22/01/2018

4.164.(22jan2018.7.7') Autoeuropa e Opel/general Motors

***
1mar2018
Mais de 73% dos trabalhadores da Autoeuropa votaram «sim» no referendo realizado esta quinta-feira, relativo ao novo acordo laboral do caderno reivindicativo, negociado entre Comissão de Trabalhadores e administração.
Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram hoje o novo acordo laboral, com 3303 votos a favor (73%), 1133 contra (25%), 29 nulos e 50 brancos.
O acordo em causa prevê um aumento salarial de 3,2%, com um mínimo de 25 euros e efeitos retroactivos a Outubro de 2017. São ainda contemplados prémios de 100 a 200 euros para Abril de 2018, conforme a antiguidade do trabalhador, e a integração de 250 trabalhadores a termo nos quadros da empresa até ao final do ano.
Em nota de imprensa, a Comissão de Trabalhadores saudou a «elevada participação» dos trabalhadores, um resultado demonstrativo da «sua unidade e do seu sentido de responsabilidade na defesa dos seus direitos».
Aumentos salariais estavam pendentes desde Outubro de 2017
https://www.abrilabril.pt/trabalho/trabalhadores-da-autoeuropa-aprovam-novo-acordo
***
20feVER2018
Carlos Carvalhas
A Opinião da TSF", Carlos Carvalhas afirmou que a utilização do argumento da deslocalização como chantagem é uma consequência do mercado aberto.
Carlos Carvalhas considera que a deslocalização tem sido usada como chantagem pelas empresas para obrigar os trabalhadores a aceitarem quaisquer condições de trabalho. No espaço de comentário da TSF, "A Opinião", o antigo líder comunista afirmou que tem existido uma "ofensiva " para pressionar os trabalhadores da Autoeuropa a aceitar as propostas da administração.
Apesar das negociações entre os funcionários e a administração da Autoeuropa, as conversas resultaram na imposição administrativa do trabalho ao sábado, o que, diz Carlos Carvalhas, não aconteceu numa fábrica da mesma empresa na Alemanha - onde a administração aceitou chegar a um acordo com os trabalhadores, alegando que o melhor para empresa era ter os funcionários motivados.
Na opinião do economista, mesmo quando os trabalhadores cedem às propostas das empresas, correm o risco de perder o emprego com a deslocalização das fábricas. O comunista aponta o casa da Opel da Azambuja onde, em 2005, a empresa e os trabalhadores chegaram a acordo, aumentando a produção. Mesmo com lucros, a empresa decidiu não cumprir o acordo e, um ano depois, deslocalizou a empresa para Espanha, onde lhe foram oferecidos custos de produção ainda mais baixos, lembrou Carlos Carvalhas.
O antigo secretário-geral do PCP afirma que esta é uma consequência do mercado aberto: as empresas andam sempre à procura dos países que lhes deem mais benefícios e vão usando o argumento da deslocalização como chantagem.
Para Carvalhas, esta é uma realidade que deveria ser combatida. "Os governos deviam ter possibilidade de recuperar a sua soberania monetária, pelo menos, quando estivessem em causa grandes interesses do país, dos trabalhadores de uma região. Poderem voltar a ter aquilo que já tiveram: o controlo de capitais", disse.

