25/03/2015

5.284.(25mar2015.8.22') Fundação Inês de Castro

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http://www.fundacaoinesdecastro.com/
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18mar2018
Fundação que tem a câmara (d’ Alcobaça que vos abRRaça...) nos Corpos Gerentes, atribuiu prémio a Rosa Oliveira
A vencedora do Prémio Literário Fundação Inês de Castro de 2017, Rosa Oliveira, enalteceu hoje aquilo que lhe parece ser uma "onda crescente" da poesia em Portugal, pelo número de editoras, de leitores e de festivais que vão surgindo.
O público da poesia em Portugal é "mínimo, mas muito especial, exigente e atento", a crítica é "uma micro-nano-crítica" e a imprensa especializada tem uma circulação muito reduzida, notou hoje Rosa Oliveira, após receber o Prémio Literário Fundação Inês de Castro de 2017, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.
Apesar disso, a poeta sublinhou que lhe parece que a poesia, em Portugal, está "numa onda crescente", a julgar pelo "número de editoras, especialmente pequenas editoras - algumas delas nascidas sob a ameaça de extinção -, o número de leitores, as instituições que apostam na poesia e os inúmeros festivais de poesia" e grupos que se juntam "para ler e para chamar a poesia à baila".
Nesse sentido, Rosa Oliveira entende que se está a colocar a poesia, "ainda que timidamente, no lugar onde ela começou", cada vez mais "no centro", como forma de arte anterior até "à palavra escrita".
Da sua poesia, diz que tenta "apanhar uma fotografia daquilo que vai vendo e sentindo", referindo que está "longe do fantasma romântico e, por via, modernista e, por extensão, pós-modernista que encerra o texto em si mesmo e o fecha ao mundo", bem como se distancia da "arte livre e total, sem objeto, capaz de exprimir o inexprimível".
Durante o discurso, a poeta, que venceu o prémio literário pelo livro de poesia "Tardio", recordou o estranhamento e as perguntas que recebeu aquando da edição do seu primeiro livro, "Cinza", quando tinha 55 anos. "Porquê tão tarde?", perguntaram-lhe, ao que respondeu "Porque não?".
A voz de poeta "foi crescendo pequenina e irá perdurar ou não", disse Rosa Oliveira, deixando a interrogação e hipótese, que só poderá ter uma resposta "daqui a uns tempos ou daqui a uns livros", concluiu.
Na cerimónia, falou também o ensaísta e crítico literário Eugénio Lisboa, agraciado com o prémio de carreira, Tributo de Consagração, que, no ano passado, concluiu as suas memórias, com o último volume de "Acta est Fabula".
No discurso, o ensaísta sublinhou que o prémio o levou a refletir sobre "o que é isto de uma carreira literária", considerando que a carreira literária, na sua vida, não seria inevitável, tendo acabado por apanhar "o pontapé de saída" por José Régio, escritor que lhe pediu sempre para "escrever mais intensamente".
"Com muita pena minha, nunca na vida do José Régio lhe dei a satisfação de ser um escritor mais assíduo", sendo que só depois da morte daquele escritor é que começou a levar "mais a sério a escrita". "Talvez, por uma certa impulsão de remorso", confidenciou.
"Sinto-me realizado como artista, através daquilo que faço enquanto ensaísta, que pode injetar-se tanta criatividade num ensaio como num livro de teatro ou de poesia", frisou Eugénio Lisboa, contestando em "absoluto" a divisão entre a "dita escrita criativa" (teatro, poesia e romance) e a "não criativa" (ensaio, crónica e crítica).
O Prémio Literário Fundação Inês de Castro vai na 11.ª edição.
Rosa Oliveira sucede a Rui Lage, que, em 2016, venceu o galardão por "Estrada Nacional", numa lista de premiados anteriores que inclui ainda José Tolentino Mendonça, Gonçalo M. Tavares e Mário de Carvalho, entre outros.
https://24.sapo.pt/amp/vida/artigos/poeta-rosa-oliveira-enaltece-onda-crescente-da-poesia-em-portugal
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12mar2018
Rosa Oliveira, vencedora do Prémio Literário FIC 2017

