Pinochet apoiado pelos EUA acaba com o governo de unidade popular no Chile de Allende e Neruda...
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Salvador Allende
nasceu a 26jun1908
e morreu a 11seTEMbro1973...Santiago do Chile...Palácio Moncloa a ser bombardeado pelo golpe militar fascista de Pinochet/ apoiado pelos EUA
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11seTEMbro2018...POSTEI:
1973...morre SALVADOR ALLENDE...1 vivaaaaa à sua luta...
Discurso do Presidente Salvador Allende,
em 11 de setembro de 1973, dia do golpe de Estado que derrubou o governo
da Unidade Popular e implantou a sanguinária ditadura militar comandada
pelo general Pinochet. O Palácio presidencial foi bombardeado pelos
militares e Allende morreu de armas na mão resistindo ao golpe.
“Seguramente, esta será a última oportunidade em que poderei
dirigir-me a vocês. A Força Aérea bombardeou as antenas da Rádio
Magallanes. Minhas palavras não têm amargura, mas decepção. Que sejam
elas um castigo moral para quem traiu seu juramento: soldados do Chile,
comandantes-em-chefe titulares, o almirante Merino, que se autodesignou
comandante da Armada, e o senhor Mendoza, general rastejante que ainda
ontem manifestara sua fidelidade e lealdade ao Governo, e que também se
autodenominou diretor geral dos carabineros.Diante destes fatos só me cabe dizer aos trabalhadores: Não vou renunciar! Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade ao povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá ser ceifada definitivamente. [Eles] têm a força, poderão nos avassalar, mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos.
Trabalhadores de minha Pátria: quero agradecer-lhes a lealdade que sempre tiveram, a confiança que depositaram em um homem que foi apenas intérprete de grandes anseios de justiça, que empenhou sua palavra em que respeitaria a Constituição e a lei, e assim o fez.
Neste momento definitivo, o último em que eu poderei dirigir-me a vocês, quero que aproveitem a lição: o capital estrangeiro, o imperialismo, unidos à reação criaram o clima para que as Forças Armadas rompessem sua tradição, que lhes ensinara o general Schneider e reafirmara o comandante Araya, vítimas do mesmo setor social que hoje estará esperando com as mãos livres, reconquistar o poder para seguir defendendo seus lucros e seus privilégios.
Dirijo-me a vocês, sobretudo à mulher simples de nossa terra, à camponesa que nos acreditou, à mãe que soube de nossa preocupação com as crianças. Dirijo-me aos profissionais da Pátria, aos profissionais patriotas que continuaram trabalhando contra a sedição auspiciada pelas associações profissionais, associações classistas que também defenderam os lucros de uma sociedade capitalista. Dirijo-me à juventude, àqueles que cantaram e deram sua alegria e seu espírito de luta. Dirijo-me ao homem do Chile, ao operário, ao camponês, ao intelectual, àqueles que serão perseguidos, porque em nosso país o fascismo está há tempos presente; nos atentados terroristas, explodindo as pontes, cortando as vias férreas, destruindo os oleodutos e os gasodutos, frente ao silêncio daqueles que tinham a obrigação de agir. Estavam comprometidos. A historia os julgará.
Seguramente a Rádio Magallanes será calada e o metal tranqüilo de minha voz não chegará mais a vocês. Não importa. Vocês continuarão a ouvi-la. Sempre estarei junto a vocês. Pelo menos minha lembrança será a de um homem digno que foi leal à Pátria. O povo deve defender-se, mas não se sacrificar. O povo não deve se deixar arrasar nem tranqüilizar, mas tampouco pode humilhar-se.
Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que a traição pretende impor-se. Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição.”
https://enessooficial.wordpress.com/2013/09/11/ultimo-discurso-de-salvador-allende-11-de-setembro-de-1973/
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Hj vamos assistir +1x ao reCORdar o 11seTEMbro2001 (3 mil mortos) e ao esquecimento do golpe militar fascista de Pinochet/EUA no Chile em 1973...Não podemos ignorar 60 mil mortos!!! Salvador Allende...Victor Jara...
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AVANTE
Há
45 anos o Chile acordou para um dia negro da história. No dia 11 de
Setembro de 1973, um golpe militar com o envolvimento directo, ao mais
alto nível, dos Estados Unidos depôs o governo progressista da Unidade
Popular de Salvador Allende.
A
traição do alto-comando militar, em particular do então comandante do
Exército, general Pinochet, e a evidente desproporção de forças ditaram o
êxito da intentona. A reacção e grande burguesia chilenas viam coroadas
de sucesso a intensa campanha desestabilizadora contra o inédito
processo de transformações que chegara a ser apelidado de «via chilena
ao socialismo».
Não
prometera Nixon fazer «guinchar a economia chilena», ainda Allende não
tinha sido definitivamente eleito pelo Congresso, no seguimento da
vitória nas urnas por maioria relativa de 4 de Setembro de 1970? Cercado
em La Moneda, na manhã de 11 de Setembro, o presidente Allende rejeita o
ultimato da Junta militar. Não renuncia e não se rende. A sua última
mensagem ao país, pronunciada pouco antes de o palácio presidencial
começar a ser selvaticamente bombardeado pelos golpistas, fica para a
história como exemplo imperecível de dignidade e confiança no futuro.
«Pagarei com a minha vida a lealdade ao povo (…), mas os processos
sociais não se podem deter nem com o crime, nem com a força. A história é
nossa e é feita pelos povos».
Iniciava-se
a contagem de 17 longos anos de dura resistência à ditadura sangrenta
do general Pinochet. Até ao forçoso processo de «transição democrática»
condicional e à entrega do poder presidencial, em 1990, vitória
arrebatada através da luta persistente do povo chileno pela liberdade e a
democracia, sempre acompanhada da expressão viva da solidariedade
internacionalista. Após o fim da ditadura, Pinochet permaneceu chefe das
Forças Armadas e depois senador vitalício, cargo por si criado mas a
que teve que renunciar em 2002, escapando ao julgamento.