O economista alega que a ideia é até defendida por vários banqueiros e homens das grandes instituições financeiras - como o britânico Adair Turner -, que percebem que a livre circulação dos capitais favorece a instabilidade da esfera financeira, alimenta paraísos fiscais e torna as crises muito mais difíceis de controlar.
https://www.tsf.pt/economia/interior/autoeuropa-a-deslocalizacao-e-uma-chantagem-9131186.html
***
5FEver2018
Agostinho Lopes: A defesa de direitos e interesses pelos trabalhadores da Autoeuropa é estigmatizada pela voz do capital e dos seus servos. Um antigo aforismo popular serve de mote para devolver a discussão à prosaica realidade.
https://www.abrilabril.pt/trabalho/com-o-teu-amo-nao-jogues-peras
***
31jan2018
Foto de Vítor Dias.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1408035309305977&set=a.108839462558908.15619.100002985630891&type=3&theater
***
30jan2018
O primeiro dia das jornadas do CDS-PP terminaram com um debate em que o secretário-geral da UGT e o presidente da CIP trocaram impressões sobre a situação de conflito laboral na Autoeuropa para chegarem à conclusão que estão de acordo em relação ao essencial: deviam aceitar a desregulação dos horários, ou os alemães da Volkswagen ainda «perdem a paciência». Há muitos «países interessados» em receber uma fábrica da empresa germânica, avisou Carlos Silva.
O homem que devia assumir a defesa dos direitos dos trabalhadores – afinal, é dirigente sindical – não teve uma única palavra para a tentativa de imposição do trabalho aos sábados como obrigatório pela empresa. Já críticas à comissão de trabalhadores (CT) e aos «agitadores profissionais» que participam nos plenários onde as decisões são tomadas pela maioria dos trabalhadores da empresa não faltaram.

UGT e patronato em defesa de António Chora

Outra matéria em que ambos convergiram foi na defesa da anterior comissão de trabalhadores, que viu quatro pré-acordos com a administração chumbados em referendo. O destaque foi para a figura de António Chora, dirigente do BE e ex-coordenador da CT, que saiu da empresa pouco antes do início das negociações sobre o novo horário de trabalho.
Chora, de 63 anos, trabalha actualmente como consultor de uma empresa de trabalho temporário do grupo Volkswagen, a Autovision, apurou o AbrilAbril. Isto apesar de ter saído da Autoeuropa no início de 2017 para a reforma, quando disse ter como horizonte a sua actividade como eleito do BE na Assembleia Municipal da Moita e de querer dar aulas «sobre cultura sindical em cursos de gestão e de recursos humanos», em declarações ao Jornal de Negócios.
Depois de Carlos Silva visar a CGTP-IN, António Saraiva acusou a central sindical de aproveitar a «oportunidade, colocando um vírus na empresa».

Ministros do CDS-PP responsáveis por desregulamentação dos horários

Ambos falaram nas jornadas parlamentares de um partido cujas propostas de conciliação da vida profissional com a vida pessoal e familiar passam pelo alargamento dos horários das creches e jardins de infância e a transmissão de direitos dos pais para os avós em matérias relacionadas com a redução e flexibilidade nos horários de trabalho.
Foi durante a tutela de ministros do CDS-PP sobre a área do Trabalho – Bagão Félix e Pedro Mota Soares – que foram aprovadas várias alterações à legislação laboral, nomeadamente a criação e generalização de instrumentos como a adaptabilidade e o banco de horas.
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, conversa com Carlos Silva da UGT durante as jornadas parlamentares do CDS-PP, em Setúbal. 29 de Janeiro de 2018
https://www.abrilabril.pt/nacional/cds-pp-da-palco-ataques-luta-dos-trabalhadores-da-autoeuropa
***
24jan2018
Foto de AbrilAbril.
CGTP combate a mentira
Autoeuropa, para combater a mentira e mistificação das TVs, jornais e comentadores da direita e não só, importa saber: 
(ver vídeo)
A Associação Automóvel de Portugal quer impõr:
» 12 horas de trabalho por dia,
» o trabalho aos domingos.
» nos 52 domingos do ano os trabalhadores apenas descansarão 15.
Na AutoEuropa há 2500 trabalhadores com salário de 660 €uros.
Na Alemanha nenhuma fábrica da Volkswagen trabalha 6 dias seguidos e o trabalho ao sábado só acontece se for voluntário.

