11/11/2015

6.032.(11.11.2015.5.55.5" da tARDE) 1.ª Grande Guerra

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2018
centenáRIO do fim da 1.ª GG
urge aprender com a história
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Cela e a 1.ª GG???
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Alcobaça e a 1.ª GG???
11.11. 2018
escultor José Aurélio faz medalha de 5€ para comemorar o centenáRIO
em Alcobaça que vos abRRaaaaaaAÇA...15.30’... Armazém das Artes...lançamento da moeda de 5€...esculpida pelo José Aurélio...centenáRIO do Armistício


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às 11h11'...Assembleia Municipal
Luís Crisóstomo da CDU faz a seguinte declaração política:"
Evocação do centenário do Armistício de 1918.

É essencial preservar a memória da nossa História. É por isso necessário louvar as comemorações como esta que nos reúne aqui hoje. E é tanto mais importante quanto nos apercebemos que as razões que, no Passado, levaram a uma carnificina sem igual, prevalecem hoje, e são novamente desenterradas sem respeito pela memória da História e dos que por ela pereceram, em proveito de alguns.
Urge, agora, investigar, a nível do nosso concelho de Alcobaça, qual foi a participação de Alcobacenses, nesta 1.ª Grande Guerra. Urge também recolher factos e estórias ocorridos nesse período, em todas as freguesias do nosso concelho. Recomendamos que se faça um concurso público para que historiadores façam estas investigações e se encontrem as melhores formas de premiar as obras candidatas.
O “velho continente” europeu, de tão velho dividiu-se, e tornou-se um rico mosaico cultural, colorido pelos vários povos que nele se fixaram e prosperaram ao longo dos séculos. E ao longo desses séculos, vários povos tentaram superiorizar-se a outros, vários Impérios ascenderam, subjugaram ou agregaram territórios, e por fim caíram. No início do século XX, três impérios subsistiam na Europa – Rússia, Áustria-Hungria e o Império Otomano. A I Grande Guerra, surgiu do movimento Nacionalista nascido da opressão dos povos sob o domínio imperial, mas foram os desígnios imperialistas e colonialistas que a alimentaram e expandiram pelo continente e pelo Mundo.
Também Portugal, então jovem República, foi arrastada para esta barbárie. Evocam-se hoje os portugueses que foram enviados para uma terra estrangeira, para uma guerra que não era deles, e que enfrentaram os horrores da guerra de trincheiras, nas Batalhas de La Lys e de Verdum. Uma guerra terrível como esta, que aliou a mobilização de um poderio bélico sem precedentes, a um avançado desenvolvimento científico, para culminar numa guerra sem regras e sem qualquer respeito pela vida humana. Sublinhe-se a sua coragem, mas não esqueçamos o que alimentou essa honorabilíssima coragem que os impeliu rumo ao desconhecido, para um destino incerto. Lembremos as condições de vida de que fugiam, e da esperança que carregavam. Relembremo-los, para que o seu sacrifício colectivo pela Pátria não seja em vão.
A Paz que se seguiu após este armistício não foi, contudo, duradoura. Se antes a subrepresentatividade dos povos no seu próprio território, a supressão da soberania dos Povos por forças externas a este, como acontecia nos Impérios que formaram os Poderes Centrais, foram o solo fértil dos nacionalismos, se antes os Impérios reclamavam para si mais posses ultramarinas e territórios no seio do continente, a Liga das Nações e o Tratado de Versailles não faria melhor para resolver essas disputas. Aliás, implementou e agravou as bases fundamentais à exacerbação do Nacionalismo e do Imperialismo, e em apenas 20 anos eclodiria novamente na sua maior força.
Relembremos por isso quais foram as repercussões desse tratado, e porque falharia a paz na Europa. Os Aliados, vencedores da Grande Guerra, aplicaram às nações derrotadas, nações soberanas, também elas devastadas no pós-guerra, pesadas sanções e multas que deveriam pagar aos vencedores. Os seus territórios foram fragmentados em favor dos povos que reclamavam a sua autodeterminação, mas também houve território tomado pelas forças vencedoras. E com isto, a retórica Nacionalista havia de imperar rapidamente na Alemanha, pelo Partido Nazi. A fórmula é simples e já conhecida: sanções por entidades estrangeiras, dificuldades económicas, superioridade étnica apregoada ante a impossibilidade de contar com solidariedade externa. O resto é História – História que hoje evocamos.
Porém, será que hoje a Europa é diferente? Uma União Europeia que a partir de Bruxelas submete povos aos seus ditames, de exploração e ataques aos direitos dos trabalhadores e das populações. Uma União Europeia que abre caminho ao aparecimento de forças fascistas e de extrema direita, ganhando mais e mais força, apoiados na retórica de sempre contra as minorias, como bode expiatório de todos os problemas da sociedade, a hostilização dos jornalistas, como forma de criar a sua própria verdade, e a perigosa afirmação da sua superioridade. Eis pois matérias que a União Europeia, falha em resolver, e que minam os propósitos para os quais nos disseram que foi criada. E a verdade é que tem falhado porque para isso foi criada. A União Europeia permitiu uma igualdade entre os seus países? Não, a riqueza e o desenvolvimento continuam a tardar nos países periféricos e a soberania dos estados foi posta de lado. Assegurou-se uma representatividade equitativa dos estados-membros? Não, as maiores economias continuam a centralizar o poder da União. E a maior das perguntas, a União Europeia conseguiu assegurar uma Paz duradoura na Europa? Não, não evitou a Guerra e o genocídio nos Balcãs, nem a Guerra no Cáucaso ou a que agora decorre na Ucrânia Oriental. Antes promove a Europa fortaleza e fecha fronteiras, antes apoia a NATO e guerras imperialistas. Evocando o passado aqui afirmamos que um futuro de Paz estará assente no cumprimento da Constituição da República Portuguesa, em particular do seu artigo sétimo.
Apesar de tudo isto, acreditamos os povos do mundo saberão não cair nos erros do passado e construir um mundo de paz e progresso. A nós cabe-nos o nosso papel da História: lembrar o que aconteceu e transmiti-lo, tal como os descendentes dos Combatentes que hoje honramos fizeram. Agora, o nosso desejo, é que, ao contrário destes, nem nós, nem quem nos seguir, contribua com o seu sangue na História.
Pela memória de todos eles, que a Paz prevaleça!

Os Eleitos da CDU"

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2018
tb é ano de muitos centenários de países
que se tornaram independentes...
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8ab2018
artigo do público
 https://www.publico.pt/2018/04/08/mundo/ensaio/a-manha-gelada-em-que-portugal-perdeu-a-guerra-1809254?fbclid=IwAR0JPNyodHxxo2GKDaDLFZXEY3oEbxKF1jMsc9SVz-VBrJG1ExXFDep_aK8
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28 de Junho de 1919: Assinatura do Tratado de Paz de Versalhes

O Tratado de Versalhes foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias a 28 de Junho de 1919 e encerrou oficialmente a  I Guerra Mundial. O principal ponto do tratado determinava que a Alemanha. aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247, fizesse reparações a determinados países da  Tríplice Entente (Aliança vencedora).

Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte do seu território para algumas nações fronteiriças, de todas as colónias, uma restrição ao seu exército e uma indemnização pelos prejuízos causados durante a guerra. O ministro alemão do exterior, Hermann Müller, assinou o tratado a 28 de Junho de 1919. O tratado foi ratificado pela Sociedade das Nações a 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado originou um sentimento de humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do regime nazi.

As negociações entre as potências aliadas começaram a 18 de Janeiro, no Salão dos Relógios no Ministério dos Negócios Estrangeiros Francês. No início participaram nas negociações 70 delegados representado 27 nações.

Tendo sido derrotadas, a Alemanha,  a Áustria e a Hungria foram excluídas das negociações. A Rússia também foi excluída porque tinha negociado o Tratado de Brest - Litovsk, que estabelecia uma paz separada com a Alemanha em 1918, graças ao qual a Alemanha ficou com uma grande faixa de terras e de recursos à Rússia.

As condições finais foram determinadas pelos líderes das "três grandes" nações: o primeiro-ministro britânico  David Lloyd George, o primeiro-ministro francês Georges Clemenceau, e o presidente dos EUA,  Woodrow Wilson.

O tratado originou a criação da Sociedade das Nações, um dos objectivos principais do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson. A  Sociedade das Nações tinha como objectivo arbitrar conflitos internacionais para evitar futuras guerras.

Outras cláusulas do Tratado incluíam a perda das colónias por parte da Alemanha e dos territórios que o país tinha anexado ou invadido num passado recente, destacam-se:

A Alsácia -Lorena, os territórios cedidos pela França à Alemanha no acordo de Paz assinado em Versalhes de 1871 e pelo Tratado de Frankfurt de 1871, seriam devolvidos à França.

       Uma parte da Jutlândia seria devolvida à Dinamarca se assim fosse decidido por um plebiscito na região.

    A parte leste da Alta Silésia era devolvida  à Polónia (área 3214 km², 965 000 habitantes) apesar do plebiscito ter apontado que 60% população preferia ficar sob domínio da Alemanha.     As cidades alemãs de Eupen e Malmedy ficariam para  a Bélgica.

    A província de Sarre ficou sob o comando da Sociedade das Nações durante 15 anos.

    A Renânia foi desmilitarizada, ou seja, não ficou nenhum soldado ou instalação militar na região.

    A leste, a Polónia recebeu partes da Prússia Ocidental e da Silésia.

  A Checoslováquia recebeu o distrito de Hultschin.

    A grande cidade alemã de Danzig (na actualidade Gdansk na Polónia),  passou a ser uma cidade livre, sob a protecção da Liga das Nações.

    Memel, uma pequena faixa territorial na Prússia Oriental, às margens do Mar Báltico, foi entregue ao controle lituano.

  Fora da Europa, a Alemanha perdeu todas as suas colónias [na África e no Pacífico]. No total, a Alemanha perdeu 13 por cento do seu território em solo europeu, aproximadamente 70.000 quilómetros quadrados, e um décimo da sua população (entre 6.5 a 7 milhões de habitantes).

O artigo 231 do Tratado (a cláusula da 'culpa de guerra') responsabilizou unicamente a Alemanha por todas as 'perdas e danos' sofridas pela Tríplice Entente  durante a guerra obrigando-a a pagar uma reparação por tais actos. O montante foi oficializado em 269 biliões de marcos, dos quais 226 biliões como principal, e mais 12% do valor das exportações anuais alemãs. Mais tarde, naquele ano, a dívida foi reduzida para 132 biliões.



Alguns dos artigos do Tratado



Artigo 42 - É proibido à Alemanha manter ou construir fortificações, quer na margem esquerda do Reno, quer na margem direita, a Oeste de uma linha traçada a 50 quilómetros a Leste deste rio.



Artigo 45 - Como compensação pela destruição das minas de carvão no Norte da França, e por conta da importância a pagar pela reparação total dos prejuízos de guerra devidos pela Alemanha, esta cede à França a propriedade inteira e absoluta (...) das minas de carvão situadas na bacia do Sarre (...). [em anexo a esta parte estabelece-se, no parágrafo 16, que: O Governo do território da Bacia do Sarre será confiado a uma Comissão representando a Sociedade das Nações]



Artigo 51 - Os territórios cedidos à Alemanha em virtude [da guerra franco-prussiana de 1871 e que a França perdeu, ou seja: a Alsácia-Lorena] são reintegrados na soberania francesa (...)



Artigo 119 - A Alemanha renuncia, em favor das Principais Potências aliadas e associadas, a todos os seus direitos e títulos sobre as suas possessões de além-mar.



Artigo 159 - As forças militares alemãs serão desmobilizadas e reduzidas nas condições fixadas mais adiante.



Artigo 160 - A datar do 31 de Março de 1920, o mais tardar, o exército alemão não deverá compreender mais de sete divisões de infantaria e três divisões de cavalaria.



Artigo 173 - Todo o serviço militar universal obrigatório será abolido na Alemanha.



Artigo 198 - As forças militares da Alemanha não deverão comportar nenhuma aviação militar ou naval.



Artigo 231 - Os Governos aliados e associados declaram e a Alemanha reconhece que a Alemanha e os seus aliados são responsáveis, por deles ter sido a causa, por todas as perdas e por todos os prejuízos sofridos pelos Governos aliados e associados e pelos seus nacionais em consequência da guerra, que lhes foi imposta pela agressão da Alemanha e dos seus aliados.



Artigo 231 - Os Governos aliados e associados exigem (...) e a Alemanha a tal se obriga, que sejam reparados todos os prejuízos causados à população civil de cada uma das Potências aliadas e associadas e os seus bens (...).



Artigo 235 - Com o fim de habilitar as Potências aliadas e associadas a empreender desde já a restauração da sua vida industrial e económica, enquanto não é realizada a fixação definitiva da importância das suas reclamações, a Alemanha pagará, durante os anos de 1919 e 1920 e os quatro primeiros meses de 1921 (...) em ouro, mercadorias, navios, valores ou outra forma (...) o equivalente a 20 000 000 000 (vinte biliões) de marcos ouro (...)



Anexo IV

 § 6 - a título de adiantamento imediato, (...) a Alemanha compromete-se a entregar à França nos três meses que se seguirem à entrada em vigor do presente Tratado (...) as quantidades abaixo especificadas em gado vivo:



  500  garanhões de 3 a 7 anos;

  30 000 poldras e éguas de 18 meses a 7 anos (...);

  2 000  touros de 18 meses a 3 anos;

  90 000 vacas leiteiras de 2 a 6 anos;

  1 000  carneiros inteiros;

100 000  cabras

Anexo V 

§ 2 - A Alemanha entregará à França sete milhões de toneladas de carvão por ano, durante dez anos (...).



§ 3 - A Alemanha entregará à Bélgica oito milhões de toneladas de carvão por ano, durante dez anos.



§ 3 - A Alemanha entregará à Itália as quantidades máximas de carvão seguintes:



Julho de 1919 a Junho de 1920: 4 milhões 1/2 de toneladas;

   »        1920       »          1921: 6 milhões de toneladas;

   »        1921       »          1922: 7 milhões  1/2 de toneladas;

   »        1922       »          1923: 8 milhões  de toneladas;

   »        1923       »          1924: 8 milhões  1/2 de toneladas,

e, durante cada um dos cinco anos seguintes: 8 milhões 1/2 de toneladas.


Pode parecer incrível, mas só recentemente (2010) a Alemanha terminou de pagar as indemnizações da 1ª Guerra Mundial, relativas ao acordado no Tratado de Versalhes. O país também pagou biliões de euros da 2ª Guerra Mundial .
Ler toda a notícia Aqui
Fontes: Infopédia
            Wikipedia
            Jornal Opção


Primeira página do Tratado, versão em inglês
Assinatura do Tratado de Versalhes na Sala dos Espelhos do Palácio de Versalhes
Manifestação contra o Tratado no Reichstag, 15 de Maio de 1919 

 https://www.youtube.com/watch?v=ZDf2ulHj9Ug
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/28-de-junho-de-1919-assinatura-do.html?spref=fb&fbclid=IwAR0rEvtsUShGOxTDyTabnf0y-0mp9-UmDc4Yz_tp3bGcw4zT_oiUatp4akg
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11 de Novembro de 1918: Primeira Grande Guerra, é assinado o armistício. O cessar-fogo entra em vigor à 11ª hora do 11º dia do 11º mês.

Às 11 horas da manhã de 11 de Novembro de 1918, entrou em vigor o armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial – conhecida à época como a Grande Guerra. Quatro anos de trincheiras, de lama, de horror, de gás, nos dois campos de batalha. Quatro anos que desembocaram na fadiga, no fastio. O armistício não era percebido como o fim apenas daquela guerra, mas como o fim definitivo das guerras. Depois dela, não haveria mais nenhuma. 



Eis que a Alemanha se rende incondicionalmente ainda que não tenha sido vencida militarmente. E o Tratado de Versalhes viria a  impor-lhe modalidades de paz excessivamente duras para fazer com que rancores e desejos de vingança fincassem raízes.

No final do Outono de 1918, a aliança das potências da Europa Central desmoronava diante das Forças Aliadas, melhor supridas e coordenadas. Com as suas tropas no campo de batalha próximas da exaustão, o apoio logístico encontrando enormes dificuldades, a agitação social, rendição dos aliados mais fracos, Império Austro-húngaro, Bulgária, Império Otomano, a Alemanha viu-se forçada a buscar um armistício com os Aliados nos primeiros dias de Novembro de 1918. 