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A cerimónia de entrega do prémio terá lugar no dia 17 de Março,
no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra

Na sua 11.ª edição, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2017 foi atribuído a Rosa Oliveira pela obra Tardio, editada pela Tinta da China. Sobre a autora, que em 2013 publicou pela mesma editora, Cinza, o seu primeiro livro de poesia, escreveu António Guerreiro no Público, "Nunca a poesia de Rosa Oliveira se desliga da prosa do mundo, por mais que ouse alguns flirts com algo que a supera. Ela pratica, de certo modo, uma arte do recuo, traça com grande racionalidade os seus territórios, acaba por ser uma elegia da própria poesia, quase um túmulo do poeta que se vê obrigado a declinar os seus tempos sombrios como «uma longa marcha para a mediania»."
O júri do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2017, composto por José Carlos Seabra Pereira (Presidente), Mário Cláudio, Isabel Pires de Lima, Pedro Mexia e António Carlos Cortez, não foi unânime na escolha da obra premiada, sendo o Prémio atribuído por maioria. Mário Cláudio votou em A queda de um homem, de Luís Osório, e Pedro Mexia em Hoje estarás comigo no Paraíso, de Bruno Vieira Amaral.
Nesta edição, o Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro 2017, um prémio de carreira, foi atribuído a Eugénio Lisboa.
Eugénio Lisboa, Tributo de Consagração FIC 2017
Prémio Literário Fundação Inês de Castro tem distinguido ao longo dos anos autores e obras de reconhecido valor, tais como Pedro Tamen (2007), José Tolentino Mendonça (2009), Gonçalo M. Tavares (2011), Mário de Carvalho (2013) ou Rui Lage (2016), entre muitos outros.
A cerimónia de entrega do Prémio Literário Fundação Inês de Castro - um troféu de prata e pedra, da autoria do escultor João Cutileiro, que simboliza todo o drama e mistério que rodeiam o episódio de Pedro e Inês - terá lugar no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra, no dia 17 de Março. O livro premiado, Tardio, de Rosa Oliveira, será apresentado por António Carlos Cortez, e Pedro Mexia falará sobre a obra de Eugénio Lisboa.
Biografias dos autores

Rosa Oliveira (Viseu, 1958) é autora dos ensaios Paris 1937 e Tragédias Sobrepostas: Sobre "O Indesejado" de Jorge de Sena. Foi leitora na Universidade de Barcelona e é professora no Ensino Superior Politécnico. Cinza, o seu primeiro livro de poesia (Tinta da China, 2013), foi galardoado com o Prémio PEN Clube Primeira Obra. Tardio, igualmente publicado pela Tinta da China recebe agora o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2017. Tem poemas editados nas publicações literárias RelâmpagoColóquio-Letras (no prelo), Suroeste (Badajoz, 2016), Cidade Nua e nas antologias Voo Rasante (Mariposa Azual, 2015) e Os cem melhores poemas portugueses dos últimos cem anos(Companhia das Letras, 2017). Publicou na Granta 8 (Tinta-da-China, 2016) o primeiro conto de uma série em que presentemente trabalha.

Eugénio Lisboa (Loureço Marques, 1930) é um ensaísta e crítico literário português especialista em José Régio. Licenciado em engenharia electrotécnica pelo I.S.T. (1955), residiu em Moçambique até 1976, trabalhando sobretudo no ramo petrolífero, actividade que acumulou a partir de 1974 com a docência de Literatura Portuguesa nas universidades de Maputo e Estocolmo. Entre 1978 e 1995 foi Conselheiro Cultural na Embaixada de Portugal, em Londres, e entre 1995 e 1998, Presidente da Comissão Nacional da UNESCO. É Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nottingham e pela Universidade de Aveiro. Recebeu os seguintes prémios literários: Prémio Cidade de Lisboa, pelo livro A Matéria Intensa; Prémio Jacinto Prado Coelho, pelo livro Portugaliae Monumenta Frivola; Grande Prémio de Literatura Biográfica da APE, por Acta Est Fabula – Memórias I. Consulte aqui (link) as suas principais obras literárias.

