22/01/2015

9.443.(22jan2015.7.22') Lord Byron

Nasceu a 22jan1788
e morreu a 19abril1824
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Via Citador

George Gordon Byron


A amizade é o amor sem asas.
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Quem ama mente.
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Todo aquele que conseguir a alegria deve partilhá-la.
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Só temos alegrias se as repartirmos: a felicidade nasceu gémea. - George Gordon Byron - Frases
Só temos alegrias se as repartirmos: a felicidade nasceu gémea.
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Sabemos muito pouco o que somos e menos ainda o que podemos ser.
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O melhor profeta do futuro é o passado.
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Na sua primeira paixão, a mulher ama o seu amante; em todas as outras, do que ela gosta é do amor.
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A prova de um afecto puro é uma lágrima.
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O amor nasce de pequenas coisas, vive delas e por elas às vezes morre.
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É mais fácil morrer por uma mulher do que viver com ela.
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Terrível é que não é possível viver com as mulheres, nem sem elas.
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Mentem as mulheres com tanta graça, que nada lhes fica melhor que a mentira.
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Uma amante pode ser tão incómoda quanto uma esposa, quando se tem apenas uma.
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Todas as tragédias terminam em morte e todas as comédias em casamento.
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O homem é um pêndulo entre o sorriso e o pranto.
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A vida é como o vinho: se a quisermos apreciar bem, não devemos bebê-la até à última gota.
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O ódio é de longe o mais longo dos prazeres: amamos depressa mas detestamos com vagar.
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No amor alternam a alegria e a dor.
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É quando pensamos conduzir que geralmente somos conduzidos.
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A Adversidade é o primeiro caminho para a Verdade.
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O entusiasmo é uma embriaguez moral.
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A consequência de não pertencer a nenhum partido será a de que os incomodarei a todos.
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A boa sociedade é um rebanho de refinados, formado de duas tribos, os maçadores e os maçados.
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Que é a esperança sem a levedura do medo?
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O bem raramente é produzido por um bom conselho.
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Quando tiramos a vida aos homens, não sabemos, nem o que lhes tiramos, nem o que lhes damos.
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Para todos os ofícios, excepto o de censor, é indispensável uma aprendizagem: os críticos fazem-se antecipadamente.
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As novidades agradam menos do que impressionam.
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O dinheiro é a lâmpada de Aladino.
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D' A Peregrinação ao Cavaleiro Harold
Quando conquistou tudo o que todos querem cortejar, a pobre recompensa não vale os custos: juventude desperdiçada, alma aviltada, honra perdida, são os teus frutos, ó paixão triunfante!
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O ódio é de longe o mais longo dos prazeres: amamos depressa mas detestamos com vagar.
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do MANFREDO
Só a mágoa deveria ser a instrutora dos sábios; 
Tristeza é saber.
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do DON JUAN
E, afinal de contas, o que é uma mentira? 
É apenas a verdade mascarada.

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Enxugar uma só lágrima merece mais 
Honesta fama, do que verter mares de sangue.

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Sabemos tão pouco do que estamos a fazer 
neste mundo, que eu me pergunto a mim próprio se a própria dúvida não está em dúvida.
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O ódio é o prazer mais duradouro; 
os homens amam com pressa, mas odeiam com calma.
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Do MARINO FALIERI
A recordação da alegria já não é alegria, 
Enquanto a da dor é ainda dor.

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A recordação da felicidade já não é felicidade; A recordação da dor ainda é dor.