Em 7 de Novembro, o chanceler alemão, Max von Baden, enviou delegados a Compiegne, França, a fim de negociar o acordo, finalmente firmado na manhã do dia 11. 



O marechal Ferdinand Foch, comandante-em-chefe das forças aliadas na frente ocidental despachou um telegrama a todos os seus comandantes: "As hostilidades cessarão em todas as frentes em 11 de Novembro, às 11 horas, horário francês”.  Apesar disso, os comandantes ordenaram que a batalha prosseguisse durante toda a manhã daquele dia, provocando futuras acusações de que soldados foram mortos desnecessariamente nas últimas horas da guerra. 

A Grande Guerra ceifou a vida de cerca de 9 milhões de soldados; 21 milhões ficaram feridos. As baixas civis ascenderam a perto de 10 milhões. As duas nações mais afectadas foram a França e a Alemanha, cada qual tendo enviado para os campos de batalha cerca de 80% das suas populações masculinas entre os 15 e 49 anos. 



Na Conferência de Paz de Paris em 1919, os lideres aliados afirmariam o seu desejo de construir um mundo pós-guerra em condições de salvaguardá-los de futuros conflitos de escala tão devastadora. 



O Tratado de Versalhes assinado em 28 de Junho de 1919 não iria alcançar esse propósito. Os alemães são julgados os únicos responsáveis pelo conflito. Versalhes  impõe-lhes pesadas reparações de guerra, proibições, anexação de uma parte do seu território, além de ter negada sua adesão à Liga das Nações. Os germânicos caracterizam-no como um tratado infame, um insulto impossível de aceitar. 



A paz e a jovem República de Weimar, criada após a  abdicação de Guilherme II, repousavam em frágeis alicerces. A Alemanha continuou a queixar-se que assinara o armistício sob falso pretexto, tendo acreditado que qualquer paz seria uma “paz sem vitória nem vitoriosos” como havia sido adiantado pelo presidente norte-americano Woodrow Wilson no seu famoso discurso dos 14 Pontos de Janeiro de 1918. 



Com o passar dos anos, dominada pelo ódio aos termos do tratado e aos seus autores, mergulhada em ressentimento mal disfarçado e desejo de vingança, a Alemanha culpou o Tratado de Versalhes como uma das grandes causas da Segunda Guerra Mundial
Fontes: Opera Mundi 
wikipedia (Imagens)
Ficheiro:Armisticetrain.jpg
Junto ao vagão, após a assinatura do armistício: em primeiro plano, o marechal Foch , ladeado pelos almirantes britânicos Hope e Rosslyn Wemyss

Os festejos relativos ao anúncio do armistício
Arquivo: NYTimes-Página1-11-11-1918.jpg
Primeira página do New York Times sobre o Dia do Armistício, 11 de Novembro de 1918
Pintura que retrata a assinatura do Armistício
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/11/11-de-novembro-de-1918-primeira-grande.html?fbclid=IwAR3aPxBkT4XAd35vW0C4Xfhi65pBkgz1ggHFLC5bij2W53TI5b_BjMJmYx8
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08 de Janeiro de 1918: O Presidente Woodrow Wilson enuncia os 14 Pontos para colocar fim à Grande Guerra

Em discurso de enorme repercussão pronunciado perante o Congresso norte-americano, em Washington, no dia 8 de Janeiro de 1918, o presidente norte-americano Thomas Woodrow Wilson enuncia um programa de 14 pontos para pôr fim à Grande Guerra, a I Guerra Mundial.



Os cinco primeiros pontos, de alcance geral, preconizavam o fim da diplomacia secreta, a liberdade dos mares, o livre comércio, a redução dos armamentos e o direito dos povos colonizados a disporem de si mesmos.

Os pontos seguintes relacionavam-se com aspectos concretos da resolução do conflito, como por exemplo, a restituição da Alsácia e da Lorena à França e a criação de um estado polaco independente.

O presidente sugeria reservar à futura Polónia um acesso ao mar. A reivindicação hitleriana sobre este famoso Corredor de Dantzig estaria na origem imediata da II Guerra Mundial.

O último ponto, reflexo do idealismo do presidente Wilson, anuncia a criação de uma Sociedade das Nações.

Wilson conseguiu fazer passar uma parte de seu programa no contexto do Tratado de Versalhes. Contudo, 

o Congresso dos Estados Unidos recusou-se a autorizar a assinatura do Tratado de Versalhes bem como fazer parte da Sociedade das Nações. Wilson havia sido encorajado a tanto pelos deputados de origem irlandesa como contrapartida pelo facto de Wilson ter recusado apoio à causa independentista do Sinn Fein irlandês. Foi um duro revés para a diplomacia de Washington e mais ainda para a paz futura.

Apesar disso, os 14 Pontos conservaram a lembrança de um belo ideal.


Após a Grande Guerra, que eles mesmos denominavam de ‘‘European War’’ (Guerra Europeia), os norte-americanos passaram a sustentar o isolacionismo, ou seja, queriam isolar-se do resto do mundo, muito assustador aos seus olhos. Era a escalada dessa corrente política, que se traduziu a partir de 1919 pelas primeiras restrições legais à imigração e que perduraram até 1965. Em 1924 foi introduzido a obrigatoriedade do visto de entrada no território norte-americano.
http://www.bbc.co.uk/history/worldwars/wwone/fourteen_points.shtml
wikipedia (imagens)

Thomas Woodrow Wilson
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/01/08-de-janeiro-de-1918-o-presidente.html?fbclid=IwAR0D4rsOLemF9S_QFiq4EEghTPXtRzRu-ioDA71FeRs1UE_uB6RBpUBsQGc
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09 de Abril de 1918: O Corpo Expedicionário Português é destroçado na Batalha de La Lys

Batalha travada em 9 de Abril de 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, entre as forças da Alemanha e do Império Austro-Húngaro, por um lado, e a coligação de países em que se destacavam a Inglaterra, a França e Portugal, por outro. A batalha decorreu numa planície pantanosa banhada pelo Rio Lys e seus afluentes. As forças portuguesas assumiram a disposição de um trapézio, cuja face voltada para o inimigo se estendia por 11 km, e dispuseram-se em três linhas de defesa. 



As condições de permanência do CEP na frente  degradaram-se muito no início de 1918. Por um lado, as tropas continuavam nas linhas da frente quase sem rotação, por outro a actividade militar na zona intensificou-se de forma gradual mas constantemente. O mês de Março foi extremamente penoso para as unidades portuguesas. O número de combates em que unidades portuguesas se viram envolvidas foi muito superior ao habitual. Houve combates em 2, 7, 9, 12 e 18 de Março, para além de pequenas escaramuças e contínuos bombardeamentos de artilharia.
O moral das tropas portuguesas diminuía à medida que se percebiam sinais de maior actividade nas linhas alemãs, que só podiam ser indícios da preparação de um ataque de maior escala. Os comandos portugueses aperceberam-se desta situação, mas o comando britânico manteve a ideia de que o ataque principal que as forças alemãs preparavam não seria na região de Armentières. Só nas vésperas do ataque o comando britânico determinou as mudanças que a situação impunha e que o novo acordo assinado com Portugal preconizava. Em 6 de Abril foi dada execução ao acordo. As tropas portuguesas receberam ordens para manterem na linha da frente apenas a 2ª Divisão, comandada por Gomes da Costa, passando para o comando do XI Corpo de Exército britânico. Na prática porém, a extensão da linha da frente manteve-se nos 12 km anteriores, sendo retirado um batalhão. Ou seja, a frente ficou com menos densidade de forças. O tempo também foi curto para consolidar as inevitáveis mudanças tácticas resultantes desta decisão unilateral do comando britânico.

Mas o pior estava para vir. Em visitas a 6 e 7 de Abril do comandante do XI Corpo, general Horne, ao comando da 2ª Divisão, as orientações foram no sentido de a Divisão consolidar a defesa da 2ª linha (linha B), com uma mensagem muito clara: “A Divisão tem de morrer na linha B”. Mas as notícias dos preparativos alemães e a constatação do nível moral e do estado físico das tropas portuguesas, levaram o comando britânico à decisão lógica, que uma prudente análise de situação já deveria ter aconselhado há bastante tempo. A 8 de Abril foi dada ordem para a substituição da 2ª Divisão por uma divisão inglesa, movimento que deveria iniciar-se a 9 de Abril. Era tarde e a decisão tardia desmoronou o moral das primeiras linhas portuguesas. Se a vontade de lutar e a disposição anímica era já extremamente baixa, a perspectiva de sair da frente anulou toda a capacidade de resistência e de comando. A situação só poderia conduzir a um desastre, se o ataque se realizasse exactamente nesse dia. Foi o que aconteceu. Este foi um dos mais sangrentos confrontos em que esteve envolvido o Corpo Expedicionário Português, que aqui teve as seguintes baixas: 1341 mortos, 4626 feridos, 1932 desaparecidos e 7440 prisioneiros.    

 Batalha de La Lys. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.


 wikipedia (Imagens)




 CEP (Corpo Expedicionário Português)
Após hesitações e polémicas, os portugueses resolveram entrar na Primeira Guerra Mundial, justificando tal atitude com a defesa das colónias, cobiçadas pelos alemães, e a afirmação do prestígio internacional de Portugal, para além da afirmação da jovem República, legitimando assim a pretensão de entrar em conversações de paz donde pudesse retirar dividendos para a nação. O apelo da Inglaterra, velha aliada de séculos, acelerou a entrada no conflito: a pedido dos ingleses, Portugal aprisionou, em 1916, cerca de setenta navios alemães fundeados nos portos nacionais e ultramarinos, o que precipitou a declaração de guerra da Alemanha a Portugal a 9 de Março. Já adversários em África havia alguns anos (ataques germânicos no Sul de Angola e Norte de Moçambique), as hostilidades luso-alemãs passaram assim também para a Europa, ainda que aqui os portugueses estivessem inseridos em contingentes aliados. O governo da República decidiu criar, por isso, o Corpo Expedicionário Português.
Designado tradicionalmente por CEP, os seus dois primeiros contingentes rumaram a França a 26 de Janeiro de 1917, depois de terem sido preparados sob a direção do general e ministro de Guerra Norton de Matos de forma rapidíssima (durante nove meses) nos quartéis de Tancos, facto que na altura se apelidou de milagre de Tancos, tão depressa e bem (de acordo com relatórios oficiais) se transformaram em soldados aptos e capazes para um conflito duro homens que, até pouco tempo antes, tinham uma vida civil, pacata e tranquila. Este Corpo era comandado pelos generais Tamagnini e Garcia Rosado.
O exército português estava, ao eclodir a Guerra, ainda numa fase de reorganização, num processo de alteração da sua estrutura de cariz monárquico para as novas exigências e formato republicanos. A partida de milhares de homens para a Flandres gerou, no entanto, descontentamentos nacionais, avolumados pelos enormes gastos a suportar pelo governo.
O primeiro grupo de militares instalou-se em Thérouane, na Flandres, constituindo aí, com os que viriam posteriormente, uma divisão com quartel-general na mesma localidade. Posteriormente, com os reforços e outros contingentes enviados, a divisão é transformada em duas, ficando a segunda com quartel-general em Fanquenbergues.
A 3 de Janeiro de 1917 convencionou-se com a Grã-Bretanha que o CEP ficaria dependente da British Expedicionary Force, embora tenha colocado um pequeno contingente de artilharia numa área militar francesa. A partir de maio, o CEP dispôs-se de forma definida no terreno, reforçando posições defensivas basicamente com unidades de infantaria. A 1.

a Brigada instalou-se no sector de Neuve-Chapelle; a 2.a ocupou posição, já em Junho, em Ferme-du-Bois, instalando-se mais tarde, em Julho, uma 3.a, em Fauquissart. Estas três brigadas - a 1.a Divisão do CEP - estavam taticamente adstritas aos britânicos (XI Corpo de Exército Britânico). No fim do verão, chegaria uma nova brigada, dita "do Minho", que se colocou na frente de batalha. Com este reforço, o CEP tornou-se, do ponto de vista de estratégia militar e operacional, um corpo de exército, centrado em St. Venant, seu quartel-general. Em relação ao enfileiramento dos Aliados, subordinava-se ao 1.o Exército Britânico, ocupando uma frente entre Béthune, Lavantie e Fleurbaix, na Flandres francesa.
Integrados nos setores britânicos, os soldados portugueses tinham como função guarnecer as posições da frente designadas para as suas brigadas, o que fizeram durante dois anos consecutivos em condições de combate extremamente duras, participando por vezes em raids contra posições alemãs. Ao fim daqueles dois anos permanentemente em trincheiras, foram substituídos por unidades britânicas. O cansaço e o stress de guerra acumulados naquele tempo eram demasiado grandes e a operacionalidade e o moral baixos, apesar da bravura e entrega ao combate. Durante aquela rendição, deu-se a ofensiva de abril dos alemães, um esforço para abrir brechas na frente aliada e "empurrar" os exércitos britânicos - onde pontificava o CEP - para o mar, tentando assim abrir caminho para a França. Esta ofensiva foi antecedida, a 9 daquele mês de 1918, de uma feroz e mortífera barragem da artilharia alemã sobre as posições do CEP, ponto nevrálgico para onde confluiria a coluna principal da ofensiva, aproveitando a extenuação e falta de reservas humanas e materiais dos portugueses, desapoiados que estavam depois da derrota dos flancos britânicos - surpreendidos com o ataque - da frente em que se incorporavam. A resistência foi tenaz e adiou a passagem alemã, ficando célebre a Batalha de La Lys (a que os ingleses chamam Batalha de Armentières).
O CEP sofreu pesadas baixas e divisão em pequenos grupos sem ligação, ficando o que dele restava, depois da batalha, integrado no exército britânico. Esta batalha celebrizou um soldado, Aníbal Augusto Milhais (o chamado soldado Milhões), pelo desempenho heroico ao proteger a retirada dos camaradas a tiros de metralhadora.
A quase extinção da 2.ª Divisão deste Corpo foi um golpe de azar, uma vez que estava a ponto de ser substituída por forças inglesas após ter cumprido um período de seis meses na frente. Mas a dita substituição apenas foi pensada porque o general Tamagnini comunicou a 4 de Abril a notícia dos motins causados pela falta de mantimentos e substitutos. Esta situação de enfraquecimento traduz o estado de abandono a que tinham sido votados os soldados portugueses pelo governo nacional saído da ditadura militar imposta em dezembro de 1917 (até Dezembro de 1918). Este período foi o pior do CEP no teatro de batalha, uma vez que o governo de Sidónio Pais era adepto de uma menor intervenção de Portugal numa guerra que agravava as dificuldades que se viviam no país. O processo de recrutamento tornou-se mais complexo, com o objetivo de enviar cada vez menos soldados, tendo a entrada dos Estados Unidos na guerra favorecido esta política. As forças portuguesas perderam importância perante os novos reforços, que se revelariam decisivos para o desfecho da Primeira Guerra Mundial. Todavia, até os adversários elogiaram a atuação do CEP, como o marechal alemão Hindenburg, para além dos ingleses.
Em Julho de 1918, o CEP viu o seu comandante ser substituído pelo general Tomás António Garcia Rosado. A 4 desse mês, a 1.ª divisão do Corpo subordinou-se ao 5.º Exército Britânico. A 9 de Dezembro rumaram a Cherburg as primeiras tropas do CEP para ulterior embarque para Portugal. O último comandante do Corpo Expedicionário Português antes da assinatura do Tratado de Versalhes, que terminou com a I Grande Guerra, foi o general Alves Roçadas.
Apesar de Portugal ter atingido os objectivos que nortearam a sua entrada na guerra, o saldo de tal envolvimento foi gravoso e pesado: mais de doze milhares de mortos, feridos, desaparecidos e prisioneiros.