O
processo em que foi acusado de sequestro e assassinato de presos
políticos foi vergonhosamente arquivado, sob justificação do seu já
estado de demência. Mas o extenso rol de crimes da ditadura nunca poderá
ser apagado. Bastando citar as prisões arbitrárias em massa e o uso da
tortura, as execuções sumárias de comunistas e outros antifascistas, a
inenarrável crueldade dos crimes do estádio de Santiago convertido
durante dois meses em campo de concentração (hoje estádio Victor Jara), o
itinerário da Caravana da Morte, e a morte suspeita de Neruda.
Combinados com o regime de férrea censura, a proibição dos partidos
opositores, a perseguição da actividade sindical e a repressão laboral.
Golpe e Plano Condor
O
golpe de 11 de Setembro e o fascismo chileno com Pinochet inserem-se no
panorama da sinistra Operação Condor, levada a cabo pelo imperialismo
norte-americano na América do Sul nos anos de 1970 e 1980,
convertendo-se num seu expoente. São os anos de chumbo em que o mapa das
ditaduras fascistas e da política de terror abarca grande parte da
América do Sul, do Brasil e Bolívia ao Chile e Argentina.
O
plano arquitectado por Kissinger, tendo como núcleo ideológico o
anticomunismo, funcionou como instrumento subversivo e de terrorismo de
Estado, visando o reforço do domínio incontestado do imperialismo dos
EUA no seu quintal das traseiras, mediante o apoio das oligarquias nacionais e dos seus esbirros.
Passara
uma década desde que Washington iniciara o bloqueio a Cuba em resposta
ao triunfo da Revolução Cubana que, com o apoio da URSS, havia derrotado
a invasão contra-revolucionária na Baía dos Porcos e proclamara o seu
carácter socialista. O perfil terrorista da Operação Condor e das
ditaduras fascistas na América Latina é inseparável da sua essência de
classe e objectivos económicos, numa fase que coincide, no contexto
internacional mais amplo da «Guerra Fria», entre outros factores, com o
atoleiro da guerra no Vietname, até hoje a maior derrota militar dos
EUA.
A
ditadura chilena torna-se, na década de 1980, na montra da aplicação da
cartilha económica da escola de Chicago de Milton Friedman. Sob o poder
das baionetas, o Chile de Pinochet é um dos pioneiros do neoliberalismo
à escala mundial, pontificando as privatizações em massa, a política de
rigidez monetarista e financeirização e o curso de desresponsabilização
social do Estado e precarização das relações laborais. No pano de fundo
do processo de super-concentração da riqueza e do consequente inaudito
aumento da polarização e desigualdades sociais e do empobrecimento de
largas camadas da população chilena, dá-se a emergência de uma mais
poderosa classe da alta burguesia, com maior integração nos circuitos e
relações dominantes da economia mundial.
Detentor
de uma das grandes fortunas do país, o actual presidente chileno
Pinera, vencedor das últimas presidenciais e regressado ao poder este
ano, depois de já ter cumprido um mandato entre 2010 e 2014, é um
representante de proa destes sectores. E o texto constitucional vigente,
apesar de importantes alterações, é ainda o da ditadura.
Cortar pela raiz
A
conspiração golpista no Chile sabia ao que vinha. Apesar de quase três
anos de campanha de demonização e desestabilização do governo da Unidade
Popular, da promoção da violência pelas mãos da extrema-direita e do
radicalismo de extrema-esquerda, da prática recorrente de assassinatos
selectivos e actos terroristas, incluindo atentados bombistas contra
infra-estruturas económicas, o imperialismo estava ciente do importante
apoio popular ao governo de Allende.
Tanto
era assim que o primeiro comunicado divulgado pela Junta golpista, na
manhã do golpe, referia cinicamente no seu 3.º ponto: «Os trabalhadores
do Chile podem ter a certeza que as conquistas económicas e sociais que
alcançaram até à data não sofrerão modificações no fundamental.» Estas
conquistas foram o resultado da aplicação do programa do governo da
Unidade Popular, apontando a mudanças estruturais.
No
breve período da sua existência, o governo de Allende logrou avanços
sensíveis da reforma agrária e da erradicação do latifúndio. A banca
comercial foi nacionalizada, assim como empresas e sectores estratégicos
da economia – cobre, ferro, carvão, cimento, indústria química, papel,
têxteis e comunicações – , conformando-se um influente sector
empresarial de propriedade social. Que incluía ainda a energia
(electricidade e petróleo) que já se encontrava no essencial nas mãos do
Estado, tal como os caminhos-de-ferro. No plano social, foi dada
prioridade à educação e combate ao analfabetismo; as pensões de reforma
foram aumentadas e o sistema de segurança social alargado.
O
imperialismo não esperou, contudo, pelas primeiras medidas do governo
popular para agir. Allende, um dos fundadores do Partido Socialista do
Chile, era um marxista assumido. Tornara-se, à quarta tentativa, o
primeiro marxista a aceder ao poder pela via eleitoral. O apoio do PCC
fora fundamental para o triunfo nas presidenciais de 1970 e os
comunistas representavam a segunda força, em peso eleitoral, da
coligação Unidade Popular. Em Washington era muita a inquietação. Era
preciso impedir o surgimento de uma «segunda Cuba» e a propagação do
«vírus comunista» no Cone Sul.
Exemplo para hoje
A
informação já desclassificada comprova largamente que a CIA lançou uma
vasta operação encoberta para tentar impedir, numa primeira fase, a
chegada ao poder de Allende – incluindo o assassinato do general René
Schneider pela organização de extrema-direita Pátria e Liberdade – e,
depois, para minar a sua gestão, assegurando o caldo necessário para o
sucesso do golpe que viria a executar a 11 de Setembro.
