29/09/2014

8.806.(29set2014.7.17') Émile Zola

Nasceu a 2abril1940
e morreu a 29set1902
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Via Eulália Valentim:
EMILE ZOLA, por Edouard Manet (1832-1883)

Émile Zola, Foi um escritor Francês.- Abril de 1840 — Setembro de 1902. Foi o idealizador do naturalismo e o escritor que mais se identificou com ele

« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice. Mes nuits seraient hantées par le spectre de l'innocent qui expie là-bas, dans la plus affreuse des tortures, un crime qu'il n'a pas commis. »

EXÍLIO EM INGLATERRA- CASO DREYFUS
Pelo artigo dirigido ao Presidente Francês : JÀCCUSE, onde atacava os generais e oficiais pelos erros judiciais que condenaram Dreyfus, Zola foi condenado a um ano de prisão e a uma multa em dinheiro. Para escapar à prisão fugiu para Inglaterra

Émile Zola morreu 4 anos depois deste artigo, em circunstâncias estranhas, não tendo sido colocado de parte a ideia do mesmo ter sido assassinado
https://youtu.be/CBff1I_ESSA
Emile Zola J' Accuse Lettre Au Président De La République Affaire Dreyfus 1898

OBRA:
J'accuse
Germinal
Les Rougon-Macquart
Thérèse Raquin
NANA

Wikipédia

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2032905400070164&set=a.282097105151011.82379.100000521703651&type=3&theater
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Via JERO
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10209435954890399&set=a.1029365188983.3914.1670949754&type=3&theater
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Via Maria Elisa Ribeiro
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1032938463389389&set=a.104671869549391.10003.100000197344912&type=1&theater
"Vocês me tratam como um escritor democrático e algo socialista, e se surpreendem que eu pinte a classe operária com cores verdadeiras e entristecedoras. De início, não aceito as etiquetas que vocês me colam nas costas. Creio ser um escritor sem epíteto; se desejam classificar-me, digam que sou um romancista naturalista, o que não me desagradará. Minhas opiniões políticas não contam. Quanto à pintura de certa classe operária, ela é tal como a expressei: sem sombra, sem atenuação. Eu digo o que vejo, verbalizado simplesmente, e deixo aos moralistas a preocupação de tirar lições. Desnudei as chagas do alto, logo, não iria esconder as debaixo. Minha obra não é obra de partido e de propaganda. Ela é obra de verdade."
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Carta J' accuse
processo Dreyfus
http://www.omarrare.uerj.br/numero12/pdfs/emile.pdf
(...)
Mas essa carta já vai longe, senhor Presidente, e é hora de concluí-la.
Acuso o comandante du Paty de Clam de ter sido o criador diabólico do erro
judicial, inconscientemente, quero crer, e ter saído em defesa de sua obra nefasta,
durante três anos, por maquinações as mais estapafúrdias e as mais culposas.
Acuso o general Mercier de ter se tornado cúmplice, ainda que por franqueza
de caráter, de uma das maiores iniqüidades do século. 216
Acuso o general Billot de ter tido entre as mãos as provas indubitáveis da
inocência de Dreyfus e de tê-las ocultado, tornando-se, pois, culpado de crime de
lesa-humanidade e lesa–justiça, por motivos políticos e para livrar um Estado-Maior
comprometido.
Acuso o general de Boisdeffre e o general Gonse de tornarem-se cúmplices
do mesmo crime, um sem dúvida por paixão clerical, o outro por esse
corporativismo que faz do Ministério da Guerra uma arca santa inatacável.
Acuso o general de Pellieux e o comandante Ravary de terem feito uma
investigação criminosa, um inquérito da mais monstruosa parcialidade e do qual
temos, no relatório do segundo, um monumento perene da mais ingênua audácia.
Acuso os três especialistas sem grafologia, os senhores Belhomme, Varinard
e Couard de terem emitido pareceres mentirosos e fraudulentos, a menos que um
laudo médico os declare tomados por alguma patologia da vista e do juízo.
Acuso o Ministério da Guerra de ter promovido na imprensa, particularmente
no L’éclair e no L’Écho de Paris, uma campanha abominável, para manipular a
opinião pública e acobertar sua falha.
Acuso por fim o primeiro Conselho de Guerra de ter violado o direito,
condenando um acusado com base em um documento secreto, e acuso o segundo
Conselho de Guerra de ter encoberto essa ilegalidade, por ter recebido ordens,
cometendo por sua vez o crime jurídico de absolver conscientemente um culpado.
Fazendo essas acusações, não ignoro enquadrar-me nos artigos 30 e 31 da
lei de imprensa de 29 de julho de 1881, que pune os delitos de difamação. E é
voluntariamente que eu me exponho.
Quanto às pessoas que eu acuso, não as conheço, nunca as vi, não nutro
por elas nem rancor nem ódio. Não passam para mim de entidades, de espíritos da
malevolência social. O ato que aqui realizo não é nada além de uma ação
revolucionária para apressar a explosão de verdade e justiça.
Não tenho mais que uma paixão, uma paixão pela verdade, em nome da
humanidade que tanto sofreu e que tem direito à felicidade. Meu protesto inflamado
nada mais é que o grito da minha alma. Que ousem, portanto levar–me perante ao
tribunal do júri e que o inquérito se dê à luz do dia!
É o que espero.
Receba, senhor Presidente, minhas manifestações de mais profundo
respeito.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ZOLA, Émile (1840-1902). Zola /Rui Barbosa Eu acuso! O Processo do

