nasceu a 11set1885
e morreu a 2mar1930
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http://escamandro.wordpress.com/2013/05/21/d-h-lawrence-snake/
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http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=922
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O amante de Lady Chatterly
https://www.youtube.com/watch?v=4sIcQDlaues
(1ª parte com legendas em Português)
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https://www.youtube.com/watch?v=W_M7q2yktu0&index=4&list=PLYsH44n469KmWWVsNBATEYi-7pOl79Kcu
(2ªparte)
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https://www.youtube.com/watch?v=SK9jdc9rQVI
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http://escamandro.wordpress.com/2013/05/21/d-h-lawrence-snake/
Serpente
Uma serpente surgiu em minha tina d’água,
Em um dia muito, muito quente, e eu com pijamas de verão,
Para ali s’embevecer.
Na sombra profunda, o singular aroma, de uma gigantesca árvore de alfarrobas,
Eu descia os degraus, e comigo a ânfora,
E precisei esperar, em pé esperando, porque ali estava ela na tina à minha frente.
Ela descendeu de uma fissura no muro-da-terra na obscuridade
E trilhou a sua indolência marrom-amarelada de ventre-sutil na direção das profundezas, através do limiar da pedra, que era a tina,
E descansou a sua garganta por sobre o leito da pedra,
E onde a água gotejava da torneira, em ínfima clareza,
Ela bebeu com sua boca linear,
Suavemente bebeu através das gengivas, para dentro de seu corpo comprido e vagaroso,
Silenciosamente.
Havia alguém em minha frente na minha tina d’água,
E eu, como um outro, à espera.
Ela alçou a cabeça do embevecimento, como faz o gado,
E olhou para mim vagamente, como faz o gado que embevece,
E tremeluziu a língua bifurcada em seus lábios, e meditou por um momento.
E inclinou-se e embeveceu-se ainda mais,
Suas cores do marrom da terra, do dourado da terra das vísceras flamejantes da terra
Em um dia siciliano de julho, quando Etna fumava.
A voz da minha educação enunciou que
Eu precisava matá-la,
Porquanto na Sicília as cobras negras negras são inocentes, e as douradas venenosas.
E as vozes em mim disseram, Se tu fosses um homem
Tomarias para ti um graveto e quebranta-la-ia, e acabaria com isto.
Mas deveria eu confessar que me afeiçoeei a ela,
Que exultei a sua tão tranquila presença, a embevecer-se em minha tina d’água
E a ir-se embora em paz, pacificada, sem jamais agradecer-me,
Para dentro das vísceras flamejantes da terra?
Foi covardia, o não ousar matá-la?
Foi perversão, o desejo de comunicar-me?
Foi por humildade a honradez?
Eu realmente me senti honrado.
E ainda assim aquelas vozes:
Se não estivesses com medo, mata-la-ia!
E eu verdadeiramente temia, eu estava incrivelmente assutado,
E por isso mesmo, ainda mais honrado
Por ela desejar a minha hospitalidade
De através da porta sombria dos segredos da terra.
Ela embeveceu-se o bastante
E soergueu a cabeça, oniricamente, como um bêbedo,
E tremeluziu a língua como uma noite bifurcada pelos ares, tão negra,
Parecendo lamber-se os lábios,
E olhou ao redor como um deus, invisível no ar,
E vagarosamente virou a cabeça,
E vagarosa, vagarosamente, três vezes onírica
Evocou o traçado de seu lento comprimento a curvar-se em rodopios
A escalar a margem esfacelada das faces do muro.
E à medida em que ela instigava as faces para dentro do buraco mais terrível,
E à medida em que ela lentamente ascendia, abreviando viboramente os ombros, imiscuindo-se nas profundezas,
Uma espécie de horror, uma espécie de protesto contra a sua retirada para dentro do nefasto buraco negro,
Deliberadamente avançando em direção à escuridão, e vagarosamente levando a si mesma consigo,
Dominou-me, agora que encarava-me pela superfície oposta.