Escassos
dias depois do início de funções do novo governo chileno, o presidente
Nixon confessava que «a nossa principal preocupação (…) é a
possibilidade de que Allende se consolide e que a sua imagem perante o
mundo seja um êxito». Segundo o próprio Kissinger – que há dias
participou no elogio fúnebre ao senador McCain –, nos anos seguintes os
EUA dedicaram-se à missão de estrangular a economia chilena.
Foram
congelados os créditos bancários e a ajuda económica. Multiplicaram-se
as acções de sabotagem da economia e a promoção de acções de protesto e
desobediência de que são exemplo as marchas das caçarolas. O
imperialismo apostou na exploração das reivindicações e descontentamento
de sectores ligados à área dos transportes, distribuição e comércio. Os
constrangimentos criados na economia, num quadro de expansão monetária e
controlo de preços, provocaram intencionalmente a escassez de produtos e
uma espiral inflacionária.
Num
clima de efervescência social acentuam-se as divisões entre as forças
da coligação governamental. O exército está em alvoroço. O imperialismo
logra afastar o general Prats – assassinado mais tarde no exílio pelos
serviços secretos da ditadura –, substituído no comando do Exército por
Pinochet. A correlação de forças evoluía num sentido favorável ao golpe.
Que irrompe na madrugada de 11 de Setembro com a tomada de Valparaíso
pela Marinha, a coberto da participação nas manobras navais UNITAS,
organizadas pelos EUA. Parte substancial da direcção do Partido
Democrata-Cristão e da direita parlamentar dá a benção ao golpe.
Revisitar
os meandros e as lições do golpe fascista chileno é particularmente
oportuno no quadro actual, marcado pela profunda contra-ofensiva
imperialista na América Latina. Salta à vista que o guião
desestabilizador aplicado no golpe chileno é em grande medida replicado
na guerra económica e campanha subversiva dirigidas contra a Venezuela
bolivariana. Washington volta hoje a apregoar, com a maior desfaçatez,
as virtudes da Doutrina Monroe.
Dirigentes
progressistas, casos de Lula e Correa, alertaram para a existência de
um novo Plano Condor. O ataque à Venezuela e o golpe no Brasil são peças
essenciais da acção concertada e incisiva contra os processos
progressistas e de cooperação latino-americanos. Não há que o
subestimar. Na certeza de que, fruto da luta dos trabalhadores e dos
povos, «mais cedo do que tarde se voltarão a abrir as grandes alamedas,
por onde passa o homem livre para construir uma sociedade melhor».O golpe fascista da CIA contra Allende foi há 45 anos
Edição: 2336, 06-09-2018
-
Nuno Gomes dos Santos
Assassinos de Victor Jara condenados 45 anos depois…
Existe
em Portugal, há muitos e fecundos anos, um grupo musical, chamado
Brigada Victor Jara, que nos tem cantado músicas e letras de qualidade,
assim homenageando o homem cujo nome escolheram como «padrinho» da
banda. A escolha do nome não foi por acaso.
A
Brigada, nascida em 1975, ainda os cravos de Abril se desfraldavam,
defendia as mesmas liberdades, o mesmo futuro, a mesma solidariedade e a
mesma justiça que Victor Lídio Jara Martinez, nascido em Santiago do
Chile em 1932 e assassinado, nessa cidade, no dia 16 de Setembro de
1973, num estádio de futebol que agora (desde 2003) tem o seu nome, por
soldados das forças de Pinochet, que tinham derrubado e assassinado o
presidente eleito, Salvador Allende, três dias antes.
A
morte de Victor Jara ficou a dever-se ao «criminoso» facto de ser
comunista, apoiante de Allende, professor universitário, encenador de
Teatro e elemento importante da Nueva Canción Chilena, como cantautor e
membro do grupo Quilapayún.
Não
foi uma morte qualquer. Várias versões foram postas a circular sobre
ela mas, divergindo nos pormenores, confluem nisto: Jara foi torturado,
as suas mãos foram esmagadas, e levou com mais de 40 tiros à
queima-roupa sendo o seu corpo, como os de tantos outros seus
compatriotas e camaradas, atirado para uma vala comum.
Quem
o julgou foi a vontade dos que o mandaram prender, num estádio feito
campo de concentração, deixando a condenação capital ao critério de
iluminados soldados ao serviço da direita mais repugnante. Assim se
fazia, sumariamente, a justiça à moda de Augusto Pinochet, com
complacências deploráveis e incentivos, a norte, mal disfarçados.
Rouxinóis e gaiolas
O Chile foi o que foi com Pinochet e seus sequazes, mais os sujos apoios internacionais que a política de repressão e barbárie teve para subjugar um povo que havia escolhido um caminho socialista para o seu futuro, em eleições livres e democráticas. E nós nunca mais ouvimos ao vivo «Vientos del Pueblo» na interpretação do seu autor.
O Chile foi o que foi com Pinochet e seus sequazes, mais os sujos apoios internacionais que a política de repressão e barbárie teve para subjugar um povo que havia escolhido um caminho socialista para o seu futuro, em eleições livres e democráticas. E nós nunca mais ouvimos ao vivo «Vientos del Pueblo» na interpretação do seu autor.
Só
em 1990 o Estado chileno, por intervenção da Comissão da Verdade e
Reconciliação, reconheceu oficialmente o assassinato de Jara no Estádio
de Santiago.
A
viúva de Victor Jara, Joan Turner Jara, e as duas filhas de ambos,
moveram, em 2013, um processo contra Pedro Barrientos, ex-militar
chileno emigrado para os EUA (onde, claro!, foi bem recebido),
naturalizado americano e prosperando num negócio de carros usados.
Barrientos sempre se proclamou inocente, mas o tribunal de Orlando
declarou-o culpado, em 2016.
Agora,
em meados de 2018, a justiça chilena decretou 18 anos de prisão para
oito militares pelo homicídio do cantor e cinco anos para um oficial por
encobrimento do acto.
