23/07/2014

8.486.(23jul2014.13.13') Aldous Huxley

Nasceu a 26jul1894
e morreu a 22nov1963
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Ver 8.347
 Thomas Henry Huxley
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Via Cristina Franco
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"Não quero conforto. 
Quero Deus.
Quero Poesia.
Quero perigo. 
Quero Liberdade. 
Quero divindade.
Quero pecado."

(in Admirável Mundo Novo)

...com o seu gato "Limbo".

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“O silêncio está tão repleto de sabedoria
e de espírito em potência
como o mármore não talhado é rico em escultura.”

© Marie-Paule Deville Chabrolle - Escultura

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26 de Julho de 1894: Nasce o escritor britânico Aldous Huxley, autor de "Admirável Mundo Novo"

Filho de uma família de classe média alta, Aldous Huxley nasceu a 26 de Julho de 1894 em Godalming, Inglaterra e teve uma educação privilegiada. Devido a um problema na retina, quase ficou cego aos dezasseis anos. Parcialmente recuperado, aprendeu braile. Estudou no Eton College e no Balliol College, em Oxford, licenciando-se em inglês em 1916.

O seu primeiro volume de poemas foi publicado em 1916 e em 1920 lançou mais duas obras. Actuou como crítico literário e teatral e escreveu artigos para várias revistas. Em 1919 Huxley casou-se com Maria Nys, com quem teve um filho, Mathew.

Em 1921 publicou o seu primeiro livro de crítica social, "Crome Yellow". Durante a década de 1920, Aldous Huxley conviveu com o grupo de Bloomsbury, o qual integrava artistas, intelectuais e escritores, como Virginia Woolf, e publicou mais de uma dezena de livros, entre os quais "Contraponto", que obteve grande sucesso.

Em 1930, Aldous Huxley estabeleceu-se na França, onde escreveu a sua obra mais conhecida, "Admirável Mundo Novo", com a qual ganharia fama internacional. Através de uma sombria ficção científica, o escritor estabeleceu uma visão pessimista de uma futura sociedade tecnológica.

Em 1937, Huxley mudou-se para a Califórnia, nos Estados Unidos, onde abandonou a ficção e passou a dedicar-se a escrever ensaios e guiões para cinema. Entre os vários guiões que elaborou, estão "Orgulho e Preconceito", uma adaptação do romance de Jane Austen, de 1940, e "Jane Eyre", de 1944, com Orson Welles no elenco.

Em 1954 Huxley publicou "As Portas da Percepção", em que relata a experiência de ampliação da consciência através do uso da mescalina, um potente alucinogénio. Huxley tornou-se um guru para a comunidade hippie e passou a interessar-se por filosofias orientais. Em 1956, um ano depois da morte da primeira esposa, Huxley casou-se com a psicoterapeuta Laura Archera.

Em 1962 o escritor lançou seu último romance, "A Ilha". Aldous Huxley morreu no dia 22 de Novembro de 1963, no mesmo dia em que o presidente John F. Kennedy foi assassinado.

 wikipedia (imagens)

Monochrome portrait of Aldous Huxley sitting on a table, facing slightly downwards.
Aldous Huxley
Admirável Mundo Novo
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/26-de-julho-de-1894-nasce-o-escritor.html?spref=fb&fbclid=IwAR3hzLUuELCh9Wdsg_e42TErq36CkN6TlH6PROoQbUEf9iUHObL5TnRUnag
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VIA CITADOR:
 Aldous Huxley

"Devemos o progresso aos insatisfeitos."
"O silêncio está tão repleto de sabedoria e de espírito em potência como o mármore não talhado é rico em escultura."
"Talvez a maior lição da história seja que ninguém aprendeu as lições da história."
"As paródias e as caricaturas são as formas mais agudas de crítica."
"A castidade é a mais anormal das perversões sexuais."
"Os factos não deixam de existir só porque são ignorados."
"Os homens são animais muito estranhos: uma mistura do nervosismo de um cavalo, da teimosia de uma mula e da malícia de um camelo."
"O homem que pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisões morais ou é uma múmia ambulante ou, se não conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um mono maníaco fanático."
"Há um único recanto do universo que podemos ter certeza de melhorar: o nosso próprio eu."
"O degrau da escada não foi inventado para repousar, mas apenas para sustentar o pé o tempo necessário para que o homem coloque o outro pé um pouco mais alto."

