e morreu em 10jan2003
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Via Ana Nazário
esteve cá connosco na campanha de 2001, quando tivemos o melhor resultado: 6.500 votos para a câmara!!!

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1002768846404854&set=a.870128579668882.1073741920.100000152439363&type=3&theater
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2015

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JOÃO AMARAL (1943 – 2003)
Um cidadão ímpar, um homem corajoso e de grande carácter, que se bateu sem esmorecimento pelos seus ideais. Militou na Resistência antifascista, destacou-se na contribuição que deu para a Revolução de Abril e na construção da Democracia.
1. Nasceu a 7 de Dezembro de 1943, em Angra do Heroísmo (Açores) e concluiu os estudos liceais em Santarém, em 1960.
Desde cedo integrou o movimento estudantil contra a Ditadura. Em 1961 iniciou os estudos universitários em Coimbra e durante este período destacou-se como activista nas crises académicas e nas eleições para deputados, em 1969. Integrou a Comissão Estudantil Promotora do Voto (Eleições, 1969, Coimbra). Em 1967 entrou para o PCP, e militou neste partido, na clandestinidade. Licenciou-se em Direito em 1969. Posteriormente, cumpriu o serviço militar obrigatório e foi viver para o Porto. Em 1972 foi secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do Porto, cargo que exerceu até 1974.
2. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, João Amaral exerceu o cargo de chefe de gabinete dos Ministros do Trabalho Avelino Gonçalves e Costa Martins (I e V Governos Provisórios). No VI Governo Provisório trabalhou junto dos Secretários de Estado da Estruturação António Bica e Vítor Louro.
Em 1976 entrou para a Assembleia da República para exercer funções de chefe de gabinete do Grupo Parlamentar do PCP. Três anos depois foi eleito deputado do PCP, função que desempenhou durante 23 anos, até 2002. No seu último mandato foi vice-presidente da Assembleia da República. Foi o primeiro deputado comunista português a ter assento na Assembleia Parlamentar da NATO.
Em 1988 foi eleito pela primeira vez para o Comité Central do PCP e integrou este órgão durante catorze anos.
Paralelamente à carreira de deputado foi autarca, a partir de 1989, ano em que assumiu a presidência da Assembleia Municipal de Lisboa, após umas eleições em que concorreu pela coligação PS/PCP. Em 2001 a coligação perdeu as eleições para a Câmara de Lisboa, mas manteve a maioria na Assembleia Municipal, numa lista encabeçada por João Amaral, que continuou, assim, na presidência. Nessas eleições autárquicas (2001), o PCP perdeu várias câmaras importantes, facto que reforçou em João Amaral a ideia de necessidade de promover uma renovação interna no Partido Comunista. As críticas que vinha fazendo internamente ao PCP, nomeadamente, ao «centralismo democrático», foram reforçadas na sequência dessas eleições autárquicas. Defendeu então, em artigos na imprensa e em entrevistas, a necessidade do partido realizar um congresso extraordinário para definir "um programa político profundamente renovado e uma nova estratégia de alianças". Tais posições terão determinado a sua não inclusão nas listas de candidatos de deputados do PCP às eleições legislativas de 2002.
Por essa altura, publicou o livro intitulado "Rumo à Mudança", onde reuniu artigos e entrevistas sobre as suas ideias de renovação para o Partido Comunista Português.
3. Morreu em Lisboa a 10 de Janeiro de 2003.
Sobre o falecimento de João Amaral, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 10 de Janeiro, o seguinte comunicado:
«O Partido Comunista Português exprime o seu pesar pelo falecimento de João Amaral e transmite à sua família as suas condolências neste momento de dor.
Pela sua acção cívica e política de dezenas de anos no combate pela liberdade e pela construção de um Portugal democrático, pela sua contribuição enquanto militante comunista e enquanto destacado deputado e ex-Vice-Presidente da Assembleia da República e eleito autárquico em Lisboa, a cuja Assembleia Municipal presidia, João Amaral constitui uma figura credora de respeito de todos os democratas.
Associando-se aos sentimentos de tristeza e de consternação pela morte de João Amaral, o PCP assinala a contribuição de João Amaral ao longo de muitos anos para a vida e luta do PCP e para grandes causas democráticas e humanistas.»
Antes, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, em declarações a vários órgãos de comunicação social, afirmara:
«Foi com grande tristeza e pesar que soube da morte de João Amaral que deu rosto e voz ao Partido nos mais elevados cargos - era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - e que teve uma intensa e destacada intervenção no plano político mas também no plano social e cultural.»
Pelo seu lado, o Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, proferiu as seguintes declarações: «O desaparecimento de João Amaral é um momento de tristeza e de consideração por uma vida de intensa intervenção cívica e política, enquanto militante comunista, destacado autarca, prestigiado deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, integrando a luta do PCP pela democracia e pelo seu aperfeiçoamento.»
4. No funeral, que se realizou da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de S. João, com breves paragens simbólicas junto à Assembleia da República e nos Paços do Concelho, participaram o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, diversos membros do Governo e pessoas de todos os quadrantes políticos e ideológicos que, assim, expressaram o seu apreço e admiração por João Amaral e lhe prestaram uma última homenagem.
O PCP fez-se representar por uma delegação composta pelo secretário-geral do Partido, Carlos Carvalhas, pelos membros da Comissão Política António Abreu, Bernardino Soares e Vítor Dias, por Rui Fernandes do Secretariado do CC e pelos membros do Comité Central e, respectivamente, deputado e eleito na Assembleia Municipal de Lisboa, António Filipe e Martinho Baptista.
Biografia da autoria de Helena Pato
Fontes:
Entre outras,
http://www.avante.pt/pt/
http://publico.pt/…/no…/
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16jan2003
http://www.avante.pt/pt/1520/pcp/114057/
Morreu João Amaral
Com 59 anos de idade, João Amaral faleceu na passada sexta-feira. Tendo entrado para o PCP em 1967, João Amaral participou no movimento estudantil na Universidade de Coimbra, foi assessor da Direcção do Sindicato dos Metalúrgicos do Porto e desempenhou, logo a seguir ao 25 de Abril, funções no Ministério do Trabalho e na secretaria de Estado da Estruturação Agrária, nos governos provisórios. Foi, durante 23 anos, deputado à Assembleia da República, da qual foi Vice-Presidente. Actualmente era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.
Sobre o falecimento de João Amaral, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 10 de Janeiro, o seguinte comunicado:
«O Partido Comunista Português exprime o seu pesar pelo falecimento de João Amaral e transmite à sua família as suas condolências neste momento de dor.
Pela sua acção cívica e política de dezenas de anos no combate pela liberdade e pela construção de um Portugal democrático, pela sua contribuição enquanto militante comunista e enquanto destacado deputado e ex-Vice-Presidente da Assembleia da República e eleito autárquico em Lisboa, a cuja Assembleia Municipal presidia, João Amaral constitui uma figura credora de respeito de todos os democratas.