Capitão Dreyfus. Org. e trad. Ricardo Lísias. São Paulo: Hedra, 2007. p. 35 a 53 
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Recordo "Germinal"
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11307

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A obra GERMINAL em
Filme (gratuito)
http://baixardegraca.com.br/download-filme-%E2%80%93-germinal-%E2%80%93-legendado/
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Filme (+ recente) Germinal
com Gerard Depardieu
https://www.youtube.com/watch?v=XFs0LCnW-lM
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02 de Abril de 1840: Nasce, em Paris, o escritor Émile Zola, autor de "Germinal" e "Nana".

Romancista, crítico e ativista político, Emile Zola é considerado um dos escritores mais importantes do século XIX. Ficou conhecido pelas suas teorias acerca do Naturalismo. Nasceu em Paris a 2 de abril de 1840 e morreu nesta cidade a 28 de setembro de 1902. Passou a infância e juventude em Aix-en-Provence, no sul de França, quando o pai, um engenheiro civil de descendência italiana, esteve envolvido na construção do sistema municipal de água. O pai morreu em 1847 e Zola voltou para Paris com a mãe para fazer o liceu. Com a entrada na Hachette, Zola mergulhou no mundo da literatura. Conheceu um grande número de escritores e jornalistas. Leu Taine, Stendhal, Balzac, Flaubert. Nesta altura publicou os primeiros contos e artigos e abandonou a sua vocação de poeta para se tornar romancista. Escreveu o seu primeiro romance, La Confession de Claude, uma história autobiográfica inspirada numa antiga e infeliz experiência passional, publicada em 1865. Daqui para a frente vive ao correr da pena, quer como romancista, quer como jornalista. Zola publica sucessivamente Le Voeu d'une Morte (1866) e Thérèse Raquin (1867), um macabro conto acerca de um assassínio, mas que significou a entrada na estética naturalista.

La Fortune des Rougon, o primeiro romance em série começou a ser escrito em 1870, foi depois interrompido devido à guerra franco-germânica e foi publicado no final de 1871. Na década de 1860/70 defendeu a arte de Cézanne, Manet e os impressionistas Claude Monet, Edgar Degas e Auguste Renoir nos artigos que publicava em jornais. A composição da série Les Rougons-Macquart vai ocupar-lhe quase um quarto de século, de 1871 a 1893. Trata-se de uma série de vinte romances naturalistas. Um dos argumentos considerados para a existência de uma escola do Naturalismo está relacionado com a publicação, no ano de 1880, de Les Soirées de Médan, um conjunto de pequenas histórias de Émile Zola, Guy de Maupassant, Joris-Karl Huysmans, Henry Céard, Léon Hennique e Paul Alexis. O movimento do Naturalismo na literatura surgiu no século XIX e princípios do século XX em França, inspirado na aplicação dos princípios e métodos da ciência, especialmente a visão darwiniana da natureza. O ensaio Le Roman Expérimental de Zola tornou-se o manifesto da escola naturalista. Para Zola, o romancista não é mais do que um mero observador da natureza, que retrata os fenómenos com uma atitude experimentalista e que se sujeita às suas características e às suas paixões, trabalhando com factos sociais e emocionais, tal como um químico trabalha com a sua matéria.