http://www.fundacaoinesdecastro.com/index.php/component/content/article/5-destaques/256-rosa-oliveira-vence-premio-literario-fic-2017.html
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Temos de perguntar em reunião de câmara
o que têm feito nesta FUNDAÇÃO INÊS DE CASTRO
Via
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=4474645&page=-1
25.3.2015

Poetas Luís Quintais e Nuno Júdice distinguidos pela Fundação Inês de Castro

O escritor e antropólogo Luís Quintais venceu o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2014 com o livro de poesia "O Vidro" e receberá a distinção no dia 28, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, anunciou a organização.
O poeta Nuno Júdice receberá o prémio de carreira da fundação, intitulado "Tributo de Consagração Fundação Inês de Castro 2014".
Esta é a oitava edição do prémio literário criado com a intenção de distinguir anualmente obras literárias sobre motivos do "mito inesiano". O júri integrou José Carlos Seabra Pereira, Mário Cláudio, Fernando Guimarães, António Carlos Cortez e Pedro Mexia.
"O vidro", que reúne obra poética recente de Luís Quintais, foi editado em 2014 pela Assírio & Alvim e esteve entre os finalistas do prémio literário do encontro Correntes d'Escritas.
Luís Quintais, nascido em Angola em 1968, vive em Coimbra, onde dá aulas na Universidade de Coimbra.
"Gosto da designação de 'pensador lírico', que traduz uma reflexão de Hannah Arendt sobre Walter Benjamin ('he thought poetically, but he was neither a poet nor a philosopher') e gostaria muito de ser digno dessa expressão, que me parece consonante com a minha sensibilidade", lê-se na autobiografia do autor, na página oficial na Internet.
Escreve poesia há mais de vinte anos, tendo publicado cerca de uma dezena de obras, como "Depois da música" (2013), "Riscava a palavra dor no quadro negro", "Mais espesso que a água", "Duelo" e "Lamento".
Há dez anos, em 2005, foi distinguido com os Prémios Pen Clube de Poesia e Luís Miguel Nava.
Em edições anteriores, o prémio literário Fundação Inês de Castro distinguiu Pedro Tamen, Teolinda Gersão, José Tolentino de Mendonça, Hélia Correia, Gonçalo M. Tavares, Maria do Rosário Pedreira e Mário de Carvalho.
A distinção de Tributo já foi entregue a Urbano Tavares Rodrigues, António Osório de Castro, Manuel Alegre, Gastão Cruz, Vasco Graça Moura e Fernando Echevarría.
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18jan2013.
 Fundação Inês de Castro divulga prémio 2012... Dia da Morte de D. Pedro I (há 646 anos)...Comércio Criativo...
via lusa

Castro 2012
A obra ‘Poesia Reunida’, publicada pela Quetzal, integra as obras já publicadas por Maria do Rosário Pedreira, nomeadamente, ‘A Casa e o Cheiro dos Livros’ (1996), ‘O Canto do Vento nos Ciprestes’ (2001) e ‘Nenhum Nome Depois’ (2004), a que se juntou o inédito ‘A Ideia do Fim’.
Maria do Rosário Pedreira vence Prémio Fundação Inês de Castro 2012
DR
CULTURA