Há
indemnizações para as famílias das vítimas. Quarenta e cinco anos
depois do crime… São os tempos de agora a fazer a justiça (?) possível.
Porém, os que ainda estamos vivos não ouviremos nunca as canções que
Victor Jara não teve tempo de escrever. Porque «Cortaram as asas ao
rouxinol. Rouxinol sem asas não pode voar. Cortaram-te o bico rouxinol!
Rouxinol sem bico não pode cantar».
Por
certo que Francisco Fanhais, ao musicar e interpretar esta «Cantilena»
de Sebastião da Gama, pensou, também, em Victor Jara, mais uma vítima da
«defesa da democracia» exportada por quem ainda não percebeu (ou sabe-o
muitíssimo bem, o que é pior…) que as gaiolas, por mais douradas que se
presuma que sejam, não passam de prisões, políticas se enjaulam ideias,
reais se albergam pessoas, abomináveis quando prendem crianças no
limiar das fronteiras.
Gaiolas
douradas só nas estórias incomuns de emigrantes regressados e filmados
por serem excepção. De resto não são mais do que grades, impedimentos,
ilhas sem portos de partida. Nem que tenham o tamanho de um estádio de
futebol em Santiago do Chile.
Assassinos de Victor Jara condenados 45 anos depois…Edição: 2331, 02-08-2018
América Latina: unidade das forças de esquerda
Edição: 2329, 19-07-2018
«Esperar sentado à soleira da porta da história que o capitalismo apodrecido se desmorone é afinal ajudar a que se perpetue»
Edição: 2328, 12-07-2018
A História é nossa e fazem-na os povos!
Edição: 2327, 05-07-2018
A incessante luta pela soberania dos povos da América Latina
Edição: 2324, 14-06-2018
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4seTEMbro2018 postei:
4set1970...Salvador Allende é eleito...EUA logo começaram a preparar o golpe militar...
#EfeméridesteleSUR
Tal dia como hoje, no dia 4 de setembro de 1970, o Chile fazia história ao ser o primeiro país no mundo em escolher pela via democrática a um presidente socialista. A Vitória do povo chamou-Se Salvador Allende, semeando a esperança popular na América.
Confira aqui a nossa galeria de fotos > http://bit.ly/2MO3cQv
" hoje à noite, quando afaguem os seus filhos, quando procurarem o descanso, pensem no amanhã duro que teremos pela frente, quando tivermos que colocar mais paixão, mais carinho, para tornar cada vez maior ao Chile, e cada vez mais justa a Vida na nossa pátria ".
Salvador Allende, 4 de setembro de 1970.
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28mar2018
A REELEIÇÃO DE PUTIN BENEFICI A AMÉRICA LATINA, DIZ POLÍTICO CHILENO
A reeleição de Vladimir Putin como presidente da Rússia será positiva para a América Latina, afirma o secretário-geral do Partido Comunista do Chile Juan Andrés Lagos (na foto) em entrevista à Sputnik.
"Uma reeleição de Putin é muito favorável para a América Latina e, em particular, para o Chile", afirmou o político.
Lagos disse que a política externa da Rússia com a América Latina "tem sido muito interessante" e ele espera que Putin continue a "fortalecer os laços" com a região.
"A Rússia está procurando processos de aproximação e intercâmbio com a América Latina e isso é muito importante para o Chile, porque os países BRICS são as nações que começam a impulsionar a economia com maior clareza estratégica", afirmou.
O secretário-geral do PC chileno afirmou que para Santiago "é extraordinariamente importante fortalecer os laços com a Rússia, gerar maiores possibilidades de desenvolvimento económico e integração em diferentes níveis, apesar da distância entre nossos países". Destacou o apoio popular do dirigente russo e questionou os críticos do sistema eleitoral do país euro-asiático.
"Há muita gritaria em relação aos sistemas eleitorais de nações como a Rússia, mas eles não vêem as tremendas limitações que outros modelos eleitorais têm. Como os Estados Unidos, onde o actual presidente [Donald Trump] levou um milhão de votos a menos do que sua oponente, Hillary Clinton".
Lagos advertiu que existem "pressões americanas" que tentam diminuir as relações entre Moscovo e a América Latina.
O Partido Comunista do Chile pertence à coligação de centro-esquerda Nueva Mayoría, que actualmente está em oposição ao governo do presidente Sebastián Piñera.
Fonte: Sputnik
https://www.facebook.com/960198530674380/photos/a.960209104006656.1073741828.960198530674380/2030845470276342/?type=3&theater
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10211072452633597&set=a.4626976518795.2194964.1424263286&type=3&theater
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avante...19.9.2013
http://www.avante.pt/pt/2077/temas/127035/
40 anos sobre o golpe fascista no Chile
O Chile de Allende vive!
Cumpriram-se
no dia 11 de Setembro 40 anos sobre o golpe fascista que derrubou o
governo popular do Chile. Com Salvador Allende, os trabalhadores
lançaram-se na transformação do país afrontando o imperialismo, que não
perdoou a ousadia.
Quando
foi eleito presidente do Chile, a 4 de Setembro de 1970, com 36,6 por
cento dos votos à frente de uma ampla coligação de seis partidos,
denominada Unidade Popular (UP) – fundada em 1969 e cuja espinha dorsal
eram o Partido Socialista e o Partido Comunista do Chile –, Salvador
Allende já havia percorrido o país, de «Arica a Magalhães». Entusiasta
da efémera República Socialista de 1932, que durou 13 dias proclamando o
objectivo de nacionalizar o cobre e o carvão; deputado e senador em
diversos mandatos; ministro da Saúde do governo de Aguirre Cerda durante
dois anos e meio (1939-1941); candidato às presidenciais de 1952, 1958,
1962 e 1964, Allende conhecia o Chile e os chilenos como poucos. Por
onde passou, defendeu a democracia, a liberdade, o progresso e justiça
social pelos quais se bateu, apoiado pelo forte e experimentado
movimento operário chileno.