***
16jan2018...abrilabril
A Opel não fechou por falta de acordo, mas por incumprimento do acordo por parte da empresa. Explicação tintim por tintim aos comentadores de turno.
Trabalhadores da Autoeuropa concentrados à entrada da fábrica de automóveis durante a greve contra o trabalho obrigatório ao sábado, em Palmela, 30 de Agosto de 2017.
Desde que os trabalhadores da Autoeuropa foram forçados a recorrer a formas de luta, perante a irredutibilidade da administração na intenção de impor o trabalho obrigatório ao sábado e um sistema de turnos rotativos – com graves implicações na saúde e na vida pessoal e familiar dos trabalhadores –, que foi posta em marcha pelos órgãos da comunicação social dominante uma campanha de intoxicação da opinião pública, visando dividir e desmobilizar os trabalhadores, procurando atingi-los na sua inteligência, dignidade e sentido de responsabilidade.
Uma campanha baseada na falsificação dos factos, na provocação e na mentira, onde não faltaram os ataques às organizações representativas dos trabalhadores, designadamente aos sindicatos, a tentativa de partidarização da luta e toda a espécie de chantagens, incluindo o velho recurso à ameaça de deslocalização da produção – de tal forma descontextualizado, que a própria administração teve necessidade de vir a público desmentir.
Os protagonistas são os mesmos de sempre: comentadores de turno ao serviço do capital; os chamados analistas políticos; dirigentes patronais; forças políticas de direita; e até alguns (poucos) porta-vozes das administrações que, para o efeito, utilizam abusivamente o mandato que conseguiram dos trabalhadores. Na tentativa de darem um ar de credibilidade às ameaças, esta gente não teve pejo em utilizar vezes sem conta o nome dos trabalhadores da Opel Portugal, insinuando que teriam sido eles os culpados pelo encerramento da fábrica.
Poderiam ter falado de outras fábricas deslocalizadas pelas multinacionais, como a Ford, a Quimonda, a Lear, a Johnson Control, a Texas Instruments, a Delphi da Guarda e de Ponte de Sor, a Renault, a Indelma/Alcoa, a Euronadel, a Bombardier, ou outras com diferentes tradições de luta e graus de organização. Mas não. Tinha de ser a Opel Portugal, onde os trabalhadores tudo fizeram para que a produção continuasse no nosso País.
Sabemos, e eles também sabem, que uma mentira várias vezes repetida acaba por parecer verdade. Por isso, tanto aqueles que trabalharam na Opel Portugal, que merecem ser honrados pela luta que desenvolveram, como os trabalhadores da Autoeuropa, que saberão encontrar, sem pressões e ameaças, o melhor caminho para a defesa dos seus interesse e direitos, merecem que a verdade seja reposta.
Sejamos claros: é falsa e sem fundamento a afirmação de que a luta pelos direitos tenha sido a causa da deslocalização da produção. A General Motors (GM) transferiu a fábrica para Saragoça, onde os salários eram muito mais elevados, para potenciar sinergias e se aproximar dos centros logísticos da Alemanha – na sua própria justificação, que desmente os comentadores encartados.
Ao longo da sua permanência em Portugal, durante mais de 43 anos, a fábrica da GM foi palco de importantes lutas por melhores condições de vida e de trabalho que nada impediram, antes impulsionaram, o investimento na melhoria do processo produtivo e a implementação de novos projectos, de que é exemplo a ampliação da fábrica e a modernização da linha, ambas no ano 2000.