Associando-se aos sentimentos de tristeza e de consternação pela morte de João Amaral, o PCP assinala a contribuição de João Amaral ao longo de muitos anos para a vida e luta do PCP e para grandes causas democráticas e humanistas.»
Antes, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, em declarações a vários órgãos de comunicação social, afirmara:
«Foi com grande tristeza e pesar que soube da morte de João Amaral que deu rosto e voz ao Partido nos mais elevados cargos - era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - e que teve uma intensa e destacada intervenção no plano político mas também no plano social e cultural.
Quero enviar a toda a família os meus sentidos pêsames. É isto que quero aqui referir e não aspectos políticos partidários mais recentes.»
Pelo seu lado, o Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, proferiu as seguintes declarações: «O desaparecimento de João Amaral é um momento de tristeza e de consideração por uma vida de intensa intervenção cívica e política, enquanto militante comunista, destacado autarca, prestigiado deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, integrando a luta do PCP pela democracia e pelo seu aperfeiçoamento.»
No funeral, que se realizou no domingo - da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de S. João, com breves paragens simbólicas junto à Assembleia da República e nos Paços do Concelho - participaram o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, diversos membros do Governo e pessoas de todos os quadrantes políticos e ideológicos que, assim, expressaram o seu apreço e admiração por João Amaral e lhe prestaram uma última homenagem.
O PCP fez-se representar por uma delegação composta pelo secretário-geral do Partido, camarada Carlos Carvalhas, pelos membros da Comissão Política António Abreu, Bernardino Soares e Vítor Dias, por Rui Fernandes do Secretariado do CC e pelos membros do Comité Central e, respectivamente, deputado e eleito na Assembleia Municipal de Lisboa, António Filipe e Martinho Baptista.
***Sobre o falecimento de João Amaral, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 10 de Janeiro, o seguinte comunicado:
«O Partido Comunista Português exprime o seu pesar pelo falecimento de João Amaral e transmite à sua família as suas condolências neste momento de dor.
Pela sua acção cívica e política de dezenas de anos no combate pela liberdade e pela construção de um Portugal democrático, pela sua contribuição enquanto militante comunista e enquanto destacado deputado e ex-Vice-Presidente da Assembleia da República e eleito autárquico em Lisboa, a cuja Assembleia Municipal presidia, João Amaral constitui uma figura credora de respeito de todos os democratas.
Associando-se aos sentimentos de tristeza e de consternação pela morte de João Amaral, o PCP assinala a contribuição de João Amaral ao longo de muitos anos para a vida e luta do PCP e para grandes causas democráticas e humanistas.»
Antes, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, em declarações a vários órgãos de comunicação social, afirmara:
«Foi com grande tristeza e pesar que soube da morte de João Amaral que deu rosto e voz ao Partido nos mais elevados cargos - era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - e que teve uma intensa e destacada intervenção no plano político mas também no plano social e cultural.
Quero enviar a toda a família os meus sentidos pêsames. É isto que quero aqui referir e não aspectos políticos partidários mais recentes.»
Pelo seu lado, o Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, proferiu as seguintes declarações: «O desaparecimento de João Amaral é um momento de tristeza e de consideração por uma vida de intensa intervenção cívica e política, enquanto militante comunista, destacado autarca, prestigiado deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, integrando a luta do PCP pela democracia e pelo seu aperfeiçoamento.»
No funeral, que se realizou no domingo - da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de S. João, com breves paragens simbólicas junto à Assembleia da República e nos Paços do Concelho - participaram o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, diversos membros do Governo e pessoas de todos os quadrantes políticos e ideológicos que, assim, expressaram o seu apreço e admiração por João Amaral e lhe prestaram uma última homenagem.
O PCP fez-se representar por uma delegação composta pelo secretário-geral do Partido, camarada Carlos Carvalhas, pelos membros da Comissão Política António Abreu, Bernardino Soares e Vítor Dias, por Rui Fernandes do Secretariado do CC e pelos membros do Comité Central e, respectivamente, deputado e eleito na Assembleia Municipal de Lisboa, António Filipe e Martinho Baptista.
Ao contrário do que fizeram alguns quadros do partido no final dos anos 1980, aquando da queda do Muro de Berlim, João Amaral sempre rejeitou sair do PCP. "Tive sempre a convicção de que o PCP não é só um partido com passado: é também um partido com futuro", afirmou numa entrevista recente.
https://www.publico.pt/2003/01/10/politica/noticia/morreu-exdeputado-joao-amaral-273475
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Ana Nazário
lembra João Amaral
em 2001 no Restaurante Corações Unidos
autárquicas 2001
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1533271806687886&set=a.870128579668882.1073741920.100000152439363&type=3&theater
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https://www.facebook.com/FascismoNuncaMais/photos/a.559109110865139.1073741828.558291707613546/750676941708354/?type=1&theater
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10jan2017

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Antifascistas da Resistência
JOÃO AMARAL (1943 – 2003)
Um cidadão ímpar, um homem corajoso e de grande carácter, que se bateu sem esmorecimento pelos seus ideais. Militou na Resistência antifascista, destacou-se na contribuição que deu para a Revolução de Abril e na construção da Democracia.
1. Nasceu a 7 de Dezembro de 1943, em Angra do Heroísmo (Açores) e concluiu os estudos liceais em Santarém, em 1960.
Desde cedo integrou o movimento estudantil contra a Ditadura. Em 1961 iniciou os estudos universitários em Coimbra e durante este período destacou-se como activista nas crises académicas e nas eleições para deputados, em 1969. Integrou a Comissão Estudantil Promotora do Voto (Eleições, 1969, Coimbra). Em 1967 entrou para o PCP, e militou neste partido, na clandestinidade. Licenciou-se em Direito em 1969. Posteriormente, cumpriu o serviço militar obrigatório e foi viver para o Porto. Em 1972 foi secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do Porto, cargo que exerceu até 1974.
Desde cedo integrou o movimento estudantil contra a Ditadura. Em 1961 iniciou os estudos universitários em Coimbra e durante este período destacou-se como activista nas crises académicas e nas eleições para deputados, em 1969. Integrou a Comissão Estudantil Promotora do Voto (Eleições, 1969, Coimbra). Em 1967 entrou para o PCP, e militou neste partido, na clandestinidade. Licenciou-se em Direito em 1969. Posteriormente, cumpriu o serviço militar obrigatório e foi viver para o Porto. Em 1972 foi secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do Porto, cargo que exerceu até 1974.
2. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, João Amaral exerceu o cargo de chefe de gabinete dos Ministros do Trabalho Avelino Gonçalves e Costa Martins (I e V Governos Provisórios). No VI Governo Provisório trabalhou junto dos Secretários de Estado da Estruturação António Bica e Vítor Louro.