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Tremo Quando te Escrevo

Meu amor adorado: a tua querida cartinha ao chegar-me hoje às mãos veio dar-me o primeiro momento de alegria desde que partiste. O que eu sinto corresponde exactamente - ai de mim - aos sentimentos que expressas, mas é-me muito difícil responder na tua bela língua a essas doces expressões, que merecem uma resposta mais em actos do que em palavras. Espero, no entanto, que o teu coração seja capaz de sugerir tudo o que o meu gostaria de te dizer. Talvez que se te amasse menos não me custasse tanto exprimir o meu pensamento, pois tenho de vencer a dupla dificuldade de expor um sofrimento insuportável numa língua estranha. Desculpa os meus erros. Quanto mais bárbaro for o meu estilo, mais se assemelhará ao meu Destino longe de ti. Tu, o meu único e derradeiro amor - tu, minha única esperança - tu, que já me habituara a considerar só minha - partiste e eu fiquei sozinho e desesperado. Eis a nossa história em poucas palavras. É esta uma provação que suportaremos como outras suportámos, porque o amor nunca é feliz, mas devemos, tu e eu, sofrer mais ainda, pois tanto a tua situação como a minha são igualmente extraordinárias.

(...) Quando o Amor não é o Senhor de um coração, quando não cede tudo perante ele, quando não se lhe sacrifica tudo, então trata-se de Amizade, - de estima - de tudo o que tu quiseres, mas de Amor é que não.

(...) Antes de te conhecer estava sempre interessado em muitas mulheres, nunca numa só. Agora, que te amo, não existe nenhuma outra mulher no Mundo. Falas de lágrimas e da nossa desdita; o meu sofrimento é interior, não choro.
(...) Meu tesouro adorado - tremo enquanto te escrevo, como treme o mesmo doce bater de coração. Tenho milhares de coisas para te dizer e não sei como dizer-tas - um milhão de beijos para te dar, e, ai de mim, quantos suspiros! Ama-me - não como eu te amo, pois te sentirias muito infeliz; não me ames como eu mereço, pois não seria o bastante - ama-me como te ordena o coração. Não duvides de mim. Sou e serei sempre o teu mais terno amante.

 in 'Carta a Teresa de Guiccioli (1819)' 
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biografia
http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=895
Obras mais conhecidas:

Poemas: 

Oh! na Flor da Beleza Arrebatada 
Sol dos Insones 
Trevas 
Estâncias para Música 
O Oceano 
Adeus 
Estrofes para uma Dama... 
Soneto de Chillon 
O Crepúsculo da Tarde 
À M.S.G. 
Eutanásia 
Ela Caminha em Formosura 
Tu me chamas 
Estrofes para música 
Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio 
À Inês 

Contos:

O Enterro
Don Juan
The Giaour

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http://www.e-biografias.net/lord_byron/
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Via
https://autoreselivros.wordpress.com/2013/05/26/a-tempestade-de-lord-byron/