Esta é a sexta edição do prémio, sucedendo Maria do Rosário Pedreira a autores portugueses como Pedro Tamen, Teolinda Gersão, José Tolentino de Mendonça, Hélia Correia e Gonçalo M. Tavares.
O galardão é constituído por um troféu desenhado pelo escultor João Cutileiro, uma estadia de oito dias na Quinta Lágrimas, em Coimbra, onde viveu Inês de Castro, e por “um valor pecuniário simbólico”, disse à Lusa a secretária-geral da Fundação, Teresa Costa Neves.
A cerimónia de entrega do prémio terá lugar na Quinta das Lágrimas, no dia 2 de Março.
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via facebook ESPAÇO EM BRANCO
hj é dia da morte de D. Pedro I e aqui vai 1 exemplo da criatividade d'alcobaça que vos abRRaça
Produtos de Alcobaça no seu melhor...
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7jan 2013
hj é dia da Morte de Inês de Castro...d' Alcobaça que vos abRRaça...

Razões de ordem política levam o rei D Afonso IV a mandar executar Inês de Castro, amante do seu filho D. Pedro. Esta cruel tarefa é levada a cabo, a 7 de Janeiro de 1355
, por três elementos da nobreza: Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e Pero Coelho. Aproveitando a ausência de D. Pedro numa caçada, dirigem-se ao Paço de Santa Clara, em Coimbra, onde a bela Inês se encontra “posta em sossego” e matam-na. Camões imortaliza, n'Os Lusíadas, os amores de Inês e D. Pedro, na estrofe CXX do Canto III:

«Estavas, linda Inês, posta em sossego,
de teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano de alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,

Nos saudosos campos de Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.(Wikipédia).
Efeméride // Recordando Inês de Castro
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Alcobaça não pode ignorar a história...o mito...a tragédia...os túmulos...património histórico...aprender com a história, para transformar!!!
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pedro e inês é uma estória que está plena de política...poesia...teatro...arte...CDU a governar Alcobaça...ligava dia dos Reis...com o dia da Rainha Morta...Escola Dona Inês...
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«Em que pensar, agora, senão em ti? Tu, que me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a manhã da minha noite. É verdade que te podia dizer: «Como é mais fácil deixar que as coisas não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos apenas dentro de nós próprios?» Mas ensinaste-me a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou, até sermos um apenas no amor que nos une, contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor: ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo esse que mal corria quando por ele passámos, subindo a margem em que descobri o sentido de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo que o tempo nos rouba.(...)»
Nuno Júdice,"Pedro, lembrando Inês"
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28julho2010
PCâmara Paulo Inácio informou na reunião de câmara:
...6º. Estivem em reunião na Fundação Inês de Castro. Comemoração dos 650 anos da transladação de Inês para Alcobaça vai acontecer de Abril de 2011 a Abril de 2012. O ex- Presidente Sapinho, Alcina Gonçalves e Eduardo Nogueira tornaram-se sócios honorários da Fundação. O Presidente do Conselho Geral continua a ser Gonçalves Sapinho. O Dr. Bruno Letra substituirá Eduardo Nogueira.
O Presidente da Direcção continua a ser José Júdice?
As questões de representação devem constar duma informação à câmara, escrita, para registo futuro.
Presidente confirmou e concordou em fazê-lo na próxima reunião.
Acrescentou que na Praça do Município, da regeneração urbana, tem 1 proposta de Pedro e Inês...
Está muito preocupado com o facto do governo ter diminuído a comparticiapação para este projecto de 80% para 60%
Praça do Município pensei mais na coesão e nas 18 freguesias.
(...)
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31ouTUbro2009
Fundação Inês de Castro...+1 que Alcobaça...no ano ineseano...
Escrito pela jornalista do Diário de Coimbra Andrea Trindade
António Barreto
Portugal é e será“difícil degovernar”
Sociólogo, convidado no ciclo "Quintas na Quinta", criticou fragmentaçãopolítica e a falta de conjugação de esforços dos partidos em tempo de crise
Convidado da Fundação Inês de Castro em mais uma conferência do ciclo “Quintas na Quinta”, o sociólogo António Barreto falou “Das dificuldades de governar Portugal”, confessando, desde logo, não ter uma visão optimista da situação actual do país. «Encontramo-nos num momento muito difícil da nossa vida colectiva, já não são só os problemas internos, agora são as coisas mais fundas, o desequilíbrio externo, financeiro e social, nunca foi tão grande e sobretudo tão sem perspectivas de alteração a curto/médio prazo», declarou. No jantar promovido pela Fundação Inês de Castro e pelo Hotel Quinta das Lágrimas, António Barreto mostrou-se plenamente convencido de que é muito difícil governar, particularmente governar Portugal. O investigador e docente do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa apontou a «informação imediata» como uma das dificuldades que se colocam às democracias modernas, já que levaram a «governos para as sondagens, destruindo o mandato democrático, um dos actos mais nobres da vida política». «Três dias depois de um governo ou presidente de câmara ser eleito já há uma sondagem para as próximas eleições, o que destrói qualquer discussão séria sobre o que se está a fazer», disse. «Uma má sondagem gera uma segunda má sondagem e já não é a acção de governar que é avaliada na sondagem mas a sondagem anterior, num ciclo infernal de que os políticos democráticos ocidentais não se sabem libertar», considerou António Barreto, notando que «a vida política democrática ainda não soube encontrar meios de valorizar ou revalorizar a função de mandato».