Em 1976 entrou para a Assembleia da República para exercer funções de chefe de gabinete do Grupo Parlamentar do PCP. Três anos depois foi eleito deputado do PCP, função que desempenhou durante 23 anos, até 2002. No seu último mandato foi vice-presidente da Assembleia da República. Foi o primeiro deputado comunista português a ter assento na Assembleia Parlamentar da NATO.
Em 1988 foi eleito pela primeira vez para o Comité Central do PCP e integrou este órgão durante catorze anos.
Paralelamente à carreira de deputado foi autarca, a partir de 1989, ano em que assumiu a presidência da Assembleia Municipal de Lisboa, após umas eleições em que concorreu pela coligação PS/PCP. Em 2001 a coligação perdeu as eleições para a Câmara de Lisboa, mas manteve a maioria na Assembleia Municipal, numa lista encabeçada por João Amaral, que continuou, assim, na presidência. Nessas eleições autárquicas (2001), o PCP perdeu várias câmaras importantes, facto que reforçou em João Amaral a ideia de necessidade de promover uma renovação interna no Partido Comunista. As críticas que vinha fazendo internamente ao PCP, nomeadamente, ao «centralismo democrático», foram reforçadas na sequência dessas eleições autárquicas. Defendeu então, em artigos na imprensa e em entrevistas, a necessidade do partido realizar um congresso extraordinário para definir "um programa político profundamente renovado e uma nova estratégia de alianças". Tais posições terão determinado a sua não inclusão nas listas de candidatos de deputados do PCP às eleições legislativas de 2002.
Por essa altura, publicou o livro intitulado "Rumo à Mudança", onde reuniu artigos e entrevistas sobre as suas ideias de renovação para o Partido Comunista Português.
Em 1976 entrou para a Assembleia da República para exercer funções de chefe de gabinete do Grupo Parlamentar do PCP. Três anos depois foi eleito deputado do PCP, função que desempenhou durante 23 anos, até 2002. No seu último mandato foi vice-presidente da Assembleia da República. Foi o primeiro deputado comunista português a ter assento na Assembleia Parlamentar da NATO.
Em 1988 foi eleito pela primeira vez para o Comité Central do PCP e integrou este órgão durante catorze anos.
Paralelamente à carreira de deputado foi autarca, a partir de 1989, ano em que assumiu a presidência da Assembleia Municipal de Lisboa, após umas eleições em que concorreu pela coligação PS/PCP. Em 2001 a coligação perdeu as eleições para a Câmara de Lisboa, mas manteve a maioria na Assembleia Municipal, numa lista encabeçada por João Amaral, que continuou, assim, na presidência. Nessas eleições autárquicas (2001), o PCP perdeu várias câmaras importantes, facto que reforçou em João Amaral a ideia de necessidade de promover uma renovação interna no Partido Comunista. As críticas que vinha fazendo internamente ao PCP, nomeadamente, ao «centralismo democrático», foram reforçadas na sequência dessas eleições autárquicas. Defendeu então, em artigos na imprensa e em entrevistas, a necessidade do partido realizar um congresso extraordinário para definir "um programa político profundamente renovado e uma nova estratégia de alianças". Tais posições terão determinado a sua não inclusão nas listas de candidatos de deputados do PCP às eleições legislativas de 2002.
Por essa altura, publicou o livro intitulado "Rumo à Mudança", onde reuniu artigos e entrevistas sobre as suas ideias de renovação para o Partido Comunista Português.
3. Morreu em Lisboa a 10 de Janeiro de 2003.
Sobre o falecimento de João Amaral, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 10 de Janeiro, o seguinte comunicado:
«O Partido Comunista Português exprime o seu pesar pelo falecimento de João Amaral e transmite à sua família as suas condolências neste momento de dor.
Pela sua acção cívica e política de dezenas de anos no combate pela liberdade e pela construção de um Portugal democrático, pela sua contribuição enquanto militante comunista e enquanto destacado deputado e ex-Vice-Presidente da Assembleia da República e eleito autárquico em Lisboa, a cuja Assembleia Municipal presidia, João Amaral constitui uma figura credora de respeito de todos os democratas.
Associando-se aos sentimentos de tristeza e de consternação pela morte de João Amaral, o PCP assinala a contribuição de João Amaral ao longo de muitos anos para a vida e luta do PCP e para grandes causas democráticas e humanistas.»
Antes, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, em declarações a vários órgãos de comunicação social, afirmara:
«Foi com grande tristeza e pesar que soube da morte de João Amaral que deu rosto e voz ao Partido nos mais elevados cargos - era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - e que teve uma intensa e destacada intervenção no plano político mas também no plano social e cultural.»
Pelo seu lado, o Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, proferiu as seguintes declarações: «O desaparecimento de João Amaral é um momento de tristeza e de consideração por uma vida de intensa intervenção cívica e política, enquanto militante comunista, destacado autarca, prestigiado deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, integrando a luta do PCP pela democracia e pelo seu aperfeiçoamento.»
Sobre o falecimento de João Amaral, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 10 de Janeiro, o seguinte comunicado:
«O Partido Comunista Português exprime o seu pesar pelo falecimento de João Amaral e transmite à sua família as suas condolências neste momento de dor.
Pela sua acção cívica e política de dezenas de anos no combate pela liberdade e pela construção de um Portugal democrático, pela sua contribuição enquanto militante comunista e enquanto destacado deputado e ex-Vice-Presidente da Assembleia da República e eleito autárquico em Lisboa, a cuja Assembleia Municipal presidia, João Amaral constitui uma figura credora de respeito de todos os democratas.
Associando-se aos sentimentos de tristeza e de consternação pela morte de João Amaral, o PCP assinala a contribuição de João Amaral ao longo de muitos anos para a vida e luta do PCP e para grandes causas democráticas e humanistas.»
Antes, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, em declarações a vários órgãos de comunicação social, afirmara:
«Foi com grande tristeza e pesar que soube da morte de João Amaral que deu rosto e voz ao Partido nos mais elevados cargos - era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - e que teve uma intensa e destacada intervenção no plano político mas também no plano social e cultural.»
Pelo seu lado, o Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, proferiu as seguintes declarações: «O desaparecimento de João Amaral é um momento de tristeza e de consideração por uma vida de intensa intervenção cívica e política, enquanto militante comunista, destacado autarca, prestigiado deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, integrando a luta do PCP pela democracia e pelo seu aperfeiçoamento.»
4. No funeral, que se realizou da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de S. João, com breves paragens simbólicas junto à Assembleia da República e nos Paços do Concelho, participaram o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, diversos membros do Governo e pessoas de todos os quadrantes políticos e ideológicos que, assim, expressaram o seu apreço e admiração por João Amaral e lhe prestaram uma última homenagem.