“A tempestade”, de Lord Byron

Estes fragmentos do poema A tempestade, de Lord Byron, foram traduzidos por Fernando Guimarães, em uma bela edição da Editorial Inova, do Porto, com o título Poesia romântica inglesa (Byron, Shelley, Keats). Meu exemplar foi comprado na livraria Poesia Incompleta (blog e perfil do Facebook), na Lapa, no Rio de Janeiro. Qualquer leitor interessado em poesia não pode se manter distante por muito tempo dessa casa de livros. Há outra edição do mesmo título, publicada pela Relógio d’Água. E claro, trata-se de um dos mais belos poemas já escrito desde que o homem inventou o verso:
Estão calmos o céu e a terra – mas não adormecidos;sem ânimo, como nós sob o efeito das grandes paixões,
e tão silenciosos como se despertássemos de profundos
                                       pensamentos.
Estão calmos o céu e a terra; desde as altas hostes
das estrelas ao lago tranquilo e às margens montanhosas,
tudo se concentra numa vida intensa
onde nem uma folha, uma brisa, um reflexo se perdem,
pois todos são uma parte do ser, do sentimento
daquele que de tudo é Criador e defensor.
Agita-se assim a emoção do infinito, sentida
neste abandono em que o homem está menos sozinho;
a verdade que em todo o nosso ser se funde
e nos purifica de nós mesmos é um acorde,
alma e fonte da música que nos ensina
a eterna harmonia, derramando um encantamento
lendário, como a cintura de Vénus,
que reúne tudo pela beleza, e desafiaria
a Morte, se tivesse o verdadeiro poder de destruir.
Não foi sem razão que os antigos Persas edificaram
as aras nos mais elevados lugares, no cume
das montanhas que contemplar a terra, e assim
                                      escolhem
um templo verdadeiro e sem muralhas, onde encontram
o Espírito – e nunca em santuários que as nossas mãos
constroem em seu louvor. Vinde então comparar
colunas e altares de ídolos, góticos ou gregos,
com os lugares sagrados da Natureza, a terra e o ar,
e não vos confineis a templos que limitam as vossas
                                     preces.
O céu mudou-se – e que transformação! Oh noite,
tempestade, trevas, sois surpreendentemente fortes,
embora sedutoras no vosso poderio, como o brilho
dos olhos sombrios duma mulher! Ao longe,
de monte em monte, entre os ecos dos rochedos
o trovão vibra. Não é duma única nuvem que vem,
mas cada montanha encontrou agora a sua linguagem,
e o Jura responde, com o seu manto de neblina,
aos jubilosos Alpes, cujo apelo ressoa vivamente.
Tudo chegou contigo – noite tão gloriosa,
a que não se destinam os nossos sonhos; deixa-me
                                     partilhar
do teu violento, longínquo encantamento
uma parte da tempestade e de ti mesma, noite!
Ah, como resplandece o lago, um fosfórico mar,
e a chuva é impelida e abate-se sobre a terra!
Mais uma vez tudo é escuridão – e, agora, a alegria
das colinas sonoras freme com todo o excesso
que delas nasce como se fosse um novo cataclismo.
…………………………………………………………………………..
Se pudesse encarnar e tirar agora do meu seio
aquilo que nele é mais profundo, se pudesse cingir
com palavras estes meus pensamentos, e assim exprimir
alma, coração, e espírito, paixões e todos os
                                     sentimentos,
ah, tudo o que poderia desejar, e desejo,
sofro, conheço e sinto, sem que morra, numa só palavra
- e que essa palavra fosse “Relâmpago!” – eu a diria;
mas não, vivo e morro voltando para o silêncio apenas,
com sufocadas vozes que guardo como uma espada…
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Lord Byron I. Childe Harold (legendado)

https://www.youtube.com/watch?v=YiKvgXvcXxo

Lord Byron II. Exílio (legendado)

https://www.youtube.com/watch?v=PPEA9D63hQg

Lord Byron III. Alguns Poemas (legendado)

https://www.youtube.com/watch?v=osbRiwJzOM0
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19 de Abril de 1824: O poeta inglês Lord Byron morre, na Grécia, vítima da malária, quando participava na luta pela independência do país.