O
imperialismo ainda procurou impedir a tomada de posse de Allende e do
governo popular. Os planos existiam pelo menos desde 1969, quando
reuniram em Washington três generais norte-americanos e quatro chilenos,
entre os quais Auguto Pinochet. No encontro, os militares terão
garantido que se Allende vencesse as eleições tomariam o poder, «nem que
tenhamos que incendiar o Palácio de La Moneda».
A
«ameaça» de uma vitória de Allende era real desde 1958, quando só a
fraude eleitoral o derrotou por 30 mil votos. Em 1964, Washington
investiu 20 milhões de dólares na campanha de Eduardo Frei e desencadeou
uma operação mediática caluniosa de anticomunismo primário. Apostou na
mesma táctica em 1970 quando o candidato da direita foi Jorge
Allessandri, seguindo, aliás, a orientação de Henry Kissinger, que em
Junho desse mesmo ano terá dito a Nixon «não vejo por que devemos ficar
indiferentes enquanto um país cai no comunismo por causa da
irresponsabilidade do seu povo».
Em
1965, Kissinger já havia ordenado uma ampla pesquisa – «Operação
Camelot» – que escrutinou as tendências políticas e sociais dos
chilenos, concluindo que, a existir uma segunda República Socialista na
América Latina depois da Revolução cubana de 1959, esta seria, com
elevado grau de probabilidade, no Chile. O imperialismo não o podia
tolerar.
O
«Plano de Contingência» gizado em 1969 acabou por não avançar devido à
debilidade da Democracia-Cristã (DC). A DC e o presidente Eduardo Frei
(1964-1970) tinham perdido base social de apoio ao não concretizarem as
prometidas reformas agrária e da educação, e a criação de empregos na
indústria, provocando um enorme descontentamento entre o proletariado
urbano e rural, entre os camponeses sem-terra e os estudantes.
O
proprietário do influente jornal El Mercúrio, Agustín Edwards, ainda
foi à Casa Branca reunir com Richard Nixon, a 14 de Setembro de 1970,
mas a fidelidade democrática do general René Schneider (assassinado a 22
de Outubro de 1970), que então comandava as forças armadas chilenas,
terá consolidado a conclusão da falta de condições para uma intentona
militar imediata.
Avanço...
O
governo da UP, finalmente empossado em Dezembro de 1970 (apesar da
tentativa desesperada da CIA de comprar votos de deputados), foi o
primeiro onde participaram ministros operários: três comunistas e um
socialista. Multidões mobilizam-se na defesa do programa de
transformação social, que implementa serviços públicos de segurança
social e saúde, democratiza o ensino e a cultura, reconhece direitos aos
trabalhadores ou legaliza a acção e organização sindical e de classe.
Mas
o Chile era um nação dependente. Cerca de dois terços do seu
diversificado aparelho produtivo estava nas mão do capital estrangeiro;
80 por cento das matérias-primas eram importadas; a propriedade
fundiária permanecia intacta e o serviço da dívida do país consumia
centenas de milhões de dólares. Assim avançaram a reforma agrária, que,
no total, distribuiu dois milhões e 400 mil hectares de terra; as
nacionalizações de 16 dos 18 bancos comerciais e de cerca de 80 grandes
empresas industriais.
O
cobre era, no entanto, a moeda do Chile. As reservas daquele metal
colocavam o país a ombrear, no sector, com os EUA e a URSS. Por isso
Allende considerava que o resgate daquele recurso à rapina imperialista
significava «a segunda independência». As norte-americanas Anaconda e
Kenecott obtinham super-lucros com a exploração dos recursos minerais
mas não investiam um tostão no território. A 11 de Junho de 1971,
decidiu-se a expropriação de todas as explorações de cobre sem direito a
indemnização.
...e resistência
Ao
contrário do que supunham a reacção interna e externa, a política
aplicada pelo governo popular não provocou o caos. Os progressos
económicos e sociais surpreenderam. No primeiro ano, a produção
industrial aumenta 11 por cento e o PIB 7 por cento; o desemprego cai
para 4,8 por cento; o número de casas construídas aumenta 20 vezes; os
salários tiveram um crescimento entre 40 e 120 por cento mas a inflação
permaneceu controlada; os assalariados passaram a deter 59 por cento do
rendimento nacional. Mesmo a pequena burguesia e as camadas intermédias
beneficiam da política da UP.
Allende
e a UP controlavam o poder executivo, mas não detinham o poder. A
propriedade social só abrangia um terço da economia. Nem sequer no
parlamento havia uma maioria progressista. Democratas-cristãos e o
Partido Nacional, de extrema-direita, determinavam o ritmo legislativo.
O
imperialismo norte-americano avança então com a estratégia de «fazer
gritar de dor a economia chilena». A meta era derrubar o governo
liderado por Allende nas legislativas de Março de 1973.
Ao bloqueio imposto pelos EUA após a nacionalização do cobre, juntou-se a sabotagem interna e o lockout
patronal, no último trimestre de 1972. Os investimentos são congelados.
Fábricas e estabelecimentos comerciais são encerrados. Os camionistas
formam a «tropa de choque», mantendo a paralisação até ao derrube do
governo popular. A geografia do Chile dava-lhes o poder de determinarem a
circulação de mercadorias e bens. As senhoras da burguesia recrudescem o
ritual diário de bater caçarolas vazias, iniciado com a visita de Fidel
Castro ao Chile, em Novembro de 1971.
A
URSS compra trigo à Austrália e envia-o para o Chile, e desbloqueia
vários empréstimos. Cuba oferece simbolicamente um navio com açúcar. Os
trabalhadores combatem a sabotagem e a greve patronal, à qual se haviam
juntado algumas ordens profissionais. Esforçam-se por colocar a
indústria, o comércio e os serviços públicos e privados a funcionar.