Corpo Expedicionário Português. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (imagens)
Prisioneiros portugueses na Batalha de La LysPortugal na Primeira Guerra Mundial

Ficheiro:Trincheiras La Lys.jpg
Trincheiras em La Lys

 https://www.youtube.com/watch?v=eN4EGHC5KYM
 https://www.youtube.com/watch?v=1JiQNO2bC7k
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/04/09-de-abril-de-1918-o-corpo.html?spref=fb&fbclid=IwAR3JW0IsHMg5SUOQRDNaUgKdf9mdKykGQFXppUrnqwDDeusu_b4FsMeSwt0
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01 de Julho de 1916: Primeira Guerra Mundial, início da primeira batalha do Somme

Prolongada batalha travada por ingleses e franceses contra as forças alemãs durante a I Guerra Mundial na região do rio Somme, em França, no ano de 1916. Durante o ano de 1915 foi combinada uma ofensiva conjunta franco-britânica; contudo, o ataque alemão em Verdun (fevereiro de 1916) veio alterar esta estratégia e a operação aliada passou a ter uma escala bem menor e centrada no Somme, em França, um lugar desfavorável, dada a enorme concentração de defesas alemãs. Encurralado em Verdun, numa situação quase desesperada, o exército francês apelava para uma manobra de diversão inglesa que aliviasse a pressão exercida pelos germânicos. Desse modo, o comandante-em-chefe britânico Sir Douglas Haig foi obrigado a lançar uma ofensiva, chamada "o Grande Empurrão", num tempo e num lugar que não escolhera; ele e os seus comandos militares duvidavam do sucesso da operação. Durante uma semana, as posições alemãs foram permanentemente bombardeadas com o objetivo de "abrir caminho" para a infantaria aliada; contudo, os estragos causados foram mínimos: as barreiras de arame mantinham-se intactas em muitos locais e as trincheiras e abrigos militarizados praticamente não sofreram estragos. A ofensiva aliada, com cerca de 30 km de frente, lançada à luz do dia, às 7 horas da manhã de 1 de julho, foi um falhanço desastroso em grande parte dos setores; o fogo das metralhadoras alemãs abriu enormes clareiras nas vagas de assalto da infantaria. Com algumas honrosas exceções (como, por exemplo, a da 36.ª Divisão, do Ulster), os objetivos ficaram por atingir e muitos batalhões foram completamente aniquilados. As baixas desta trágica ofensiva cifraram-se na perda de 57 470 homens, ou seja, as maiores que o exército britânico alguma vez sofreu num único dia.Algumas lições, sobretudo de tática militar, foram retiradas deste fracasso. No dia 14 de julho, o New Army Soldiers lançou uma ofensiva de surpresa, de madrugada, sem grande preparação prévia de bombardeamentos e conseguiu capturar um extenso setor da segunda linha defensiva alemã, entre Longueval e Bazentin le Petit.
Nos primeiros dias da batalha, as baixas germânicas foram comparativamente diminutas em relação às perdas britânicas; contudo, a sua propensão para lançar repetidos contra-ataques rapidamente causou perdas semelhantes às dos antagonistas.
No dia 15 de setembro, os ingleses inauguraram uma nova era na guerra moderna utilizando tanques (40) pela primeira vez; contudo, apesar de alguns avanços espetaculares proporcionados por estes "terríveis monstros", os tanques ainda eram extremamente lentos, não muito fiáveis e em número pouco significativo para trazerem grandes modificações na tática militar; de qualquer modo, o seu efeito psicológico teve grande impacto.
A campanha estendeu-se pelo fim do ano e tornou-se penosa, sobretudo após as primeiras chuvas. Havia lama por todo o lado, os exércitos pouco avançavam, o material deteriorava-se, as condições de existência das tropas nas trincheiras eram desoladoras. Desde o início da ofensiva pouco se ganhou em termos territoriais; em fevereiro de 1917 os alemães iniciam uma retirada não forçada (embora este facto possa indiciar que as condições dos seus exércitos não seriam as melhores), preparando as defesas da "Linha Hindenburg". Do mesmo modo, torna-se difícil determinar um vencedor claro da mesma batalha pela comparação das baixas; estima-se que entre o início da ofensiva (1 de julho) e 19 de novembro de 1916, os ingleses terão perdido cerca de 420 mil homens e os franceses cerca de 200 mil; os alemães, por seu turno, terão perdido entre 450 mil e 680 mil homens entre mortos e feridos incapacitados para o combate. O dia 1 de julho de 1916, pela enorme quantidade de vidas ceifadas, ficou em termos de cultura popular conhecido como o "Dia da Batalha do Somme".
Batalha do Somme. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
 wikipedia (Imagens)

A corrida para o parapeito no início da ofensiva. 1 de julho de 1916
Ficheiro:Going over the top 01.jpg
A infantaria britânica avançando para tomada de Morval, durante a Batalha do Somme

Ficheiro:British infantry Morval 25 September 1916.jpg
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/01-de-julho-de-1916-primeira-guerra.html?spref=fb&fbclid=IwAR0DRzsfapAj4v_cQSFa0UBYRwmXn_Ee3NaXXnStCtqwEBL-JMO9zs7okxQ
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23 de Fevereiro de 1916: Primeira Guerra Mundial. Portugal apreende os navios alemães nos portos portugueses, para "serem colocados ao serviço da causa luso-britânica".

A salva de 21 tiros dada no rio Tejo pelo navio Vasco da Gama, da Marinha de Guerra, marcou o final da tarde de 23 de Fevereiro de 1916, altura em que Portugal tomou posse dos 38 navios alemães ancorados em Lisboa. O primeiro foi o Santa Úrsula, depois rebaptizado deEstremadura, com 3771 toneladas brutas. O acto, com pormenores beligerantes, foi seguido depois em outros portos, e conduziu à declaração de guerra por parte da Alemanha.

O primeiro passo para o envolvimento oficial de Portugal na I Guerra Mundial, envolvendo num conflito directo com as forças do Kaiser e com o Império Austro-Húngaro, tinha sido dado no início de Fevereiro de 1916. No dia sete desse mês, o Governo republicano publicou uma lei onde, entre outros aspectos, ficava estabelecido que poderia requisitar, “em qualquer ocasião”, as “matérias-primas e os meios de transporte que forem indispensáveis à defesa ou economia nacional, que se encontrem nos domínios da República”.

No dia 23 foi dado o segundo passo, com a entrada a bordo nos navios alemães ancorados em Lisboa. Na mão, os emissários portugueses levavam uma carta pró-forma de notificação da requisição dos navios, com base numa lei publicada nesse mesmo dia. Esta alegava que a requisição se tornara necessária devido à falta de navios para transporte marítimo, o que dificultava o acesso do país a muitos produtos indispensáveis para a subsistência da população (facto que já dera origem a vários distúrbios em diversas localidades). De acordo com nova lei, que conta com a assinatura de Bernardino Machado (presidente) e Afonso Costa (chefe do Governo), caberia ao Ministério da Marinha avaliar os navios e todos os seus pertences.

Ao todo, foram apreendidos 72 navios e respectivas cargas, espalhados por todos os territórios portugueses, como Angola e Moçambique , mas com destaque para Lisboa (onde estavam mais de metade). No Porto, por exemplo, estava apenas uma embarcação, o Vesta. Diversos vapores precisaram de reparações, já que, embora sem incidentes, o processo de requisição confrontou-se com peças escondidas ou danificadas pelas tripulações alemãs.

As relações comerciais entre Portugal e a Alemanha tinham-se intensificado no virar do século, à medida que o Kaiser tentava ganhar espaço no palco europeu e mundial.

Em 1910, dois anos após a assinatura de um acordo comercial entre os dois países, os alemães ultrapassam os ingleses. Nesse ano, conforme destaca Sacuntala de Miranda, “para 906 navios britânicos, com tonelagem de 1.594.969, entram em Portugal 723 navios alemães, com tonelagem de 1.598.449”. Por essa altura, a Alemanha tinha doze linhas de navegação comercial a fazer escala regular em Lisboa, e vários cidadãos alemães viviam na capital portuguesa e na cidade do Porto. 

Quando se dá a requisição dos navios, que tinham ficado estacionados nos portos portugueses com o eclodir da guerra, a decisão já estava mais do que tomada ao nível do governo de Afonso Costa, em articulação com os ingleses. Era só uma questão de saber quando é que se avançava. Publicamente, numa entrevista ao jornal O Século, a 10 de Fevereiro, o deputado Leote do Rego defende de forma vincada o “aproveitamento temporário” dos vapores alemães. “O governo não deve hesitar em fazê-lo, embora preze aos germanófilos, aos seus falsos medos de zeppelins, de complicações, de açoites de qualquer Von, medos que se escondem atrás das lamúrias de certos loiros Falstaffs, sobre a sorte dos pobres soldadinhos, que terão de deixar o amanho das suas vinhas.”

Os receios ingleses

O governo de Afonso Costa, formado nos finais de 1915, queria entrar no conflito ao lado dos aliados, promovendo assim o regime republicano e protegendo os territórios em África. A falta de navios por parte dos ingleses acabou por proporcionar essa intervenção. O historiador Luís Alves de Fraga refere que, após várias negociações, o gabinete de guerra britânico invocou, a 16 de Fevereiro, de modo formal, a aliança com Portugal para requisitar os navios alemães.

Existiam no entanto, vários receios por parte do gabinete de guerra britânico. Num relatório classificado como “secreto”, datado de dia 12 de Fevereiro e onde se analisam as possíveis consequências da iniciativa portuguesa, refere-se ser provável que tal acto justifique a declaração de guerra por parte da Alemanha. Esta, por sua vez, poderia levar a confrontos em Moçambique (como aconteceu) mas poderia também levar Espanha a apoiar a Alemanha e o Império Austro-Húngaro.

O clero espanhol, constatava o relatório, era fortemente pró-alemão, e esta poderia ser uma ocasião para a Espanha tentar voltar a deter o domínio da Península Ibérica. “Se o exército espanhol é mau, o português é certamente muito pior”, sublinhava-se, realçando que, com a requisição dos navios, a Inglaterra ficava moralmente responsável por apoiar Portugal, o que poderia implicar o envio de “uma considerável força expedicionária para Portugal”, numa nova frente de combate.

A requisição dos navios poderia “envolver a Grã-Bretanha em pesadas responsabilidades militares”, e proporcionar a Portugal a justificação para pedir empréstimos de grande dimensão. “Se os navios em questão são tão essenciais para o esforço de guerra de modo a justificar o preço que poderá ter de ser pago é uma questão para ser decidida pelo governo de sua majestade”. A Espanha acabou por se manter neutral, aliviando assim o nível de risco.

A falta de navios de transporte era encarada como um grave problema pelo lado inglês. Um outro documento do gabinete de guerra, este classificado de “muito secreto” e datado de 11 de Fevereiro, alertava para o facto de o Almirantado ter informado que havia sérios atrasos no programa de construção naval, devido, nomeadamente, à falta de pessoal qualificado. “Tendo em conta a actual insuficiência de tonelagem disponível e a probabilidade de maior actividade por parte dos submarinos inimigos no curto prazo”, o gabinete de guerra defende que a resolução deste problema é de “importância primordial”.

Conforme refere Luís Alves de Fraga, a apreensão dos navios alemães fornece a Portugal uma tonelagem bruta superior à da marinha mercante nacional. No entanto, o acordo com a Inglaterra pressupunha a passagem para os britânicos da maior parte dos navios, embora navegassem com bandeira portuguesa. Foi, aliás, a passagem de muitos das embarcações para as mãos inglesas que levou Portugal ao estado de guerra com a Alemanha. A 2 de Março de 1916, Sidónio Pais, então responsável da República portuguesa junto do governo do Kaiser, enviou um telegrama para Lisboa onde sustentava que ainda se podia chegar a uma solução pacífica caso fosse “assegurado que navios não se destinam a inimigos da Alemanha”. Uma semana depois, no dia 9, o ministro plenipotenciário alemão em Portugal, o barão Otto Karl Von Rosen, entregou finalmente a declaração de guerra do seu país.

Diferentes destinos

Depois de ter cedido os navios à Grã-Bretanha, como estava estipulado, à disposição do governo republicano ficaram embarcações que somavam 85.208 toneladas, o equivalente a 35% do total. Em troca, Portugal entraria na Guerra com o apoio inglês, o que significava apoiar a formação e manutenção de um corpo expedicionário e um empréstimo financeiro, 25 anos após a bancarrota do país.

Vários dos navios apreendidos sofreram um destino algo irónico, afundados por submarinos alemães. Foi o caso do Leça e do Cascais, alvos, em Dezembro de 1916, dos torpedos lançados pelo UC 18, comandado por Wilhelm Kiel, perto da costa francesa.

Entre os navios que acabaram por ficar em mãos portuguesas houve destinos diversos. Alguns, poucos, serviram de apoio à Armada portuguesa, como o cruzador auxiliar Gil Eanes. Vários entraram para a empresa de Transportes Marítimos do Estado. Há, ainda, casos especiais, como o do Flores, que após ter sido devolvido pelos ingleses foi utilizado pela Marinha Portuguesa como navio-escola com o nome de Sagres (o actual navio foi construído também na Alemanha, mas em 1937).

Após a declaração de guerra da Alemanha o Governo republicano muda, inevitavelmente, de tom. A 20 de Abril são banidos os súbditos alemães de ambos os sexos, aos quais são dados cinco dias para saírem do país. A excepção são os homens entre 16 e 45 anos, que, para não poderem participar no esforço de guerra, “serão conduzidos para o lugar que for designado pelo Governo”. Ou seja, são aprisionados.

Proíbe-se todo o comércio com o inimigo e inicia-se uma intervenção sobre os bens dos cidadãos tidos como súbditos da Alemanha. Quanto à carga dos navios apreendidos, estabelece-se que “as mercadorias sujeitas a deterioração, ou de difícil guarda e conservação, podem ser vendidas em hasta pública por intermédio das alfândegas”, com o respectivo encaixe financeiro a ficar depositado na Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Embora fosse difícil perceber quem eram os verdadeiros proprietários das mercadorias (se alemães ou se estas tinham sido pagas por um outro país, aliado ou neutral), foram vendidos diversos produtos que estavam nos navios, como aveia, sacas de café, placas fotográficas, barricas com anilina ou cimento, tabaco e tanques com ferro galvanizado.

Pelo meio, houve uma carga mais preciosa: a bordo do Cheruskia (depois Leixões), um dos navios apreendidos em Lisboa, estavam diversas peças arqueológicas de Assur, antiga Mesopotâmia, como uma estátua suméria e pequenas placas com inscrições cuneiformes e um cofre com mais de 3000 anos. O espólio, reencaminhado para a Universidade do Porto, era suficientemente importante para, após o final da guerra, em 1926, as autoridades alemãs o quererem reaver. Em troca, deram cerca de 600 várias outras peças de valor histórico, com destaque para o espólio egípcio. Hoje, parte dessas peças estão expostas no Museu Natural da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O ataque aos “bens dos inimigos”

A necessidade de organizar o que eram os bens de cidadãos residentes em Portugal considerados agora adversários, levou, a 4 de Maio de 1917, à criação da Intendência dos bens dos inimigos. A este organismo, que funcionou no âmbito do Ministério das Finanças, cabia “superintender a administração dos bens arrolados” e “promover a liquidação dos bens dos inimigos sempre que dela não resulte inconveniente”.

O processo foi tudo menos simples e rápido e marcou fortemente, pela negativa, diversas famílias enraizadas no país, algumas das quais com grande peso na sociedade portuguesa, como os Burmester e os d’Orey. Neste último caso, os membros da família eram descendentes de um exilado alemão que se instalara em Portugal 65 anos antes. Logo no dia em que foi publicada a lei que estabeleceu quem era considerado súbdito inimigo, três membros da família d’Orey, Rui, Waldemar e Guilherme (irmãos), apresentaram, como refere Maria João da Câmara, autora de um livro sobre os Orey, um requerimento no Ministério dos Negócios Estrangeiros no qual reafirmam a nacionalidade portuguesa. No entanto, não há resposta, e têm de sair do país. Estes responsáveis pela empresa de transportes de pessoas e mercadorias, que estavam ligados também ao comércio de ferro, “vêem-se obrigados a partir para Espanha, a 10 de Maio de 1916, rumo a Pontevedra”. A firma, que mantém a sua actividade, fica então nas mãos de um depositário-administrador, José Augusto Prestes, ficando José Antunes dos Santos como gerente.