O caderno reivindicativo apresentado para 2005 vinha na sequência da prática de anos anteriores e tinha em conta os acordos estabelecidos. Nele constavam matérias relacionadas com a necessidade de melhorar as condições de vida e de trabalho, nomeadamente através da proposta de um aumento igual para todos os trabalhadores que corrigisse as discrepâncias salariais resultantes de aumentos selectivos verificados em anos anteriores.
Foi a intransigência da Administração, ao fazer depender o acordo da aceitação integral de um sistema de flexibilização do horário – com graves implicações na vida dos trabalhadores – que levou ao impasse negocial e não deixou alternativa à adopção de formas de luta, as quais tiveram o ponto alto na greve do dia 10 de Março de 2005.
Aos esforços que se seguiram, da parte da comissão de trabalhadores (CT), na procura de uma solução negociada, a administração contrapôs a dramatização do processo, apresentando o acordo às suas propostas como condição e garantia de projectos futuros para a fábrica. Foi neste contexto de impasse negocial e de pressão sobre o futuro do emprego que, no dia 16 de Julho de 2005, teve lugar a consulta aos trabalhadores, tendo 54% votado pela aceitação da proposta da empresa.
Perante este resultado a CT sentiu-se sem condições para continuar o mandato e apresentou a demissão. A grande manifestação de solidariedade e confiança transmitida pela maioria dos trabalhadores, através de um abaixo-assinado onde faziam o apelo à sua continuação, levou os membros da CT a recandidatar-se e foram eleitos, com mandato para dar continuidade às decisões do plenário.
Em 24 de Junho de 2005 o acordo foi assinado para vigorar em 2005, 2006 e 2007.
Num comunicado conjunto então subscrito pela administração e pela CT, afirmava-se que «por um período de três anos, foi possível introduzir, para a fábrica da Azambuja, um mecanismo de flexibilidade, criando assim uma ferramenta de ajuste da oferta à procura, indispensável no mercado de veículos comerciais, fortemente dependente dos grandes negócios de frotas».
No final do ano, a GM enaltecia o desempenho da fábrica, registando um aumento da produção de 11,2% em relação ao ano anterior, cotando-se entre as 3 melhores unidades da Europa em segurança, qualidade e eficiência.
Em meados de 2006, cerca de um ano após a assinatura do acordo, os trabalhadores da Opel Portugal foram confrontados com a intenção da GM de transferir a produção da Azambuja para Saragoça, com o pretexto dos custos decorrentes da distância dos centros logísticos localizados em Espanha e na Alemanha. Com esta decisão a multinacional americana faltou ao compromisso com os trabalhadores, violando o acordo social para três anos, ao mesmo tempo que quebrava o contrato com o governo Português, que a obrigava a manter a produção na Azambuja pelo menos até 2009, como contrapartida do apoio concedido de mais de 40 milhões de euros para modernização da linha.
A partir desse momento, os trabalhadores, contando com o apoio das suas organizações de classe e a solidariedade da população, das autarquias locais e das forças vivas da região, tudo fizeram para tentar impedir a consumação deste crime económico e social cometido pela GM sem qualquer outra justificação que não fosse o seu interesse estratégico, uma vez que estava criada a tão propalada paz social, a fábrica dava lucro e tinha todas as condições para responder às necessidades da produção – como a própria administração admitira há menos de seis meses.


