Cerca de oito mil pessoas apresentam-se na capital, Santiago, para
conduzirem transportes.
Apesar da inflação, do racionamento feroz, dos cacerolazos
e da intensa campanha anticomunista, de difamação e propagação de
boatos, interna e externa, a UP conquista 44 por cento dos votos nas
eleições de Março de 1973. O imperialismo obtém a prova de que só uma
acção de força pode derrubar o governo popular e Salvador Allende.
Crimes fascistas
Nos
meses que antecedem o golpe fascista de 11 de Setembro de 1973,
recrudesce a acção dos agentes secretos norte-americanos. O Brasil
fascista e a Bolívia, que dois anos antes havia sido mergulhada numa
ditadura, são plataformas giratórias de mercenários, armas e dinheiro
para o golpe. Gasta-se o que for preciso por conta da Casa Branca e das
multinacionais.
O
governo popular tenta desequilibrar as forças armadas a seu favor, mas
os golpistas logram a substituição da esmagadora maioria dos chefes
castrenses e colocam nos lugares-chave homens da sua confiança a poucos
dias da intentona.
Salvador
Allende e a UP procuram nova legitimação nas urnas e decidem um
plebescito sobre a continuidade do seu governo. A 9 de Setembro, Allende
chama Augusto Pinochet e Herman Brady e anuncia-lhes a consulta. Ambos
percebem que têm de adiantar o golpe, alegadamente previsto para 14 de
Setembro.
O
golpe inicia-se na madrugada de 11 de Setembro de 1973, uma
terça-feira. Nesse dia, Salvador Allende anunciaria publicamente o
plebescito e inauguraria uma exposição antifascista que percorreria o
país. Nos quartéis os golpistas assassinam sem clemência os que se lhes
opõem. No Palácio de La Moneda, Salvador Allende e os que permanecem a
seu lado, resistirão escassas horas, rodeados de tanques e bombardeados
por aviões pilotados por norte-americanos, que haviam entrado no país a
coberto dos exercícios militares conjuntos entre Chile e EUA, agendados
para esses dias. Allende morre na refrega.
O
Chile mergulha na noite fascista, da qual só sairá 17 anos depois.
Milhares de pessoas são perseguidas, presas, torturadas, assassinadas,
expulsas das universidades, empresas e locais de trabalho. O destino de
muitas permanece incógnito.
Os
fascistas converteram o Estádio Nacional, em Santiago, num gigantesco
campo de concentração e tortura. Ali foi barbaramente assassinado o
cantor Victor Jara. O poeta comunista e Nobel da Literatura Pablo
Neruda, morrerá 12 dias após o golpe. A causa da sua morte está a ser
investigada.
Todas
as organizações revolucionárias, democráticas ou progressistas são
proibidas. O parlamento é encerrado e só reabrirá em 1990. Nem os clubes
desportivos podem realizar eleições. Os fascistas configuram o Estado à
sua medida, da Administração à Justiça.
O
terrorismo torna-se política de Estado com o Plano Condor de extermínio
de antifascistas, comum às ditaduras chilena impostas pelo imperialismo
também no Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai ou Uruguai.
O
Chile passa a ser laboratório dos neoliberais liderados por Milton
Friedman. A pobreza, a desigualdade e a exploração alastram ao mesmo
tempo que o capital depredador reassume posições.
A
iniquidade no acesso à Educação no Chile, qualificado actualmente por
organismos internacionais como o sistema mais desigual do mundo, é
apenas um exemplo das consequências da «receita» que o grande capital
aplicou no Chile, e que continua a pretender impor a propósito da crise
em que se encontra mergulhado.
Exemplo vivo
Quando
se dirigiu pela última vez aos chilenos via rádio, Salvador Allende
sublinhou que «a história é nossa e fazem-na os povos», e que «antes do
que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o
homem livre para construir uma sociedade melhor». Os processos
democráticos e progressistas, de sentido anti-imperialista e
antimonopolista, em curso na América Latina, a luta e a resistência dos
povos, no subcontinente e no mundo, dão-lhe razão.
___________________
Fontes:
«Chile, el golpe y los gringos (Crónica de una tragedia organizada)», Gabriel García Márquez, 1974, disponível em http://www.telesurtv.net/articulos/2013/09/11/chile-el-golpe-y-los-gringos-cronica-de-una-tragedia-organizada-789.html
«Chile 1972-1973: Revolución y contrarrevolución», Mike González, disponível em http://www.rebelion.org/hemeroteca/internacional/mikeg070103.htm
«Kerry,
Kissinger y el otro 11 de septiembre», Amy Goodman e Denis Moynihan,
disponível em
Http://www.democracynow.org/es/blog/2013/9/13/kerry_kissinger_y_el_otro_11_de_septiembre
«A
direita e os EUA não queriam um socialismo com democracia no Chile.
Seria contagioso», entrevista a Luis Corvalán, disponível em http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22680
«O dia final de Salvador Allende», Mauricio Brum, disponível em http://www.sul21.com.br/jornal/todas-as-noticias/golpe-no-chile-40-anos/o-dia-final-de-salvador-allende/
«El derrocamiento de Allende, contado por Washington», Hernando Calvo Ospina, disponível em http://www.cubadebate.cu/categoria/autores/hernando-calvo-ospina/
«Chile, o outro 11 de Setembro», Albano Nunes, «Avante!» número 1973 de 22-09-2011
www.telesurtv.net
______________________________________
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro
Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança
Gritavam Neruda Allende
davam vivas ao Partido
que é a chama que se acende
no Povo jamais vencido
– o Povo nunca se rende
mesmo quando morre unido
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Alguns traziam no rosto
um ricto de fogo e dor
fogo vivo fogo posto
pelas mãos do opressor.
Outros traziam os olhos
rasos de silêncio e água
maré-viva de quem passa
Uma vida à beira-mágoa.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Mas não termina em si próprio
quem morre de pé. Vencido
é aquele que tentar
separar o povo unido.
Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.
José Carlos Ary dos Santos
***Vitor Dias:
http://otempodascerejas2.blogspot.pt/2011/09/nos-10-anos-do-11-de-setembro.html
E, também como sempre tenho feito, não me impede de lembrar o outro 11 de Setembro, o de 1973 e no Chile, quando uma conspiração e golpe de Estado fomentados pelos EUA derrubou o governo democraticamente eleito de Salvador Allende com um seu infame cortejo de assassinatos, prisões e torturas.
(*) Devo honestamente referir que, apesar de não partilhar de certas teses no âmbito da conspiração ou provocação a respeito dos atentados de 11/9 de 2001, há aspectos que continuo a considerar muito estranhos e obscuros. Certamente por culpa minha, nunca percebi por exemplo se horas passadas à frente de computadores com simuladores de vôo ou a frequência de escolas de brevetagem em que apenas se pilotam aviões de pequena dimensão são o bastante para conduzir Boings ou 747 com a perícia demonstrada pelos terroristas que pilotaram os avões que embateram contra as Twin Towers. Creio que o 11/9 de 2001 não foi uma provocação política no sentido clássico do termo. Mas se tivesse sido, considerados os seus efeitos à escala mundial, teria sido a maior e mais sofisticada da história moderna, deixando o incêndio do Reichstag a muitas milhas de distância.
As Twin Towers em filmes
Uma produção da Slate.com
Como exemplo de que a dor não é incompatível
com a razão e a lucidez, ler aqui o depoimento
de Robert Klitzman, Prof. na Universidade de Colúmbia,
e que perdeu uma irmã nos atentados de 11 de Setembro, intitulado
«The Uses and abuses of 9/11»
A ler aqui.
A não perder aqui.
«(...)
Si el 11 de septiembre de 2001 puede entenderse, entonces, como una
prueba en que se sondea la sabiduría de un pueblo, me parece que Estados
Unidos, desafortunadamente, salió mal del examen. El miedo generado por
una pequeña banda de terroristas condujo a una serie de acciones
devastadoras que excedieron en mucho el daño causado por el estrago
original: dos guerras innecesarias; un derroche colosal de recursos
destinados al exterminio que podrían haber sido invertidos en salvar a
nuestro planeta de una hecatombe ecológica y a nuestros hijos de la
ignorancia; cientos de miles de seres muertos y mutilados y millones más
desplazados; una erosión de los derechos civiles y el uso de la tortura
por parte de los norteamericanos que le dio el visto bueno a otros
regímenes para que abusaran aún más de sus poblaciones cautivas. Y,
finalmente, el fortalecimiento en todo el mundo de un Estado de
Seguridad Nacional que exige y propaga una cultura de espionaje,
mendacidad y temor.(...)
*** http://samuel-cantigueiro.blogspot.pt/2010/09/911-ny-onze-de-setembro-santiago-do.html
Desde 2001 que o ataque terrorista ao
World Trade Center em Nova Iorque é lembrado em todos os media mundiais,
por vários motivos e com as mais variadas intenções... incluindo a
homenagem às vítimas. Entretanto, logo a seguir, este ataque serviu de
pretexto para a invasão e destruição de um país que, comprovadamente,
nada teve que ver com o ataque aos EUA, invasão que resultou no
assassínio de centenas de milhares dos seus cidadãos, fossem homens,
mulheres, ou simples crianças. Estas vítimas, aparentemente, pouco
interessam aos media dominantes.
Desde
1973 que o ataque ao presidente legítimo do Chile, Salvador Allende e
ao povo chileno, ataque desenhado, planeado, financiado e executado com a
participação dos EUA (facto que já ninguém se dá ao trabalho de negar),
resultou no assassínio de Allende e muitos milhares de chilenos, na
implantação de uma das mais sangrentas ditaduras militares sob as patas
infectas de Augusto Pinochet... e sempre com a ajuda dos EUA... desde
1973, como ia dizendo, que este ataque é praticamente ignorado por quase
todos os media.
Depois
de tantos anos em que a ausência de memória sobre o golpe no Chile é
repetidamente denunciada por tanta gente, já não restam quaiquer ilusões
de que o seu "esquecimento" por parte dos jornais, televisões,
comentadores e politólogos, seja inocente. Trata-se de mais um
"branqueamento" que cumpre objectivos.
Por muitas razões, sendo a profunda injustiça desta discriminação
apenas uma delas, enquanto tiver meios para o fazer, irei lembrando as vítimas chilenas do ataque terrorista norte-americano, sem que isso signifique qualquer forma de menor respeito pelas vítimas norte-americanas dos atentados de Nova Iorque.
“… Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança…
… Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.”
***
do 11 de Setembro, há 37 anos
HOMENAGEM AO POVO DO CHILE
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro
Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança
Gritavam Neruda Allende
davam vivas ao Partido
que é a chama que se acende
no Povo jamais vencido
– o Povo nunca se rende
mesmo quando morre unido
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Alguns traziam no rosto
um ricto de fogo e dor
fogo vivo fogo posto
pelas mãos do opressor.
Outros traziam os olhos
rasos de silêncio e água
maré-viva de quem passa
Uma vida à beira-mágoa.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Mas não termina em si próprio
quem morre de pé. Vencido
é aquele que tentar
separar o povo unido.
Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.
José Carlos Ary dos Santos
http://ocheirodailha.blogspot.pt/2010/09/memoria-do-11-de-setembro-ha-37-anos.html
*** O comunista, cantor, Victor Jara vai para o estádio nacional com outros milhares de chilenos...assassinado após tortura a 15.9.
https://www.youtube.com/watch?v=en8yqVxuT-U
***
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=948025931879259&set=a.157158434299350.34477.100000155840614&type=3&theater
11 de Setembro um dia negro para o mundo.
Dia em que um presidente eleito pelo seu povo é assassinado com o apoio dos Estados Unidos da América.