O PCP fez-se representar por uma delegação composta pelo secretário-geral do Partido, Carlos Carvalhas, pelos membros da Comissão Política António Abreu, Bernardino Soares e Vítor Dias, por Rui Fernandes do Secretariado do CC e pelos membros do Comité Central e, respectivamente, deputado e eleito na Assembleia Municipal de Lisboa, António Filipe e Martinho Baptista.
O PCP fez-se representar por uma delegação composta pelo secretário-geral do Partido, Carlos Carvalhas, pelos membros da Comissão Política António Abreu, Bernardino Soares e Vítor Dias, por Rui Fernandes do Secretariado do CC e pelos membros do Comité Central e, respectivamente, deputado e eleito na Assembleia Municipal de Lisboa, António Filipe e Martinho Baptista.
Helena Pato
http://www.avante.pt/pt/1520/pcp/114057/
http://publico.pt/…/no…/morreu-exdeputado-joao-amaral-273475
http://publico.pt/…/no…/morreu-exdeputado-joao-amaral-273475
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JOÃO AMARAL (1943 – 2003)
Nasceu a 7 de Dezembro de 1943, em Angra do Heroísmo (Açores) e morreu em Lisboa a 10 de Janeiro de 2003.
Desde cedo integrou o movimento estudantil contra a Ditadura. Em 1964 iniciou os estudos universitários em Coimbra, indo licenciar-se em Direito em 1969. Durante este período destacou-se como activista nas crises académicas. Posteriormente, cumpriu o serviço militarobrigatório e foi viver para o Porto. A partir de 1967 entrou para o PCP, partido na clandestinidade. Em 1972 foi secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do Porto, cargo que exerceu até 1974.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, João Amaral exerceu o cargo de chefe de gabinete dos Ministros do Trabalho Avelino Gonçalves e Costa Martins (I e V Governos Provisórios). No VI Governo Provisório trabalhou junto dos Secretários de Estado da Estruturação António Bica e Vítor Louro.
Em 1976 entrou para a Assembleia da República para exercer funções de chefe de gabinete do Grupo Parlamentar do PCP. Três anos depois foi eleito deputado do PCP, função que desempenhou durante 23 anos, até 2002. No seu último mandato foi vice-presidente da Assembleia da República. Foi o primeiro deputado comunista português a ter assento na Assembleia Parlamentar da NATO.
Em 1988 foi eleito pela primeira vez para o Comité Central do PCP e integrou este órgão durante catorze anos.
Paralelamente à carreira de deputado foi autarca, a partir de 1989, ano em que assumiu a presidência da Assembleia Municipal de Lisboa, após umas eleições em que concorreu pela coligação PS/PCP. Em 2001 a coligação perdeu as eleições para a Câmara de Lisboa, mas manteve a maioria na Assembleia Municipal, numa lista encabeçada por João Amaral, que continuou, assim, na presidência. Nessas eleições autárquicas (2001), o PCP perdeu várias câmaras importantes, facto que reforçou em João Amaral a ideia de necessidade de promover uma renovação interna no Partido Comunista. As críticas que vinha fazendo internamente ao PCP, nomeadamente, ao «centralismo democrático», foram reforçadas na sequência dessas eleições autárquicas. Defendeu então, em artigos na imprensa e em entrevistas, a necessidade do partido realizar um congresso extraordinário para definir "um programa político profundamente renovado e uma nova estratégia de alianças". Tais posições terão determinado a sua não inclusão nas listas de candidatos de deputados do PCP às eleições legislativas de 2002.
Por essa altura, publicou o livro intitulado "Rumo à Mudança", onde reuniu artigos e entrevistas sobre as suas ideias de renovação para o Partido Comunista Português.
II. Sobre o falecimento de João Amaral, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 10 de Janeiro, um comunicado em que se pode ler:
«O Partido Comunista Português exprime o seu pesar pelo falecimento de João Amaral e transmite à sua família as suas condolências neste momento de dor.
Pela sua acção cívica e política de dezenas de anos no combate pela liberdade e pela construção de um Portugal democrático, pela sua contribuição enquanto militante comunista e enquanto destacado deputado e ex-Vice-Presidente da Assembleia da República e eleito autárquico em Lisboa, a cuja Assembleia Municipal presidia, João Amaral constitui uma figura credora de respeito de todos os democratas.
Associando-se aos sentimentos de tristeza e de consternação pela morte de João Amaral, o PCP assinala a contribuição de João Amaral ao longo de muitos anos para a vida e luta do PCP e para grandes causas democráticas e humanistas.»
Antes, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, em declarações a vários órgãos de comunicação social, afirmara:
«Foi com grande tristeza e pesar que soube da morte de João Amaral que deu rosto e voz ao Partido nos mais elevados cargos - era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - e que teve uma intensa e destacada intervenção no plano político mas também no plano social e cultural.»
Pelo seu lado, o Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, proferiu as seguintes declarações: «O desaparecimento de João Amaral é um momento de tristeza e de consideração por uma vida de intensa intervenção cívica e política, enquanto militante comunista, destacado autarca, prestigiado deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, integrando a luta do PCP pela democracia e pelo seu aperfeiçoamento.»
No funeral, que se realizou da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de S. João, com breves paragens simbólicas junto à Assembleia da República e nos Paços do Concelho, participaram o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, diversos membros do Governo e pessoas de todos os quadrantes políticos e ideológicos que, assim, expressaram o seu apreço e admiração por João Amaral e lhe prestaram uma última homenagem.
O PCP fez-se representar por uma delegação composta pelo secretário-geral do Partido, Carlos Carvalhas, pelos membros da Comissão Política António Abreu, Bernardino Soares e Vítor Dias, por Rui Fernandes do Secretariado do CC e pelos membros do Comité Central e, respectivamente, deputado e eleito na Assembleia Municipal de Lisboa, António Filipe e Martinho Baptista.
HP
http://www.avante.pt/pt/
http://publico.pt/
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Sobre a Regionalização 1997
http://www.pcp.pt/actpol/temas/regional/a9710092.html
"Regionalização"
Intervenção do deputado João Amaral
9 de Outubro de 1997
Intervenção do deputado João Amaral
9 de Outubro de 1997
Senhor Presidente,
Senhores Deputados:
Senhores Deputados:
Com as votações que ocorrerão dentro de momentos, a Assembleia da República aprova finalmente a Lei de Criação das Regiões Administrativas no continente vinte e um anos passados desde a aprovação da Constituição da República e das normas que nela prevêem a regionalização como processo de democratização e descentralização da estrutura do Estado.