Um documento da Intendência dos bens dos inimigos, cujo arquivo está hoje na Torre do Tombo (mas ainda em fase de tratamento), demonstra que, no início de Junho, Waldemar d’Orey e outro membro da família entregam um pedido de subsídios de alimento. A análise do valor a atribuir ficava a cargo de José Augusto Prestes. Pelo meio, e segundo Maria João da Câmara (que é também bisneta do fundador da firma), José Antunes dos Santos tentava “adquirir a empresa através de manobras pouco edificantes”.

Após uma recolha de assinaturas onde se pedia a revogação da expulsão dos membros desta família, “com dezenas de carimbos de firmas lisboetas”, a interdição acaba por ser retirada a 20 de Outubro. É o regresso dos Orey, cerca de seis meses depois. Diferente destino tiveram várias outras empresas.

Evitar especulações

Ao todo, foram abertas 1148 cadernetas individuais na CGD, ligadas a contas bancárias de pessoas identificadas como inimigas do Estado (incluindo pessoas e empresas portuguesas que tinham relações próximas com os indivíduos referenciados pelas autoridades). Nessas contas constam valores em numerário, títulos e objectos preciosos arrolados e depositados no banco público pelos respectivos depositários-administradores. No arquivo da Intendência dos bens dos inimigos estão também cerca de 890 processos ligados aos arrolamentos dos bens. Entre as empresas e instituições afectadas, além da família Burmester, estão o Clube Alemão de Lisboa, o Deutsche Bank, a Igreja Evangélica Alemã, a Bayer, a Siemens, o Colégio Alemão e o Consulado Alemão, apenas para dar alguns exemplos. São vendidos móveis e imóveis, além de diversos produtos (como sal, vinhos em pipas e garrafas, cortiça, produtos químicos, couros e automóveis). Aos antigos donos eram devolvidos objectos como roupas, retratos e quadros de família.

As hastas públicas devem ter sido aproveitadas por algumas pessoas em negócios pouco claros, já que, no final de Setembro de 1917, são dadas indicações para que uma venda de activos de uma empresa fosse feita em bloco para evitar conluios e especulações que resultassem “na adjudicação dos bens do inimigo por preço diminuto ou muito inferior ao seu valor”.

Pelo meio houve casos em que os antigos proprietários tentaram passar a tempo a propriedade, no papel, para cidadãos não conotados com o inimigo, colocando assim os seus bens a salvo. No arquivo da Intendência dos bens inimigos é relatado um caso, da firma Wimmer, na qual, segundo o documento enviado ao Tribunal do Comércio de Lisboa, se recorreu a “verdadeiras manigâncias para simular passagens de negócios a outras entidades”.

Neste processo, nem a CUF, um dos maiores grupos empresariais naquela época, ficou imune. A Inglaterra suspeitava das simpatias alemãs de Alfredo da Silva, e já tinha congelado as importações de produtos do patrão da CUF. A pressão aumentou com a declaração de guerra da Alemanha. Foi exigido o afastamento do alemão Martin Weinstein, sócio e amigo de longa data de Alfredo da Silva. Weinstein vende as suas acções a Alfredo da Silva e parte para Madrid onde virá a falecer.

A contra-gosto, o empresário português acede a uma análise do seu grupo, que conta com a participação do presidente da Câmara do Comércio Inglês, Garland Jayne. No dia 10 de Março de 1916, fica inscrito nas actas da empresa que “o Sr. Garland Jayne (...) disse que quer pela inspecção do perito contabilista, quer pelo que ele estava vendo agora, reconhecia que na CUF havia e há sempre a maior correcção, não tendo ela feito coisa alguma contrária aos interesses da Grã-Bretanha e dos seus aliados”. O perigo fora afastado.

Pagar no futuro

Pesando apenas as questões económicas do impacto e do envolvimento de Portugal na 1ª Guerra Mundial, fica evidente que as contas do país ficaram a perder.

Com a requisição dos navios alemães ficou aberta uma linha de crédito inglesa para o esforço de guerra, cuja soma, em 1918, segundo o historiador António José Telo, era de 15,6 milhões de libras. Sete anos depois, esse valor subira para 22,7 milhões de libras, devido aos juros acumulados e ausência de amortizações. Ou seja, um aumento de 45,5%.

Os encargos começaram logo em 1914-1915, com a inscrição de despesas extraordinárias para “material de preparação para a guerra”. O Orçamento do Estado para 1916-1917, datado de 26 de Maio de 1916, refere a abertura de uma conta especial, no Ministério das Finanças, de 75 milhões de escudos. Esta, denominada de “despesas excepcionais resultantes da guerra”, era a conta à qual seriam deduzidas “todas as despesas de carácter militar, económico e financeiro, não compreendidas no orçamento normal do Estado”. As despesas ordinárias para 1916-1917 estimadas para a Metrópole eram de 77,7 milhões de escudos. A dívida pública era então de 30,6 milhões. Dos 75 milhões disponíveis para a guerra, as principais fatias cabiam ao Ministério da Guerra (40 milhões), ao Ministério da Marinha (12 milhões) e ao Ministério das Colónias (10 milhões).

No orçamento do ano seguinte (1917-1918), datado de 6 de Setembro de 1917, as “despesas excepcionais”, “durante o estado de guerra e por motivo de guerra”, eram já de 150 milhões de escudos, cabendo ao Ministério da Guerra 100 milhões. As colónias ficavam agora com 20 milhões e a Marinha com outros 8 milhões (parte dos quais seria para pagar o início da construção de três submarinos). Para tal, o governo ficava autorizado a realizar “empréstimos e outras operações de crédito”.

Em 1918-1919 (já com o conflito terminado), o valor das despesas extraordinárias com a guerra é de 100 milhões de escudos. Nesta altura era já Sidónio Pais quem governava, ficando o Ministério da Guerra com 59,6 milhões, o das Colónias com 15 milhões e, em terceiro lugar, no lugar da Marinha, vinha o Ministério das Finanças, com 10,3 milhões de escudos. Entre as suas despesas inscritas estava a contabilização dos “juros e amortizações da dívida de guerra”. A dívida pública era agora contabilizada em 31,6 milhões de escudos, pouco mais do que em 1916-1917. Que as contas ligadas à guerra ficaram algo descontroladas é evidenciado por uma lei de 7 de Janeiro de 1924, onde se estipulava que, a partir da publicação desse decreto, passava a ser “absolutamente proibido requisitar ao Ministério das Finanças (...) quaisquer importâncias em conta da verba descrita no Orçamento do Estado, sob a rubrica ‘despesas excepcionais resultantes da guerra’”. De acordo com a nova lei, ficavam “civil e criminalmente responsáveis os organismos do Estado e respectivos funcionários que procederem em contrário”.

As contas de Salazar

Em 1926, oito anos depois do fim da guerra, ainda foi aberto “um crédito especial” de 2,2 milhões de escudos para liquidar “todas as despesas excepcionais” anteriores ao ano económico de 1924-1925. Já em Março de 1927, após a queda do regime republicano (na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926), e de acordo com um outro decreto, faz-se a “consolidação” nas contas públicas da dívida de guerra contraída por Portugal junto da Grã-Bretanha.

Era, refere-se, “necessário proceder às indispensáveis operações de escrita a fim de se transferir da conta ‘operações de tesouraria’ para a competente conta de receita e despesa, inscrevendo-se, consequentemente, no Orçamento Geral do Estado, em receita, a soma a consolidar avaliada no citado acordo de 20.133.589 libras”. Feito o câmbio, eram 90,6 milhões de escudos (numa conta que não sugere a inclusão de juros). Ao Ministério das Finanças era aberto um crédito de 11,8 milhões de escudos, soma que ficou inscrita sob uma nova rubrica: “Dívida de guerra de Portugal à Grã-Bretanha, primeira prestação da anuidade de 1927”. O empréstimo ia demorar a ser pago.

Entre 1919-1920 e 1920-1921 a dívida pública mais do que duplicou, chegando ao redor dos 50 milhões de escudos. Em 1921-22 já era superior a 100 milhões, chegando a 1928-1929 acima do patamar dos 400 milhões de escudos. Nem tudo, obviamente, foi por causa do envolvimento directo na guerra (há todo o ambiente económico derivado do conflito mundial, como o aumento de preços e diferenças cambiais, com destaque para os produtos alimentares, num ambiente de crise económica e financeira) mas este está certamente incluído nas contas da derrapagem.

No final de 1939, quando a Europa vivia o início de uma 2ª Guerra Mundial, e certamente por causa disso, Salazar manda os organismos públicos fazerem um levantamento urgente sobre as repercussões da guerra de 1914-1918 nas receitas e despesas do Estado. A análise feita pela Direcção Geral da Contabilidade Pública refere que o conflito “pouco influenciou as receitas do Estado”, e, num comentário critico, sublinha que “só desde princípios de 1918 começaram a ser publicados vários diplomas com a intenção especial de ocorrer às excessivas despesas do Estado que de ano para ano vinham aumentando em sensível progressão”.

Nesse ano, tomam-se medidas como a subida dos direitos sobre alguns tipos de tabacos e imposto de selo, “aumentam-se em 5% as taxas do imposto de rendimento sob os vencimentos dos funcionários públicos”, e é instituído “o imposto sobre os lucros excepcionais derivados do estado de guerra” do qual “não consta, porém”, execução em contas públicas.

Os organismos públicos do Estado Novo destacam que após ter sido “declarada a guerra entre Portugal e a Alemanha, em 1916, é que começam verdadeiramente as despesas excepcionais resultantes da guerra e se começa a esboçar o agravamento do custo de vida”. Ao mesmo tempo, não terá havido a preocupação em “procurar aumentar as receitas públicas para fazer face ao aumento das despesas públicas”.

A ideia geral, refere-se, é que depois do fim da guerra os preços voltariam a estabelecer-se tal como antes de 1914. No entanto, é no início do ano económico de 1918-19 que “as despesas públicas começam propriamente a sofrer a influência da guerra”. Em 1919-1920, as receitas do Estado ascendem a 217,2 milhões de escudos, dos quais 8,3 milhões são receitas extraordinárias derivadas do conflito. Já as despesas somam 315,8 milhões de escudos, dos quais 87,8 milhões são encargos da guerra devidos pelos ministérios da Guerra e das Finanças. 

As últimas indemnizações

Na década de 1930 já os cidadãos alemães tinham recebido os “bens imobiliários e créditos não cobrados que se achavam sequestrados e arrolados”. No entanto, faltava ainda pagar diversas indemnizações a cidadãos portugueses lesados pelo conflito.

Um advogado, Levy Marques da Costa, publica uma petição em Junho de 1934 sobre os “sinistrados civis portugueses da Grande Guerra” (como em Angola e Moçambique), que depois irá remeter a Salazar, e onde dá conta que Portugal já recebera da Alemanha 2,3 milhões de escudos (embora as indemnizações ficassem bastante abaixo do esperado por Portugal). Aos sinistrados que ainda não tinham sido ressarcidos o Estado devia cerca de 22,6 milhões de escudos. “Os encargos da guerra, qualquer que seja a sua natureza, que não puderem ser pagos pelas indemnizações obtidas do inimigo, devem ser suportados por toda a Nação”, defende Levy Marques da Costa.

Finalmente, no Verão de 1937, já com a guerra civil a atravessar Espanha, é publicada uma lista com mais de 300 nomes de pessoas e entidades, civis e militares (ou seus familiares), com o valor da respectiva indemnização a ser paga. É o caso, por exemplo, de Francisco Marques Vieira, residente na vila de Chibia (sul de Angola, perto de Lubango) e que foi um dos vários civis afectados por “prejuízos materiais causados pelo combate de Naulila, e conjuntamente pela subsequente revolta indígena”. Duas décadas depois da intervenção militar de Portugal na I Guerra Mundial, as contas ainda estavam a ser fechadas.
Fonte: Público
O vapor “Cisne”, junto de um vapor alemão, conduzindo as forças da marinha que tomaram posse dos navios alemães, Março de 1916 

 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/02/23-de-fevereiro-de-1916-primeira-guerra.html?fbclid=IwAR2dJULgXre6Ldos6IohnZqRQtgK3LISM65z4OgL_q9MhR6K80NBdtIKTAU
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 07 de Maio de 1915: I Guerra Mundial, os alemães afundam o transatlântico britânico Lusitânia.

"O RMS Lusitânia foi um navio da Cunard Line, lançado em 1907. Foi construído, juntamente com o RMSMauretania. O Lusitânia e o Mauretania foram, durante alguns anos após o término da sua construção, os maiores navios do mundo. Superados apenas depois em 1912, pelo RMS Titanic navio da White Star Line.

Lusitânia foi torpedado por um submarino alemão, a 7 de Maio de 1915 durante a Primeira Guerra Mundial. O naufrágio do Lusitânia provocou grande consternação na opinião pública dos Estados Unidos, que eram à data uma nação neutral no conflito, e de onde era originária a maior parte dos passageiros.
Foi um submarino U20 alemão que afundou o Lusitânia, perto da costa irlandesa. Como pretexto, os alemães alegaram que o navio transportava munições. A acusação foi negada taxativamente. Foi necessário aguardar até 1972 para que os arquivos demonstrassem que o Lusitânia transportava efectivamente munições em contrabando. Além do mais, estava armado com 12 canhões. Entretanto, o transatlântico transportava também 1959 passageiros, dos quais 1198 desapareceram com o naufrágio. Entre eles, 128 norte-americanos.
O presidente norte-americano Woodrow Wilson usou a tragédia para ameaçar a Alemanha e exigir reparações. De neutra e isolacionista, a opinião pública dos EUA torna-se paulatinamente favorável a um comprometimento militar contra as Potências Centrais e o país alia-se à Entente Cordiale, composta pelo Reino Unido e pela França."
Fontes: Wikipedia
hypescience


File:Bundesarchiv DVM 10 Bild-23-61-17, Untergang der "Lusitania".jpg
O afundamento do Lusitânia




O RMS Lusitânia,  na chegada a Nova Iorque na sua viagem inaugural
Ficheiro:Lusitania 1907.jpg

 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/05/07-de-maio-de-1915-i-guerra-mundial-os.html?spref=fb&fbclid=IwAR2NYx_m9J6Pr3JUJAy0pNL1a6w83vFfRfq8TuiJWhTum4qNHUSwT0XYjp0
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03 de Agosto de 1914, Primeira Guerra Mundial: A Alemanha declara guerra à França

No dia 3 de Agosto de 1914, a Alemanha declara guerra à França. Em confronto já há dois dias contra a Rússia, Berlim queria prevenir um ataque conjunto da Rússia e da França contra o seu território e põe em marcha, sem mais delongas, o plano delineado 20 anos antes por um oficial do Estado-Maior: o plano Schlieffen.
Dias de intensa agitação, confusos e de escalada diplomática e militar iriam arrastar os países mais civilizados e prósperos do planeta a um conflito suicida de mais de quatro anos, apropriadamente denominado de A Grande Guerra.
Considerando que a vantagem pertenceria a quem a desencadeasse primeiro, a Alemanha declara guerra à França. Invade de pronto o Luxemburgo e lança um ultimato à Bélgica, exigindo a passagem das suas tropas pelo território belga.
O chefe do Estado-Maior alemão, Ludwig von Moltke, era sobrinho do célebre militar Helmut von Moltke, também chefe de Estado-Maior na origem das vitórias germânicas da Prússia sobre a Áustria e a França, em Sadowa e Sedan, nos anos 1870. Empregou o plano Schlieffen – nome de outro chefe de Estado-Maior prussiano, o conde Alfred von Schlieffen, morto 18 anos antes –, que preconizava a invasão da Bélgica, país neutro, e o ataque pela retaguarda ao exército francês, concentrado na fronteira leste.
Contudo, na hora decisiva, von Moltke hesitou, não tendo a audácia dos seus predecessores. Ao invés de concentrar todo o ataque no flanco direito sobre a Bélgica, von Moltke preferiu, por precaução, manter dois exércitos na Alsácia. Esses dois exércitos fariam tremenda falta, um mês depois, quando os franceses lançaram uma poderosa contra ofensiva sobre o rio Marne.
Porém esta não seria a única derrapagem que iria afectar o desempenho dos alemães. Ao esboçar o seu plano, von Schlieffen negligenciou o facto de que este implicava na invasão de um pequeno país neutro, a Bélgica.
Os chefes militares e os dirigentes políticos não se preocupavam com a Bélgica. A Inglaterra, que até então se mantinha à margem dos acontecimentos, considerando que nada tinha a ver nem a fazer num conflito entre países do continente, não tolerou a invasão de um país com o qual mantinha estreitas relações políticas e económicas.
A 4 de Agosto, a Inglaterra declara por seu turno guerra à Alemanha. Era uma amarga surpresa para o imperador germânico, neto da finada rainha Vitória, que esperava que Londres se mantivesse à margem do conflito.
Foi nestas condições que se desenrolaria a Batalha das Fronteiras, entre 14 e 24 de Agosto de 1914. Tratou-se de uma série de batalhas travadas ao longo da fronteira oriental da França e sul da Bélgica, que representou a colisão entre as estratégias militares do Plano XVII francês e as do Plano Schlieffen alemão. A batalha foi vencida pelos alemães que, atraindo parte significativa do exército francês para a  Lorena e Alsácia, invadiram o norte da França pela Bélgica com a intenção de envolver e vencer de forma definitiva a guerra.
Contudo, a entrada da Inglaterra no conflito mudaria o curso dos acontecimentos.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)

Os soldados franceses mobilizados  em frente à Gare de l'Est, no dia 2 de Agosto de 1914
Primeira página do jornal belga Le Soir, 04 de Agosto de 1914, relatando a invasão da Bélgica
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28 de Julho de 1914: Primeira Guerra Mundial - O Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia.

