13/07/2017

9.727.(13jul2017.7.7') RuiFerra Escritos

Nasceu a 29mar1965
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Via facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100013416106821
acabei de ler o bELO livro:
Foto de RuiFerra Escritos.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=164083614048841&set=a.164086470715222.1073741827.100013416106821&type=3&theater
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12jul2017
Foto de RuiFerra Escritos.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=319198195204048&set=a.240672776389924.1073741828.100013416106821&type=3&theater
Deixar

Deixar transbordar
Tudo o que em mim não cabe
Tentar viver atentamente
Cada eloquente momento
Que me extravasa
Que me transforma
Que me trás e leva
O ser que sou
Que me chama
Como quem chama
O menino que se esconde
Na ingenuidade
Da idade que o sustem
Deixar amadurecer os princípios
Que a idade aprende
Deixar esvoaçar os pássaros
Deixar o mundo circundar-me
De beleza
E não mergulhar
Nos perfumes aprisionados
Aos mais estéticos frascos
Deixar não deformar as ideias
Que glorificam os momentos
Que consagram a história
Que arrebatem todo
E qualquer inseguro
Que se debate contra si
Perdido de identidade
Deixar acalmar os sentidos
Até os mais perversos
E consolidar as glorias
As mestras de serviço
Deixar que sejas tu
O olhar as ideias
O saber
O querer ser
Saber estar
Saber florear vida e candura
Deixar que o espaço
Que nos contorna
Se ajuste sempre
Se ajuste sempre e todos os dias
À criação controlada
Que nos expande
E nos afaga
Deixando-nos
Respirar a imaginação
Deixando-nos levar
Na imensidão dos sonhos
Que só por sonhados
Nos aclamam
Nos levam á mais certa incerteza
Que nos propaga
Que nos deixa ávidos
De querer sair de nós
Deixar o mundo
Ser dono de si
Deixar o mundo
Travar esse inconsciente
Esse ser
Que se debate em ser homem
E que se introspeça
Que se disputa sempre contra si
Contra a sua genética impureza
Que se prostra
Na sua humilde fraqueza
A desculpa de se ser humano
Deixar de prender
O porquê da não escolha
O facto de não se ser
Um qualquer animal
Que se inibe do melhor
Deixar o provocar da insensatez
O tornar imundo o redor
E banalizar
Deixar o imprudente
E o transformador
Ser ele entre os mortais
O pior dos animais
Por se invocar de inteligência
E sucumbir á dormência
Do sol que amolece
E acalma a alma
Mesmo a por vezes
A mais intranquila
Deixar respirar estes humanos
Que se perguntam
Nesta imensidão de espaço
Se olham por dentro e por fora
E se questionam
Sós
E porquê sós

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24jun2017
Foto de RuiFerra Escritos.
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Bombeiro Voluntário
Aprisionado no fato
Com retardador de chama
Capacete e óculos condizentes
Luvas e botas protectoras
Com jeito e com preceito
Chama a coragem pelo homem
Que se predispõe em vontade
De afugentar as chamas
Dispondo de armas de guerra
Com o símbolo da paz
Machado aguçado
Temido pela madeira
Mangueira de várias polegadas
Exibindo a forma de canhão
Mas de água
Prestasse o guerreiro
Em coração e alma
Fazendo frente ás frentes
Da dura batalha
E bem de frente
Vezes sem conta
A morte lhe acena
Cocando-lhe a sorte desatenta
Que o olhar desvia
Num ultimo instante
Vezes outras
Rende-se ao azar
Oferecendo o corpo ás chamas
O Bombeiro Voluntário
Parte involuntariamente
Num adeus sem regresso
Parte para todo o sempre
O ser que se alistou
Por honra
Por prazer
Ou por vaidade
Ou tão simples e somente
Pela vontade de desejar socorrer
Nada em si desdignifica
O voluntarioso acto imenso
De sacrificar o corpo que é seu
Em prol de outro corpo
De outro rosto
Que nunca antes conheceu

RuiFerra.escritos