burguesia e dos mais altos representantes do clero, ordenou a demolição do Teatro Tordinona que, segundo os moralistas, teria levado a cena o maior numero de peças obscenas.
Na altura da contra-reforma, o cardeal Carlo Borromeo, que estava activo no norte de Itália, tinha-se comprometido à redenção dos “filhos de Milão”, establecendo uma distinção clara entre a arte, como a mais elevada forma de educação espiritual, e teatro, a manifestação do profano e de vaidade. Numa carta dirigida aos seus colaboradores, que cito de memória, ele expressa-se mais ou menos assim: “Preocupados em erradicar a erva daninha, fizemos os possíveis para queimar textos contendo discursos infames, para os erradicar da memória dos homens, e, ao mesmo tempo, preseguir aqueles que divulgaram tais textos imprimindo-os. Evidentemente, no entanto, enquanto estávamos a dormir, o demónio trabalhou com astúcia renovada. Como penetra na alma mais do que o que os olhos vêem, o que se pode ler nesses livros! Assim como a palavra falada e o gesto apropriado são muito mais devastadores para as mentes dos adolescentes e jovens do que uma palavra morta impressa em livros. É, portanto, urgente livrar as nossas cidades de fabricantes de teatro, como fazemos com as almas indesejadas.".
Então, a única solução para a crise está na esperança de que uma grande expulsão seja organizada contra nós e, especialmente, contra os jovens que desejam aprender a arte do teatro: a diáspora nova de comediantes, de fazedores de teatro, que a partir de tal imposição, terão sem dúvida, benefícios inimagináveis para uma nova representação.
DARIO FO
Milano, 29 gennaio 2013
Tradução de Frederico Corado

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Os extraordinários Gambuzinos estão a ensaiar...sábado vão promover o 2º Mercado de Artesanato e Usados...14h/19h Benedita... d'Alcobaça que vos abRRaça
Dado o sucesso do primeiro Mercado de Artesanato e Usados, voltamos com uma Edição de Primavera! 

Despeja as arcas e esvazia o roupeiro. Prepara as relíquias, a conversa de vendedor e treina o sorriso número 3! O próximo mercado está a chegar!

30 de Março, entre as 14h e as 19h, na Praça Damasceno Campos, recebemos a Primavera com os braços abertos e um mercado bem disposto!

Mas despacha-te, as inscrições terminam dia 28!!

No nosso blog encontras toda a informação sobre como participar!

http://gambuzinoscom1pedefora.wordpress.com/
Até breve!