Vinte e um anos é um tempo imenso, o tempo de "nascer, crescer e ser adulto", o tempo de uma geração inteira. Para nós, foi tempo demais para uma reforma do Estado tão necessária e tão justa como é esta. Mas, todos o sabemos, as reformas democráticas sempre suscitaram resistências fortes, baseadas nos interesses instalados, nas concentrações de poder que são ameaçadas, nas estruturas hierárquicas. Essas resistências traduziram-se em monumentais campanhas de mentira e desinformação, onde valeu tudo, desde a utilização sistemática dos mecanismos de dilação, até à inadmissível e aviltante instrumentalização dos símbolos nacionais. Contra essa campanha ergueu-se a voz dos municípios, assembleias e câmaras, a voz das associações regionais e locais, de todo o género, designadamente empresariais, de desenvolvimento e sindicais, a voz da imprensa e das rádios locais, expressão próxima das inquietações e aspirações das zonas mais deprimidas. A todos os que continuaram a lutar pela regionalização, contra mentiras e pressões, devemos aqui saudá-los e lembrá-los pois eles são partes importante, parte decisiva deste passo que hoje é dado para a criação das regiões.
O debate aqui travado mostrou, como se previa, que os interesses, os poderes e as hierarquias ameaçados pela criação das regiões, encontraram aqui quem os defendesse, tanto nos Deputados do PSD como nos do PP.
As direcções do PSD e PP foram aqui porta-vozes assumidos do centralismo. Prosseguiram aqui estritos objectivos políticos partidários, a que sacrificam impudicamente objectivos nacionais tão decisivos como os de vencer as desigualdades e assimetrias e promover o desenvolvimento harmonioso do País. Foram aqui mais uma vez bloqueadores das formas de participação e intervenção das populações na resolução dos problemas. Opuseram mais uma vez novas formas de descentralização e, portanto, de democratização do Estado. Na posição que aqui hoje assumiram, as direcções do PSD e do PP deixaram cair a máscara da hipocrisia. Foram centralistas contra o País, contra o poder local, contra a democratização do Estado, contra o desenvolvimento, até mesmo contra milhares de votantes, simpatizantes e quadros dos seus próprios partidos PSD e PP!
Como último reduto, PSD e PP querem usar o mapa concreto das regiões agora aprovado para combaterem a regionalização fomentando questiúnculas de fronteiras, oposições conjunturais, desacertos de posições partidárias. Senhores Deputados: se havia alguma coisa secreta neste processo era a proposta do PSD de regiões, era a posição do PSD sobre a regionalização. Os mapas das propostas do PCP, PEV e PS estão publicadas há mais de um ano, sobre elas foram escritas toneladas de folhas de papel, com artigos, comentários e pareceres.
Quem não foi transparente, quem andou aos ziguezagues, quem enganou os eleitores, foi a direcção do PSD, que ano a ano, ao sabor da conjuntura, foi sendo a favor, contra ou assim-assim. Hoje acabou a hipocrisia!
As regiões são uma grande reforma democrática, que dá ao país um novo e importante instrumento para o processo de desenvolvimento e de democratização do Estado.
A instituição das regiões, descentralizando serviços públicos e possibilitando a sua coordenação a nível regional, é um passo decisivo para a reforma da Administração Pública tão falada e sempre adiada. Os que falam desta reforma e se opõem à regionalização, na verdade o que querem é não uma reforma, mas quando muito uma redistribuição de capelinhas mas todas e sempre penduradas no Terreiro do Paço.
As regiões são poder democrático mais próximo das populações, o que evidentemente dói ao PSD e ao PP, mas significando maior controlo dos cidadãos. Sobre as decisões políticas, significa assim forçosamente mais democracia.
As regiões são, finalmente, um importante instrumento do processo de desenvolvimento, ao permitirem a redistribuição de um fundo de coesão para o exercício das suas competências próprias, e ao permitirem que as forças da própria região possam modelar o seu futuro em opções essenciais.
Estas são as razões que levam o PCP a congratular-se com a votação que hoje aqui é feita e com a lei que aqui vai ser aprovada.
Mas, há duas prevenções essenciais, a fazer no termo deste debate, quanto aos perigos que espreitam a efectiva criação das regiões: Não só a sua instituição pode ser bloqueada nas dificuldades do referendo, como elas podem ser esvaziadas de funções, reduzindo-lhes o seu campo de intervenção.
O referendo foi uma imposição do PSD e do PP, que o PS aceitou e assumiu. Mas o PSD e o PP, como hoje se vê claramente, não queria o referendo para que a regionalização se fizesse, mas precisamente o contrário, para impedirem. Os Senhores Deputados que votaram a revisão constitucional e aforma como foi lá inscrito o referendo assumiram a responsabilidade de uma enorme trapalhada, acerca das perguntas, da eficácia, dos prazos, que põe a revisão em perigo. Da nossa parte, lutaremos pela efectiva instituição das regiões, sem esquecermos as responsabilidades que assumiram os que inventaram esta teia de dificuldades e de instrumentos de bloqueio.
A segunda prevenção refere-se às efectivas funções das regiões. O Senhor Primeiro Ministro afirmou uma vez numa entrevista na televisão que as regiões só deviam intervir na escolha dos investimentos e no seu estudo. Assim, verdadeiramente, não teríamos regiões, mas tão somente comissões técnicas eleitas. Não aceitaremos tão solução, que desvirtuaria o sentido profundo desta grande reforma do Estado.
Senhor Presidente,
Senhores Deputados:
Senhores Deputados:
As regiões que agora são criadas foram submetidas a um longo e minucioso processo de consulta. Os projectos foram divulgados há de um ano. As Assembleias Municipais pronunciaram-se. Com base na pronúncia, em 31 de Julho de 1997 a Comissão de Poder Local votou as oito regiões, com base nos limites distritais. Logo nesse dia 31 de Julho, em declaração de voto, dissemos que até à votação na especialidade em Plenário deveriam ser feitos os acertos de fronteira, de acordo com a vontade expressa das Assembleias Municipais. Foi o que foi feito em dois concelhos de Aveiro, cinco de Viseu e três de Leiria. Todas as mudanças feitas obedeceram ao critério de manifestação expressa da vontade da Assembleia Municipal, por região contígua, com respeito do princípio da continuidade.
É esta vontade das populações, expressa pelas Assembleias Municipais, que para nós constitui a pedra de toque deste processo.
Um processo de que resultará mais desenvolvimento, maior coesão nacional, maior democracia.
Disse.
***Via TSF
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=759394
***
Via RTP:
http://www.rtp.pt/programa/tv/p12582/e14
Episódio 14 de 25
Duração: 50 m min
Duração: 50 m min
Nasceu nos Açores há 58 anos mas elegeu o Porto como a sua terra, depois de ter andado por todo o país ao sabor das colocações do pai, alto funcionário do Estado.
O primeiro contacto com a política deu-se em Santarém, durante a candidatura de Humberto Delgado.
Fez o curso de Direito em Coimbra, onde entrou em 1961 e onde aderiu ao Partido Comunista, e trabalhou no Sindicato dos Metalúrgicos do Porto até que, já após o 25 de Abril, foi chefe de gabinete dos ministros do Trabalho Avelino Gonçalves e Costa Martins.