Trabalhadores da fabrica Opel da Azambuja, durante a mudanca de turno, quinta-feira, 12 de Julho de 2006, na Azambuja. CréditosAntónio Cotrim / LUSA
Em 19 de Junho de 2006 os trabalhadores entraram em greve, seguindo-se um processo de luta que, para além da CT, contou com o apoio do sindicato dos Metalúrgicos e da CGTP-IN. A 29 de Julho teve lugar uma grande manifestação em Lisboa, onde estiveram presentes o Secretário-geral da FEM (Federação Europeia da Metalurgia), representantes do comité europeu de empresa e de diversas fábricas do grupo – incluindo Saragoça – e centenas de dirigentes, delegados sindicais e membros de CTs, portadores da solidariedade dos trabalhadores de todo o País.
A luta desenvolvida atravessou fronteiras e contou com a solidariedade activa dos trabalhadores de outras fábricas do grupo na Europa, manifestada através de diversas iniciativas, incluindo paralisações do trabalho e recolhas de fundos dinamizadas e coordenadas pelo comité europeu de empresa, numa acção de solidariedade transnacional ainda hoje considerada inédita em situações semelhantes. Sublinhe-se que os trabalhadores da Opel, eles próprios solidários, entregaram a totalidade das verbas recebidas a instituições de solidariedade social da região.
Em sentido inverso, os inimigos dos trabalhadores não perderam a oportunidade para lançar uma campanha de desinformação junto da opinião pública, visando limpar a imagem da GM e transferir para os trabalhadores e as suas organizações a culpa da deslocalização, por terem «ousado» lutar por melhores condições de vida e de trabalho e resistir à desregulação dos horários, à diminuição dos direitos e à desvalorização profissional.
A preocupação desta gente não era o futuro dos trabalhadores nem a defesa da produção nacional mas, tão somente, utilizar o fecho desta fábrica como exemplo para promover a teoria da inevitabilidade da política de baixos salários e do retrocesso dos direitos e, ao mesmo tempo, provocar o receio e o desalento no seio dos trabalhadores, para condicionar a acção reivindicativa e enfraquecer a luta contra a desregulação das relações laborais.
Não conseguiram os seus objectivos. Os trabalhadores não se deixaram intimidar e a luta pela defesa da contratação colectiva, contra as alterações gravosas da legislação laboral, contra as políticas de direita e pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, não só prosseguiu como se intensificou. Mas ficaram as deturpações e as mentiras na cartilha ideológica do capital, que os papagaios de serviço agora utilizam como arma de arremesso contra os trabalhadores da Autoeuropa e contra todos aqueles que resistem e lutam contra as injustiças e a exploração.
Entretanto a GM prosseguiu o processo de reestruturação que levou ao encerramento de fábricas na Bélgica (2700 trabalhadores) e na Alemanha e envolveu, em 2009, a fábrica de Saragoça. O grande movimento de luta dos trabalhadores, cujo ponto alto foi a manifestação que reuniu 15 mil pessoas em Saragoça, no dia 17 de Setembro de 2009, em defesa da fábrica da Opel, garantiu a continuidade da fábrica e demonstrou que o fecho da fábrica na Azambuja nada teve a ver com as reivindicações e com a luta dos trabalhadores.
Teve, sim, com o facto de aqui se encontrar o elo mais fraco para a GM iniciar a a sua estratégia de reestruturação para a Europa: tratava-se da fábrica mais pequena do grupo, situada num país como Portugal, com fraco peso político, onde as políticas de submissão aos interesses do grande capital e a passividade demonstrada pelos sucessivos governos, face aos desmandos das multinacionais, lhes garantiam menores custos – tanto políticos como económicos e financeiros.
Se há experiência a tirar, é a da confirmação de que o capital não tem pátria e as multinacionais se deslocalizam não por terem prejuízo mas para irem atrás dos mercados, atraídas pelos apoios financeiros dos estados – que funcionam como autênticos leilões de fundos públicos – e de mão-de-obra barata, à procura de obterem os maiores lucros no menor espaço de tempo possível, à custa de uma cada vez maior exploração de quem trabalha.
É por isso que os trabalhadores precisam de estar cada vez mais unidos e organizados, para defenderem os seus direitos e a sua dignidade profissional e prosseguirem a luta por reivindicações imediatas, pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, por um Portugal de progresso, solidário, desenvolvido e soberano. Digam o que disserem os seus inimigos.
https://www.abrilabril.pt/repor-verdade-derrotar-chantagem-honrar-luta-dos-trabalhadores
***
11jan2018
Os trabalhadores da Autoeuropa continuam a bater-se por um horário que não ponha em causa a conciliação com a vida pessoal e familiar