Quando a 28 de Junho de 1914 nas ruas de Sarajevo é assassinado por um nacionalista bósnio, o arquiduque Franz Ferdinand ( Francisco Fernando ), herdeiro do trono do império Austro-húngaro, chegou aos píncaros a tensão entre as várias potências europeias, mas especialmente entre a Sérvia ortodoxa e o império austro-húngaro católico.

O Império austro-húngaro era constituído essencialmente pelos reinos católicos da Áustria e da Hungria, a que se juntavam várias outras «realidades nacionais».
O surgimento dos nacionalismos europeus, tinha enfraquecido de sobremaneira o império que se encontrava numa situação extremamente complexa tendo que gerir os intentos separatistas especialmente dos povos eslavos que o constituíam.
A Bósnia, com uma população mista católica e ortodoxa, tinha sido ocupada pelos austro-húngaros havia apenas alguns anos, com o intuito de impedir a expansão do nacionalismo sérvio, que prosseguia planos de expansão com o objectivo da formação do velho sonho da «Grande Sérvia».

O assassinato do arquiduque Francisco Fernando aumentou ainda mais a tensão entre sérvios por um lado e austro-húngaros por outro.

Durante o mês de Julho de 1914, a Sérvia foi responsabilizada pelo incidente e pressionada pelo governo de Viena para que permitisse que a sua polícia procurasse os assassinos do arquiduque Francisco Fernando no seu próprio território.
A Sérvia, aceitou quase todas as exigências austro-húngaras, mas recusou permitir o acesso à polícia imperial à Sérvia para participar directamente nas investigações.

De imediato, a Áustria, por pressão dos sectores mais intervencionistas, começou a falar na possibilidade de intervenção contra a Sérvia.
A Sérvia sentia-se pelo menos parcialmente protegida pela sua aliança com o Império Russo, com o qual partilhava laços religiosos, dado os dois países serem maioritariamente ortodoxos.
Esta relação com a Rússia, levou o Império Austro-Húngaro a contactar a Alemanha, para saber se poderia contar com o apoio do Império Alemão para dissuadir a Rússia de intervir.

A resposta dos alemães sobre o assunto foi no sentido de ainda tentar evitar conflitos, mas aparentemente houve uma interpretação incorreta da resposta alemã.

Existem indícios de que o ministro austríaco da guerra Marechal Alexander Von Korbatin e especialmente o ministro das relações exteriores conde Lopold Von Berchtold que se sabia serem favoráveis à guerra contra a Sérvia, inventaram um ataque por parte de forças sérvias na fronteira.

Também por isso se especula que o imperador austríaco foi igualmente enganado sobre as verdadeiras intenções da Alemanha, que inicialmente não estava interessada num conflito de imediato.

Pressionado por causa de um suposto ataque sérvio e convencido de que tinha o apoio do Kaiser alemão, o velho imperador Habsburgo, Francisco José I assina a declaração de guerra do império Austro-húngaro à Sérvia em 28 de Julho de 1914.

É no entanto frisar que ainda que a guerra tivesse sido declarada, até ali tratava-se de um conflito regional, entre dois países da Europa central.

No entanto, e sem qualquer declaração de guerra adicional, a Rússia decretou de imediato a mobilização geral das suas tropas em preparação para um eventual conflito, dando a entender que apoiaria a Sérvia, seu tradicional aliado.

Acredita-se hoje, que os alemães não estavam muito dispostos a entrar na guerra, mas a rapidez com que a Rússia iniciou os preparativos para a mobilização geral alertou e alarmou os dirigentes alemães, que não a esperavam.

A Alemanha exigiu que a Rússia cancelasse a sua mobilização, considerada como uma ameaça, mas ao mesmo tempo que exigia o cancelamento da mobilização russa, a Alemanha decretava também a sua mobilização geral como medida preventiva.

A mobilização geral da Alemanha serviu para consolidar a recusa russa, e em 1 de Agosto a Alemanha declarou guerra à Rússia, internacionalizando assim o conflito.

wikipedia (imagens)
Os governantes da Alemanha,FrançaRússiaÁustria-Hungria e  do Reino Unido tentando manter a tampa do caldeirão  a ferver das tensões imperialistas e nacionalistas nos Balcãs para evitar uma guerra geral europeia. Eles foram bem sucedidos em 1912 e 1913, mas não tiveram sucesso em 1914.

Conde  Leopold von Berchtold, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Áustria - Hungria
Nikola PašićPrimeiro Ministro da Sérvia
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/07/28-de-julho-de-1914-primeira-guerra.html
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 http://jovempan.uol.com.br/opiniao-jovem-pan/comentaristas/joseval-peixoto/o-centenario-da-primeira-grande-guerra-e-os-reflexos-de-guerra-hoje-em-dia.html
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 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/28-de-julho-de-1914-primeira-guerra.html?spref=fb&fbclid=IwAR0BYUgq7cBibZZ4hfd3XitnhttZt7pN_q6zvKvpmDJFPNonEcEW3chKAfM
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28 de Junho de 1914: O arquiduque Francisco Fernando, príncipe herdeiro do império Austro-Húngaro, é assassinado em Sarajevo, por um nacionalista sérvio.O homicídio conduzirá ao início da Grande Guerra 1914-18.

O assassinato do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-Húngaro e da  sua esposa, a duquesa Sofia, é considerado o episódio decisivo para o início da Primeira Guerra Mundial. A morte do arquiduque ocorreu através de um atentado executado a 28 de Junho de 1914, em Sarajevo, actual capital da Bósnia  Herzegovina, e na época, província da Áustria-Hungria.

O atentado foi obra de um activista sérvio, Gavrilo Princip, membro dos grupos “Jovem Bósnia” (que agrupava sérvios, croatas e bósnios) e "Mão Negra". O acto tinha um objectivo político, o de levar à separação entre  o Império Austro Húngaro e as suas províncias eslavas, para que pudessem ser reunidas numa Grande Sérvia.  A Bósnia Herzegovina estava sob domínio da Áustria-Hungria desde 1878, mas era ligada etnicamente e culturalmente ao reino independente da Sérvia. Este reino tinha desde 1903 uma monarquia de cunho altamente nacionalista, e desejava restabelecer as fronteiras do antigo Império Sérvio do século XIV. No dia do atentado, Francisco Ferdinando estava em viagem à Bósnia para assistir a manobras militares e para inaugurar as obras de um novo museu em Sarajevo. O arquiduque tinha em mente reformar o Império Austro-Húngaro, federalizando o estado.

No dia 28 de Junho de 1914, um domingo, por volta de 10:45h, Francisco Fernando e a sua esposa foram mortos em Sarajevo, capital da província austro-húngara da Bósnia e Herzegovina, por Gavrilo Princip, à época com apenas 19 anos, membro da Jovem Bósnia e do grupo terrorista Mão Negra. O evento foi um dos factores que levou ao início da Primeira Guerra Mundial.

O casal já havia sido atacado um pouco antes, quando uma granada foi atirada para o seu carro. O arquiduque desviou-se do artefacto e a granada explodiu atrás deles. Fernando e Sofia insistiram em visitar o hospital onde os feridos no atentado estavam a ser atendidos. Ao saírem de lá, o seu motorista perdeu-se no caminho para o palácio onde estavam hospedados e, ao entrar em uma rua secundária, os ocupantes foram avistados por Princip. Quando o motorista fazia uma manobra, o jovem aproximou-se e disparou contra o casal, atingindo Sofia no abdómen e Francisco Fernando na jugular. O arquiduque ainda estava vivo quando testemunhas chegaram para socorrê-lo , mas expirou pouco depois. Sofia morreu a caminho do hospital.

Oficiais militares sérvios estavam por trás do ataque, que gerou uma crise entre a Áustria-Hungria e a Sérvia, culminando com a entrega de um ultimato a esta última, a 23 de Julho de 1914. No ultimato, a Áustria-Hungria fazia exigências que, caso não fossem aceites, dariam início a uma ofensiva militar austríaca. As demandas feriam na prática a independência do Reino da Sérvia, mas esta aceitou todas, menos a que exigia que autoridades austríacas fizessem investigações em solo sérvio. Na verdade, cogita-se que a Áustria-Hungria teria redigido o documento já à espera  da reacção sérvia, para causar um conflito no qual pudesse anexar o pequeno reino eslavo.



Tomando parte do lado sérvio, o Império Russo corre em sua defesa, pela ligação eslava entre ambos. Com a recusa sérvia em acatar as exigências austríacas, a Alemanha foi accionada, como resultado das  redes de alianças estabelecidas pelos países europeus. Estava assim iniciada a primeira grande guerra.

A morte de Francisco Fernando pode ser considerada como o culminar dos acontecimentos que se desenrolaram na política europeia desde 1871, num período que ficou conhecido como “Paz Armada“. De 1871 a 1914 a realidade do continente é marcada pelo acirramento das disputas por mercados, territórios coloniais e predomínio na geopolítica europeia. 
Fontes: www.infoescola.com
wikipedia (Imagens)

Ficheiro:Archude Franz ferdinand.jpg
O Arquiduque Francisco Fernando
Francisco Fernando com a esposa e os três filhos
Ficheiro:Archduke Franz with his wife.jpg
Francisco Fernando e Sofia, momentos antes do atentado
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06 de Outubro de 1908:O império austro-húngaro anexa a Bósnia e a Herzegovina

No dia 6 de Outubro de 1908, o império Austro-húngaro anuncia a anexação da Bósnia e da Herzegovina, duas províncias na região dos Balcãs na Europa Meridional, anteriormente sob o controlo do Império Otomano.

Embora a Bósnia e Herzegovina estivessem ainda em 1908 nominalmente sob o controlo do sultão otomano, o império austro-húngaro vinha administrando essas províncias desde o Congresso de Berlim de 1878, quando as grandes potências da Europa concederam à monarquia dual o direito de ocupá-las, ainda que elas permanecessem legalmente vinculadas à Turquia.

Apesar das províncias estarem a ser cobiçadas por muitos, com efeito, somente a Áustria-Hungria manifestou abertamente esse desejo. A decisão que havia sido tomada em Berlim foi na verdade uma medida temporária destinada a preservar o delicado equilíbrio de poder na Europa. Para tornar as coisas ainda mais complicadas, a população maioritariamente eslava das duas províncias tinha as suas próprias ambições nacionalistas, visto que os seus vizinhos eslavos da Sérvia ansiavam por anexá-las a fim de levar adiante as suas ambições pan-eslávicas.

Quando o Comité de União e Progresso – os assim chamados Jovens Turcos – comandou a rebelião que tomou o poder no Império Otomano em 1908, o barão Aloys von Aerenthal, ministro dos Negócios Estrangeiros do Império Austro-húngaro, vislumbrou a oportunidade de confirmar o seu domínio dos Balcãs. À parte a debilidade do sultão, a Rússia, a grande rival da monarquia austro-húngaro na luta pelo poder nos Balcãs também balançava, após a derrota na guerra russo-japonesa e a revolução interna de 1905.

O anúncio da anexação pela Áustria-Hungria da Bósnia e Herzegovina rompe o frágil equilíbrio de poder nos Balcãs, irritando a Sérvia e os nacionalistas eslavos em toda a Europa. Embora a enfraquecida Rússia tivesse, humilhantemente, de se submeter, a sua política externa ainda via as acções da Áustria-Hungria como abertamente agressivas e ameaçadoras, a despeito das garantias de Aerenthal de que não tinha planos de tomar a Macedónia, outra disputada província do antigo Império Otomano. A resposta da Rússia teve o condão de excitar o sentimento pró-Rússia e anti-Áustria na Sérvia e outras províncias balcânicas, provocando temores em Viena do expansionismo eslavo na região.
Em Janeiro de 1909, no auge da crise Bósnia-Herzogovina, Franz Conrad von Hotzendorff, chefe do Estado Maior do exército austríaco, procurou Helmuth von Moltke, seu colega alemão da mesma hierarquia, para lhe perguntar o que faria a Alemanha se a Áustria invadisse a Sérvia e isto provocasse a intervenção de Moscovo. Significativamente, Moltke respondeu que, a despeito da natureza meramente defensiva da aliança germano-austríaca concluída em 1879, a Alemanha apoiaria o Império Austro-Húngaro, ainda que fosse este o agressor no conflito, e declararia guerra não somente à Rússia mas também à França, poderoso aliado russo no ocidente.
No Verão de 1914, ocorreria exactamente isto, quando a disputa pelo poder nos tumultuosos e instáveis Balcãs se transformou num devastador conflito internacional, conhecido à época como a Grande Guerra e, mais tarde, como a Primeira Guerra Mundial.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
As forças do Império Austro - Hungaro em Saraievo
Alois Lexa von Aehrenthal, ministro dos Negócios Estrangeiros do Império Austro - Húngaro
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1jul2018

01 de Julho de 1916... Primeira Guerra Mundial, início da primeira batalha do Somme

Prolongada batalha travada por ingleses e franceses contra as forças alemãs durante a I Guerra Mundial na região do rio Somme, em França, no ano de 1916. Durante o ano de 1915 foi combinada uma ofensiva conjunta franco-britânica; contudo, o ataque alemão em Verdun (fevereiro de 1916) veio alterar esta estratégia e a operação aliada passou a ter uma escala bem menor e centrada no Somme, em França, um lugar desfavorável, dada a enorme concentração de defesas alemãs. Encurralado em Verdun, numa situação quase desesperada, o exército francês apelava para uma manobra de diversão inglesa que aliviasse a pressão exercida pelos germânicos. Desse modo, o comandante-em-chefe britânico Sir Douglas Haig foi obrigado a lançar uma ofensiva, chamada "o Grande Empurrão", num tempo e num lugar que não escolhera; ele e os seus comandos militares duvidavam do sucesso da operação. Durante uma semana, as posições alemãs foram permanentemente bombardeadas com o objetivo de "abrir caminho" para a infantaria aliada; contudo, os estragos causados foram mínimos: as barreiras de arame mantinham-se intactas em muitos locais e as trincheiras e abrigos militarizados praticamente não sofreram estragos. A ofensiva aliada, com cerca de 30 km de frente, lançada à luz do dia, às 7 horas da manhã de 1 de julho, foi um falhanço desastroso em grande parte dos setores; o fogo das metralhadoras alemãs abriu enormes clareiras nas vagas de assalto da infantaria. Com algumas honrosas exceções (como, por exemplo, a da 36.ª Divisão, do Ulster), os objetivos ficaram por atingir e muitos batalhões foram completamente aniquilados. As baixas desta trágica ofensiva cifraram-se na perda de 57 470 homens, ou seja, as maiores que o exército britânico alguma vez sofreu num único dia.Algumas lições, sobretudo de tática militar, foram retiradas deste fracasso. No dia 14 de julho, o New Army Soldiers lançou uma ofensiva de surpresa, de madrugada, sem grande preparação prévia de bombardeamentos e conseguiu capturar um extenso setor da segunda linha defensiva alemã, entre Longueval e Bazentin le Petit.
Nos primeiros dias da batalha, as baixas germânicas foram comparativamente diminutas em relação às perdas britânicas; contudo, a sua propensão para lançar repetidos contra-ataques rapidamente causou perdas semelhantes às dos antagonistas.
No dia 15 de setembro, os ingleses inauguraram uma nova era na guerra moderna utilizando tanques (40) pela primeira vez; contudo, apesar de alguns avanços espetaculares proporcionados por estes "terríveis monstros", os tanques ainda eram extremamente lentos, não muito fiáveis e em número pouco significativo para trazerem grandes modificações na tática militar; de qualquer modo, o seu efeito psicológico teve grande impacto.
A campanha estendeu-se pelo fim do ano e tornou-se penosa, sobretudo após as primeiras chuvas. Havia lama por todo o lado, os exércitos pouco avançavam, o material deteriorava-se, as condições de existência das tropas nas trincheiras eram desoladoras. Desde o início da ofensiva pouco se ganhou em termos territoriais; em fevereiro de 1917 os alemães iniciam uma retirada não forçada (embora este facto possa indiciar que as condições dos seus exércitos não seriam as melhores), preparando as defesas da "Linha Hindenburg". Do mesmo modo, torna-se difícil determinar um vencedor claro da mesma batalha pela comparação das baixas; estima-se que entre o início da ofensiva (1 de julho) e 19 de novembro de 1916, os ingleses terão perdido cerca de 420 mil homens e os franceses cerca de 200 mil; os alemães, por seu turno, terão perdido entre 450 mil e 680 mil homens entre mortos e feridos incapacitados para o combate. O dia 1 de julho de 1916, pela enorme quantidade de vidas ceifadas, ficou em termos de cultura popular conhecido como o "Dia da Batalha do Somme".
Batalha do Somme. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
 wikipedia (Imagens)