Mais tarde, fez parte do gabinete de apoio ao Grupo Parlamentar do PCP e foi depois eleito deputado - função que desempenhou durante quase vinte anos.
Um dos mais conhecidos críticos da orientação atual do PCP, João Amaral não foi integrado nas listas de candidatos às legislativas de Março e deixou a Assembleia da República. Meses antes, tinha sido eleito presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.
A entrevista é principalmente sobre o percurso que o levou a envolver-se na política, numa geração de universitários que protagonizou as lutas estudantis e teve a guerra colonial sempre presente.
***O primeiro contacto com a política deu-se em Santarém, durante a candidatura de Humberto Delgado.
Fez o curso de Direito em Coimbra, onde entrou em 1961 e onde aderiu ao Partido Comunista, e trabalhou no Sindicato dos Metalúrgicos do Porto até que, já após o 25 de Abril, foi chefe de gabinete dos ministros do Trabalho Avelino Gonçalves e Costa Martins.
Mais tarde, fez parte do gabinete de apoio ao Grupo Parlamentar do PCP e foi depois eleito deputado - função que desempenhou durante quase vinte anos.
Um dos mais conhecidos críticos da orientação atual do PCP, João Amaral não foi integrado nas listas de candidatos às legislativas de Março e deixou a Assembleia da República. Meses antes, tinha sido eleito presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.
A entrevista é principalmente sobre o percurso que o levou a envolver-se na política, numa geração de universitários que protagonizou as lutas estudantis e teve a guerra colonial sempre presente.
Via avante 16jan2003
Morreu João Amaral
Com 59 anos de idade, João Amaral faleceu na passada sexta-feira. Tendo entrado para o PCP em 1967, João Amaral participou no movimento estudantil na Universidade de Coimbra, foi assessor da Direcção do Sindicato dos Metalúrgicos do Porto e desempenhou, logo a seguir ao 25 de Abril, funções no Ministério do Trabalho e na secretaria de Estado da Estruturação Agrária, nos governos provisórios. Foi, durante 23 anos, deputado à Assembleia da República, da qual foi Vice-Presidente. Actualmente era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.
Sobre o falecimento de João Amaral, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 10 de Janeiro, o seguinte comunicado:
«O Partido Comunista Português exprime o seu pesar pelo falecimento de João Amaral e transmite à sua família as suas condolências neste momento de dor.
Pela sua acção cívica e política de dezenas de anos no combate pela liberdade e pela construção de um Portugal democrático, pela sua contribuição enquanto militante comunista e enquanto destacado deputado e ex-Vice-Presidente da Assembleia da República e eleito autárquico em Lisboa, a cuja Assembleia Municipal presidia, João Amaral constitui uma figura credora de respeito de todos os democratas.
Associando-se aos sentimentos de tristeza e de consternação pela morte de João Amaral, o PCP assinala a contribuição de João Amaral ao longo de muitos anos para a vida e luta do PCP e para grandes causas democráticas e humanistas.»
Antes, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, em declarações a vários órgãos de comunicação social, afirmara:
«Foi com grande tristeza e pesar que soube da morte de João Amaral que deu rosto e voz ao Partido nos mais elevados cargos - era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - e que teve uma intensa e destacada intervenção no plano político mas também no plano social e cultural.
Quero enviar a toda a família os meus sentidos pêsames. É isto que quero aqui referir e não aspectos políticos partidários mais recentes.»
Pelo seu lado, o Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, proferiu as seguintes declarações: «O desaparecimento de João Amaral é um momento de tristeza e de consideração por uma vida de intensa intervenção cívica e política, enquanto militante comunista, destacado autarca, prestigiado deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, integrando a luta do PCP pela democracia e pelo seu aperfeiçoamento.»
No funeral, que se realizou no domingo - da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de S. João, com breves paragens simbólicas junto à Assembleia da República e nos Paços do Concelho - participaram o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, diversos membros do Governo e pessoas de todos os quadrantes políticos e ideológicos que, assim, expressaram o seu apreço e admiração por João Amaral e lhe prestaram uma última homenagem.
O PCP fez-se representar por uma delegação composta pelo secretário-geral do Partido, camarada Carlos Carvalhas, pelos membros da Comissão Política António Abreu, Bernardino Soares e Vítor Dias, por Rui Fernandes do Secretariado do CC e pelos membros do Comité Central e, respectivamente, deputado e eleito na Assembleia Municipal de Lisboa, António Filipe e Martinho Baptista.
***Sobre o falecimento de João Amaral, o Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, no dia 10 de Janeiro, o seguinte comunicado:
«O Partido Comunista Português exprime o seu pesar pelo falecimento de João Amaral e transmite à sua família as suas condolências neste momento de dor.
Pela sua acção cívica e política de dezenas de anos no combate pela liberdade e pela construção de um Portugal democrático, pela sua contribuição enquanto militante comunista e enquanto destacado deputado e ex-Vice-Presidente da Assembleia da República e eleito autárquico em Lisboa, a cuja Assembleia Municipal presidia, João Amaral constitui uma figura credora de respeito de todos os democratas.
Associando-se aos sentimentos de tristeza e de consternação pela morte de João Amaral, o PCP assinala a contribuição de João Amaral ao longo de muitos anos para a vida e luta do PCP e para grandes causas democráticas e humanistas.»
Antes, o secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, em declarações a vários órgãos de comunicação social, afirmara:
«Foi com grande tristeza e pesar que soube da morte de João Amaral que deu rosto e voz ao Partido nos mais elevados cargos - era Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa - e que teve uma intensa e destacada intervenção no plano político mas também no plano social e cultural.
Quero enviar a toda a família os meus sentidos pêsames. É isto que quero aqui referir e não aspectos políticos partidários mais recentes.»
Pelo seu lado, o Presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, proferiu as seguintes declarações: «O desaparecimento de João Amaral é um momento de tristeza e de consideração por uma vida de intensa intervenção cívica e política, enquanto militante comunista, destacado autarca, prestigiado deputado e Vice-Presidente da Assembleia da República, integrando a luta do PCP pela democracia e pelo seu aperfeiçoamento.»
No funeral, que se realizou no domingo - da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de S. João, com breves paragens simbólicas junto à Assembleia da República e nos Paços do Concelho - participaram o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, diversos membros do Governo e pessoas de todos os quadrantes políticos e ideológicos que, assim, expressaram o seu apreço e admiração por João Amaral e lhe prestaram uma última homenagem.
O PCP fez-se representar por uma delegação composta pelo secretário-geral do Partido, camarada Carlos Carvalhas, pelos membros da Comissão Política António Abreu, Bernardino Soares e Vítor Dias, por Rui Fernandes do Secretariado do CC e pelos membros do Comité Central e, respectivamente, deputado e eleito na Assembleia Municipal de Lisboa, António Filipe e Martinho Baptista.