A direc

REIVINDICAÇÕES DO SITE SUL

  • Criação de condições para implementar o «horário de transição» em regime de voluntariado;
  • Pagamento do trabalho ao sábado em conformidade com a prática actual, que prevê acréscimo de 100% da retribuição diária e descanso compensatório de 25% do tempo trabalhado;
  • Pagamento de todas as despesas dos trabalhadores com a guarda dos filhos aos sábados laborados;
  • Pagamento de uma compensação de 250€ mensais a quem optar pelo novo horário;
  • Aumento salarial mínimo de 50€, com efeitos a Setembro de 2017, para todos os trabalhadores;
  • Aumento para 770€ do salário A0, aplicável aos trabalhadores recém-admitidos, e a passagem em Janeiro de 2018 de todos os trabalhadores admitidos em 2017 ao nível seguinte;
  • Aumento das pausas de 7 para 15 minutos;
  • A criação de uma nova linha de montagem.
ção do SITE Sul lançou esta quinta-feira um comunicado aos trabalhadores, explicativo daquilo que defendeu na reunião de terça-feira com a administração, e apela à realização de novos plenários de trabalhadores, sem descartar nenhuma futura forma de «luta».
https://www.abrilabril.pt/trabalho/sindicato-defende-novos-plenarios-na-autoeuropa
***
4 dias parada por falta de fornecimento de tubos de escape duma empresa estrangeira...
aqui ninguém comenta que a empresa vai embora!!!
***
22dez2017
Os trabalhadores continuam a recusar a tentativa da administração de impor um horário que implica o trabalho obrigatório ao sábado. Esta semana, essa opinião reflectiu-se nos plenários realizados e as estruturas representativas defendem que as negociações têm que continuar.
Os trabalhadores da fábrica da Volkswagen em Palmela, nos plenários realizados esta quarta-feira, reafirmaram o seu descontentamento e a rejeição da imposição da administração de um horário que consideram pôr em causa a saúde e conciliação da vida pessoal com a familiar.
Neste contexto, foi aprovada uma proposta de um grupo de trabalhadores para a convocação de uma greve de dois dias, a 2 e 3 de Fevereiro, informou ontem à Lusa a comissão de trabalhadores (CT).
Segundo a estrutura representativa, durante os plenários foi também apresentado um caderno reivindicativo, que será, posteriormente, apresentado à administração da Autoeuropa, mas que «ainda não é um documento fechado» porque vai ser submetido a discussão durante o mês de Janeiro. Este é um documento de 24 pontos que incluiu várias matérias, como prémios por objectivos, progressão nas carreiras, seguro de saúde, apoio escolar, bem como uma proposta de aumentos salariais de 6,5% em 2018.
A próxima reunião sobre o novo horário entre a administração da Autoeuropa e a CT está prevista para o dia 8 de Janeiro, sendo que, na reunião da passada segunda-feira, segundo a comissão, a administração demonstrou uma postura intransigente.
Num comunicado publicado hoje, a direcção do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (Site Sul/ CGTP-IN) e a sua comissão sindical na Autoeuropa referem que «a postura de prepotência da administração em não satisfazer algumas das propostas dos trabalhadores, designadamente sobre as condições e regras do designado “horário da fase de transição”, só poderia resultar no surgimento de linhas de descontentamento e confusão que penalizam ainda mais os trabalhadores e a sua saúde e vida familiar e pessoal».
A estrutura sindical reafirma «a exigência da continuação das negociações, no sentido de se encontrar uma solução que responda às propostas dos trabalhadores».
O comunicado informa ainda que, «dando sequência à linha de trabalho do sindicato na procura da unidade e convergência de vontades das várias estruturas representativas dos trabalhadores, vai realizar-se hoje (22 de Dezembro) uma reunião com a comissão de trabalhadores», para além de também estar marcada para o próximo dia 9 de Janeiro uma reunião com a administração, onde continuarão a reivindicar «condições de trabalho que correspondam à vontade e interesses dos trabalhadores», «sem condicionalismos externos, demagogia e populismos», assumindo que, tal como na greve de dia 30 de Agosto, estarão com os trabalhadores «na construção da unidade».
Depois da rejeição, em plenário, de dois pré-acordos, a administração impôs unilateralmente o novo modelo para ser implementado em finais de Janeiro e que inclui 17 turnos semanais, com a produção obrigatória aos sábados a dois turnos, que se perspectiva até Agosto e inclui a promessa de prémios. Perante esta postura, a comissão de trabalhadores e o Site Sul demonstraram o seu repúdio, tendo defendido a continuidade das negociações.
A CT divulgou hoje um comunicado onde refere que «o clima de confusão e precipitação existente são da inteira responsabilidade da administração da empresa, ao qual não deixa de ser notório a tentativa de aproveitamento por parte de interesses exteriores totalmente alheios aos trabalhadores da VW Autoeuropa».
A CT considera «que existe tempo e condições para se chegar a um entendimento que melhor corresponda aos anseios dos trabalhadores», acrescentando que na reunião com o Site Sul «os dois órgãos reafirmaram em comum que persistem condições para o retomar das negociações com a administração».

