camarada Eugénio Rosa

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O DISCURSO ECONÓMICO INFANTIL DE PASSOS COELHO
Numa das suas habituais tiradas, Passos Coelho expressou mais um dos seus
pensamentos profundos sobre a economia. E desta vez ultrapassou os limites. A RPT
online de 29.10.2014 escreveu que Passos Coelho, na conferência do 36º aniversário da
UGT, tinha afirmado o seguinte: “O primeiro-ministro considera que o debate sobre o
crescimento e a austeridade a propósito da crise da dívida é "o debate mais infantil" a
que assistiu”. E como era previsível nenhum dos presentes contestou esta infantilidade
económica de Passos Coelho (estava-se numa UGT e não era previsível outra reação). Pelo
menos os órgãos de comunicação maciçamente presentes nada disseram sobre isso.
No entanto, se Passos Coelho conhecesse alguma coisa da ciência económica e se se
tivesse dado ao trabalho de refletir um pouco sobre alguns dos dados divulgados pelo
INE certamente não diria o que disse. Qualquer estudante de economia sabe que o que
afirmou Passos Coelho não é verdade.
(...)
Até 2010, o investimento público, medido em percentagem do PIB, em Portugal foi
sempre superior à média quer dos países da União Europeia quer dos países da Zona
Euro. E isso compreendia-se com a necessidade de recuperar o atraso de Portugal em
relação à média dos países da União Europeia.
A partir de 2010, com a politica de austeridade, a situação inverte-se de uma forma
dramática e o investimento público reduz-se brutalmente (entre 2010 e 2013 diminuiu
63,2% em Portugal, enquanto nos países da U.E. a redução foi apenas de 18,5%),
representando em 2013, em percentagem do PIB, apenas 63,6% da média dos países
da União Europeia quando em 2010 correspondia a 146,2%.
Não perceber um 1º ministro os efeitos desastrosos para o presente e futuro do país e
dos portugueses da politica de austeridade imposto pela “troika” e pelo seu governo, e ter
ainda a desfaçatez de afirmar que é “um debate infantil”, é certamente ultrapassar os
limites do admissível. E não ter provocado qualquer reação por parte dos comentadores
habituais dos media é esclarecedor do pensamento económico dominante.