e morreu a 9ab1626
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“Aquele que não consegue perdoar aos outros,
destrói a ponte por onde irá passar.”
© Jeff Lewis - Imagem
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Via Citador
Aquele que dá bons conselhos, constrói com uma mão; aquele que dá bons conselhos e exemplo, constrói com ambas; o que dá boa admoestação e mau exemplo constrói com uma mão e destrói com a outra.
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Quem não quer pensar, é fanático; quem não pode pensar, idiota; quem não ousa pensar, um cobarde.
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A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas.
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Gostaria de viver para estudar e não de estudar para viver.
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Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto.
Não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar.
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A mentira revela alma vil, espírito apoucado e carácter viciado.
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Não há beleza perfeita que não contenha algo de estranho nas suas proporções.
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Uma pergunta prudente é metade da sabedoria.
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A verdade surge mais facilmente do erro do que da confusão.
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É um estranho desejo, desejar o poder e perder a liberdade.
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Não há nada que faça um homem suspeitar tanto como o facto de saber pouco.
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O futuro do homem está oculto no seu saber.
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O homem cifra a sua felicidade e a sua glória naquilo que o atormenta. Despreza aqueles que lhe aliviam os males e afeiçoa-se àqueles que lhos aumentam.
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A natureza é frequentemente escondida, algumas vezes dominada, mas raramente extinta.
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Um homem de bom senso saberá criar melhores oportunidades do que aquelas que se lhe deparam.
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O conhecimento é em si mesmo um poder.
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Instrução e capacidade humana, são sinónimos.
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Um homem sábio criará mais oportunidades do que aquelas que ele encontra.
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A força unida é mais forte.
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Onde o homem se apercebe que há um pouco de ordem, supõe imediatamente ser demais.
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Aquele que não consegue perdoar aos outros, destrói a ponte por onde irá passar.
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Os jovens estão mais aptos a inventar que a julgar; mais aptos a executar que a aconselhar; mais aptos a tomar a iniciativa que a gerir.
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A discrição é para a alma o que o pudor é para o corpo.
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Uma ilusão de amor cura-se com outra do mesmo género.
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O amor tem todos os encantos de uma sereia e os transportes de uma fúria.
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Pois o próprio saber é poder.
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Não se aprende bem a não ser pela experiência.
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O homem cortês está certo de que o seu coração não será jamais uma ilha solitária.
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Novo Orgão
Só se pode vencer a natureza obedecendo-lhe.
**Apotegmas
A esperança é um bom almoço mas um mau jantar.
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Da Dignidade e do Crescimento das Ciências
O silêncio é a virtude dos loucos.
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O Progresso do Conhecimento
São maus descobridores os que pensam que não existe terra porque só podem ver o mar.
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Sempre se admitiu que a poesia participava do divino porque eleva e arma o espírito submetendo a aparência das coisas aos desejos da alma, enquanto a razão constrange e submete o espírito à natureza das coisas.
**do ENSAIOS DE ATEÍSMO
Um pouco de filosofia inclina a mente do homem para o ateísmo, mas profundidade em filosofia traz de volta as mentes das pessoas para a religião.
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ENSAIOS DE CUNNING
Nada provoca mais danos num Estado do que homens astutos a quererem passar por sábios.
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ENSAIOS
Todo o acesso a uma alta função se serve de uma escada tortuosa.
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A vingança é uma espécie de justiça selvagem.
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Passar muito tempo a estudar é preguiça.
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Há livros de que apenas é preciso provar, outros que têm de se devorar, outros, enfim, mas são poucos, que se tornam indispensáveis, por assim dizer, mastigar e digerir.
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As esposas são amantes dos homens mais jovens, companheiras para a meia-idade e amas para os velhos.
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A leitura traz ao homem plenitude, o discurso segurança e a escrita exactidão.
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A sabedoria dos crocodilos consiste em verter lágrimas quando querem devorar.
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A prosperidade não está isenta de muitos temores e desprazeres, e a adversidade não está desprovida de conforto e esperança.
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Em geral, na natureza humana existe mais tolice do que sabedoria.
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A fama é como um rio, que mantém à superfície as coisas leves e infladas, e arrasta para o fundo as coisas pesadas e sólidas.
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Há pouca amizade no mundo, sobretudo entre pessoas da mesma classe.
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Abrir o Entendimento, Pela Amizade
O fruto da amizade é saudável e excelente para o entendimento, pois a amizade converte as tormentas e as tempestades dos sentimentos em dia límpido, e ilumina com luz solar as trevas e a confusão dos pensamentos. Não se deve entender com isso apenas os conselhos fiéis que se recebem de um amigo. Antes deles, é fora de dúvida que quem tenha a mente borbulhante de pensamentos logrará clarificar e ordenar o entendimento comunicando as suas ideias a outrem. Trará à tona mais facilmente os pensamentos; ordená-los-á de maneira mais eficaz; julgará como parecem quando convertidos em palavras; em suma, far-se-à mais sábio do que é, alcançando numa hora de palestra mais do que num dia inteiro de meditação.