Pobreza em recursos
A avaliação permanente da legitimidade do governo eleito, que decorre, aliás, desta questão, e a «captura da vida política pelos grandes grupos económicos» são outras questões que, no entender do académico, se colocam nas democracias de hoje. A estas, Portugal junta, no entanto, um conjunto de outras dificuldades estruturais, como a pobreza, a falta de tradições democráticas, uma sociedade civil pouco activa, a reduzida instrução da população e as ambições excessivas. O país é pobre em recursos naturais como o carvão, o ferro ou o petróleo, mas também é pobre em recursos agrícolas e tem um clima pouco favorável à maior parte das produções. «Governar em pobreza é difícil», constatou António Barreto. O sociólogo considerou que faltam «horas de voo democrático» a Portugal, onde é ainda «difícil ser-se independente, ter uma vontade própria e, sobretudo, exprimi-la». «Uma das graves deficiências do Parlamento português é não cultivar a independência do deputado», referiu.
Ambições excessivasPortugal é um dos 40 países mais ricos do mundo, mas o mais pobre destes países. «Não há progresso sem ambição, mas não ajuda nada querermos ter a vida dos noruegueses, o sistema de saúde dos suecos, as estradas dos suíços, os castelos e campos dos ingleses, as escolas dos holandeses e alemães e a indústria deles todos», disse o investigador, justificando que «não temos a riqueza, a produtividade, a organização, a determinação ou a tradição» destes países. «Antes de muitas décadas – cinco, seis, sete – não vamos ter a capacidade de viver como estes povos e quando nós lá chegarmos já eles estão muito longe outra vez», acrescentou. Portugal foi o país que mais cresceu de 1960 a 1990, mas foi ultrapassado na década de 90 a 2000 e desde então está a perder. «Há uma espécie de esgotamento». Os governos minoritários são, para António Barreto, uma dificuldade específica do sistema português, porque está associada «à fragmentação politica, que chega a ser pessoal». Para o sociólogo, o governo minoritário bem como a oposição deste só funcionam a pensar nas próximas eleições.«A maior parte dos políticos não se falam entre eles, estão zangados», disse, criticando a falta de conjugação de esforços entre os partidos para levar a cabo medidas de combate à crise e a inexistência de queixas sobre essa «falta de responsabilidade e de sentido de dever».