COMPLETAR
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Perseverar Sempre - Aldous Huxley
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Queremos Homens Completos ou Meros Cidadãos?A educação actual e as actuais conveniências sociais premeiam o cidadão e imolam o homem. Nas condições modernas, os seres humanos vêm a ser identificados com as suas capacidades socialmente valiosas. A existência do resto da personalidade ou é ignorada ou, se admitida, é admitida somente para ser deplorada, reprimida ou, se a repressão falhar, sub-repticiamente rebuscada. Sobre todas as tendências humanas que não conduzem à boa cidadania, a moralidade e a tradição social pronunciam uma sentença de banimento. Três quartas partes do Homem são proscritas. O proscrito vive revoltado e comete vinganças estranhas. Quando os homens são criados para serem cidadãos e nada mais, tornam-se, primeiro, em homens imperfeitos e depois em homens indesejáveis.
A insistência nas qualidades socialmente valiosas da personalidade, com exclusão de todas as outras, derrota finalmente os seus próprios fins. O actual desassossego, descontentamento e incerteza de propósitos testemunham a veracidade disto. Tentámos fazer homens bons cidadãos de estados industriais altamente organizados: só conseguimos produzir uma colheita de especialistas, cujo descontentamento em não serem autorizados a ser homens completos faz deles cidadãos extremamente maus. Há toda a razão para supor que o mundo se tornará ainda mais completamente tecnicizado, ainda mais complicadamente arregimentado do que é presentemente; que graus cada vez mais elevados de especialização serão requeridos dos homens e mulheres individuais. O problema de reconciliar as reivindicações do homem e do cidadão tornar-se-á cada vez mais agudo. A solução desse problema será uma das principais tarefas da educação futura. Se irá ter êxito, e até mesmo se o êxito é possível, somente o evento poderá decidir. 

 in "Sobre a Democracia e Outros Estudos"
A Educação Colectiva Não FuncionaA nossa política educacional baseia-se em duas enormes falácias. A primeira é a que considera o intelecto como uma caixa habitada por ideias autónomas, cujos números podem aumentar-se pelo simples processo de abrir a tampa da caixa e introduzir-lhes novas ideias. A segunda falácia, é que, todas as mentes são semelhantes e podem lucrar como o mesmo sistema de ensino. Todos os sistemas oficiais de educação são sistemas para bombear os mesmos conhecimentos pelos mesmos métodos, para dentro de mentes radicalmente diferentes. 
Sendo as mentes organismos vivos e não caixotes do lixo, irremediavelmente dissimilares e não uniformes, os sistemas oficiais de educação não são como seria de esperar, particularmente afortunados. Que as esperanças dos educadores ardorosos da época democrática cheguem alguma vez a ser cumpridas parece extremamente duvidoso. Os grandes homens não podem fazer-se por encomenda por qualquer método de ensino por mais perfeito que seja.

O máximo que podemos esperar fazer é ensinar todo o indivíduo a atingir todas as suas potencialidades e tornar-se completamente ele próprio. Mas o eu de um indivíduo será o eu de Shakespeare, o eu de outro será o eu de Flecknoe. Os sistemas de educação prevalecentes não só falham em tornar Flecknoes em Shakespeares (nenhum método de educação fará isso alguma vez); falham em fazer dos Flecknoes o melhor. A Flecknoe não é dada sequer uma oportunidade para se tornar ele próprio. Congenitamente um sub-homem, ele está condenado pela educação a passar a sua vida como um sub-sub-homem. 

 in "Sobre a Democracia e Outros Estudos"
A Democracia Política Conduz à Ineficiência e Fraqueza de DirecçãoOs defeitos da democracia política como sistema de governo são tão óbvios, e têm sido tantas vezes catalogados, que não preciso mais do que resumi-los aqui. A democracia política foi criticada porque conduz à ineficiência e fraqueza de direcção, porque permite aos homens menos desejáveis obter o poder, porque fomenta a corrupção. A ineficiência e fraqueza da democracia política tornam-se mais aparentes nos momentos de crise, quando é preciso tomar e cumprir decisões rapidamente. Averiguar e registar os desejos de muitos milhões de eleitores em poucas horas é uma impossibilidade física. Segue-se, portanto, que, numa crise, uma de duas coisas tem de acontecer: ou os governantes decidem apresentar o facto consumado da sua decisão aos eleitores - em cujo caso todo o princípio da democracia política terá sido tratado com o desprezo que em circunstâncias críticas ela merece; ou então o povo é consultado e perde-se tempo, frequentemente, com consequências fatais. Durante a guerra todos os beligerantes adoptaram o primeiro caminho. A democracia política foi em toda a parte temporariamente abolida. Um sistema de governo que necessita de ser abolido todas as vezes que surge um perigo, dificilmente se pode descrever como um sistema perfeito. 

in "Sobre a Democracia e Outros Estudos"
A Verdadeira Religião é Individual e não SocialÉ possível que a religião da solidão seja de certa maneira superior à religião social e formalizada. O que é certo é que ela apareceu mais tarde no decurso da evolução. Além disso, os fundadores das religiões e seitas históricamente mais importantes têm sido todos, com excepção de Confúcio, solitários. Talvez seja verdade dizer-se que, quanto mais poderosa e original for uma mente, mais ela se inclinará para a religião da solidão, e menos ela será atraída no sentido da religião social ou impressionada pelas suas práticas. Pela sua própria superioridade a religião da solidão está condenada a ser a religião das minorias. Para a grande maioria dos homens e das mulheres a religião ainda significa, o que sempre significou, religião social formalizada, um assunto de rituais, observâncias mecânicas, emoção das massas. Perguntem a qualquer dessas pessoas o que é a verdadeira essência da religião, e eles responderão que ela consiste na devida observância de certas formalidades, na repetição de certas frases, na reunião em certos tempos e em certos lugares, da realização por meios apropriados de emoções comunais. 

 in "Sobre a Democracia e Outros Estudos"