CENAS TRISTES ENTRE O PCP E A FAMÍLIA:
Via público 16jan2003
http://www.publico.pt/politica/noticia/pcp-acusa-familia-de-joao-amaral-de-proferir-falsidades-274455
O PCP desmentiu ontem, em comunicado, as declarações feitas ao PÚBLICO pela mulher e irmã de João Amaral, que acusaram a direcção comunista de "fingir" durante a cerimónia fúnebre.
Em esclarecimento enviado ao PÚBLICO, o gabinete de imprensa do PCP classificou ontem como "falsidades" as informações veiculadas por familiares de João Amaral que acusavam a direcção do PCP de ter "maltratado" aquele ex-dirigente, inclusive, no dia do seu funeral, domingo.
Em declarações ao PÚBLICO (ver edição de ontem), a mulher do antigo deputado, Luísa Gueifão Ferreira, afirmou anteontem que, durante o funeral, "o PCP não prestou nenhuma homenagem e não apresentou condolências à família".
"Fizeram uma visita para a comunicação social", declarou, referindo-se sobretudo à fugaz presença de Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, na Basílica da Estrela. Ana Amaral diz mesmo que existiu, durante as cerimónias fúnebres, um "aproveitamento" por parte da direcção do PCP "para fazer rábulas". "Não foram junto da família e fingiram nas declarações feitas às televisões", acusou.
No comunicado, o PCP esclarece em pormenor as atitudes tomadas. "Tanto no comunicado do secretariado do comité central do PCP como nas declarações do secretário-geral do PCP à comunicação social, difundidos na sexta-feira, foram expressamente transmitidas condolências à família de João Amaral", pode ler-se. E mais à frente: "No sábado, na Basílica da Estrela, e em momentos separados, quer António Abreu quer Bernardino Soares (ambos membros da Comissão Política e ambos investidos de funções de representação do PCP nas exéquias de João Amaral) apresentaram directamente e de viva voz condolências à família". O PCP refere também o telegrama pessoal enviado por Carlos Carvalhas, mulher e filho.
Contactada pelo PÚBLICO, Luísa Gueifão Ferreira disse não querer tecer comentários ao esclarecimento do PCP, explicando que "não quer entrar em polémicas". "Não fiz nada de mais para abrir um flanco e se respondesse estaria a incitar a um diálogo que não quero", afirmou. Luisa Ferreira e Ana Amaral, irmã de João Amaral, devolveram na segunda-feira os seus cartões de militantes do PCP, renunciando assim a fazer parte de um partido que "maltratou" o ex-deputado comunista.
A mulher e a irmã de João Amaral entregaram pessoalmente na sede do PCP, na Soeiro Pereira Gomes, os cartões de militantes e duas cartas de demissão endereçadas ao secretário-geral, Carlos Carvalhas. Na curta e seca missiva de Luísa Ferreira, a que o PÚBLICO teve acesso, a mulher de João Amaral é incisiva: "Tenho vergonha de pertencer a um partido cuja direcção, na voz do seu secretário-geral, usa a morte dos seus militantes para mentir e enganar aqueles que em vocês acreditam. Aqui fica o meu cartão. Luisa Gueifão Ferreira, ex-militante nº 158954".
No âmbito dos vários protestos sobre a actuação do PCP relativamente à morte de João Amaral, os renovadores lamentam ainda o facto de o centro de trabalho do PCP, na Avenida da Liberdade, por onde passou o cortejo fúnebre, não ter exibido as bandeiras do PCP e de Portugal. Esta crítica surge pela circunstância, dizem os renovadores, de a sede do PCP hastear normalmente as duas bandeiras em dias de luto municipal, como era o caso visto tratar-se do presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.
Contactado pelo PÚBLICO, António Rodrigues do gabinete de imprensa do PCP, esclareceu que sobre este assunto não havia mais informações a dar para além das declarações de Agostinho Lopes. Este dirigente disse, na última segunda-feira, que as bandeiras só são postas a meia haste em caso de luto nacional, mas nada disse sobre a ausência de bandeiras.
Segundo um ex-dirigente, a última vez que o funeral de um militante do PCP teve direito às regras mais elevadas do protocolo foi o de Octávio Pato, em Fevereiro de 1999.
**Em declarações ao PÚBLICO (ver edição de ontem), a mulher do antigo deputado, Luísa Gueifão Ferreira, afirmou anteontem que, durante o funeral, "o PCP não prestou nenhuma homenagem e não apresentou condolências à família".
"Fizeram uma visita para a comunicação social", declarou, referindo-se sobretudo à fugaz presença de Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, na Basílica da Estrela. Ana Amaral diz mesmo que existiu, durante as cerimónias fúnebres, um "aproveitamento" por parte da direcção do PCP "para fazer rábulas". "Não foram junto da família e fingiram nas declarações feitas às televisões", acusou.
No comunicado, o PCP esclarece em pormenor as atitudes tomadas. "Tanto no comunicado do secretariado do comité central do PCP como nas declarações do secretário-geral do PCP à comunicação social, difundidos na sexta-feira, foram expressamente transmitidas condolências à família de João Amaral", pode ler-se. E mais à frente: "No sábado, na Basílica da Estrela, e em momentos separados, quer António Abreu quer Bernardino Soares (ambos membros da Comissão Política e ambos investidos de funções de representação do PCP nas exéquias de João Amaral) apresentaram directamente e de viva voz condolências à família". O PCP refere também o telegrama pessoal enviado por Carlos Carvalhas, mulher e filho.
Contactada pelo PÚBLICO, Luísa Gueifão Ferreira disse não querer tecer comentários ao esclarecimento do PCP, explicando que "não quer entrar em polémicas". "Não fiz nada de mais para abrir um flanco e se respondesse estaria a incitar a um diálogo que não quero", afirmou. Luisa Ferreira e Ana Amaral, irmã de João Amaral, devolveram na segunda-feira os seus cartões de militantes do PCP, renunciando assim a fazer parte de um partido que "maltratou" o ex-deputado comunista.
A mulher e a irmã de João Amaral entregaram pessoalmente na sede do PCP, na Soeiro Pereira Gomes, os cartões de militantes e duas cartas de demissão endereçadas ao secretário-geral, Carlos Carvalhas. Na curta e seca missiva de Luísa Ferreira, a que o PÚBLICO teve acesso, a mulher de João Amaral é incisiva: "Tenho vergonha de pertencer a um partido cuja direcção, na voz do seu secretário-geral, usa a morte dos seus militantes para mentir e enganar aqueles que em vocês acreditam. Aqui fica o meu cartão. Luisa Gueifão Ferreira, ex-militante nº 158954".