Disse bem Temístocles ao Rei da Pérsia, que o falar é como pano de Arras, desenfardado e posto à venda: nele, as imagens são exibidas, enquanto que, no pensamento, permanecem enfardadas. Este fruto da amizade, o de abrir o entendimento, não se restringe apenas aos amigos capazes de nos dar conselho (estes são, na verdade, os melhores); mesmo sem isso, aprendemos acerca de nós mesmos, trazemos os nossos pensamentos à luz e afiamos a agudeza do nosso engenho como se contra uma pedra de amolar, que, ela própria, não corta. Dizendo-o numa palavra: é preferível confessarmo-nos com uma estátua ou uma figura de quadro do que deixar em branca nuvem os nossos pensamentos.
Disse bem Temístocles ao Rei da Pérsia, que o falar é como pano de Arras, desenfardado e posto à venda: nele, as imagens são exibidas, enquanto que, no pensamento, permanecem enfardadas. Este fruto da amizade, o de abrir o entendimento, não se restringe apenas aos amigos capazes de nos dar conselho (estes são, na verdade, os melhores); mesmo sem isso, aprendemos acerca de nós mesmos, trazemos os nossos pensamentos à luz e afiamos a agudeza do nosso engenho como se contra uma pedra de amolar, que, ela própria, não corta. Dizendo-o numa palavra: é preferível confessarmo-nos com uma estátua ou uma figura de quadro do que deixar em branca nuvem os nossos pensamentos.
in "Ensaios Civis e Morais"
Soberanos mas Escravos
Os homens que estão em altos lugares são escravos de três modos: escravos do soberano ou do Estado; escravos da reputação; e escravos dos negócios. Não gozam de liberdade, nem nas suas pessoas, nem nas suas acções, nem no seu tempo. Estranho desejo é o de ganhar o poder e perder a liberdade, ou de buscar o poder sobre os outros para perder o poder sobre si-próprio. A ascensão às altas funções é laboriosa; através de canseiras chega o homem a maiores canseiras; a ascensão é por vezes humilhante, e por meio de indignidades é que o homem chega às dignidades. Manter-se à altura é difícil, e a descida é uma queda vertical; ou pelo menos um eclipse, coisa melancólica.
Além disso, os homens não se podem retirar quando querem; nem querem quando seria razoável; não se compadecem com a aposentação por idade ou por doença, quando necessitam estar à sombra; tais como os velhos das vilas e das aldeias que querem estar sentados à porta de casa, expondo assim a velhice ao escárnio dos outros. Certamente, as altas personalidades necessitam de pedir aos outros homens opiniões que as façam felizes; porque a julgarem-se pelos próprios sentimentos jamais conseguirão a felicidade; mas se considerarem à parte o que os outros homens pensam a respeito delas, e que os outros homens desejariam ser o que elas são, nesse momento sentem-se indirectamente felizes, mediante a fama, se bem que no íntimo talvez pensem o contrário.
Além disso, os homens não se podem retirar quando querem; nem querem quando seria razoável; não se compadecem com a aposentação por idade ou por doença, quando necessitam estar à sombra; tais como os velhos das vilas e das aldeias que querem estar sentados à porta de casa, expondo assim a velhice ao escárnio dos outros. Certamente, as altas personalidades necessitam de pedir aos outros homens opiniões que as façam felizes; porque a julgarem-se pelos próprios sentimentos jamais conseguirão a felicidade; mas se considerarem à parte o que os outros homens pensam a respeito delas, e que os outros homens desejariam ser o que elas são, nesse momento sentem-se indirectamente felizes, mediante a fama, se bem que no íntimo talvez pensem o contrário.
A Inveja Passeia pelas Ruas
O homem que não tiver virtude própria sempre invejará a virtude dos outros. A razão disso é que a alma humana nutre-se do bem próprio ou do mal alheio, e aquela que carece de um, aspira a obter o outro, e aquele que está longe de esperar obter méritos de outrem, procurará nivelar-se com ele, destruindo-lhe a fortuna.
As pessoas que são curiosas e indiscretas são geralmente invejosas; porque conhecer muito a respeito da vida alheia não pode resultar do que concerne os próprios negócios. Isso deve provir, portanto, de tomar uma espécie de prazer teatral a admirar a fortuna dos outros. Aliás, quem não se ocupa senão dos próprios negócios não encontra matéria para invejas. Porque a inveja é uma paixão calaceira, isto é, passeia pelas ruas e não fica em casa.