[Actualizada às 20h15, depois de conhecer o comunicado da CT]
https://www.abrilabril.pt/trabalho/trabalhadores-da-autoeuropa-continuam-resistir
***
15dez2017
A administração da Autoeuropa e a comissão de trabalhadores decidiram retomar as negociações na próxima segunda-feira, na sequência da reunião realizada hoje com o ministro do Trabalho.
Fábrica da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela
https://www.abrilabril.pt/trabalho/negociacoes-na-autoeuropa-sao-retomadas-segunda-feira
***
30nov2017
O novo pré-acordo entre a administração e a Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa sobre o horário de trabalho foi rejeitado por 63% dos trabalhadores, revelando que estes pretendem que se progrida numa proposta que não ponha em causa os seus direitos.
Os trabalhadores da Autoeuropa persistem na luta contra a desregulação dos horários
https://www.abrilabril.pt/trabalho/trabalhadores-da-autoeuropa-rejeitam-pre-acordo
***
4out2017
José Carlos Silva, dirigente do SITE Sul/CGTP-IN e trabalhador da Autoeuropa, realça a «grande participação» no escrutínio desta terça-feira e defende a necessidade de um trabalho em conjunto para melhor defender os direitos dos trabalhadores. 
«As listas que não elegeram ninguém foram as que fizeram o pré-acordo com a administração», revela José Carlos Silva
https://www.abrilabril.pt/trabalho/vamos-trabalhar-em-conjunto-para-defender-os-trabalhadores
***
2ouTUbro2017
Os trabalhadores da Autoeuropa, em Palmela, votam esta terça-feira para eleger os seus representantes, que terão que enfrentar a intenção da administração de desregular os horários de trabalho.
As eleições para a comissão de trabalhadores da Autoeuropa estão agendadas para amanhã, a que se apresentam seis listas, após o chumbo pelos trabalhadores do acordo sobre o trabalho ao sábado.
Os membros da lista maioritária da comissão cessante demitiram-se depois de 75% dos trabalhadores da unidade da Volkswagen em Palmela rejeitarem o acordo em referendo e cumprirem um dia de greve contra a desregulação dos horários, que paralisou a produção por completo, a 30 de Agosto.
Uma das listas é encabeçada pelo coordenador demissionário, Fernando Sequeira, que substituiu o dirigente do BE António Chora – reformado após ver um pré-acordo que negociou com a empresa rejeitado pela maioria dos trabalhadores –, e procura manter a posição maioritária na comissão de trabalhadores, com quem a administração da empresa estabeleceu um canal de negociação privilegiado.
A atitude da Autoeuropa insere-se na estratégia explicitada por António Damasceno Monteiro, num artigo na Análise Social, em 2000, em que justifica o diálogo com a comissão de trabalhadores por esta não poder convocar greves – competência reservada aos sindicatos –, e por permitir influenciar as escolhas e controlar o processo negocial, ficando a administração com a faca e o queijo na mão.
Por outro lado concorre a lista C, integrada por trabalhadores que se destacaram na luta contra a desregulação dos horários de trabalho, como já aconteceu com a intenção de impor o banco de horas na empresa.

Concorrem ainda outras quatro listas, o que torna estas eleições as mais concorridas para o órgão representativo dos trabalhadores.
https://www.abrilabril.pt/trabalho/luta-vai-ate-ao-voto-na-autoeuropa
***
5set2017
Fábrica da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela
A última semana foi marcada pela greve dos trabalhadores da Autoeuropa, que os órgãos de comunicação social não se cansaram de rotular de «histórica», mas não necessariamente pelas melhores razões segundo a leitura prevalecente nos próprios media.
https://www.abrilabril.pt/autoeuropa-e-o-fervor-anti-sindical