No âmbito dos vários protestos sobre a actuação do PCP relativamente à morte de João Amaral, os renovadores lamentam ainda o facto de o centro de trabalho do PCP, na Avenida da Liberdade, por onde passou o cortejo fúnebre, não ter exibido as bandeiras do PCP e de Portugal. Esta crítica surge pela circunstância, dizem os renovadores, de a sede do PCP hastear normalmente as duas bandeiras em dias de luto municipal, como era o caso visto tratar-se do presidente da Assembleia Municipal de Lisboa.
Contactado pelo PÚBLICO, António Rodrigues do gabinete de imprensa do PCP, esclareceu que sobre este assunto não havia mais informações a dar para além das declarações de Agostinho Lopes. Este dirigente disse, na última segunda-feira, que as bandeiras só são postas a meia haste em caso de luto nacional, mas nada disse sobre a ausência de bandeiras.
Segundo um ex-dirigente, a última vez que o funeral de um militante do PCP teve direito às regras mais elevadas do protocolo foi o de Octávio Pato, em Fevereiro de 1999.
15.01.2003 00:00 VIÚVA E IRMÃ DE AMARAL SAEM DO PCP A viúva e a irmã de João Amaral, Luísa Gueifão e Ana Amaral, apresentaram a demissão do PCP e, acompanhadas pelos filhos do presidente da Assembleia Municipal, falecido na passada sexta-feira, deslocaram-se à sede do partido, na Soeiro Pereira Gomes, para entregar os cartões de militantes.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/politica/detalhe/viuva-e-irma-de-amaral-saem-do-pcp.html
***
Via público
AOS 59 ANOS
Morreu ex-deputado João Amaral
O ex-deputado comunista João Amaral morreu esta tarde em sua casa, aos 59 anos, vítima de doença prolongada, confirmou fonte próxima da família.
João Amaral esteve no Parlamento até ao final da anterior legislatura, mas a posição crítica que assumiu em relação à direcção do PCP levou ao seu afastamento das listas às últimas eleições legislativas.
Sendo uma das vozes mais conhecidas da chamada ala renovadora do PCP, João Amaral participou nos últimos meses em várias acções de contestação à linha oficial do partido.
O ex-dirigente comunista ocupava desde 1989 a presidência da Assembleia Municipal de Lisboa, órgão onde a coligação PCP/PS manteve a maioria nas últimas eleições autárquicas, em Dezembro de 2001, apesar do PSD ter conquistado o executivo camarário.
Activista político desde os tempos de estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, João Amaral era militante do PCP desde 1967. Em 1976, chega ao gabinete de apoio do grupo parlamentar do partido e três anos mais tarde é eleito deputado à Assembleia da República, onde se manteria até 2002.
Natural de Angra do Heroísmo, onde nasceu a 7 de Dezembro de 1943, João Amaral foi vice-presidente da Assembleia da República na última legislatura, tendo ocupado igualmente a vice-presidência da bancada comunista durante vários anos.
João Amaral, perito em matérias de Defesa, foi igualmente o primeiro deputado comunista português a ter assento na Assembleia Parlamentar da NATO.
A voz dos renovadores
As críticas que vinha fazendo ao centralismo democrático do PCP, foram reforçadas após as eleições autárquicas de Dezembro de 2001, nas quais o partido perdeu algumas das câmaras emblemáticas como a de Évora, Loures ou do Barreiro.
Na altura, defendeu, em artigos para a imprensa e em entrevistas, a necessidade do partido realizar um congresso extraordinário para definir "um programa político profundamente renovado e uma nova estratégia de alianças". Pelas posições consideradas "deturpadoras" da orientação da direcção do partido, o Comité Central excluiu-o das listas de deputados às legislativas de 2002.
Após as eleições, João Amaral, acompanhado por outros dirigentes comunistas, reforçou a oposição à linha seguida pela direcção do partido, participando em várias acções públicas de contestação. Apesar de ser um dos rostos mais conhecidos da chamada ala renovadora, foi poupado às sanções disciplinares que atingiram, no Verão passado, Edgar Correia, Carlos Luís Figueira ( expulsos do partido) e Carlos Brito (suspenso por dez meses).
Ao contrário do que fizeram alguns quadros do partido no final dos anos 1980, aquando da queda do Muro de Berlim, João Amaral sempre rejeitou sair do PCP. "Tive sempre a convicção de que o PCP não é só um partido com passado: é também um partido com futuro", afirmou numa entrevista recente.
Sendo uma das vozes mais conhecidas da chamada ala renovadora do PCP, João Amaral participou nos últimos meses em várias acções de contestação à linha oficial do partido.
O ex-dirigente comunista ocupava desde 1989 a presidência da Assembleia Municipal de Lisboa, órgão onde a coligação PCP/PS manteve a maioria nas últimas eleições autárquicas, em Dezembro de 2001, apesar do PSD ter conquistado o executivo camarário.
Activista político desde os tempos de estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, João Amaral era militante do PCP desde 1967. Em 1976, chega ao gabinete de apoio do grupo parlamentar do partido e três anos mais tarde é eleito deputado à Assembleia da República, onde se manteria até 2002.
Natural de Angra do Heroísmo, onde nasceu a 7 de Dezembro de 1943, João Amaral foi vice-presidente da Assembleia da República na última legislatura, tendo ocupado igualmente a vice-presidência da bancada comunista durante vários anos.
João Amaral, perito em matérias de Defesa, foi igualmente o primeiro deputado comunista português a ter assento na Assembleia Parlamentar da NATO.
A voz dos renovadores
As críticas que vinha fazendo ao centralismo democrático do PCP, foram reforçadas após as eleições autárquicas de Dezembro de 2001, nas quais o partido perdeu algumas das câmaras emblemáticas como a de Évora, Loures ou do Barreiro.
Na altura, defendeu, em artigos para a imprensa e em entrevistas, a necessidade do partido realizar um congresso extraordinário para definir "um programa político profundamente renovado e uma nova estratégia de alianças". Pelas posições consideradas "deturpadoras" da orientação da direcção do partido, o Comité Central excluiu-o das listas de deputados às legislativas de 2002.
Após as eleições, João Amaral, acompanhado por outros dirigentes comunistas, reforçou a oposição à linha seguida pela direcção do partido, participando em várias acções públicas de contestação. Apesar de ser um dos rostos mais conhecidos da chamada ala renovadora, foi poupado às sanções disciplinares que atingiram, no Verão passado, Edgar Correia, Carlos Luís Figueira ( expulsos do partido) e Carlos Brito (suspenso por dez meses).
Ao contrário do que fizeram alguns quadros do partido no final dos anos 1980, aquando da queda do Muro de Berlim, João Amaral sempre rejeitou sair do PCP. "Tive sempre a convicção de que o PCP não é só um partido com passado: é também um partido com futuro", afirmou numa entrevista recente.