Uma Boa Conversa
Há homens que, nas suas conversas, mais desejam dominar pela habilidade de sustentar todos os argumentos do que pelo juízo, discernindo o que é verdadeiro do que o não é; como se houvesse mérito em saber o que pode ser dito e não o que deveria ser pensado. Alguns têm certos lugares comuns e temas particulares em que brilham, mas falta-lhes variedade; espécie de pobreza que é geralmente aborrecida e, quando descoberta, ridícula. A parte mais honrosa da conversa consiste em propor novo assunto, e, a seguir, consiste em moderá-lo para que se transite para outro, como quem dirige o baile. É bom no decurso ou nas alterações da conversa, variar e mesclar com tópicos gerais o assunto principal; com discussões e narrativas; com referência a opiniões as respostas e perguntas; com o jocoso e o sério; porque é insensato cansar, ou, como agora se diz, esgotar o assunto na conversa.
in 'Ensaios '
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09 de Abril de 1626: Morre o ensaísta, filósofo e político inglês Francis Bacon
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/04/09-de-abril-de-1626-morre-o-ensaista_9.html?spref=fb&fbclid=IwAR2LU2WdiPf8zkS9AIvKZ9E33ai0Bc7VkJyHL7MwuoXawIDT28tYn5gpbVg*
22 de Janeiro de 1561: Nasce o ensaísta, filósofo e político inglês Francis Bacon
Filósofo inglês, nascido em Londres a 22 de janeiro de 1561 e falecido a 9 de abril de 1626, na Torre de Londres, era filho de Sir Nicholas Bacon (Guarda do Grande Selo) e de lady Anna Cook, sendo esta uma senhora rigorosamente
puritana e seguidora
de Calvino. Foi a sua mãe uma das grandes influências na sua forma de pensar e na escrita, contrabalançada pela família
paterna, mais ligada
ao mundo da corte. Dada a sua ascendência nobre, a partir dos quinze anos foi enviado para Cambridge, onde estudou Escolástica
e Filosofia no Trinity College. Assim que a sua formação terminou, em 1577, começou a trabalhar no meio diplomático, concretamente em
França e com o embaixador inglês Sir Amyas Paulet. Retornou pouco depois a Inglaterra, uma vez que a família passava por uma crise financeira, e iniciou a sua formação em Direito na Gray's Inn (onde lecionaria a partir de 1589). Concluiu a mesma em 1582 e dois anos depois foi deputado no Parlamento, seguindo-se
a nomeação de Conselheiro da Coroa. O seu papel foi menos brilhante nas circunstâncias que levaram o conde de Essex à morte: o conde tinha protegido Bacon quando as críticas à política de impostos da rainha Isabel I o retiraram da cena pública, tendo inclusivamente
dado ao advogado uma propriedade com um palacete. No entanto Essex foi acusado de traição, de apoiar o rival escocês que pretendia ocupar o trono onde se sentava a rainha, e Bacon, depois de tentar em vão que Essex desistisse da sua simpatia, acusou-o e, consequentemente, o conde
foi condenado à morte. Bacon foi depois conselheiro do rei Jaime I, que lhe deu o título de "Sir", de barão de Verulamo e de visconde de Saint Alban, foi Guarda do Grande Selo, Lorde Protetor (1617) e, no seguinte ano, Lorde Chanceler. Com uma lealdade ao rei incontestável, acreditou no
absolutismo monárquico, o que provocou uma onda de descontentamento por todo
o reino, sobretudo
no seio do Parlamento. O Chanceler foi então acusado de receber presentes da parte de pessoas interessadas em processos litigiosos sobre
os quais ele opinava, sendo exonerado
de todos os seus cargos em 1621 e encarcerado na Torre de Londres. Faleceu cinco anos depois. A face filosófica de Bacon baseou-se na tentativa de marcar um ponto de viragem e criar uma nova conceção, chamada Instauratio magna
scientiarum, cuja
passagem à escrita
não foi concluída. Anti-escolástico e profundamente empirista,
preconizava uma utilização do conhecimento
científico que permitisse ao Homem dominar a Natureza. Para tal era necessário que determinados
preconceitos ou "ídolos" (da tribo - como a alquimia e a astrologia -, da caverna - as imposições da sociedade -, da vida pública - má utilização da linguagem - e da autoridade - submissão plena à mesma), como explica nas suas obras, fossem mitigados ou ultrapassados,
diluindo a sua importância. O domínio do conhecimento científico
passava pela superação
desses ídolos. Assim
sendo, criou um método para estudar os fenómenos da Natureza e chegar ao conhecimento verdadeiro
através do empirismo.
Além da Instauratio
magna scientiarum (composta por seis partes, escreveu diversas
obras no âmbito da filosofia, como Novum organum, Meditationes
Sacrae, New Atlantis,
De fluxu et refluxu, Cogitationes de
natura rerum, Inquisitio de motu e De interpretatione naturae. Produziu igualmente escritos de teor jurídico (Cases of treason, The elements of de common lawes of England e The learned reading os Sir Francis bacon upon the statute of uses) e literário (Colours of good and evil, History of Henry VII, De sapientia veterum e Essays).
Francis Bacon (filósofo). In
Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia
(Imagens)

Sir Francis Bacon
Frontispício da História da Royal Society de
Londres. Bacon surge à direita
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/01/22-de-janeiro-de-1561-nasce-o-ensaista_22.html?fbclid=IwAR24Mg6ZVS4_fz5CoqXWYlapazn2apZvjcmDcYeoqpG4jbdQZfSXZDSLweg***