19/04/2014

7.868.(19abril2014.2h da tarde) Octavio Paz

morreu a 19abril1998.
e nasceu a 31mar1914
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Via José Eduardo Oliveira

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"O homem é um ser que se criou ao criar a linguagem. Pela palavra, o homem é uma metáfora de si mesmo"
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Octavio Paz Lozano (Cidade do México, 31 de março de 1914 — Cidade do México, 19 de abril de 1998) foi um poeta, ensaísta, tradutor e diplomata mexicano, notabilizado, principalmente, por seu trabalho prático e teórico no campo da poesia moderna ou de vanguarda. Recebeu o Nobel de Literatura de 1990.

Escritor prolífico cuja obra abarcou vários gêneros, é considerado um dos maiores escritores do século XX e um dos grandes poetas hispânicos de todos os tempos.[1]

Passou a infância nos Estados Unidos, acompanhando a família. De volta ao seu país, estudou direito na Universidade Nacional Autônoma do México. Cursou também especialização em literatura. Morou na Espanha, onde conviveu com diversos intelectuais. Viveu também em Paris, no Japão e na Índia.

Em 1945, ingressou no serviço diplomático mexicano. Quando morava em Paris, testemunhou e viveu o movimento surrealista, sofrendo grande influência de André Breton, de quem foi amigo. Em sua criação, experimentou a escrita automática, tendo praticado posteriormente uma poesia ainda vanguardista, porém mais concisa e objetiva, voltada a um uso mais preciso da função poética da linguagem.

Publicou mais de vinte livros de poesia e incontáveis ensaios de literatura, arte, cultura e política, desde Luna Silvestre, seu primeiro livro, de 1933.

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Octavio Paz - Fábula de Joan Miró (por José-António Moreira)

https://www.youtube.com/watch?v=w8TRuhtST9I&feature=share
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Via Graça Silva
O Dia
De que céu caído, oh insólito, imóvel solitário na onda do tempo? És a duração, o tempo que amadurece num instante enorme, diáfano: flecha no ar, branco embelezado e espaço já sem memória de flecha. Dia feito de tempo e de vazio: desabitas-me, apagas meu nome e o que sou, enchendo-me de ti: luz, nada. E flutuo, já sem mim, pura existência.
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Silêncio Assim como do fundo da música brota uma nota que enquanto vibra cresce e se adelgaça até que noutra música emudece, brota do fundo do silêncio outro silêncio, aguda torre, espada, e sobe e cresce e nos suspende e enquanto sobe caem recordações, esperanças, as pequenas mentiras e as grandes, e queremos gritar e na garganta o grito se desvanece: desembocamos no silêncio onde os silêncios emudecem. in "Liberdade sob Palavra" Tradução de Luis Pignatelli
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Sobre a poesia:
"Por que tocas meu peito novamente? Chegas silenciosa, secreta, armada, como os guerreiros a uma cidade adormecida; queimas minha língua com teus lábios, polvo, e despertas os furores, os gozos, e esta angústia sem fim que acende o que toca e engendra em cada coisa uma avidez sombria."
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1ª página do Jornal de Letras
24dez2014

pág.8
2 poemas traduzidos por Nuno Júdice:
Mais Além do Amor

Tudo nos ameaça:
O tempo, que em viventes fragmentos divide
quem fui
          do que serei,
como o cutelo à cobra;
a consciência, a transparência trespassada,
o olhar cego de se olhar a olhar;
as palavras, luvas cinzentas, pó mental sobre
 [a erva, a água, a pele;
os nossos nomes, qu entre ti e mim se levantam,
muralhas de vazio que nenhuma trobeta derruba.

Nem o sonho e o seu povo de imagens rasgadas,
nem o delírio e a sua espuma profética,
nem o amor com os seus dentes e unhas nos bastam.
Mais além de nós,
nas fronteiras do ser e do estar,
uma vida mais vida nos reclama.

Lá fora a noite respira, estende-se,
repleta de grandes folhas quentes,
de espespelhos que combatem:
frutos, garras, olhos, folhagens,
ombros que reluzem,
corpos que abrem caminho entre outros corpos.

Deita-te aqui na margem de tanta espuma,
de tanta vida que se ignora e entrega:
também tu pertences à noite.
Deita-te, brancura que respira,
lateja, oh estrela repartida,
taça,
pão que inclinas a balança para o lado da aurora,
pausa de sangue entre este tempo e outro sem medida,

(de Liberdade sob palavra, 1935-1957)
e
Proema

Ás vezes a poesia é a vertigem dos corpos e a vertigem do júbilo e a vertigem da morte;
o passeio com os olhos fechados à beira do desfiladeiro e a verbena dos jardins submarinos;
o riso que incendeia os preconceitos e os santos mandamentos;
a descida das palavras em paraquedas sobre os areias da página;
o desespero que se embarca num barco de papel e atravessa, durante quatenta noites e quarenta dias, o mar da angústia nocturna e a pedreira da angústia nocturna e a pedreira daangústia diurna;
a idolatria do eu e a execração do eu e o desaparecimento do eu;
a degolação dos epítetos, o enterro dos espelhos;
a colheita dos pronomes acabados de cortar no jardim do Epicuro e no de Netzahualcoyotl;
o solo de flauta no terraço da memória e o baile de chamas na gruta do pensamento;
as migrações de miríades de verbos, asas e garras, sementes e mãos;
os substantivos ósseos e cheios de raízes, plantados nas ondulações da linguagem;
o amor ao nunca visto e o amor ao nunca ouvido e o amor ao nunca dito: o amor ao amor.