Saúde tem o melhor sistema
A Saúde é, no entender do investigador, «o sistema público português que melhor funciona e o que teve melhor performance, em 40 anos, quando comparado com sistemas do mundo inteiro», porque é dominado pela ciência e muito pouco ideológico no seu sentido essencial. «A prática da saúde, o acto médico, a organização da saúde está sob escrutínio permanente», disse, colocando «num extremo oposto» os sistemas que considera «mais nefastos de Portugal», os sistemas fechados do Ensino e da Justiça, que «dificultam a actividade do Governo».Outra dificuldade de governar advém da «legalização do nepotismo e do favoritismo partidário na administração pública». Uma lei aprovada em 2005 por todos os partidos diz que os mandatos de directores gerais e presidentes de institutos cessam com o fim de actividade do Governo. «Há dias cessaram centenas», lembrou. «O dirigente da Administração Pública é hoje expressa e explicitamente da confiança política do ministro», reparou António Barreto, questionando-se sobre o lugar das necessárias «estabilidade, seriedade e isenção». A ausência da avaliação legislativa foi o último ponto focado. Segundo o sociólogo, Portugal adoptou um sistema europeu de avaliação, mas até agora nada fez. «Não sabemos, por exemplo, se o rendimento social de inserção aumentou ou diminuiu o desemprego», referiu.
Falta de leitura de jornais“fere” a participação políticaA «reduzida instrução da população» é, no entender de António Barreto, uma das principais dificuldades estruturais da sociedade portuguesa. O sociólogo reparou que os portugueses têm pouco hábito de ler jornais, ao contrário do que acontece noutros países europeus, e sublinhou a importância que esta leitura tem, ainda hoje, na criação de uma consciência política. «O hábito de leitura de jornais politizou as classes médias na Europa do século XIX. Quando a televisão chegou a Portugal, em 1957, os portugueses não sabiam todos ler e escrever e muito menos tinham o hábito de ler os jornais. O país tinha menos leitura de jornais do que a Inglaterra 150 anos antes», recordou. «Foi através da leitura de jornais que se criou consciência política durante 200 anos. A sua ainda decrescente leitura fere a participação política e o empenho de toda a gente na causa pública», declarou António Barreto.Aos que contrapõem com a televisão, o investigador respondeu que «a leitura do jornal é uma leitura contida, regrada, pensada, revista, discutida, sublinhada, ao contrário da digestão rápida e efémera da televisão». Acresce, no entender do sociólogo, que «a televisão é polissémica, vende, ao mesmo tempo, som, imagem, emoções, sorrisos, falsidades ou verdades, enquanto o jornal só tem ideias, preto no branco, para ler, pensar e meditar». “Ministros cansados que exercem cargos em viagem”António Barreto lembrou-se dos ministros cansados e com olheiras no pós-25 de Abril – «em tempos de revolução, era assim que se trabalhava e vivia» - mas reparou que o semblante se mantém hoje, agora graças ao sistema de governo: «Assistimos a uma espécie de correria permanente, de visitas, de inaugurações; há presidências abertas, governos abertos, ministérios abertos, visitas a feiras, a empresas, etc..
Tem-se cada vez mais a ideia de que os ministros exercem os seus cargos em viagem, mas continuam com olheiras e cansaço, é um problema estrutural do nosso sistema político».
Uma situação que, no entender do sociólogo, se reflecte na qualidade da acção governativa, «gera decisões erradas, precipitadas, legislação medíocre – rectificações, correcções às normas e despachos». No fundo, é «um tipo de actividade política que mata a reflexão, o sentido do planeamento, da governação para uma geração».
O investigador considera que houve um «abaixamento das funções dos governantes» para um nível praticamente técnico: «Um ministro ou um secretário de Estado de hoje comporta-se mais ou menos como um director-geral ou um subdirector geral de 40 anos». Assim, sabem da sua administração mas não das grandes questões de Estado, da vida nacional, da Europa, opinou. «São incapazes de reflectir, de pensar a quatro anos, incapazes de prestar contas».
António Barreto lembrou que o défice de Saúde, da Educação e da Segurança Social «foi escondido». «Não sabemos hoje qual é o défice das finanças púbicas e por isso se diz com facilidade que o défice pode ser de 4 a 10 por cento».
respiguei do diário de coimbra de hoje
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