Ficheiro:Going over the top 01.jpg
A infantaria britânica avançando para tomada de Morval, durante a Batalha do Somme

Ficheiro:British infantry Morval 25 September 1916.jpg
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/07/01-de-julho-de-1916-primeira-guerra.html
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9abril2018
1918...Batalha de La Lyz...Queremos a Europa dos Povos. Queremos PAZ!!! Urge ter memória...há 99 anos...Alemanha na 1ª e na 2ª grande guerras...Agora fazem a guerra via EURO, via UEuropeia em que os fracos bajulam a poderosa Alemanha dos bancos.agiotas.grandes grupos económicos, alguns que estiveram nas 2 grandes guerras...Via tratados que retiram soberania aos povos...Pel' ajuda financeira que é garrote...Pel' ajuda em obras que têm máquinas e materiais d' alemanha
http://ensina.rtp.pt/artigo/batalha-de-la-lys-documentario/
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Via estórias da história

O Corpo Expedicionário Português é destroçado na Batalha de La Lys.
Batalha travada em 9 de Abril de 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, entre as forças da Alemanha e do Império Austro-Húngaro, por um lado, e a coligação de países em que se destacavam a Inglaterra, a França e Portugal, por outro. A batalha decorreu numa planície pantanosa banhada pelo Rio Lys e seus afluentes. As forças portuguesas assumiram a disposição de um trapézio, cuja face voltada para o inimigo se estendia por 11 km, e dispuseram-se em três linhas de defesa.
As condições de permanência do CEP na frente degradaram-se muito no início de 1918. Por um lado, as tropas continuavam nas linhas da frente quase sem rotação, por outro a actividade militar na zona intensificou-se de forma gradual mas constantemente. O mês de Março foi extremamente penoso para as unidades portuguesas. O número de combates em que unidades portuguesas se viram envolvidas foi muito superior ao habitual. Houve combates em 2, 7, 9, 12 e 18 de Março, para além de pequenas escaramuças e contínuos bombardeamentos de artilharia.
O moral das tropas portuguesas diminuía à medida que se percebiam sinais de maior actividade nas linhas alemãs, que só podiam ser indícios da preparação de um ataque de maior escala. Os comandos portugueses aperceberam-se desta situação, mas o comando britânico manteve a ideia de que o ataque principal que as forças alemãs preparavam não seria na região de Armentières. Só nas vésperas do ataque o comando britânico determinou as mudanças que a situação impunha e que o novo acordo assinado com Portugal preconizava. Em 6 de Abril foi dada execução ao acordo. As tropas portuguesas receberam ordens para manterem na linha da frente apenas a 2ª Divisão, comandada por Gomes da Costa, passando para o comando do XI Corpo de Exército britânico. Na prática porém, a extensão da linha da frente manteve-se nos 12 km anteriores, sendo retirado um batalhão. Ou seja, a frente ficou com menos densidade de forças. O tempo também foi curto para consolidar as inevitáveis mudanças tácticas resultantes desta decisão unilateral do comando britânico.
Mas o pior estava para vir. Em visitas a 6 e 7 de Abril do comandante do XI Corpo, general Horne, ao comando da 2ª Divisão, as orientações foram no sentido de a Divisão consolidar a defesa da 2ª linha (linha B), com uma mensagem muito clara: “A Divisão tem de morrer na linha B”. Mas as notícias dos preparativos alemães e a constatação do nível moral e do estado físico das tropas portuguesas, levaram o comando britânico à decisão lógica, que uma prudente análise de situação já deveria ter aconselhado há bastante tempo. A 8 de Abril foi dada ordem para a substituição da 2ª Divisão por uma divisão inglesa, movimento que deveria iniciar-se a 9 de Abril. Era tarde e a decisão tardia desmoronou o moral das primeiras linhas portuguesas. Se a vontade de lutar e a disposição anímica era já extremamente baixa, a perspectiva de sair da frente anulou toda a capacidade de resistência e de comando. A situação só poderia conduzir a um desastre, se o ataque se realizasse exactamente nesse dia. Foi o que aconteceu. Este foi um dos mais sangrentos confrontos em que esteve envolvido o Corpo Expedicionário Português, que aqui teve as seguintes baixas: 1341 mortos, 4626 feridos, 1932 desaparecidos e 7440 prisioneiros.
Batalha de La Lys. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
fiodahistoria.blogspot.com/
wikipedia (Imagens)
Ficheiro:Trincheiras La Lys.jpg
CEP (Corpo Expedicionário Português)
Após hesitações e polémicas, os portugueses resolveram entrar na Primeira Guerra Mundial, justificando tal atitude com a defesa das colónias, cobiçadas pelos alemães, e a afirmação do prestígio internacional de Portugal, para além da afirmação da jovem República, legitimando assim a pretensão de entrar em conversações de paz donde pudesse retirar dividendos para a nação. O apelo da Inglaterra, velha aliada de séculos, acelerou a entrada no conflito: a pedido dos ingleses, Portugal aprisionou, em 1916, cerca de setenta navios alemães fundeados nos portos nacionais e ultramarinos, o que precipitou a declaração de guerra da Alemanha a Portugal a 9 de Março. Já adversários em África havia alguns anos (ataques germânicos no Sul de Angola e Norte de Moçambique), as hostilidades luso-alemãs passaram assim também para a Europa, ainda que aqui os portugueses estivessem inseridos em contingentes aliados. O governo da República decidiu criar, por isso, o Corpo Expedicionário Português.
Designado tradicionalmente por CEP, os seus dois primeiros contingentes rumaram a França a 26 de Janeiro de 1917, depois de terem sido preparados sob a direção do general e ministro de Guerra Norton de Matos de forma rapidíssima (durante nove meses) nos quartéis de Tancos, facto que na altura se apelidou de milagre de Tancos, tão depressa e bem (de acordo com relatórios oficiais) se transformaram em soldados aptos e capazes para um conflito duro homens que, até pouco tempo antes, tinham uma vida civil, pacata e tranquila. Este Corpo era comandado pelos generais Tamagnini e Garcia Rosado.
O exército português estava, ao eclodir a Guerra, ainda numa fase de reorganização, num processo de alteração da sua estrutura de cariz monárquico para as novas exigências e formato republicanos. A partida de milhares de homens para a Flandres gerou, no entanto, descontentamentos nacionais, avolumados pelos enormes gastos a suportar pelo governo.
O primeiro grupo de militares instalou-se em Thérouane, na Flandres, constituindo aí, com os que viriam posteriormente, uma divisão com quartel-general na mesma localidade. Posteriormente, com os reforços e outros contingentes enviados, a divisão é transformada em duas, ficando a segunda com quartel-general em Fanquenbergues.
A 3 de Janeiro de 1917 convencionou-se com a Grã-Bretanha que o CEP ficaria dependente da British Expedicionary Force, embora tenha colocado um pequeno contingente de artilharia numa área militar francesa. A partir de maio, o CEP dispôs-se de forma definida no terreno, reforçando posições defensivas basicamente com unidades de infantaria. A 1.
a Brigada instalou-se no sector de Neuve-Chapelle; a 2.a ocupou posição, já em Junho, em Ferme-du-Bois, instalando-se mais tarde, em Julho, uma 3.a, em Fauquissart. Estas três brigadas - a 1.a Divisão do CEP - estavam taticamente adstritas aos britânicos (XI Corpo de Exército Britânico). No fim do verão, chegaria uma nova brigada, dita "do Minho", que se colocou na frente de batalha. Com este reforço, o CEP tornou-se, do ponto de vista de estratégia militar e operacional, um corpo de exército, centrado em St. Venant, seu quartel-general. Em relação ao enfileiramento dos Aliados, subordinava-se ao 1.o Exército Britânico, ocupando uma frente entre Béthune, Lavantie e Fleurbaix, na Flandres francesa.
Integrados nos setores britânicos, os soldados portugueses tinham como função guarnecer as posições da frente designadas para as suas brigadas, o que fizeram durante dois anos consecutivos em condições de combate extremamente duras, participando por vezes em raids contra posições alemãs. Ao fim daqueles dois anos permanentemente em trincheiras, foram substituídos por unidades britânicas. O cansaço e o stress de guerra acumulados naquele tempo eram demasiado grandes e a operacionalidade e o moral baixos, apesar da bravura e entrega ao combate. Durante aquela rendição, deu-se a ofensiva de abril dos alemães, um esforço para abrir brechas na frente aliada e "empurrar" os exércitos britânicos - onde pontificava o CEP - para o mar, tentando assim abrir caminho para a França. Esta ofensiva foi antecedida, a 9 daquele mês de 1918, de uma feroz e mortífera barragem da artilharia alemã sobre as posições do CEP, ponto nevrálgico para onde confluiria a coluna principal da ofensiva, aproveitando a extenuação e falta de reservas humanas e materiais dos portugueses, desapoiados que estavam depois da derrota dos flancos britânicos - surpreendidos com o ataque - da frente em que se incorporavam. A resistência foi tenaz e adiou a passagem alemã, ficando célebre a Batalha de La Lys (a que os ingleses chamam Batalha de Armentières).
O CEP sofreu pesadas baixas e divisão em pequenos grupos sem ligação, ficando o que dele restava, depois da batalha, integrado no exército britânico. Esta batalha celebrizou um soldado, Aníbal Augusto Milhais (o chamado soldado Milhões), pelo desempenho heroico ao proteger a retirada dos camaradas a tiros de metralhadora.
A quase extinção da 2.ª Divisão deste Corpo foi um golpe de azar, uma vez que estava a ponto de ser substituída por forças inglesas após ter cumprido um período de seis meses na frente. Mas a dita substituição apenas foi pensada porque o general Tamagnini comunicou a 4 de Abril a notícia dos motins causados pela falta de mantimentos e substitutos. Esta situação de enfraquecimento traduz o estado de abandono a que tinham sido votados os soldados portugueses pelo governo nacional saído da ditadura militar imposta em dezembro de 1917 (até Dezembro de 1918). Este período foi o pior do CEP no teatro de batalha, uma vez que o governo de Sidónio Pais era adepto de uma menor intervenção de Portugal numa guerra que agravava as dificuldades que se viviam no país. O processo de recrutamento tornou-se mais complexo, com o objetivo de enviar cada vez menos soldados, tendo a entrada dos Estados Unidos na guerra favorecido esta política. As forças portuguesas perderam importância perante os novos reforços, que se revelariam decisivos para o desfecho da Primeira Guerra Mundial. Todavia, até os adversários elogiaram a atuação do CEP, como o marechal alemão Hindenburg, para além dos ingleses.
Em Julho de 1918, o CEP viu o seu comandante ser substituído pelo general Tomás António Garcia Rosado. A 4 desse mês, a 1.ª divisão do Corpo subordinou-se ao 5.º Exército Britânico. A 9 de Dezembro rumaram a Cherburg as primeiras tropas do CEP para ulterior embarque para Portugal. O último comandante do Corpo Expedicionário Português antes da assinatura do Tratado de Versalhes, que terminou com a I Grande Guerra, foi o general Alves Roçadas.
Apesar de Portugal ter atingido os objectivos que nortearam a sua entrada na guerra, o saldo de tal envolvimento foi gravoso e pesado: mais de doze milhares de mortos, feridos, desaparecidos e prisioneiros.
Corpo Expedicionário Português. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (imagens)
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http://estoriasdahistoria12.blogspot.pt/2018/04/09-de-abril-de-1918-o-corpo.html*
Via José Eduardo Oliveira:
Há precisamente cem anos, no dia 9 de Abril de 1918, no vale do rio Lys, no Norte de França, as Forças Armadas portuguesas estavam em combate. Eram homens da 2ª. divisão do CEP - Corpo Expedicionário Português, Recordemos a memória de todos e cada um deles.
No Mosteiro da Batalha estão sepultados os soldados desconhecidos, que pereceram em França e Moçambique. Honra a quem deu a vida pela Pátria

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8aGOSTO1018...

há 100 anos: o princípio do fim da guerra que era para acabar com todas as guerras

Foi verdadeiramente, para usar um cliché, o princípio do fim. Às 4h20 do dia 8 de agosto de 1918, faz esta quarta-feira cem anos, os Aliados (França, Reino Unido e outras forças do então Império Britânico, mais os Estados Unidos) lançaram uma ofensiva em Amiens, no noroeste de França. A operação tinha sido preparada ao detalhe e em grande segredo. O seu objetivo principal era abrir as linhas ferroviárias que passavam em Amiens. Os resultados foram espetaculares.
Ao fim de um único dia, os Aliados tinham avançado uns extraordinários 13 quilómetros e os alemães tinham sofrido um número de baixas que os deixou desmoralizados. A batalha continuaria por mais dois dias, sempre com progressos, embora a um ritmo menos acelerado. No final, as perdas alemãs (80 mil só em pessoas, fora o armamento abandonado) foram quase o dobro das aliadas. Daí para a frente, os Aliados não pararam. Amiens representou o início da chamada Ofensiva dos Cem Dias, cuja conclusão foi a da I Guerra Mundial.
O primeiro enfrentamento bélico à escala planetária, a guerra para acabar com as guerras, a Grande Guerra, terminou às 11h do dia 11 de novembro de 1918. Iniciada como um conflito entre impérios, matou os quatro que existiam no continente europeu (russo, austro-húngaro, alemão e otomano). Reconfigurou igualmente muitas outras coisas no mundo, deixando uma herança que passa pela II Guerra Mundial, por problemas vários no Médio Oriente e pelo próprio recrudescimento periódico dos nacionalismos na Europa.

Dois mil aviões e 500 tanques

Como se sabe, o rastilho imediato da I Guerra Mundial foi o assassínio do imperador austríaco Franz Ferdinand por um nacionalista sérvio a 28 de junho de 1914. Sem estar aqui a descrever os intrincados sistemas de alianças que nessa altura entraram em jogo, digamos apenas que o terreno estava maduro para pegar fogo. Não tardou muito até boa parte da Europa se envolver numa guerra à qual outras partes do mundo se foram associando de uma forma ou outra.
Durante boa parte dos três primeiros anos, até 1917, a situação no terreno foi essencialmente de impasse. Nada o ilustra melhor do que a imagem mais estereotipada dessa guerra: as trincheiras. Obviamente, há séculos que se usavam trincheiras nas batalhas, mas os progressos tecnológicos - as metralhadoras, por exemplo - tornaram-nas mais necessárias do que nunca.
Outra imagem associada à I Guerra é a do gás e até há quem diga que a loucura que levou Hitler ao Holocausto poderá ter tido que ver com o facto de ter sido gaseado. Especulações à parte, há duas outras evoluções que têm sem dúvida que ver com o conflito de 1914-1918: os aviões de combate e o tanques. Na Ofensiva dos Cem Dias, ambos desempenharam um papel essencial, juntamente com todo o restante reportório de armamento disponível na altura. Aviões eram quase 2000, só por parte dos Aliados (os alemães tinham muito menos) e tanques ultrapassavam os quinhentos.