As obras de Zola são mais abrangentes do que as de Flaubert e de Balzac. Tratam de temas tão diversos como as greves dos mineiros, em Germinal (1885), o alcoolismo das classes trabalhadoras, em L'Assommoir (1877), a decadência sexual das classes altas, em La Curée (1871) e Nana, (1880) e a feroz ligação dos camponeses à suas terras, em La Terre (1887). As obras L'Assommoir e Nana foram consideradas escandalosas na época. As notas deixadas por Émile Zola revelam que ele analisou os princípios científicos, subjacentes aos romances, numa perspetiva literária, e que eles serviram para reforçar a sua visão pessoal da realidade neles contida. A consciência em relação ao seu tempo, como por exemplo, o fenómeno da destruição da união familiar, levou Zola, moralista, a retratar os valores contemporâneos. Os seus principais romances são dominados pelo simbolismo das forças antropomorfizadas que controlam e destroem o indivíduo e as massas. Deste modo, a mina, em Germinal, é comparável a um animal que devora os que nela trabalham. A tendência para o simbolismo aparece de forma extrema na reinterpretação da história do Génesis em La Faute de l'Abbé Mouret (1875).

A trilogia Les Trois Villes, (1899) e a tetralogia incompleta Les Quatres Évangiles, formam os romances finais do autor. As obras tornaram-se progressivamente mais didáticas, sem obsessões acerca do progresso científico, do socialismo humanitarista e da rejeição à Igreja Católica que estiveram presentes nos primeiros romances.
Emile Zola morreu inesperadamente em setembro de 1902, vítima de asfixia por gás de carvão resultante da combustão de gases duma chaminé. quem considere que a sua trágica morte não tenha sido mero acidente mas um ato planeado por parte dos seus opositores ideológicos. Depois da sua morte foi reconhecido não apenas como grande romancista europeu, mas também como um ativista defensor da verdade e da justiça.
Fontes: Émile Zola. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. 
wikipedia (imagens)

 Retrato de Émile Zola por Édouard ManetFile:Manet, Edouard - Portrait of Emile Zola.jpg

 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/04/02-de-abril-de-1840-nasce-em-paris-o.html?spref=fb&fbclid=IwAR1eh0u-aNTVWlIyxWDOXoaayYKXDwPy_J74Ujz1jSHbGBWptlTZiWNIeW0
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Via Citador
Émile Zola
http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/emile-zola/10
"Os governos suspeitam da literatura porque é uma força que lhes escapa."
"O sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito."
"O amor, como as andorinhas, dá felicidade às casas."
"A verdade marcha e nada conseguirá detê-la."
"O que é o amor? - um conto simples, dito de muitas maneiras."
"Que patifes, as pessoas honestas."
"Um romancista é constituído por um observador e por um experimentador."
"Uma obra de arte é um canto da criação visto através de um temperamento."
"Se eu a formulasse, a minha definição de obra de arte seria: 'Uma obra de arte é um ângulo da criação vista através de um temperamento'."
"No decorrer dos séculos, a História dos povos não passa de uma lição de mútua tolerância, e assim, o sonho último será envolvê-los todos numa ternura comum para os salvar o mais possível da dor comum. No nosso tempo detestar-se e ferir-se porque não se tem o crânio construído exactamente da mesma maneira, começa a tornar-se a mais monstruosa das loucuras."
"O espectador, considerado individualmente, é por vezes um homem inteligente; mas os espectadores, considerados em massa, são um rebanho que o génio ou até o simples talento têm de conduzir de chicote em punho."
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ontem foi dia...hj tb é dia de Zola...Digo eu: Amor é uma bELA amizade d' espantosa PAIXÃO.

Carmen Jácome
"O que é o amor? - um conto simples, dito de muitas maneiras."
Émile Zola nasceu em Paris, 2 de abril de 1840

Foto: Adam Martinakis