Eu olhei ao redor, livrei-me da ânfora,
Peguei uma tora grosseira
E arremessei-a dentro da tina d’água com um estrondo.
Pensei que não a tivesse acertado;
Mas de repente aquela parte da serpente que ficara para trás convulsionou com indigna prontidão,
Estorcendo-se como um raio, e esvaeceu
Dentro do buraco negro, a fissura labial da terra na fronte do muro,
O qual, na intensidade do meio-dia, eu fiquei a contemplar.
E imediatamente arrependi-me.
Pensei em quão insignificante, quão vulgar, um ato tão mesquinho!
Desprezei a mim mesmo e às vozes de minha maldita educação humana.
E pensei no albatroz,
E desejei que ela retornasse, a minha serpente.
Porque ela era como um rei, aos meus olhos,
Como um rei no exílio, destronado no submundo,
Prestes a ser coroado novamente.
E então, eu perdi a minha chance com um dos soberanos
Da vida.
E eu tinha algo a expiar:
A minha mesquinhez.
A tradução é de Lucas Haas Cordeiro, traduzida em meados de 2012
***http://poesiasselecionadas.spaceblog.com.br/140514/A-INDECENCIA-PODE-SER-SAUDAVEL-D-H-Laurence/
A INDECÊNCIA PODE SER SAUDÁVEL
A Indecência pode ser normal, saudável;
na verdade, um pouco de indecência é necessário em toda a vida
para a manter normal, saudável.
E um pouco de putaria pode ser normal, saudável.
Na verdade, um pouco de putaria é necessário em toda a vida
para a manter normal, saudável.
Mesmo a sodomia pode ser normal, saudável
desde que haja troca de sentimento verdadeiro.
Mas se alguma delas for para o cérebro,
aí se torna perniciosa;
a indecência no cérebro se torna obscena, viciosa,
a putaria no cérebro se torna sifilítica.
e a sodomia no cérebro se torna uma missão,
tudo, vício, missão, insanemente mórbido.
Do mesmo modo, a castidade na hora própria é normal e bonita.
Mas a castidade no cérebro é vício, perversão.
E a rígida supressão de toda e qualquer indecência, putaria e relações assim
leva direto a furiosa insanidade.
E a quinta geração de puritanos,
se não for obscenamente depravada, é idióta.
Por isso, você tem de escolher.
***Via KDFRases

“O amor é a flor da vida, que floresce inesperadamente, sem lei, e deve ser escolhido onde for encontrado e vivido pelo breve de sua duração.”
Frases - http://kdfrases.com
“Se, pelo menos, pudéssemos viver duas vezes: a primeira vez, para cometer todos os inevitáveis erros; a segunda, para lucrar com eles.”
“Gosto desta ideia: que o amor é uma forma de conversação em que as palavras agem em vez de serem faladas.”
“O que as pessoas querem é o ódio, o ódio, nada mais do que o ódio, em nome do amor e da justiça, odeiam.”
“A vida é magnífica enquanto nos consome.”
“Coma e se embriague com Baco, ou mastuigue pão seco com Jesus, mas não fique sentado sem um dos deuses.”
“Um artista é apenas um homem comum com uma enorme potencialidade - mesmas ferramentas, mesma maquiagem, apenas mais força. E a força que guia sua vida geralmente acha seu ponto fraco, e então ele enlouquece ou deprime.”

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Via Pensador:
"Não sou nada, não passo de um pensamento…"
"Fique quieto quando não tiver nada o que dizer; mas quando um verdadeiro ardor lhe mover, diga o que tem que ser dito, e diga com força."
"I never saw a wild thing
sorry for itself.
A small bird will drop frozen dead from a bough
without ever having felt sorry for itself"
"Gosto desta ideia: que o amor é uma forma de conversação em que as palavras agem em vez de serem faladas."
"Para o puritano tudo é impuro"
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