Realidade vs. teorias conspirativas

O estímulo principal para a ofensiva aliada foi aquela que os alemães tinham lançado nos meses imediatamente precedentes. O tratado de paz assinado em março com a Rússia bolchevique (uma das promessas de Lenine tinha sido retirar o seu país da guerra) acabou com a guerra a leste e permitiu-lhes concentrar-se na frente ocidental. Entre março e junho, a Ofensiva da Primavera (ou Ofensiva Ludendorff, segundo o nome do comandante alemão) foi uma corrida contra o tempo - uma tentativa de obter ganhos substanciais antes de o grosso das prometidas tropas americanas começarem a chegar para reforçar os Aliados.
Entre março e junho, antes de ser finalmente detida na segunda batalha do Marne, a iniciativa pareceu estar a resultar. Mas o seu valor era ilusório. Excelente em muitos aspetos, o exército alemão tinha problemas básicos de aprovisionamento, incluindo a nível humano. A Ofensiva da Primavera levantou-lhe o moral, mas custou-lhe ativos que lhe fariam bastante falta na segunda parte do ano, entre os quais milhares de soldados de elite que caíram no terreno.
A contraofensiva aliada mudou o curso da guerra. De repente, o longo impasse transformou-se em mobilidade. O avanço aliado revelar-se-ia irresistível e os altos comandos alemães depressa o compreenderam. Mesmo assim, decidiram prolongar o combate para tentarem ficar em melhor posição para negociar a paz.
Não lhes serviu de nada. Em outubro, os combates já aconteciam por trás da linha Hindenburg, antes considerada intransponível, e era visível que estava tudo perdido. As condições humilhantes que os Aliados impuseram e a Alemanha teve de aceitar deixaram o país de rastos. O imperador abdicou e o país tornou-se uma república. Uma república arruinada e com a violência à solta nas ruas.
No meio do caos que se instalou, não foi difícil pôr a correr a ideia de que o exército não tinha perdido a guerra - os civis é que o tinham esfaqueado pelas costas. Um grande fã dessa ideia era justamente Hitler, cujo destino subsequente ilustra na perfeição o perigo das teorias conspirativas. A verdade é que, a partir de Amiens, já não havia solução para a Alemanha. Tudo o resto não passou de imaginação.
 https://expresso.sapo.pt/sociedade/2018-08-08-8-de-agosto-ha-100-anos-o-principio-do-fim-da-guerra-que-era-para-acabar-com-todas-as-guerras?fb_ref=YKYSM0dszp-Facebook
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11noVEM1918
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hj é Dia do Armistício 1.ª Grande Guerra 14.18
"eles" os exploradores continuam insaciáveis...se for preciso farão a IIIª... A LUTA PELA PAZ tem de ter mais forçaaaaaaaaaaaaa
 https://www.youtube.com/watch?v=mwgvbWzlgh8
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 https://www.youtube.com/watch?v=lKM0TD6AALg...
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video italiano sobre a 1.ª GG
https://www.youtube.com/watch?v=mwgvbWzlgh8
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Via Eulália Valentim

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O cessar-fogo de 1918 que pôs fim aos combates da primeira guerra mundial (1914-1918).
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A assinatura do armistício, de 11 de novembro de 1918
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A Primeira Guerra Mundial

Em junho de 1914, o assassinato do príncipe herdeiro do trono austro-húngaro em Sarajevo forneceu o pretexto para um conflito que rapidamente iria tomar uma dimensão mundial inesperada (o número de países envolvidos iria ser de cerca de trinta, sendo mobilizados aproximadamente cinquenta milhões de homens em todas as frentes); mas as motivações profundas e reais do conflito ultrapassam largamente esse acontecimento, pois se filiam na competição entre as grandes potências que entre si rivalizavam pelo controle de fontes de matérias-primas e mercados e sobretudo pela alteração do mapa colonial, bem como na corrida aos armamentos em que estas se empenhavam.

Os contendores irão organizar-se em dois grandes blocos: de um lado a aliança entre a Alemanha e o Império Austro-Húngaro e do outro uma coligação em que sobressaem a Inglaterra e a França a oeste e a Rússia a leste. Os Estados Unidos, tal como Portugal, não participarão de início no conflito.

Numa primeira fase, que corresponde aproximadamente ao ano de 1914, a iniciativa pertence quase por inteiro aos exércitos alemães e seus aliados, travando-se uma guerra de movimento em duas frentes, na França e na frente russa (as mais importantes), bem como noutras regiões do globo, como a África e a Ásia. Segue-se uma guerra de trincheiras, em que as frentes se imobilizam com grandes perdas em homens e material, sem que qualquer dos contendores obtenha qualquer vantagem; faz aí o seu aparecimento o emprego de gases tóxicos como arma de combate. Ao mesmo tempo, a guerra submarina conduzida pela Alemanha causava perdas volumosas em tonelagem de navios, homens e bens, levantando dificuldades nas comunicações entre a Europa e a América.

Em 1917 a situação começará a alterar-se, quer com a entrada em cena de novos meios, como os tanques e a aviação, quer com a chegada ao teatro de operações europeu das forças americanas ou a substituição de comandantes por outros com nova visão da guerra e das táticas e estratégias mais adequadas; lançam-se, de um lado e de outro, grandes ofensivas, que causam profundas alterações no desenho da frente, acabando por colocar as tropas alemãs na defensiva e levando por fim à sua derrota. É verdade que a Alemanha adquire ainda algum fôlego quando a revolução estala na Rússia e o governo bolchevista, chefiado por Lenine, prontamente assina a paz sem condições, assim anulando a frente leste, mas essa circunstância não será suficiente para evitar a derrocada. O armistício que põe fim à guerra é assinado em 11 de novembro de 1918.

A opinião pública manifestara-se de certo modo favorável à guerra no seu início, havendo uma sensação generalizada de que se trataria de um conflito breve e insignificante e predominando, nos adversários da Alemanha, a convicção de que se lutava pelos grandes valores da Humanidade contra a barbárie teutónica e a convicção otimista de que o conflito traria a paz ao mundo (o Presidente americano Wilson proclamaria que se tratava de uma "guerra para acabar com todas as guerras"). Este otimismo seria destruído pelo prolongar dos combates e pela divulgação dos sofrimentos, quer dos combatentes quer das populações civis (o número de mortos ascenderia a perto de nove milhões só entre os contendores mais importantes), o que reforçou os movimentos pacifistas e desencadeou greves de conteúdo político.

Após o conflito, e sob a influência determinante de Wilson, seria constituída a Sociedade das Nações, que pretendia ser um fórum vocacionado para arbitrar conflitos entre os estados e impedir de futuro a repetição das guerras.
Fontes Primeira Guerra Mundial in Infopédia
wikipédia (imagens) 


WWImontage.jpg
 https://www.youtube.com/watch?v=iAgmRSAVV7c
https://www.youtube.com/watch?v=3WtccrI_Fo4
https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=z5tLGDhxoUw
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/a-primeira-guerra-mundial.html
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01 de Agosto de 1914, Primeira Guerra Mundial: A Alemanha declara guerra à Rússia

No dia 1 de Agosto de 1914, quatro dias após a Áustria-Hungria ter declarado guerra à Sérvia, outras duas grandes potências – Rússia e Alemanha – declaram guerra uma à outra. No mesmo dia, a França ordena a mobilização geral das suas forças armadas. A chamada Grande Guerra, que estava a começar, iria resultar num conflito de perdas de vida e destruição sem precedentes na história: cerca de 20 milhões de soldados e civis mortos e devastação física de boa parte do continente europeu. 
  
O acontecimento, amplamente reconhecido como o que levou à eclosão da Primeira Guerra Mundial ocorreu no dia 28 de Junho de 1914, quando o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono do Império Austro-húngaro foi assassinado, pelo nacionalista bósnio-sérvio Gavrilo Princip em Sarajevo. 

Nas semanas subsequentes, a Áustria-Hungria acusou o governo sérvio do ataque, esperando valer-se do incidente como forma para resolver o problema do nacionalismo eslavo na tumultuada região dos Balcãs. Contudo, como a Rússia apoiava a Sérvia, a declaração de guerra da Áustria-Hungria foi retardada até que os seus líderes recebessem garantias do Kaiser Guilherme II de que a Alemanha respaldaria a sua causa na hipótese de uma intervenção russa. 

As garantias chegaram em 5 de Julho. Em seguida, a Áustria-Hungria enviou um ultimato ao governo sérvio em 23 de Julho, exigindo que o aceitasse dentro de 48 horas, sob pena de iniciar as operações militares. Embora a Sérvia tivesse concordado com quase todas as condições do ultimato e a Rússia declarasse a sua intenção de apoiar a Sérvia em caso de conflito, a Áustria-Hungria foi adiante com a sua declaração de guerra contra a Sérvia em 28 de Julho, exactamente um mês após o assassinato do arquiduque. 
Com esta declaração, a ténue paz existente entre as grandes potências europeias foi por água abaixo. A Alemanha advertiu a Rússia, ainda apenas parcialmente mobilizada, que se entrasse em mobilização total contra a Áustria-Hungria, isto significaria guerra com a Alemanha. Enquanto insistia com a Rússia que deveria suspender imediatamente a sua mobilização, a Alemanha deu início à sua própria mobilização. 
Quando a Rússia recusou as exigências alemãs, Berlim declarou guerra ao império czarista em 1 de Agosto. No mesmo dia, a França, aliada da Rússia, que há muito suspeitava de uma agressão germânica, também decretou a sua própria mobilização, instando o Reino Unido – o terceiro membro da Tríplice Aliança, ao lado de França e Rússia – a declarar o seu apoio. Um dividido governo britânico evitou fazê-lo inicialmente, mas os acontecimentos logo levaram Londres a encaminhar-se para o confronto bélico. Em 2 de Agosto, as primeiras unidades do exército alemão atravessaram o Luxemburgo como parte da estratégia germânica, há muito planeada, de invadir a França pela neutral Bélgica. França e Alemanha declararam-se mutuamente em guerra a 3 de Agosto. Naquela noite, a Alemanha invadiu a Bélgica, levando o Reino Unido a declarar guerra à Alemanha. 

A população de boa parte da Europa saudou a eclosão da guerra com júbilo. A grande maioria das pessoas estava convencida que o seu país sairia vitorioso em poucos meses e não anteviam a possibilidade de um conflito mais longo. 
Os partidos ligados à social-democracia e socialistas aprovaram fundos especiais para a guerra. No final de 1914, porém, mais de um milhão de soldados das várias nacionalidades já tinham morrido nos campos de batalha da Europa e não havia vitória final à vista, nem para os Aliados, nem para as Potências Centrais.  
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
O Imperador da Alemanha, Guilherme II

Participantes da Primeira Guerra Mundial:
  Tríplice Entente e os Aliados (alguns entraram na guerra e a abandonaram mais tarde)
  Colónias, domínios ou territórios ocupados pelos Aliados
  Impérios Centrais (Tríplice Aliança)
  Colónias ou territórios ocupados pelos Impérios Centrais
  Países neutros
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/08/01-de-agosto-de-1914-primeira-guerra.html?spref=fb&fbclid=IwAR2-oFvC04y6myWnr6caP3VGDeXnuIkb5r4L66jI_3YayVcbfRCEY1WWcwg
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28 de Junho de 1914: O arquiduque Francisco Fernando, príncipe herdeiro do império Austro-Húngaro, é assassinado em Sarajevo, por um nacionalista sérvio.O homicídio conduzirá ao início da Grande Guerra 1914-18.

O assassinato do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-Húngaro e da  sua esposa, a duquesa Sofia, é considerado o episódio decisivo para o início da Primeira Guerra Mundial. A morte do arquiduque ocorreu através de um atentado executado a 28 de Junho de 1914, em Sarajevo, actual capital da Bósnia  Herzegovina, e na época, província da Áustria-Hungria.

O atentado foi obra de um activista sérvio, Gavrilo Princip, membro dos grupos “Jovem Bósnia” (que agrupava sérvios, croatas e bósnios) e "Mão Negra". O acto tinha um objectivo político, o de levar à separação entre  o Império Austro Húngaro e as suas províncias eslavas, para que pudessem ser reunidas numa Grande Sérvia.  A Bósnia Herzegovina estava sob domínio da Áustria-Hungria desde 1878, mas era ligada etnicamente e culturalmente ao reino independente da Sérvia. Este reino tinha desde 1903 uma monarquia de cunho altamente nacionalista, e desejava restabelecer as fronteiras do antigo Império Sérvio do século XIV. No dia do atentado, Francisco Ferdinando estava em viagem à Bósnia para assistir a manobras militares e para inaugurar as obras de um novo museu em Sarajevo. O arquiduque tinha em mente reformar o Império Austro-Húngaro, federalizando o estado.

No dia 28 de Junho de 1914, um domingo, por volta de 10:45h, Francisco Fernando e a sua esposa foram mortos em Sarajevo, capital da província austro-húngara da Bósnia e Herzegovina, por Gavrilo Princip, à época com apenas 19 anos, membro da Jovem Bósnia e do grupo terrorista Mão Negra. O evento foi um dos factores que levou ao início da Primeira Guerra Mundial.

O casal já havia sido atacado um pouco antes, quando uma granada foi atirada para o seu carro. O arquiduque desviou-se do artefacto e a granada explodiu atrás deles. Fernando e Sofia insistiram em visitar o hospital onde os feridos no atentado estavam a ser atendidos. Ao saírem de lá, o seu motorista perdeu-se no caminho para o palácio onde estavam hospedados e, ao entrar em uma rua secundária, os ocupantes foram avistados por Princip. Quando o motorista fazia uma manobra, o jovem aproximou-se e disparou contra o casal, atingindo Sofia no abdómen e Francisco Fernando na jugular. O arquiduque ainda estava vivo quando testemunhas chegaram para socorrê-lo , mas expirou pouco depois. Sofia morreu a caminho do hospital.

Oficiais militares sérvios estavam por trás do ataque, que gerou uma crise entre a Áustria-Hungria e a Sérvia, culminando com a entrega de um ultimato a esta última, a 23 de Julho de 1914. No ultimato, a Áustria-Hungria fazia exigências que, caso não fossem aceites, dariam início a uma ofensiva militar austríaca. As demandas feriam na prática a independência do Reino da Sérvia, mas esta aceitou todas, menos a que exigia que autoridades austríacas fizessem investigações em solo sérvio. Na verdade, cogita-se que a Áustria-Hungria teria redigido o documento já à espera  da reacção sérvia, para causar um conflito no qual pudesse anexar o pequeno reino eslavo.



Tomando parte do lado sérvio, o Império Russo corre em sua defesa, pela ligação eslava entre ambos. Com a recusa sérvia em acatar as exigências austríacas, a Alemanha foi accionada, como resultado das  redes de alianças estabelecidas pelos países europeus. Estava assim iniciada a primeira grande guerra.

A morte de Francisco Fernando pode ser considerada como o culminar dos acontecimentos que se desenrolaram na política europeia desde 1871, num período que ficou conhecido como “Paz Armada“. De 1871 a 1914 a realidade do continente é marcada pelo acirramento das disputas por mercados, territórios coloniais e predomínio na geopolítica europeia. 
Fontes: www.infoescola.com
wikipedia (Imagens)



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O Arquiduque Francisco Fernando
Francisco Fernando com a esposa e os três filhos
Ficheiro:Archduke Franz with his wife.jpg
Francisco Fernando e Sofia, momentos antes do atentado
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/06/28-de-junho-de-1914-o-arquiduque.html
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28 de Junho de 1919: Assinatura do Tratado de Paz de Versalhes

O Tratado de Versalhes foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias a 28 de Junho de 1919 e encerrou oficialmente a  I Guerra Mundial. O principal ponto do tratado determinava que a Alemanha. aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247, fizesse reparações a determinados países da  Tríplice Entente (Aliança vencedora).

Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte do seu território para algumas nações fronteiriças, de todas as colónias, uma restrição ao seu exército e uma indemnização pelos prejuízos causados durante a guerra. O ministro alemão do exterior, Hermann Müller, assinou o tratado a 28 de Junho de 1919. O tratado foi ratificado pela Sociedade das Nações a 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado originou um sentimento de humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do regime nazi.

