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9mAIO1386
É assinado o Tratado de Windsor
entre Portugal e a Inglaterra,
um dos mais antigos acordos diplomáticos de Portugal.
Após a vitória portuguesa de Aljubarrota sobre os Castelhanos, em 1385, o rei D. João I tratou desde logo de informar os seus aliados ingleses através do duque de Lencastre. O rei estava bem ciente de que a paz com Castela enfermava de algumas vicissitudes de índole política, o que implicava encontrar um equilíbrio externo para defender o reino no caso de um eventual conflito armado com o reino vizinho. Mais do que uma aliança permanente, importava garantir o futuro político português como nação independente, pretendendo para isso renovar os acordos de amizade e apoio mútuo de 1373 entre Portugal e a Inglaterra.
D. Fernando
de Albuquerque (mestre de Sant'Iago) e o chanceler Lourenço João Fogaça deslocaram-se então ao território inglês para negociar com Inglaterra um acordo de aliança política e militar, favorável a ambos. Ricardo II, rei da Inglaterra, impôs um salvo-conduto para que os dois emissários estabelecessem livremente contactos. O rei inglês, após as primeiras conversações, nomeou então três procuradores para a elaboração do texto final do tratado de amizade com Portugal. O tratado foi finalmente assinado a 9 de Maio de 1386, tendo cinco procuradores testemunhado a assinatura do acordo entre o soberano e os delegados régios portugueses.
Este tratado possuía carácter quer defensivo, enquanto salvaguarda dos interesses de ambas as partes, em aliança, contra inimigos que passavam a ser comuns, quer ofensivo, porque visava uma colaboração entre Portugal e Inglaterra contra Castela e França. Todavia, era também uma aliança que visava a manutenção do bem e da tranquilidade públicos das populações dos reinos de Inglaterra e Portugal.
O comércio
marítimo era também um dos assuntos incluídos no contrato. De acordo com o tratado de Windsor nenhuma das partes contratantes poderia fretar navios ou embarcações inimigas ou prestar socorros a nações que se encontrassem em conflito com qualquer um dos reinos. Se alguma das partes tomasse conhecimento de algo que fosse contra as disposições do tratado ou os interesses da outra parte, teria que intervir rapidamente de forma a que depressa se eliminasse esse perigo ou infração do tratado. Nenhuma outra aliança firmada na Europa tinha ido tão longe.
A aliança apenas se tornou forte devido a razões económicas e geográficas, já que os interesses políticos de ambas as nações nem sempre respeitaram o tratado. Na sequência deste acordo dá-se o casamento de D. João I com a princesa D. Filipa, filha de D. João de Gant, duque de Lencastre. Encontrando-se o reino português fortalecido com o auxílio e amizade estratégica da Inglaterra, o monarca português estava escudado diplomaticamente para estabelecer tréguas com o reino de Castela, o que progressivamente foi conseguindo.
Fontes: Tratado de Windsor -
1386. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013.
wikipedia
(Imagens)
D. João I
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27 de Dezembro de 1703: Assinatura do Tratado de Methuen
Na sequência da assinatura do
tratado de adesão de Portugal à aliança anglo-austríaca que se opunha a que os
Bourbons tomassem a coroa de Espanha, foi assinado entre a Inglaterra e Portugal
um tratado de natureza comercial. Assinado em Lisboa, a 27 de Dezembro de 1703,
estabelecia-se a livre entrada dos lanifícios ingleses em Portugal e uma redução
nas tarifas impostas aos vinhos portugueses que entravam na Inglaterra, o que
colocava os vinhos portugueses numa situação privilegiada em relação aos vinhos
franceses. Do lado português estiveram presentes o duque de Cadaval e o marquês
de Alegrete, ambos grandes proprietários vinhateiros. Do lado inglês, esteve o
embaixador extraordinário John Methuen. Este tratado foi, posteriormente,
ratificado pelo Parlamento inglês. Em Portugal, em Abril de 1704, foi revogada a
lei "pragmática" que proibia o uso de tecidos ingleses. A partir de 1705, esta
regalia estendeu-se também aos tecidos holandeses e franceses, situação que
desagradou aos ingleses.
A principal
consequência deste tratado foi o abandono da política de fomento industrial do
conde de Ericeira.
Do Tratado
constam três artigos:
"I. Sua Majestade ElRey de Portugal promete tanto em Seu
proprio Nome, como no de Seus Sucessores, de admitir para sempre daqui em diante
no Reyno de Portugal os Panos de lãa, e mais fábricas de lanificio de
Inglaterra, como era costume até o tempo que forão proibidos pelas Leys, não
obstante qualquer condição em contrário.
II. He estipulado que Sua Sagrada e Real Magestade Britanica,
em seu proprio Nome e no de Seus Sucessores será obrigada para sempre daqui em
diante, de admitir na Grã Bretanha os Vinhos do produto de Portugal, de sorte
que em tempo algum (haja Paz ou Guerra entre os Reynos de Inglaterra e de
França), não se poderá exigir de Direitos de Alfândega nestes Vinhos, ou debaixo
de qualquer outro título, directa ou indirectamente, ou sejam transportados para
Inglaterra em Pipas, Toneis ou qualquer outra vasilha que seja mais o que se
costuma pedir para igual quantidade, ou de medida de Vinho de França, diminuindo
ou abatendo uma terça parte do Direito do costume. Porem, se em qualquer tempo
esta dedução, ou abatimento de direitos, que será feito, como acima he
declarado, for por algum modo infringido e prejudicado, Sua Sagrada Magestade
Portugueza poderá, justa e legitimamente, proibir os Panos de lã e todas as
demais fabricas de lanificios de Inglaterra.
III. Os Exmos. Senhores Plenipotenciários prometem, e tomão
sobre si, que seus Amos acima mencionados ratificarão este Tratado, e que dentro
do termo de dois meses se passarão as Ratificações."
Tratado de Methuen. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2011
Wikipedia
D.
Pedro II por António de Sousa
D. Pedro II reinava em Portugal quando
o Tratado foi assinado
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/12/27-de-dezembro-de-1703-assinatura-do.html?fbclid=IwAR1UQIP_DoOSasiDGHlTwn8g4aWg_kdtQe2Njgw80QtbGatkiE7QFa41uEY***