Sílabas sementes.
(de Árvote dentro, 1976-1988)

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“Só erra quem produz. Mas, só produz quem não tem medo de errar. As massas humanas mais perigosas são aquelas em cujas veias foi injetado o veneno do medo. Do medo da mudança.” 

“A palavra é o próprio homem. Somos feitos de palavras. Elas são nossa única realidade ou, pelo menos, o único testemunho de nossa realidade.” 

“Nos dias atuais todos nós falamos, se não a mesma língua, uma espécie de linguagem universal. Nao existe um único centro e o tempo perdeu sua coerência. Leste e Oeste, passado e futuro se misturam dentro de nós. Diferentes tempos e espaços se combinam aqui, agora, tudo de uma vez só.” 

Via Maria Elisa Ribeiro
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Amar é perder-se no tempo,
ser espelho entre espelhos.
Ao que é temporal chamar eterno...
Amar é despenhar-se
cair infindavelmente,
o nosso par
é o nosso abismo...
amar é duplo
e sempre dois
dois é querer continuar o mesmo
e já ser outro, e outra
amar é ter olhos nas pontas dos dedos
tocar no nó em que se enlaçam
quietude e movimento
Quero-te...
A tarde foi a pique
lâmpadas e reflectores
devassam a noite
com palavras de água, chama, ar e terra
inventamos o jardim dos olhares
diante de nós
está o mundo.

(poeta, ensaísta, tradutor e diplomata mexicano)
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Ni el sueño y su pueblo de imágenes rotas, 
ni el delirio y su espuma profética, 
ni el amor con sus dientes y uñas nos bastan. 
Más allá de nosotros, 
en las fronteras del ser y el estar, 
una vida más vida nos reclama. 

tradução RR
Nem o sonho e o povo de imagens pobres, 
nem o delírio e sua espuma profética,
nem o amor com os seus dentes e unhas nos bastam.  
Além de nós,

nas fronteiras do ser e estar, 
uma vida mais vida nos reclama.
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Via Citador:
Octavio Paz
"A palavra quando é criação desnuda. A primeira virtude da poesia tanto para o poeta como para o leitor é a revelação do ser. A consciência das palavras leva à consciência de si: a conhecer-se e a reconhecer-se."Fonte - A Propósito de López VelardeTema - Poesia

"A solidão é o fundo último da condição humana. O homem é o único ser que se sente só e que procura um outro."Fonte - O Labirinto da SolidãoTema - Solidão

"O homem é uma criatura moral que envelhece, que morre e que não sabe para o que veio aqui."Tema - Homem

"As massas humanas mais perigosas são aquelas em cujas veias foi injectado o veneno do medo... do medo da mudança."Tema - Sociedade

"O amor é uma tentativa de penetrar no íntimo de outro ser humano, mas só pode ter sucesso se a rendição for mútua."Tema - Amor

"Nenhum povo acredita no seu Governo. Em resumo, os povos estão resignados."Tema - Governo

"A poesia é o ponto de intersecção entre o poder divino e a liberdade humana."Tema - Poesia

"O homem é um ser que se criou a si próprio ao criar uma linguagem. Pela palavra, o homem é uma metáfora de si próprio."Fonte - O Arco e a LiraTema - Comunicação

"Os prémios domesticam o escritor independente, cortam as asas do inspirado, castram o rebelde..."Tema - Escrita
"Não é poeta aquele que não tenha sentido a tentação de destruir ou criar outra linguagem."Tema - Poeta*******************Teus OlhosTeus olhos são a pátria do relâmpago e da lágrima, 
silêncio que fala, 
tempestades sem vento, mar sem ondas, 
pássaros presos, douradas feras adormecidas, 
topázios ímpios como a verdade, 
outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro 
             duma árvore e são pássaros todas as folhas, 
praia que a manhã encontra constelada de olhos, 
cesta de frutos de fogo, 
mentira que alimenta, 
espelhos deste mundo, portas do além, 
pulsação tranquila do mar ao meio-dia, 
universo que estremece, 
paisagem solitária. 

 in "Liberdade sob Palavra" 
Tradução de Luis Pignatelli

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Via:http://frasesinteligentes.com.br/autor/octavio-paz
Se os líderes lessem poesia, seriam mais sábios.
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A palavra é o próprio homem. Somos feitos de palavras. Elas são noss





















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A solidão é o fundo último da condição humana. O homem é o único ser que se sente só e que procura um outro.
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Cada leitor procura algo no poema.E não é insólito que o encontre ;já o trazia dentro de si.
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Coisas e palavras sangram pela mesma ferida
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Sou homem: duro pouco e é enorme a noite. Mas olho para cima: as estrelas escrevem. Sem entender compreendo: Também sou escritura e neste mesmo instante alguém me soletra.
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Não há poema em si, mas em mim ou em ti.
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O amor é uma tentativa de penetrar no íntimo de outro ser humano, mas só pode ter sucesso se a rendição for mútua.
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o dia abre a mão três nuvens e estas poucas palavras
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O homem é um ser que se criou a si próprio ao criar uma linguagem. Pela palavra, o homem é uma metáfora de si próprio.
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O mundo muda qundo dois se olham e se reconhecem... Amar, é despir-se de nomes
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Os corpos são hieróglifos sensíveis.
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