Dia em que aconteceram os atentados às torres gémeas com o sistema de navegação aéreo desligado em todo o território Norte-americano.
Dias que mudaram o mundo, para muito pior.
***
postagem que fiz em 2009
luis cilia
http://www.youtube.com/watch?v=JTbnOhXSy44
*
http://www.youtube.com/watch?v=_uCC-venMtU
*
Quilapayun canta “El Pueblo Unido Jamas Sera Vencido” em Santiago, diante do Palácio presidencial de La Moneda, poucos dias antes do golpe militar fascista de Augusto Pinochet do 11 de Setembro de 1973.
El pueblo unido jamás será vencido
(Sergio Ortega)
El pueblo unido, jamás será vencido,el pueblo unido jamás será vencido…
De pie, cantarque vamos a triunfar.Avanzan yabanderas de unidad.Y tú vendrásmarchando junto a míy así verástu canto y tu bandera florecer.La luzde un rojo amaneceranuncia yala vida que vendrá.
De pie, lucharel pueblo va a triunfar.Será mejorla vida que vendráa conquistarnuestra felicidady en un clamormil voces de combate se alzarán,diráncanción de libertad,con decisiónla patria vencerá.
Y ahora el pueblo
que se alza en la lucha
con voz de gigante
gritando: ¡adelante!
El pueblo unido, jamás será vencido,
el pueblo unido jamás será vencido…
La patria está
forjando la unidad.
De norte a sur
se movilizará
desde el salar
ardiente y mineral
al bosque austral
unidos en la lucha y el trabajo
irán,la patria cubrirán.
Su paso ya
anuncia el porvenir.
De pie, cantar
el pueblo va a triunfar.
Millones ya,
imponen la verdad,
de acero son
ardiente batallón,
sus manos van
llevando la justicia y la razón.
Mujer,con fuego y con valor,
ya estás aquí
junto al trabajador.
Y ahora el pueblo
que se alza
en la lucha
con voz de gigante
gritando: ¡adelante!
El pueblo unido, jamás será vencido,
el pueblo unido jamás será vencido…
***
Vientos del Pueblo de Víctor Jara
https://www.youtube.com/watch?v=q3A8EysX4gIHace algún tiempo tenia en mente hacer un video con esta canción de Víctor Jara, que si bien fué escrita a principios de los 70's, hay muchas cosas que tienen en común con la etapa política y social que vivimos los mexicanos.
Hay muchas cuentas pendientes con el pasado, con gente tan detestable de la derecha y alguna que otra de la izquierda (digase Marcos y Cárdenas), pero como decía Victor Jara en su canción: "...La estrella de la esperanza continuará siendo nuestra...".
***
26 de Junho de 1908: Nasce Salvador Allende, presidente do Chile assassinado em 1973.
Salvador
Allende nasceu a 26 de junho de 1908, em Valparaíso, no Chile e faleceu a 11 de setembro de 1973. Formou-se em Medicina mas dedicou a sua vida à política. Aderiu ao partido socialista quando este foi fundado em 1933, tornou-se deputado do Congresso em 1937 e foi ministro da Saúde em 1939.Em 1970, decidiu candidatar-se pela coligação Unidade Popular, e concorreu às eleições presidenciais chilenas.
Muitos dos analistas políticos da altura temiam a candidatura de Allende, por ela significar a aliança de socialistas, comunistas e outros partidos e grupos de esquerda menos significativos, cujos seguidores mais extremistas preconizavam um desprezo pela "legalidade burguesa", que consideravam um obstáculo às alterações político-económicas que pretendiam implementar.
Como forma de contrariar este medo que se podia generalizar, Salvador Allende frisou, várias vezes, o facto de se pretender vincular a um governo democrático e constitucional, tarefa que lhe foi facilitada pelo facto de os seus apoiantes não serem militantes dos partidos que a coligação englobava.
O desejo de Allende era implementar o socialismo de um modo pacífico e legal, aquilo a que chamou "la via chilena".
As eleições realizaram-se a 4 de setembro de 1970, e o candidato da Unidade Popular obteve o maior número de votos (36,6%), deixando o segundo candidato a pouca percentagem de distância (35,3%). Como não houve maioria por parte de nenhum partido, o Congresso teve de nomear o presidente, tradicionalmente o candidato com maior número de votos. A tradição foi respeitada e, a 24 de outubro desse ano, Allende confirmou-se como o primeiro presidente marxista livremente eleito em todo o mundo.
Muitos dos analistas políticos da altura temiam a candidatura de Allende, por ela significar a aliança de socialistas, comunistas e outros partidos e grupos de esquerda menos significativos, cujos seguidores mais extremistas preconizavam um desprezo pela "legalidade burguesa", que consideravam um obstáculo às alterações político-económicas que pretendiam implementar.
Como forma de contrariar este medo que se podia generalizar, Salvador Allende frisou, várias vezes, o facto de se pretender vincular a um governo democrático e constitucional, tarefa que lhe foi facilitada pelo facto de os seus apoiantes não serem militantes dos partidos que a coligação englobava.
O desejo de Allende era implementar o socialismo de um modo pacífico e legal, aquilo a que chamou "la via chilena".
As eleições realizaram-se a 4 de setembro de 1970, e o candidato da Unidade Popular obteve o maior número de votos (36,6%), deixando o segundo candidato a pouca percentagem de distância (35,3%). Como não houve maioria por parte de nenhum partido, o Congresso teve de nomear o presidente, tradicionalmente o candidato com maior número de votos. A tradição foi respeitada e, a 24 de outubro desse ano, Allende confirmou-se como o primeiro presidente marxista livremente eleito em todo o mundo.
Salvador Allende. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
wikipedia (Imagem)
https://www.youtube.com/watch?v=CEbj0gazEVMSalvador Allende
*
https://www.youtube.com/watch?v=hLK0HyatM70