Poeta inglês de ascendência escocesa, George Gordon Byron nasceu a 22 de janeiro de 1788, em Londres, filho de um capitão conhecido como Mad Jack Byron e de Catherine Gordon of Gight, uma herdeira escocesa cuja fortuna foi dissipada pelo marido. O pai de Byron morreu quando ele tinha três anos e os primeiros dez anos da sua vida foram passados com a mãe, em Aberdeen. Coxo de nascença, Byron teve uma infância difícil, agravada pelo temperamento violento da mãe e pela forma repressiva como tratava o filho. Em 1798 Byron tornou-se inesperadamente 6.° barão de Rochdale por morte de um parente afastado, título do qual sempre se orgulhou. Foi educado no liceu de Aberdeen e posteriormente em Harrow, onde se distinguiu menos nos estudos do que na natação e nos jogos de boxe e críquete. Ingressou no Trinity College, Cambridge, em 1805, e ali viveu de forma extravagante, contraindo algumas dívidas. Foi durante a sua permanência em Cambridge que viu editado o seu primeiro livro de poemas, Hours of Idleness (1807), que lhe mereceu favoráveis críticas, à exceção da que lhe foi consagrada pela Edinburgh Review no ano seguinte. Em resposta àquela crítica, Byron compôs a sátira English Bards and Scott Reviewers (1809) inspirada no estilo de Alexander Pope. No mesmo ano partiu para uma viagem de dois anos que o levou a Espanha, Portugal, Grécia, Malta, Albânia e ao Médio Oriente. No seu regresso, Byron publicou Hints from Horace (1811) e os Cantos I e II de Childe Harold's Pilgrimage (1812), a narrativa em verso dessas suas viagens, que constituiu um êxito imediato. Nesta obra aparece delineado o tipo byroniano, romântico e sombrio, impressionável e dilacerado por sofrimentos secretos. Ao êxito da narrativa da Peregrinação de Childe Harold seguiu-se a publicação de outras narrativas em verso sobre temas exóticos: The Bride of Abydos (1813), The Giaour (1813), The Corsair (1814), Lara (1814), The Siege of Corinth (1816) e Mazeppa (1819). A imagem do herói byroniano foi determinante para a popularidade do autor, então célebre na sociedade londrina. Em 1815 Byron casou com Anne Isabella Milbanke, que o deixou no ano seguinte, depois do nascimento da filha, Ada. Os rumores acerca de uma relação incestuosa entre Byron e a sua meia-irmã Augusta Leigh agravaram-se e o escritor, proscrito pela sociedade, partiu para o continente em 1816. Na Suíça encontrou-se com Percy Bysshe Shelley e Mary Wollstonecraft Godwin. Claire Clairmont, meia-irmã de Mary, deu à luz uma filha de Byron, que morreu na infância. Em Roma escreveu o último canto de Childe Harold (1816), identificando-se cada vez mais com o seu herói. Seguiram-se o poema The Prisoner of Chillon (1816) e os dramas líricos Manfred (1817) e Cain (1821). Em Veneza, onde permaneceu 2 anos, conheceu a condessa Teresa Guiccioli, esposa de um nobre italiano. Algumas das melhores obras de Byron datam deste período: Beppo (1818), A Vision of Judgment (1822) e Don Juan (1818-19), escritas em oitava rima. Em Don Juan, a sua principal obra que ficou inacabada, o realismo, o humor e a sátira alternam com o lirismo das descrições da natureza; a grandeza do poema reside sobretudo na sua métrica informal, que permitiu ao autor exprimir a sua complexa personalidade. O espírito combativo de Byron levou-o a juntar-se aos rebeldes italianos e a fundar com Leigh Hunt o jornal The Liberal. Em 1823 voltou à Grécia para participar na guerra da independência grega contra os Turcos e morreu, vítima de malária, em Missolonghi no dia 19 de abril de 1824. O escritor foi sepultado em Hucknall Torkard, Nottingham. O seu carácter arrebatado contribuiu para fazer dele uma das figuras mais típicas do Romantismo. Na Europa, a sua reputação esteve sempre associada ao movimento romântico, ainda que Byron privilegiasse o estilo de Pope. Da estadia do poeta em Sintra resta a referência de Byron em termos depreciativos a Portugal e aos portugueses (estrofes 14 a 33 de Childe Harold's Pilgrimage).
Lord Byron. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.
wikipedia (imagens)
File:George Gordon Byron, 6th Baron Byron by Richard Westall (2).jpg
Retrato de Lord Byron - Richard Westall
Ficheiro:Lord Byron coloured drawing.png
'Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio'
 Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.

Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie a terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os olhos teus.

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora eu;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?

Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.

E por que não? Se as frontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia.
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/04/19-de-abril-de-1824-o-poeta-ingles-lord.html?spref=fb&fbclid=IwAR1P2vD7vsnMqbXKv-bA0pyVPcDdPd5N4Ta-TbNSOXUceblIfB5bDk1NBqE
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