As negociações entre as potências aliadas começaram a 18 de Janeiro, no Salão dos Relógios no Ministério dos Negócios Estrangeiros Francês. No início participaram nas negociações 70 delegados representado 27 nações.

Tendo sido derrotadas, a Alemanha,  a Áustria e a Hungria foram excluídas das negociações. A Rússia também foi excluída porque tinha negociado o Tratado de Brest - Litovsk, que estabelecia uma paz separada com a Alemanha em 1918, graças ao qual a Alemanha ficou com uma grande faixa de terras e de recursos à Rússia.

As condições finais foram determinadas pelos líderes das "três grandes" nações: o primeiro-ministro britânico  David Lloyd George, o primeiro-ministro francês Georges Clemenceau, e o presidente dos EUA,  Woodrow Wilson.

O tratado originou a criação da Sociedade das Nações, um dos objectivos principais do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson. A  Sociedade das Nações tinha como objectivo arbitrar conflitos internacionais para evitar futuras guerras.

Outras cláusulas do Tratado incluíam a perda das colónias por parte da Alemanha e dos territórios que o país tinha anexado ou invadido num passado recente, destacam-se:

A Alsácia -Lorena, os territórios cedidos pela França à Alemanha no acordo de Paz assinado em Versalhes de 1871 e pelo Tratado de Frankfurt de 1871, seriam devolvidos à França.

       Uma parte da Jutlândia seria devolvida à Dinamarca se assim fosse decidido por um plebiscito na região.

    A parte leste da Alta Silésia era devolvida  à Polónia (área 3214 km², 965 000 habitantes) apesar do plebiscito ter apontado que 60% população preferia ficar sob domínio da Alemanha.     As cidades alemãs de Eupen e Malmedy ficariam para  a Bélgica.

    A província de Sarre ficou sob o comando da Sociedade das Nações durante 15 anos.

    A Renânia foi desmilitarizada, ou seja, não ficou nenhum soldado ou instalação militar na região.

    A leste, a Polónia recebeu partes da Prússia Ocidental e da Silésia.

  A Checoslováquia recebeu o distrito de Hultschin.

    A grande cidade alemã de Danzig (na actualidade Gdansk na Polónia),  passou a ser uma cidade livre, sob a protecção da Liga das Nações.

    Memel, uma pequena faixa territorial na Prússia Oriental, às margens do Mar Báltico, foi entregue ao controle lituano.

  Fora da Europa, a Alemanha perdeu todas as suas colónias [na África e no Pacífico]. No total, a Alemanha perdeu 13 por cento do seu território em solo europeu, aproximadamente 70.000 quilómetros quadrados, e um décimo da sua população (entre 6.5 a 7 milhões de habitantes).

O artigo 231 do Tratado (a cláusula da 'culpa de guerra') responsabilizou unicamente a Alemanha por todas as 'perdas e danos' sofridas pela Tríplice Entente  durante a guerra obrigando-a a pagar uma reparação por tais actos. O montante foi oficializado em 269 biliões de marcos, dos quais 226 biliões como principal, e mais 12% do valor das exportações anuais alemãs. Mais tarde, naquele ano, a dívida foi reduzida para 132 biliões.



Alguns dos artigos do Tratado



Artigo 42 - É proibido à Alemanha manter ou construir fortificações, quer na margem esquerda do Reno, quer na margem direita, a Oeste de uma linha traçada a 50 quilómetros a Leste deste rio.



Artigo 45 - Como compensação pela destruição das minas de carvão no Norte da França, e por conta da importância a pagar pela reparação total dos prejuízos de guerra devidos pela Alemanha, esta cede à França a propriedade inteira e absoluta (...) das minas de carvão situadas na bacia do Sarre (...). [em anexo a esta parte estabelece-se, no parágrafo 16, que: O Governo do território da Bacia do Sarre será confiado a uma Comissão representando a Sociedade das Nações]



Artigo 51 - Os territórios cedidos à Alemanha em virtude [da guerra franco-prussiana de 1871 e que a França perdeu, ou seja: a Alsácia-Lorena] são reintegrados na soberania francesa (...)



Artigo 119 - A Alemanha renuncia, em favor das Principais Potências aliadas e associadas, a todos os seus direitos e títulos sobre as suas possessões de além-mar.



Artigo 159 - As forças militares alemãs serão desmobilizadas e reduzidas nas condições fixadas mais adiante.



Artigo 160 - A datar do 31 de Março de 1920, o mais tardar, o exército alemão não deverá compreender mais de sete divisões de infantaria e três divisões de cavalaria.



Artigo 173 - Todo o serviço militar universal obrigatório será abolido na Alemanha.



Artigo 198 - As forças militares da Alemanha não deverão comportar nenhuma aviação militar ou naval.



Artigo 231 - Os Governos aliados e associados declaram e a Alemanha reconhece que a Alemanha e os seus aliados são responsáveis, por deles ter sido a causa, por todas as perdas e por todos os prejuízos sofridos pelos Governos aliados e associados e pelos seus nacionais em consequência da guerra, que lhes foi imposta pela agressão da Alemanha e dos seus aliados.



Artigo 231 - Os Governos aliados e associados exigem (...) e a Alemanha a tal se obriga, que sejam reparados todos os prejuízos causados à população civil de cada uma das Potências aliadas e associadas e os seus bens (...).



Artigo 235 - Com o fim de habilitar as Potências aliadas e associadas a empreender desde já a restauração da sua vida industrial e económica, enquanto não é realizada a fixação definitiva da importância das suas reclamações, a Alemanha pagará, durante os anos de 1919 e 1920 e os quatro primeiros meses de 1921 (...) em ouro, mercadorias, navios, valores ou outra forma (...) o equivalente a 20 000 000 000 (vinte biliões) de marcos ouro (...)



Anexo IV

 § 6 - a título de adiantamento imediato, (...) a Alemanha compromete-se a entregar à França nos três meses que se seguirem à entrada em vigor do presente Tratado (...) as quantidades abaixo especificadas em gado vivo:



  500  garanhões de 3 a 7 anos;

  30 000 poldras e éguas de 18 meses a 7 anos (...);

  2 000  touros de 18 meses a 3 anos;

  90 000 vacas leiteiras de 2 a 6 anos;

  1 000  carneiros inteiros;

100 000  cabras

Anexo V 

§ 2 - A Alemanha entregará à França sete milhões de toneladas de carvão por ano, durante dez anos (...).



§ 3 - A Alemanha entregará à Bélgica oito milhões de toneladas de carvão por ano, durante dez anos.



§ 3 - A Alemanha entregará à Itália as quantidades máximas de carvão seguintes:



Julho de 1919 a Junho de 1920: 4 milhões 1/2 de toneladas;

   »        1920       »          1921: 6 milhões de toneladas;

   »        1921       »          1922: 7 milhões  1/2 de toneladas;

   »        1922       »          1923: 8 milhões  de toneladas;

   »        1923       »          1924: 8 milhões  1/2 de toneladas,

e, durante cada um dos cinco anos seguintes: 8 milhões 1/2 de toneladas.


Pode parecer incrível, mas só recentemente (2010) a Alemanha terminou de pagar as indemnizações da 1ª Guerra Mundial, relativas ao acordado no Tratado de Versalhes. O país também pagou biliões de euros da 2ª Guerra Mundial .
Ler toda a notícia Aqui
Fontes: Infopédia
            Wikipedia
            Jornal Opção
Primeira página do Tratado, versão em inglês
Assinatura do Tratado de Versalhes na Sala dos Espelhos do Palácio de Versalhes
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Manifestação contra o Tratado no Reichstag, 15 de Maio de 1919
 https://www.youtube.com/watch?v=ZDf2ulHj9Ug
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/06/28-de-junho-de-1919-assinatura-do.html
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09 de Julho de 1919: A Assembleia Constituinte alemã ratifica o Tratado de Versalhes. A Alemanha assume o pagamento de indemnizações de guerra.

O Tratado de Versalhes foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias a 28 de Junho de 1919 e encerrou oficialmente a  I Guerra Mundial. O principal ponto do tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247, fizesse reparações a determinados países da  Tríplice Entente (Aliança vencedora).

Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte do seu território para algumas nações fronteiriças, de todas as colónias, uma restrição ao seu exército e uma indemnização pelos prejuízos causados durante a guerra. O ministro alemão do exterior, Hermann Müller, assinou o tratado a 28 de Junho de 1919 e o mesmo foi ratificado a 9 de Julho pela Assembleia Constituinte alemã. O tratado foi ratificado pela Sociedade das Nações a 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado originou um sentimento de humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do regime nazi.

As negociações entre as potências aliadas começaram a 18 de Janeiro, no Salão dos Relógios no Ministério dos Negócios Estrangeiros Francês. No início participaram nas negociações 70 delegados representado 27 nações.

Tendo sido derrotadas, a Alemanha,  a Áustria e a Hungria foram excluídas das negociações. A Rússia também foi excluída porque tinha negociado o Tratado de Brest - Litovsk, que estabelecia uma paz separada com a Alemanha em 1918, graças ao qual a Alemanha ficou com uma grande faixa de terras e de recursos à Rússia.

As condições finais foram determinadas pelos líderes das "três grandes" nações: o primeiro-ministro britânico  David Lloyd George, o primeiro-ministro francês Georges Clemenceau, e o presidente dos EUA,  Woodrow Wilson.

O tratado originou a criação da Sociedade das Nações, um dos objectivos principais do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson. A  Sociedade das Nações tinha como objectivo arbitrar conflitos internacionais para evitar futuras guerras.

Outras cláusulas do Tratado incluíam a perda das colónias por parte da Alemanha e dos territórios que o país tinha anexado ou invadido num passado recente, destacam-se:

A Alsácia -Lorena, os territórios cedidos pela França à Alemanha no acordo de Paz assinado em Versalhes de 1871 e pelo Tratado de Frankfurt de 1871, seriam devolvidos à França.

       Uma parte da Jutlândia seria devolvida à Dinamarca se assim fosse decidido por um plebiscito na região.

    A parte leste da Alta Silésia era devolvida  à Polónia (área 3214 km², 965 000 habitantes) apesar do plebiscito ter apontado que 60% população preferia ficar sob domínio da Alemanha.     As cidades alemãs de Eupen e Malmedy ficariam para  a Bélgica.

    A província de Sarre ficou sob o comando da Sociedade das Nações durante 15 anos.

    A Renânia foi desmilitarizada, ou seja, não ficou nenhum soldado ou instalação militar na região.

    A leste, a Polónia recebeu partes da Prússia Ocidental e da Silésia.

  A Checoslováquia recebeu o distrito de Hultschin.

    A grande cidade alemã de Danzig (na actualidade Gdansk na Polónia),  passou a ser uma cidade livre, sob a protecção da Liga das Nações.

    Memel, uma pequena faixa territorial na Prússia Oriental, às margens do Mar Báltico, foi entregue ao controle lituano.

  Fora da Europa, a Alemanha perdeu todas as suas colónias [na África e no Pacífico]. No total, a Alemanha perdeu 13 por cento do seu território em solo europeu, aproximadamente 70.000 quilómetros quadrados, e um décimo da sua população (entre 6.5 a 7 milhões de habitantes).

O artigo 231 do Tratado (a cláusula da 'culpa de guerra') responsabilizou unicamente a Alemanha por todas as 'perdas e danos' sofridas pela Tríplice Entente  durante a guerra obrigando-a a pagar uma reparação por tais actos. O montante foi oficializado em 269 biliões de marcos, dos quais 226 biliões como principal, e mais 12% do valor das exportações anuais alemãs. Mais tarde, naquele ano, a dívida foi reduzida para 132 biliões.



Alguns dos artigos do Tratado



Artigo 42 - É proibido à Alemanha manter ou construir fortificações, quer na margem esquerda do Reno, quer na margem direita, a Oeste de uma linha traçada a 50 quilómetros a Leste deste rio.



Artigo 45 Como compensação pela destruição das minas de carvão no Norte da França, e por conta da importância a pagar pela reparação total dos prejuízos de guerra devidos pela Alemanha, esta cede à França a propriedade inteira e absoluta (...) das minas de carvão situadas na bacia do Sarre (...). [em anexo a esta parte estabelece-se, no parágrafo 16, que: O Governo do território da Bacia do Sarre será confiado a uma Comissão representando a Sociedade das Nações]



Artigo 51 - Os territórios cedidos à Alemanha em virtude [da guerra franco-prussiana de 1871 e que a França perdeu, ou seja: a Alsácia-Lorena] são reintegrados na soberania francesa (...)



Artigo 119 - A Alemanha renuncia, em favor das Principais Potências aliadas e associadas, a todos os seus direitos e títulos sobre as suas possessões de além-mar.



Artigo 159 - As forças militares alemãs serão desmobilizadas e reduzidas nas condições fixadas mais adiante.



Artigo 160 - A datar do 31 de Março de 1920, o mais tardar, o exército alemão não deverá compreender mais de sete divisões de infantaria e três divisões de cavalaria.



Artigo 173 - Todo o serviço militar universal obrigatório será abolido na Alemanha.



Artigo 198 - As forças militares da Alemanha não deverão comportar nenhuma aviação militar ou naval.



Artigo 231 - Os Governos aliados e associados declaram e a Alemanha reconhece que a Alemanha e os seus aliados são responsáveis, por deles ter sido a causa, por todas as perdas e por todos os prejuízos sofridos pelos Governos aliados e associados e pelos seus nacionais em consequência da guerra, que lhes foi imposta pela agressão da Alemanha e dos seus aliados.



Artigo 231 - Os Governos aliados e associados exigem (...) e a Alemanha a tal se obriga, que sejam reparados todos os prejuízos causados à população civil de cada uma das Potências aliadas e associadas e os seus bens (...).



Artigo 235 - Com o fim de habilitar as Potências aliadas e associadas a empreender desde já a restauração da sua vida industrial e económica, enquanto não é realizada a fixação definitiva da importância das suas reclamações, a Alemanha pagará, durante os anos de 1919 e 1920 e os quatro primeiros meses de 1921 (...) em ouro, mercadorias, navios, valores ou outra forma (...) o equivalente a 20 000 000 000 (vinte biliões) de marcos ouro (...)



Anexo IV

 § 6 - a título de adiantamento imediato, (...) a Alemanha compromete-se a entregar à França nos três meses que se seguirem à entrada em vigor do presente Tratado (...) as quantidades abaixo especificadas em gado vivo:



  500  garanhões de 3 a 7 anos;

  30 000 poldras e éguas de 18 meses a 7 anos (...);

  2 000  touros de 18 meses a 3 anos;

  90 000 vacas leiteiras de 2 a 6 anos;

  1 000  carneiros inteiros;

100 000  cabras

Anexo V 

§ 2 - A Alemanha entregará à França sete milhões de toneladas de carvão por ano, durante dez anos (...).



§ 3 - A Alemanha entregará à Bélgica oito milhões de toneladas de carvão por ano, durante dez anos.



§ 3 - A Alemanha entregará à Itália as quantidades máximas de carvão seguintes:



Julho de 1919 a Junho de 1920: 4 milhões 1/2 de toneladas;

   »        1920       »          1921: 6 milhões de toneladas;

   »        1921       »          1922: 7 milhões  1/2 de toneladas;

   »        1922       »          1923: 8 milhões  de toneladas;

   »        1923       »          1924: 8 milhões  1/2 de toneladas,

e, durante cada um dos cinco anos seguintes: 8 milhões 1/2 de toneladas.


Pode parecer incrível, mas só recentemente (2010) a Alemanha terminou de pagar as indemnizações da 1ª Guerra Mundial, relativas ao acordado no Tratado de Versalhes. O país também pagou biliões de euros da 2ª Guerra Mundial .

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Fontes: Infopédia
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Treaty of Versailles, English version.jpg
Primeira página do Tratado, versão em inglês


Assinatura do Tratado de Versalhes na Sala dos Espelhos do Palácio de Versalhes

Manifestação em massa em frente ao Reichstag contra o Tratado de Versailles.jpg: Arquivo
Manifestação contra o Tratado no Reichstag, 15 de Maio de 1919
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/07/09-de-julho-de-1919-assembleia.html
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